O melhor texto de sua vida
Por Edson Terto da Silva | 14/12/2010 | CrescimentoEdson Silva
Quero que este seja o melhor texto meu que você já leu em toda a vida. Não, eu não estou tomado por overdose de arrogância ou por vaidade insana. Se você está se perguntando quem é você, pois não me leu, eu tenho boa chance, afinal não terá com o que comparar e quem sabe? Irá pesquisar meus antecedentes literários e obter alguns artigos, crônicas, reportagens antigas e concluir, é este cara melhorou mesmo. Se for leitor que detesta as mazelas que escrevo, dirá, quem sabe? É este não está tão ruim quanto aos demais que já li. Se você é alguém que gosta de meus textos ficará, quem sabe? Na dúvida e buscando na memória e pensando: "Ah, mas tem aquele texto que li faz algum tempo que é melhor que este!"
Não importa em qual categoria anterior que os amigos estão se enquadrando. Se vocês estão me lendo, estou conseguindo meu objetivo de apresentar o melhor de meus textos, pelo menos até os próximos, que podem ser também os piores, afinal futuro é uma das muitas coisas que não nos pertencem. Mas leitura, conhecimento, vontade própria para trilhar nossos próprios caminhos, isso sim podem pertencer a mim, a você, a nós e não devemos abrir mão disso jamais. Escrevamos nossa história, sejamos críticos, sejamos edificadores das boas coisas e isso nos faz acima de tudo participativos, úteis e indispensáveis como devem ser todos os seres, que usam o pensamento ou o instinto, mas para construir o bem coletivo.
Não me sinto velho, afinal estou chegando aos 49 anos de minha adolescência. Mas, não é raro me lembrar de minha primeira infância. Aquela do banco escolar (em Campinas), dos 8,9 ou dez anos. De família humilde, fiz primário e ginásio em escola pública (municipal e estadual) e por ironia do destino, ou falta da oportunidade dos anos 80, o colégio e a faculdade foram particulares, pagos com suor e sacrifício de pais, irmãos, amigos e obviamente meu... Mas, o que penso mesmo é na infância, entre 69 e 72. Gostava do refrão do Hino Nacional: " ... dos filhos deste solo és mãe gentil, pátria amada, Brasil!"
Mas sinceramente não entendia como uma mãe amorosa permitia existir amigos com roupas mais puídas que as minhas; que houvesse, até nas escolas públicas, ricas crianças pobres em espírito, que insistiam em humilhar outros alunos pobres, negros ou gordos ? Enfim, humilhar os que não lhe pareciam espelho e, graças a Deus, não eram, senão o que seria do mundo? Além de aprender com meus pais, me inspirava em personagens da TV, que assistia em vizinhos, tal como Gasparzinho, o"Fantasminha Camarada", dos desenhos ou Zorro, de capa e espada, dos seriados, para fazer amizades com todos e defender os humildes.
Talvez por isso, vez ou outra, embora minha família fosse pobre, a professora perguntava se minha mãe não conseguiria uma calça de uniforme em bom estado para algum aluno desfilar no Sete de Setembro... Minha mãe sempre conseguia e tudo ficava só entre Deus, nós(eu e minha mãe) e a professora...
Edson Silva, 48 anos, jornalista da assessoria de imprensa da Prefeitura de Sumaré.
edsonsilvajornalista@yahoo.com.br