O LÚDICO COMO RECURSO METODOLÓGICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL...

Por maria beijanete pereira santos | 30/01/2017 | Educação

O LÚDICO COMO RECURSO METODOLÓGICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: Estudo de Caso em uma Escola da Comunidade Moraes Almeida, Itaituba/Pará.

CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE ITAITUBA FACULDADE DE ITAITUBA – FAI CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA O LÚDICO COMO RECURSO METODOLÓGICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: Estudo de Caso em uma Escola da Comunidade Moraes Almeida, Itaituba/Pará. MARIA BEIJANETE PEREIRA SANTOS Itaituba – Pará Março / 2012 MARIA BEIJANETE PEREIRA SANTOS O LÚDICO COMO RECURSO METODOLÓGICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: Estudo de Caso em uma Escola da Comunidade Moraes Almeida, Itaituba/Pará. Itaituba – Pará Março / 2012 CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE ITAITUBA FACULDADE DE ITAITUBA – FAI Autorizado e Credenciado pela Portaria do MEC n° 2557 DOU 16/09/2003 Av.Governador Fernando Guilhon, 4º Rua, 895, Jardim das Araras – Itaituba - PA Telefone: (93) 3518-4320/Fax (93) 3518-4319 Site: WWW. Unifait.edu.br / E-mail: Fai@unifaitb.edu.br Acadêmica: Maria Beijanete Pereira Santos Titulo: O LÚDICO COMO RECURSO METODOLÓGICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: Estudo de Caso em uma Escola da Comunidade Moraes Almeida, Itaituba/Pará Monografia de Graduação apresentada ao Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia, ministrado pela Faculdade de Itaituba, como requisito para obtenção do título de Licenciado Pleno em Pedagogia, orientado pela professora Esp. Maria Elenilda Rodrigues Fideles. BANCA AVALIADORA Presidente:_____________________________________________Nota:________ Profª. Viviane Martins Vital Ferraz, Mes. Orientadora:_____________________________________________Nota:_______ Profª. Maria Elenilda Fideles Rodrigues, Esp. Avaliadora:_____________________________________________Nota:________ Profª. Sônia Maria Caetano, Esp. Resultado: _____________________________________________Nota:_______ Itaituba-Pa, _____de ____________de 2012. Dedico primeiramente a Deus por estar comigo constantemente diante das dificuldades e necessidades que passei durante os quatro anos de Faculdade; A minha mãe, Sra. Antonia Pereira Santos e ao meu pai, Sr. Jonas Pereira Santos, pela compreensão e confiança depositada em mim e por acreditar no meu sucesso e progressão profissional; Ao meu esposo Valdir da Anunciação Ferreira, pelo incentivo para a realização deste sonho; Com muito amor aos meus filhos Ana Beatriz Santos Santana e Alef Breno Santos Ferreira que entenderam a minha ausência; A minha querida irmã Antonia Edinete Pereira Santos por ter me acompanhado na realização da graduação; Agradeço primeiramente a Deus, nosso pai criador, pelo dom da vida e por ter me concedido a oportunidade de estudar e concluir o Curso de Pedagogia; A minha orientadora, Maria Elenilda Fideles Rodrigues por acreditar em mim e por elevar a minha autoestima constantemente; A minha avaliadora, Sônia Maria Caetano por ter aceitado o convite para fazer parte da banca avaliadora; Aos professores da Faculdade de Itaituba que acreditaram nos meus conhecimentos durante a trajetória e pela conclusão de curso; Aos professores entrevistados que dispensaram seu tempo de descanso para que pudessem colaborar com informações para a conclusão do estudo; A todos os meus amigos, que de alguma forma me incentivaram para o término do curso; As escolas onde estive presente para realizar os trabalhos que colaboraram com a conclusão do curso; E finalmente a todos aqueles que, direta e indiretamente, colaboraram para a conclusão deste trabalho; “O principal impulso da criança é o principio do prazer. As crianças crêem na onipotência do desejo, organizando seu mundo e agindo de acordo a estas perspectivas. Abandonam o prazer como principio orientador tão somente devido à repressão do mundo maduro”. Rubem Alves (1987:96) LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 01..............................................................................................60 Gráfico 02..............................................................................................61 Gráfico 03..............................................................................................64 Gráfico 04..............................................................................................66 Gráfico 05..............................................................................................67 Gráfico 05..............................................................................................67 Gráfico 05..............................................................................................68 LISTA DE TABELAS Tabela 01.......................................................................................63 Tabela 02.......................................................................................65 LISTA DE FIGURAS Figura 01..................................................................................54 Figura 02..................................................................................55 LISTA DE SIGLAS APMs – Associação de Pais e Mestres CEPA – Centro Educacional Pan-Americano CRFB – Constituição da República Federativa do Brasil ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente EJA – Educação de Jovens e Adultos FANCIA – Capacidade da fala FASIP – Faculdade de Administração de Sinop FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação IN – Não LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação MEC – Ministério da Educação PPP – Projeto Político Pedagógico SEMED – Secretaria Municipal de Educação SOME – Sistema Modular de Ensino RESUMO O trabalho analisa a aplicabilidade das atividades lúdicas no desenvolvimento das crianças na primeira etapa da educação básica na Escola pública Cezar Almeida, a fim de compreender a fundamentação teórica de estudiosos e autores do Lúdico como recurso metodológico no ensino-aprendizagem da educação infantil relacionada na prática pedagógica dos professores. Adotou-seas pesquisas descritivas e exploratórias como fundamentação do trabalho técnico e da aplicação de questionários com questões abertas e fechadas para 10 (dez) professores, 01 (um) técnico e 10 (dez) pais da escola pesquisada, a fim de detectar se a problemática do estudo está inserida no contexto escolar ou se está relacionada a fatores externos: família. Verificou-se que através das atividades lúdicas é possível atingir a personalidade da criança, colocá-la em contato com as pessoas e o mundo que a rodeia, integrando-a no convívio da sociedade. Na educação infantil, lúdico é reconhecido como agradável e motivador, possibilitando a aprendizagem de várias habilidades, tendo o intuito de promover a diversão e entretenimento. Conclui-se que o existe uma preocupação do serviço técnico para acompanhar os docentes apesar das necessidades existentes na escola, enquanto os profissionais da escola promovem o lúdico conforme as habilidades que possuem para desenvolver a prática pedagógica junto do corpo discente. A família participa desse processo de ensino para acompanhar os filhos na prática cotidiana, em auxiliar de acordo com o que conhecem do universo da escola pública. Entende-se que os jogos, as brincadeiras e o lazer enquanto atividades livres podem manifestar ações que estão presentes no desenvolvimento integral das crianças, independentemente da classe social que estão subordinados. Palavras-chaves: educação, lúdico, ensino-aprendizagem, escola, família, brincadeiras, jogos. SUMÁRIO LISTA DE GRÁFICOS LISTA DE TABELAS LISTA DE FIGURAS LISTA DE SIGLAS RESUMO CONSIDERAÇÕES INÍCIAIS.....................................................................................14 1 INFÂNCIA E EDUCAÇÃO INFANTIL....................................................................16 1.1 EVOLUÇÃO DE INFÂNCIA..................................................................................16 1.2 DESENVOLVIMENTO INFANTIL PARA FREUD, PIAGET, WALLON E VYGOTSKY................................................................................................................22 1.3 O PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO DA CRIANÇA.............................................26 1.4 PENSAMENTO, LINGUAGEM E APRENDIZAGEM............................................28 1.4.1Pensamento.........................................................................................28 1.4.2 Linguagem..........................................................................................31 1.4.3 Aprendizagem.....................................................................................34 1.5 CURRÍCULO E METODOLOGIA.........................................................................35 2 ENSINAR O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL 2.1 O LÚDICO............................................................................................................39 2.2 JOGO, BRINQUEDO, BRINCADEIRAS, DESENHO E MÚSICA........................41 2.2.1 Jogo.....................................................................................................41 2.2.2 Brinquedo e Brincadeiras..................................................................43 2.2.3 Desenho...............................................................................................45 2.2.4 Música..................................................................................................47 2.3 LAZER E RECREAÇÃO.......................................................................................48 2.4 A RELAÇÃO ENTRE PROFESSOR E ALUNOS.................................................50 2.5 O ESPAÇO DE APRENDIZAGEM.......................................................................51 3. A PRÁTICA DOCENTE EM UMA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL DE MORAES ALMEIDA 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA.......................................................................55 3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.............................................................58 3.3 ANÁLISE DOS DADOS........................................................................................59 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................70 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS...........................................................................72 ANEXOS....................................................................................................................76 CONSIDERAÇÕES INICIAIS O estudo analisa a aplicabilidade do lúdico na primeira etapa da educação básica como recurso do processo de ensino-aprendizagem de crianças na faixa etária de 02 aos 06 anos de idade, a Escola pública Cesar Almeida, localizada na Comunidade Moraes Almeida, município de Itaituba, Estado do Pará, investigando a literatura cientifica a partir da origem às definições atuais, complementadas as propostas de ensino adotadas pelos professores durante o dia letivo. Compreende-se que os recursos metodológicos na perspectiva lúdica estão relacionados às atividades recreativas e brincadeiras voltados as etapas de desenvolvimento das crianças, compartilhando as experiências na relação cotidiana. A aprendizagem do aluno é o objetivo adotado pela escola pública, da qual o processo seja demonstrado com eficiência, compromisso e transparência dos seus representantes da educação. Portanto, compreendê-la como uma forma de representação da realidade é dar-se conta de sua potencialidade enquanto mobilizadora da atenção e da sensibilidade dos educandos. Entende-se que a flexibilidade faz parte da rotina da educação infantil com regras estabelecidas pela instituição, da qual os professores sempre irão adaptar as atividades em atendimentos individuais e coletivos com oportunidades de aprendizagem significativa. Observa-se que as crianças ao brincar conseguem permanecer na brincadeira durante muito tempo assimilando informações do mundo externo e podem transformar a realidade como sendo uma atividade essencial para o desenvolvimento infantil. A fim de esclarecer no estudo as questões norteadoras, apresentar-se-á conforme o exposto nos três capítulos: 1ª) O que o professore tem a diz sobre o lúdico como recurso metodológico no processo ensino – aprendizagem? 2ª) Como identificar o aprendizado das crianças sobre aprender utilizando o lúdico. 3ª) A prática do lúdico está prevista na prática pedagógica da proposta curricular? 4ª) A escola propõe estratégias de ensino voltado para as crianças da educação infantil? 5ª) Que estratégias são adotadas pelos professores na educação infantil? Sabe-se que a escola é um ambiente onde o indivíduo passa grande parte de sua vida, constituí-se como um local de vivências prazerosas e alegres. A compreensão de todo o levantamento bibliográfico está relacionado aos estudos de teóricos e estudiosos, a fim de reestruturar as pesquisa in loco, de entrevistas com questões abertas e fechadas para a análise de dados contidos no trabalho científico. A monografia está estruturada em três capítulos para o entendimento da fundação teórica aos resultados coletados na pesquisa. O primeiro capítulo estabelece uma relação entre infância e educação infantil, com conceitos de autores ao que se propõe no currículo desse nível de ensino. O segundo capítulo descreve o lúdico como entretenimento na relação entre docentes e discentes, estabelecendo um vínculo entre o lúdico e a aprendizagem escolar. O terceiro capítulo propõe a pesquisa in loco para comparar as indagações dos autores ao processo escolar vivenciado por todos os atores da escola, e apresenta a proposta de intervenção que servirá como sugestões de trabalho no ambiente escolar. As brincadeiras e a criação de situações imaginárias são manifestações utilizadas por Vygotsky, que permite as crianças promover a interação social e acessar informações continuamente, aprendendo a regular seus comportamentos e o comportamento dos outros através das relações agradáveis ou não. O estudo descreve que o lúdico ensina ao professor como o aluno aprende com as atividades recreativas para relacionar-se, expressar-se e levantar hipóteses para expressar as informações da vida intelectual e afetiva de quem aprende. Todos esses aspectos demonstram ao professor desafios de estar envolvido, sendo parceiro constantemente, em anexo a apostila de atividades recreativa preparada junto à coordenação da educação infantil da SEMED possibilitará inovações de metodologias em auxilio do professor na educação infantil. 1 INFÂNCIA E EDUCAÇÃO INFANTIL 1.1 EVOLUÇÃO DE INFÂNCIA Etimologicamente do latim IN (não) FANCIA (capacidade da fala), nessa perspectiva, a fase da infância seria caracterizada pela ausência da fala e de comportamentos esperados, considerados como manifestações irracionais. A infância se contrapõe à vida adulta, pois o comportamento considerado racional ou provido da razão seria encontrado apenas no indivíduo adulto, identificando, assim, como o homem que pensa, raciocina e age, com capacidade para alterar o mundo que o cerca, tal capacidade não seria possível às crianças. A idade da criança é o número de dias, meses, anos que a separam de seu nascimento. As “idades da infância” têm outro significado? Existe continuidade no desenvolvimento psíquico a partir de certos dados elementares, como de sensações ou esquemas motores. Por volta do século XII, à arte medieval desconhecia a infância ou não tentava representá-la. É difícil crer que nessa ausência se devesse à incompetência ou à falta de habilidade. È mais provável que não houvesse lugar para a infância nesse mundo. Isso significa que os homens dos séculos X- XI não se detinham diante da imagem da infância, não havendo interesse por parte dos representantes das artes. Esse procedimento faz-se para a vida real, não apenas de transposição estética, a infância era um período de transição, logo ultrapassado, cuja lembrança também era logo perdida. Por volta do século XIII, surgiram tipos de crianças mais próximos do sentimento moderno, mas sem relação para o mundo real. De um ser sem importância, quase imperceptível, a criança num processo secular ocupa um maior destaque na sociedade, e a humanidade lhe lança um novo olhar. Para entender melhor essa questão é preciso fazer um levantamento histórico sobre o sentimento de infância, procurar defini-lo, registrar o seu surgimento e a sua evolução. Segundo ÁRIES: (1978:99) “o sentimento de infância não significa o mesmo que afeição pelas crianças, corresponde à consciência da particularidade infantil, essa particularidade que distingue essencialmente a criança do adulto, mesmo jovem”. Nessa perspectiva o sentimento de infância é algo que caracteriza a criança, a sua essência enquanto ser, o seu modo de agir e pensar, que se diferencia do adulto, portanto merece um olhar mais específico. Na Idade Média não havia clareza em relação ao período que caracterizava a infância, muitos se baseavam pela questão física e determinava a infância como o período que vai do nascimento dos dentes até os sete anos de idade. A primeira idade é a infância que planta os dentes, e essa idade começa quando a criança nasce e dura até os sete anos, e nessa idade aquilo que nasce é chamado de enfant (criança), que quer dizer não-falante, pois nessa idade a pessoa não pode falar bem nem tomar perfeitamente as palavras, pois ainda não tem seus dentes bem ordenados nem firmes...(ARIES, 1978:6) Na Idade Média a criança era vista como um ser em miniatura, assim que pudesse realizar algumas tarefas, esta era inserida no mundo adulto, sem nenhuma preocupação em relação à sua formação enquanto um ser específico, sendo exposta a todo tipo de experiência. No século XVII a sociedade não dava muita atenção às crianças pelas más condições sanitárias e da mortalidade infantil alcançava níveis alarmantes, sendo os motivos apresentado nesse século para definir a criança como um ser ao qual não se podia apegar, pois a qualquer momento poderia deixar de existir por não consegui ultrapassar a primeira infância. O índice de natalidade também era alto, o que ocasionava uma espécie de substituição das crianças mortas. A perda era vista como algo natural e que não merecia ser lamentada por muito tempo. “...as pessoas não podiam se apegar muito a algo que era considerado uma perda eventual...” (ARIES,1978: 22 ). A socialização da criança, transmissão de valores e de conhecimentos não eram assegurados pelas famílias. A criança era afastada cedo de seus pais e passava a conviver com outros adultos, ajudando-os em suas tarefas, sendo consideradas iguais aos adultos sem haver classificação por nível de desenvolvimento a passagem direto para a vida adulta. A duração da infância não era bem definida e o termo “infância” era empregado indiscriminadamente, sendo utilizado, inclusive, para se referir a jovens com dezoito anos ou mais de idade. Dessa forma a infância tinha uma longa duração e a criança acabava por assumir funções de responsabilidade que a sociedade exigia para os adultos.A expressão estava relacionada a vestimenta da criança de uma cópia de um adulto. A sociedade demanda novos investimentos e essa situação começa a mudar, caracterizando um marco importante no despertar do sentimento de infância. Entretanto a criança considerada de boa família, quer fosse nobre ou burguesa, não era mais vestida como os adultos, por adotar traje reservado à sua idade, que a distinguia dos adultos, fato essencial aparece logo ao primeiro olhar lançado às numerosas representações de criança do início do século XVII (ÁRIES, 1978:33). As grandes transformações sociais ocorridas no século XVII contribuíram decisivamente para a construção de um sentimento de infância, tendo as reformas religiosas católicas e protestantes, que trouxeram um novo olhar sobre a criança e sua aprendizagem, relacionado com a afetividade, ganhando mais importância no seio da família. A afetividade era demonstrada principalmente por meio da valorização que a educação passou a ter, considerando a aprendizagem das crianças que antes se dava na convivência das crianças com os adultos em suas tarefas cotidianas, passou a dar-se na escola. O trabalho com fins educativos foi substituído pela escola que passou a ser responsável pelo processo de formação. A escola assumiu esse papel e as crianças foram então separadas dos adultos e mantidas conforme a escola idade que recebiam até a formação adulta. Surge uma preocupação com a formação moral da criança e a igreja se encarrega em direcionar a aprendizagem, visando corrigir os desvios da criança, acreditava-se que era fruto do pecado, e deveria ser guiada para o caminho do bem. Entre os moralistas e os educadores do século XVII, formou-se o sentimento de infância que viria inspirar toda a educação do século XX. Daí vem a explicação dos tipos de atendimento destinados às crianças, de caráter repressor e compensatório. De um lado a criança é vista como um ser inocente que precisa de cuidados, do outro como um ser fruto do pecado. Nesse momento, o sentimento de infância corresponde a duas atitudes contraditórias: uma considera a criança ingênua, inocente e graciosa e é traduzida pela paparicação dos adultos, e a outra surge simultaneamente à primeira, mas se contrapõe à ela, tornando a criança um ser imperfeito e incompleto, que necessita da “moralização” e da educação feita pelo adulto. (KRAMER, 2003:18). A partir dessa abordagem referentes aos sentimentos, a família adota uma nova postura em relação à criança, que passa a assumir mais efetivamente a sua função, principalmente no investimento futuro, que precisa ser preservado devendo ser afastada de maus físicos e morais. Para KRAMER (2003:18) “não é a família que é nova, mas, sim o sentimento de família que surge nos séculos XVI e XVII, inseparável do sentimento de infância.” A vida familiar ganha um caráter mais privado, e aos poucos a família assume o papel que antes era destinado à comunidade. É importante salientar que esse sentimento de infância e de família representa um padrão burguês, que se transformou em universal. ...a idéia de infância (... ) aparece com a sociedade capitalista, urbano-industrial, na medida em que mudam a sua inserção e o papel social da criança na comunidade. se, na sociedade feudal, a criança exercia um papel produtivo direto (“de adulto”) assim que ultrapassava o período de alta mortalidade, na sociedade burguesa ela passa a ser alguém que precisa de ser cuidada, escolarizada e preparada para uma função futura. Este conceito de infância é pois, determinado historicamente pela modificação das formas de organização da sociedade. (KRAMER,2003:19). No século XVIII, além da educação a família passou a se interessar pelas questões relacionadas à higiene e à saúde da criança, o que levou a uma considerável diminuição dos índices de mortalidade. As mudanças beneficiaram as crianças da burguesia, pois as crianças do povo continuaram a não ter acesso aos ganhos representados pela nova concepção de infância, como o direito à educação e a cuidados mais específicos, sendo direcionadas para o trabalho. A criança sai do anonimato e lentamente ocupa um espaço de maior destaque na sociedade. A evolução traz modificações profundas em relação à educação, procurando atender as novas demandas que foram desencadeadas pela valorização da criança, pois a aprendizagem além da questão religiosa passou a ser um dos pilares no atendimento à criança. ...nesse período começa a existir uma preocupação em conhecer a mentalidade das crianças a fim de adaptar os métodos de educação a elas, facilitando o processo de aprendizagem. Surge uma ênfase na imagem da criança como um anjo, “testemunho da inocência batismal” e, por isso, próximo de Cristo. (LOUREIRO, 2005:36). Percebe-se o caráter cristão ao qual a educação das crianças recebeu mais investimrntos da sociedade nesse período. Com o surgimento do interesse nas crianças, começou a preocupação em ajudá-las a adquirir o princípio da razão e a fazer delas adultos cristãos e racionais. Esse paradgma norteou a educação do século XIX e XX. A criança é vista como um sujeito de direitos, situado historicamente e que precisa ter as suas necessidades físicas, cognitivas, psicológicas, emocionais e sociais supridas, caracterizando um atendimento integral e integrado da criança. A concepção de criança como um ser particular, com características bem diferentes dos adultos, contemporaneamente como portador de direitos enquanto cidadão, é que vai gerar as maiores mudanças na Educação Infantil, tornando o atendimento às crianças de 0 a 6 anos ainda mais específico, exigindo do educador uma postura consciente de como deve ser realizado o trabalho com as crianças pequenas, quais as suas necessidades enquanto criança e enquanto cidadão. Pode-se constatar que o conceito de infância repercute fortemente no papel da Educação Infantil, direcionando ao atendimento prestado à criança pequena. Dessa maneira, a primeira etapa da educação está intrinsecamente ligada ao conceito de infância, tendo a sua evolução marcada pelas transformações sociais que originaram um novo olhar sobre a criança. Não se pode perder de vista que o conceito de infância construído pela humanidade ocasionou uma padronização da criança, como se esta fosse um ser universal, sem características próprias de cada sociedade e de cada contexto histórico. Contextualizando o conceito de Educação Infantil no Brasil deu-se no século XIX, do qual o atendimento era inexistente para as crianças, havendo uma maior concentração da população na zona rural, enquanto da zona urbana não havia referência desse atendimento por parte da sociedade. Na segunda metade do século XIX a população migrou para as cidades, proporcionando o desenvolvimento cultural seguindo da Proclamação da República. Após a Proclamação da República surgiram movimentos de proteção à infância e das escolas novas, como do “jardim-de-infância”, adotando as novas concepções relacionadas às questões sociais. Surgiram discursos baseados em estudos médicos e psicológicos em defesa de um padrão educacional em perpassasse pelos aspectos cognitivos, emocionais e sociais da criança pequena e que esta deveria ser atendida desde o seu nascimento. Em conseqüência disso, aumentaram o número de creches e de jardins-de-infância no Brasil e aconteceram algumas mudanças sobre a representação de educação infantil no país. (FRABBONI, 1998:27). A pressão dos movimentos feministas, sociais e a luta pela democratização da escola pública possibilitaram conquista através da Constituição de 1988 com o reconhecimento da educação em creches e pré-escola como um direito da criança e um dever do Estado. Posteriormente, a Legislação brasileira implantou as leis 8069/90 (ECA) e 9394/96 (LDB), que concretizaram os direitos das crianças promulgados pela Constituição, declarando a educação infantil como etapa inicial da educação básica, incluindo crianças pobres que até então eram vinculadas a órgãos de assistência social. A partir desse entendimento histórico, a Educação infantil passou a ser um bem da criança burguesa, sendo adotada pela sociedade como uma proposta distante das crianças pobres. No Brasil ter sido institucionalizada como direito das crianças, poucas têm acesso a um atendimento de qualidade, com professores que desconhecem os pressupostos pedagógicos que devem direcionar o trabalho com crianças pequenas, descaracterizando a especificidade da Educação Infantil. 1.2 DESENVOLVIMENTO INFANTIL PARA FREUD, PIAGET, WALLLON E VYGOTSKY A importância das fases psicosexuais do desenvolvimento infantil, segundo Freud consta-se que a organização sexual é parcial, isto é, a erotização ou está voltada para a boca (fase oral), para o ânus (fase anal) ou para o pênis (fase fálica), sem, contudo significar uma realização sexual genitalizada. A partir dessa estruturação existem as etapas pré-genitais, ocorrendo o direcionamento da pulsão sexual integral somente quando da fase genital. Podem-se entender duas expressivas opiniões referentes à criança para evitar problemas psíquicos. Evidencia-se que o sujeito está na fase pré-genital, no qual a erotização volta-se a uma determinada região corporal mais específica (zona erógena), estas descargas sexuais não significam qualquer indício de cópula, o mesmo raciocínio tem-se a masturbação infantil, que geralmente está ligada a uma erotização desaguadora de prazer. Na fase genital, esta sim, abarcada pelo direcionamento da pulsão sexual completa, com alvo na organização sexual também otimizada, o interesse do sujeito, divorcia-se de um até então auto-erotismo, para a busca de objeto sexual diverso de si. Ocorrendo aí a procura dos grupos para neles, por meio de um processo de identificação, encontrar auto-afirmação, mormente em famílias mais castradoras. As primeiras semanas da vida são totalmente tomadas pela alternância entre necessidade alimentar e sono. É o ato de nutrição que junta e orienta os primeiros movimentos ordenados da criança. Suas manifestações afetivas estavam inicialmente limitadas e seus gestos vinculam-se certa eficácia por intermédio do outro, é a partir dos seis meses que o interesse da criança pelas cores parece começar. No último terço do primeiro ano começam a se sistematizar os exercícios sensórios- motores. Os movimentos se ligam aos efeitos perceptivos que deles podem resultar, apresentando impressões proprioceptivas e sensoriais para se corresponder em todos os seus matizes, surgindo o processo de aprendizagem com variações em séries prolongadas, objetivando a exploração mútua. A sensibilidade proprioceptiva, os campos perceptivos podem então se fundir e, ao mesmo tempo, eliminam, ou melhor, relega ao anonimato sua iniciadora, que por sua vez precederá a sensibilidade interoaceptiva ou visceral. O mesmo objeto se torna identificável e o conjunto deles ganha realidade suficiente para que a criança possa procurar o objeto desaparecido ou simplesmente revelado por um indício sensorial. Mas o andar e depois a linguagem que se desenvolvem durante o segundo ano vêm mais uma vez abalar o equilíbrio do comportamento. Os objetos que a criança pode ir buscar e transportar, com representação de nomes, destaca-se do fundo, são manipulados pelos mesmos. Mas, em outro plano, a independência que seu poder de ir e vir por conta própria dá à criança a maior diversidade de relações com o meio que a fala já lhe garantia, tornando uma afirmação mais clara de sua pessoa. Aos 3 anos começa a crise de imposição e depois de imitação que durará até aos 5 anos. Nesse processo a criança já não se limita mais a apenas acrescentar matizes a seu discernimento dos objetos e de suas qualidades, sua percepção se torna mais abstrata, sabendo distinguir entre os desenhos, as linhas, as direções, as posições, os sinais gráficos. A observação própria das coisas compreende o múltiplo e o diverso que ainda excede as capacidades. Depois dos 5 anos, surgiu a idade escolar em que o interesse vai se deslocar do eu para as coisas. Contudo, a passagem será lenta e difícil. A partir dos6 anos e depois dessa idade, a criança continua envolvida com sua atitude e suas ocupações presentes, sua atividade tem algo de exclusivo, sendo incapaz de fazer evoluções rápidas entre os objetos ou as tarefas. No desenvolvimento da criança sua pessoa também se forma transformações que ela sofre, embora passem despercebidas, têm uma importância e um ritmo acentuados. Entre as etapas que precedem o que se seguem, a única que sempre mereceu atenção foi à crise da puberdade, quando termina a infância, precisamente por ser uma crise de consciência e reflexão. (OLIVEIRA, 1997:62). A criança que aprende a ler perde subitamente os hábitos anteriormente adquiridos de manipulações práticas e de investigações concretas, recebendo orientações que não suspendendo completamente à antiga, aplicadas ao desenvolvimento da fase que estão inseridos, adequadas aos ambientes social e educacional da clientela da Educação Infantil. A conduta humana organiza-se em esquemas de ações ou de representações adquiridos, elaborados pelo indivíduo a partir de sua experiência individual, que podem coordenar-se variavelmente em função de uma meta intencional e formar estruturas de conhecimentos de diferentes níveis. A função que integra essas estruturas e sua mudança é a inteligência. A Inteligência é definida por três aspectos. Primeiramente pela organização: forma determinada de organização do conhecimento. No segundo aspecto pela adaptação quese realiza através da assimilação e acomodação e finalmente pela assimilação que transforma o objeto de conhecimento de acordo com o que temos construído. Segundo ANTUNES (1998:16), “toda criança é semelhantes a inúmeras outras em alguns aspectos e singularíssima em outros”. O seu desenvolvimento ao longo da vida é resultado de uma evolução extremamente complexa que combinou, pelo menos, três percursos: 1º) A evolução biológica, desde os primatas até o ser humano, 2º) A evolução histórico-cultural, que resultou na progressiva transformação do homem primitivo ao ser contemporâneo, e 3º) Desenvolvimento individual de uma personalidade específica (ontogênese), pela qual atravessa inúmeros estágios, de bebê à vida adulta. As crianças adaptam-se e participam de suas culturas de formas extremamente complexas que refletem a diversidade e a riqueza da humanidade, possuindo a habilidade de se recuperar de circunstâncias difíceis ou experiências estressantes, adaptando-se ao ambiente e, portanto, aos desafios da vida. O poder humano de recuperação, no entanto, não significa que um incidente traumático na infância possa sempre estar desprovido de consequências emocionais graves, algumas vezes irreversíveis, mas, por outro lado, eventos posteriores podem progressivamente modificar alguns resultados dessas experiências. O desenvolvimento da criança passa pela idade de graça, por volta dos quatro anos, onde ocorre a necessidade de imitar para tomar o lugar do outro... A criança tem necessidade de imitar o outro para posteriormente poder excluí-lo, assim, construindo sua personalidade. (VYGOTSKY, 1993:47) Em síntese, ambiente e educação sãoessenciais, para a progressão social da criança, estabelecendo princípios, normas atribuindo ao desenvolvimento em todas as etapas da Educação Infantil. Um ambiente afetuoso e uma educação rica em estímulos ajudam a superar muitas das privações e atenuar os efeitos de consequências emocionais. O direito de usufruir plenamente a infância, da formação cidadã deve ser somado aos direitos das crianças com necessidades educativas especiais de serem incluídas no sistema de ensino que, sem dúvida, ainda é um tópico polêmico para muitos. A teoria psicogenética do desenvolvimento da personalidade de Henri Wallon integra a afetividade e a inteligência. Sempre destacando que essa dinâmica é marcada por rupturas e sobreposições, elucida que ela acontece por meio de mecanismo de “alternâncias funcionais”, esclarecendo que as mudanças de fases não se dão por sucessão linear. Para Wallon, o surgimento de uma nova etapa do desenvolvimento implica na incorporação dinâmica das condições anteriores, ampliando-as e ressignificando-as. A criança atravessa diferentes estágios que oscilam entre momentos de maior interiorização e outros mais voltados para o exterior, sendo possível demarcar alguns deles ao longo do desenvolvimento infantil. Vale ressaltar, ainda, que para Wallon o desenvolvimento não se encerra no estágio da adolescência, mas permanece em processo ao longo de toda a vida do indivíduo. Afetividade e cognição estarão, dialeticamente, sempre em movimento, alternando-se nas diferentes aprendizagens que o indivíduo incorporará ao longo de sua vida. 1.3 O PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO DA CRIANÇA Socialização é a assimilação de hábitos característicos do seu grupo social, todo o processo através do qual um indivíduo se torna membro funcional de uma comunidade, assimilando a cultura que lhe é própria, por ser um processo contínuo realizando-se através da comunicação, sendo inicialmente pela "imitação" para se tornar mais sociável. O processo de socialização inicia-se após o nascimento, eprimeiramente, através da família ou outros agentes próximos, da escola, dos meios de comunicação de massas e dos grupos de referência que são compostos pelas nossas bandas favoritas, atores, atletas, super-heróis, etc., como também por meio do qual o indivíduo se integra no grupo em que nasceu adquirindo hábitos e valores característicos. É através da socialização que o indivíduo pode desenvolver a sua personalidade e ser admitido na sociedade, representado por dois tipos de socialização: 1ª) Asocialização primária- onde a criança aprende e interioriza a linguagem, as regras básicas da sociedade, a moral e os modelos comportamentais do grupo a que se pertence, tendo um valor primordial para o indivíduo e deixa marcas muito profundas em toda a sua vida, por ser construido o primeiro mundo do indivíduo.2ª) Asocialização secundária é todo e qualquer processo subsequente que introduz um indivíduo já socializado em novos sectores do mundo objetivo da sociedade (na escola, nos grupos de amigos, no trabalho, nas atividades dos países para os quais visita ou emigra, etc.), existindo uma aprendizagem das expectativas que a sociedade ou o grupo depositam no indivíduo relativamente ao seu desempenho, assim como dos novos papéis que assumirá nos vários grupos a que poderá pertencer e nas várias situações em que pode ser colocado. Para finalizar esta argumentação da socialização é importante atribuir como o processo de integração do indivíduo numa sociedade, apropriando comportamentos e atitudes, modelando-os por valores, crenças, normas dessa mesma culturas em que o indivíduo se insere. Os fatores hereditários e o papel da maturação orgânica têm sido superestimados por correntes afins do biologismo ou do inatismo, que enfatizam a espontaneidade das transformações nas capacidades psicológicas do indivíduo, sustentando que dependeriam muito pouco da influência de fatores externos a ele.O desenvolvimento seria como o desenrolar de um novelo em que estariam previamente inscritas as características de cada pessoa. (OLIVEIRA, 2002:125). Através do processo de maturação do comportamento do sujeito, particularmente forte na educação infantil, subsidiando concepções de que a educação da infância envolveria apenas regar as pequenas sementes para que estas desabrochem suas aptidões. Outras correntes explicativas adversas a anterior têm comentado que o ambiente é o principal elemento de determinação do desenvolvimento humano, destacando que o homem tem plasticidade para adaptar-se a diferentes situações aprendendo novos comportamentos, desde que sejam dadas condições favoráveis. Na educação infantil tal concepção promoveu a criação de muitos programas de intervenção sobre o cotidiano e a aprendizagem da criança, em idades cada vez mais precoces. A partir dessa visão, minimiza a iniciativa do próprio sujeito e também o fato das reações dos diversos sujeitos submetidos às pressões de um mesmo meio social não serem semelhantes. Para responder as correntes estudadas anteriormente surgiu na psicologia uma corrente que advoga a existência de uma relação de recíproca constituição entre indivíduo e meio, a interacionista. O desenvolvimento humano não decorre da ação isolada de fatores genéticos que buscam condições para o seu amadurecimento nem de fatores ambientais que agem sobre o organismo, controlando seu comportamento. Decorre, antes, das trocas recíprocas que se estabelecem durante toda vida entre indivíduo e meio, cada aspecto influindo sobre o outro. Como todo organismo vivo, o humano inscreve-se em uma linha de desenvolvimento condicionada tanto pelo equipamento biocomportamental da espécie quanto pela operação de mecanismos gerais de interação com o meio. (OLIVEIRA, 2002:126). A corrente interacionista esclareceque não há uma essência humana, mas uma construção do homem em sua permanente atividade de adaptação a um ambiente. Ao mesmo tempo em que a criança modifica seu meio, é modificada ao constituir seu meio, atribuindo-lhe a cada momento determinado significado, a criança é constituída; adotando formas culturais de ação que transformam sua maneira de expressar-se, pensar, agir e sentir, isto é, seu desempenho, através do corpo, com suas representações. 1.4 PENSAMENTO, LINGUAGEM E APRENDIZAGEM 1.4.1 Pensamento O pensamento é uma atividade mental organizada com alto grau de liberdade, não limitada ao mundo físico, sendo um processo organizado de representação neural que forma um modelo mental para o planejamento, definição de estratégias, previsões e soluções de problemas. Este processo envolve a correlação e a integração de eventos críticos no tempo e no espaço. A capacidade de planejamento, definição de estratégias e programação de atividades, permeia praticamente todas as atividades do ser humano. Na etapa de planejamento, o indivíduo analisa possíveis interpretações e tendências para definir o melhor ou mais efetivo curso de ação. Na etapa de previsão, o indivíduo analisa uma sequencia de eventos para antecipar o futuro, verificando a lógica, coerência dos fatos, hipóteses e fazer reflexão sobre possíveis cursos de ação. A partir desses dados o indivíduo define uma estratégia, constrói um determinado enredo e o ensaia figurativamente (mentalmente), examinando as alternativas e opções a cada fase do processo. Para a solução de problemas, o indivíduo exercita alternativas e soluções formais ou abstratas, analisando riscos e resultados. Através do pensamento, o indivíduo estuda e racionaliza sobre a origem de seqüências de eventos da sociedade, do mundo e do universo. O pensamento é importante para a comunicação entre indivíduos, para análise de eventos imaginários e abstração do mundo físico. A natureza pode ser entre outras: analítica, verbal, simbólica ou abstrata. No pensamento analítico o indivíduo coordena de forma lógica modelos mentais relacionados com o objetivo de prever ou inferir um resultado, enquanto no pensamento verbal, o indivíduo vivencia o pensamento como se estivesse ouvindo sua voz, com a utilização da linguagem, estabelecendo ao indivíduo traduzir sentimentos e relatos em palavras, num contexto semântico e sintáxico. No pensamento simbólico o indivíduo analisa um modelo formal, como uma estrutura tridimensional de uma proteína ou de um prédio, avaliando em cada ponto a perspectiva daquele ponto de visada. O pensamento musical e de relação entre línguas está incluído na categoria de pensamento simbólico, por ser abstrato é livre. Os modelos mentais formados neste tipo de pensamento são desvinculados do mundo físico e muitas vezes representam eventos imaginários, como de imaginar um elefante voar. Nesse tipo de pensamento a intuição substitui a lógica na avaliação da relação entre os modelos mentais. A correlação entre a cópia eferente nos sistemas motores e a percepção sensorial, assim como a análise dos sonhos, pode ajudar-nos a entender os princípios de organização das redes neurais envolvidas na geração do pensamento. No caso do sistema motor, quando uma área do córtex envia um comando para um músculo, essa mesma área envia uma cópia desse comando (cópia eferente) para outras estruturas sensoriais e motoras que fazem os ajustes da percepção e os ajustes posturais necessários para aquele movimento. Esta inibição é feita através da cópia eferente, de forma que a imagem retiniana durante o movimento rápido dos olhos não seja percebida pelo indivíduo. À semelhança dos sonhos com o pensamento é livre, nele o indivíduo pode se ver como observador (da forma que vivenciamos um fato), ou como ator (numa perspectiva egocêntrica ou alocêntrica; isto é, o indivíduo pode se ver como ator de uma cena, ou como se ele estivesse ao longe). O pensamento propriamente dito é gerado pela motivação, isto é, por nossos desejos e necessidades, nossos interesses e emoções. Por trás de cada pensamento há uma tendência afetivo-volitiva. Uma compreensão plena e verdadeira do pensamento de outrem só é possível quando entendemos sua base afetivo-volitiva. (VYGOTSKY, 1993:57). A concepção Vygotskyana de que o pensamento verbal não é uma forma de comportamento natural e inata, mas é determinado por um processo histórico-cultural e tem propriedades e leis específicas que não podem ser encontradas nas formas naturais de pensamento e fala. Uma vez admitido o caráter histórico do pensamento verbal, devemos considerá-lo sujeito a todas as premissas do materialismo histórico, que são válidas para qualquer fenômeno histórico na sociedade humana. Sendo o pensamento sujeito às interferências históricas às quais está o indivíduo submetido, entende-se que o processo de aquisição da ortografia, a alfabetização e o uso autônomo da linguagem escrita são resultantes não apenas do processo pedagógico de ensino-aprendizagem propriamente dito, mas das relações subjacentes a isto. 1.4.2 Linguagem Os homens ao longo da história social tiveram que criar um sistema de símbolos e signos, isto é, criaram formas de representar, evocar ou tornar presente o que estava ausente, permitindo-lhes separar-se da situação imediata, para que pudesse viver em coletividade, comunicando-se uns com os outros, trocando informações, enfim, agindo no mundo. Esses sistemas simbólicos tiveram origem e se realizavam nas relações entre sujeitos sociais, com o tempo foram se tornando processos pessoais, criando a possibilidade de reflexão, de compreensão elaboração de experiências, de organização de ideias e da consciência de si mesmo. Por todo esse processo de socialização estruturou-se e continua estruturando a linguagem, essa capacidade humana de compartilhar significados, que constitui e possibilita elaborarpara partilhar a vida com os outros, apropriando-se da cultura, produzindo-a e transformando-a. Estrutura-se por meio de múltiplas formas comoda linguagem oral, gestual, plástica, visual, o brincar, a linguagem musical, escrita, virtual, etc. As crianças a partir da socialização reconstroem o caminho percorrido pela humanidade, sendo que nessa construção não precisam inventar novamente por meio de interações com os outros sujeitos da cultura, por ser inseridas em um mundo já construído, constituído por numerosas descobertas realizadas pela civilização, surgindo às linguagens o que são estabelecidas com o meio e tornam-se interdependente. As várias formas de linguagem são mediadoras das múltiplas relações que são estabelecidas com as crianças, por conhecer e utilizar todos os sons linguísticos que o ser humano consegue emitir, alguns desses sons serão reforçados pelo ambiente cultural e irão compor os sons da língua falada deste ambiente, é posteriormente os demais sons, não reforçados serão esquecidos. O balbucio não é uma verdadeira forma de linguagem, por não ter o propósito de comunicação, mas uma atividade lúdica no nível sensório-motor. Geralmente compõe-se de sons labiais porque a criança repete os mesmos movimentos. O jogo vocal repetitivo, que mais parece uma brincadeira que a criança faz com os sons, chama-se ecolalia. A ecolalia trata-se apenas da repetição de sílabas ou de palavras. A criança repete-as pelo prazer de falar, sem nenhuma preocupação de dirigir-se a alguém, nem mesmo, às vezes, de pronunciar palavras que tenham sentido. O período pré-lingüístico é caracterizado principalmente por vocalizações incompreensíveis a partir dos nove meses de idade, por algumas palavras mal formuladas que dificilmente são compreendidas. Nesta fase pré-linguística, as vocalizações não possuem ainda função representativa, ou seja, uma relação objetiva entre os sons, conceitos e objetos. Com o aparecimento das primeiras palavras esta função começa a se estabelecer. É importante observar que a criança ao utilizar suas primeiras palavras, ou ao compreender as primeiras ordens, ainda não possui uma referência objetal, ou seja, uma relação exata entre a palavra e o objeto. O significado da palavra pode depender da situação em que se encontra a criança ou de quem pronuncia as palavras. Algumas crianças pequenas só entendem o que a mãe diz com determinados gestos e entonações, tanto a palavra dita pela criança ou ouvida de início não possui uma referência objetal estável, pois a palavra ainda não se separa dos gestos, das entonações, das ações, sendo gradativamente a referência objetal vai- se desenvolvendo. O verdadeiro início do desenvolvimento da linguagem é quando a criança passa a designar nomes para os objetos mais familiares comode mamãe, papai, nenê. Posteriormente as necessidades mais proeminentes e seus desejos mais veementes, dando denominação às coisas do ambiente que a cerca com o aparecimento das frases eaos primeiros adjetivos, possibilitando a criança conquistasatravés das palavras, um mundo novo de objetos que não está necessariamente, sob sua percepção visual imediata. Essas primeiras sentenças de duas ou três palavras são versões telegráficas em que as preposições, conjunções, artigos, verbos auxiliares e as flexões são omitidos. A criança omite tais palavras, mas a ordem e o sentido da sentença são preservados, indicando o conhecimento de relações gramaticais básicas do sujeito, predicado e objeto. Enfim a criança se localizará no mundo do uso dos pronomes pessoais na primeira pessoa, como eu, meu, minha, sabendo fazer juízo dascoisas boas, más, bonitas, feias, etc., acrescidasdas primeiras perguntas, havendo o aparecimento de locuções e da compreensãodos porquês de certas colocações, podendo definir alguns conceitos. Da percepção de qualquer acontecimento conseguirá tirar conclusões de frases simples em períodos compostos por coordenação, mais tarde, utilizará subordinações. A coordenação é anterior à subordinação por ser uma lógica de justaposição, e a subordinação exige um trabalho lógico maior. A criança, nesta fase, poderá usar em sua fala todas as categorias gramaticais, ainda que imprecisas. Graças ao processo de socialização a criança começa a ampliar o vocabulário, não somente ao número de palavras, masà complexidade dos conceitos utilizados, destacando que a linguagem, uma vez apropriada, se transforma não só em instrumento do pensamento como, também, em instrumento de regulação do próprio comportamento. Na abordagem de Vygotsky a linguagem tem um papel de construtor e de propulsor do pensamento, afirma que aprendizado não é desenvolvimento, o aprendizado adequadamente organizado resulta em desenvolvimento mental e põe em movimento vários processos de desenvolvimento que, de outra forma, seriam impossíveis de acontecer. (VYGOTSKY apud OLIVEIRA 2000:101). A linguagem seria então o motor do pensamento, contrariando assim a concepção desenvolvimentista que considera o desenvolvimento a base para a aquisição da linguagem. 1.4.3 APRENDIZAGEM Para conceituar aprendizagem é preciso referir-se às suas consequências sobre a conduta, que promove uma modificação no comportamentoquando alguém aprende alguma coisa, o comportamento fica alterado em algum aspecto, mesmo que as mudanças não se evidenciem imediatamente. Não depende somente de aprendizagem provocar alterações na conduta, surgem fatores como a maturação, os comportamentos inatos ou simples estados temporários do organismo como lesões, ingestão de drogas, fadiga, etc., promovem mudanças. Definir aprendizagem simplesmente como uma mudança no comportamento não é satisfatória, mas deve-se correlacionar a outros campos do desenvolvimento humano. A aprendizagem é um processo integrado que provoca uma transformação qualitativa na estrutura mental daquele que aprende, através da alteração de conduta de um indivíduo, seja por Condicionamento operante, experiência ou ambos,de uma forma razoavelmente permanente. As informações podem ser absorvidas através de técnicas de ensino ou até pela simples aquisição de hábitos, como do ato ou vontade de aprender, por ser uma característica essencial do psiquismo humano, por ser intencional. A intenção de aprender é um processo dinâmico, por estar sempre em mutação e procurar informações para a aprendizagem. O aspecto criador deve buscar novos métodos visando a melhora da própria aprendizagem. O ser humano nasce potencialmente inclinado a aprender, necessitando de estímulos externos e internos (motivação, necessidade) para o aprendizado, existem aprendizados que podem ser considerados natos, como o ato de aprender a falar, a andar, necessitando dos processos de maturação física, psicológica e social, e consequentemente pelo meio social e temporal em que o indivíduo convive,que normalmente, vai mudando a conduta pela restruturação dos fatores e genéticos. Busca-se estudar as dificuldades de aprendizagem para considerar os aspectos afetivos, para avaliar os estágios de desenvolvimento e realizar testes psicométricos, com análises do contexto emocional, das relações afetivas. Cada indivíduo apresenta um conjunto de estratégias cognitivas que mobiliza o processo de aprendizagem, aprendendo a seu modo, estilo e ritmo, apesar de discordâncias entre os estudiosos, são apresentadas quatro categorias representativas dos estilos de aprendizagem:visual: aprendizagem centrada na visualização; auditiva: centrada na audição; leitura/escrita: aprendizagem através de textos; ativa: aprendizagem através do fazer; olfativa : através do cheiro pode possibilitar conhecimento ja adequirido anteriormente, com o deitar de gazes sao exemplo de uma aprendizagem olfactiva. 1.5 CURRÍCULO E METODOLOGIA A Educação Infantil foi por muito tempo uma modalidade de ensino relegada ao segundo plano. Historicamente, essa modalidade de ensino contou com pouca ou nenhuma preocupação no que tange ao planejamento do trabalho e suas subdivisões: objetivos, conteúdos, metodologia, avaliação, replanejamento. Era tida como ocupação “menor” e, seus principais agentes, os professores, vistos como “tutores” da infância, numa concepção em que o “cuidado” era estabelecido em detrimento ao “pedagógico”. A partir da evolução histórica, a modalidade de ensino amadureceu em muitos aspectos, para contribuir na construção de um desenvolvimento saudável do ser humano em crescimento. Durante as últimas décadasdevido à influência exercida pela psicologia cognitiva, que integra, efetivamente, elementos da análise de tarefas e elementos da análise de conteúdo. A solução para o impasse residiu na ampliação do próprio conceito de conteúdo: permitindo a entrada de elementos não estritamente conceituais da educação escolar e, tornando extensivo à sequenciação destes últimos o respeito pelos princípios da aprendizagem significativa. A Proposta pedagógica da educação infantil considerando a Lei de Diretrizes e Bases - 9394/96 - e o Estatuto da Criança e do Adolescente se propõe a um trabalho baseado nas diferenças individuais e na consideração das peculiaridades das crianças na faixa etária atendida pela Educação Infantil. Embora as crianças desenvolvam suas capacidades de maneira heterogênea, a educação tem por função criar condições para o desenvolvimento integrais de todas as crianças, considerando também as possibilidades de aprendizagem que apresentam nas diferentes faixas etária através de uma atuação que propicia o desenvolvimento de capacidade envolvendo as de ordem física, afetiva, cognitiva, ética, estética, de relação interpessoal e inserção social. Tratar das concepções em uma Proposta Pedagógica significa refletir e explicitar uma visão de sociedade, de ser humano, de criança, de desenvolvimento e aprendizagem, de educação e cuidado. A definição dos objetivos em termos de capacidades, não de comportamentos visando ampliar a possibilidade de concretização das intenções educativas, uma vez que as capacidades se expressam por meio de diversos comportamentos e as aprendizagens que convergem podem ser de diversas naturezas. Ao estabelecer objetivos nesses termos, o professor amplia suas possibilidades de atendimento à diversidade apresentada pelas crianças, podendo considerar diferentes habilidades, interesses e maneiras de aprender no desenvolvimento de cada capacidade. A diversidade dos alunos propõe aceitação do outro em suas diferenças e particularidades, presente nos atos e atitudes dos adultos com os quais convivem na instituição, sabendo distinguir desde o temperamento, habilidades, conhecimentos, de gênero, de etnia e de credo religioso, mantendo o respeito a essa diversidade deve permear as relações cotidianas. A educação é uma das mediações pela qual o aluno, pela intervenção do professor e participação ativa, passa de uma experiência inicialmente confusa e fragmentada, a uma visão organizada e unificada a atuação da escola consiste na preparação do aluno para o mundo adulto e suas contradições, através da aquisição de conteúdos e da socialização, para uma participação organizada e ativa da democratização da sociedade na qual os métodos favoreçam a correspondência dos conteúdos com os interesses dos alunos, reconhecendo nos conteúdos, a compreensão da realidade. A proposta curricular deve-se estruturar os níveis dessa etapa da educação básica como o maternal: A idade para este curso vai de 18 (dezoito) meses 18 meses a 3 anos e 6 meses. Nessa fase, visa-se explorar atividades que desenvolvam a criança fisicamente, socialmente e psicologicamente, estimulamos a linguagem oral através de histórias, dramatização e brincadeiras, respeitando, sempre, as diferenças individuais de cada um. Jardim I: A idade para este curso vai de 3 anos e 7 meses a 4 anos e 6 meses. Nessa fase, visa-se o desenvolvimento da criança nos principais conceitos básicos do esquema corporal, da orientação espacial, da organização temporal, do ritmo, da coordenação viso-motora, além de, buscar o desenvolvimento da linguagem como forma de comunicação. Jardim II: A idade para este curso vai de 4 anos e 7 meses a 5 anos e 6 meses. Nessa fase, visa-se o desenvolvimento integral da criança através de uma evolução harmoniosa nos aspectos biológicos, físico-motor, cognitivo e afetivo-emocional, dando realce à coordenação motora e ao preparo para a escrita (período preparatório), tendo o desenvolvimento da linguagem como forma de comunicação e ampliação do pensamento, verificando a pronúncia correta dos fonemas (prontidão para a alfabetização). Desenvolve-se conceitos básicos de cidadania, respeito mútuo, cooperação e colaboração com os colegas e todos os funcionários da escola, bem como a importância e o cuidado com a natureza, são construídos o desenvolvimento do raciocínio lógico matemático. Pré: A idade para este curso vai de 5 anos e 6 meses a 7 anos. Nessa fase, visa-se o desenvolvimento integral da criança nos aspectos biológicos, psicológicos, cognitivos, relacionando nessa fase a coordenação motora escrita, a alfabetização da criança através da construção da língua escrita, relacionando letras e sons, discriminando e visualizando as famílias silábicas, visando o desenvolvimento do raciocínio lógico matemático e o domínio das quantidades numéricas. O planejamento é o instrumento fundamental na previsão e organização do trabalho cotidiano do (a) professor (a) com as crianças no que se refere aos objetivos, aos aspectos do currículo a serem contemplados, aos tempos, aos espaços e materiais, às crianças e às metodologias para o desenvolvimento das ações de cuidar e educar. No entanto, é importante que ele seja sempre flexível para atender às situações imprevistas, bem como aos interesses e necessidades mais imediatos que surgem no cotidiano. Avaliar é um processo que envolve conjuntamente as ações de selecionar, verificar, fazer comparações, julgar e decidir, tendo um caráter mediador e acolhedor que nos permite acompanhar a aprendizagem e o desenvolvimento dos sujeitos aprendizes. Por outro lado, possibilita ao(à) professor(a) rever e aprimorar seu trabalho pedagógico. Na Educação Infantil, de acordo com a legislação, a avaliação não tem como objetivo a promoção, devendo ser contínua, processual e coletiva, garantindo-se, para tanto, vários momentos, várias formas e diferentes canais de participação dos pais e das crianças. Uma proposta pedagógica, considerando as suas condições de produção, deve sistematizar, a história, o contexto, a estrutura, a filosofia e as intenções da instituição, as formas de organização e gestão do trabalho, incluindo aqui o currículo e a ação de um grupo, constituídos com a finalidade de formar cidadãos de 0 a 6 anos, com base em princípios éticos, estéticos, políticos, em uma sociedade democrática e em constantes mudanças. 2ENSINAR O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL 2.1O LÚDICO O lúdico tem sua origem na palavra latina "ludus" que quer dizer "jogo”, caso permanecesseconfinada a sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo. O lúdico passou a ser reconhecido como traço essencial de psicofisiologia do comportamento humano, que deixou de ser sinônimo de jogo, mas as necessidades lúdicas extrapolaram as demarcações do brincar espontâneo. O Lúdico apresenta valores específicos para todas as fases da vida humana, a começar pela idade infantil que se volta ao pedagógico progredindo a adolescência. A criança e o jovem opõem resistência à escola e ao ensino por não serlúdica e nem prazerosa. O desenvolvimento da criança ocorre através do lúdico com brincadeiras para crescer e necessita do jogo como forma de equilibrar com o mundo. O brinquedo é apenas um suporte do jogo, do brincar, sendo possível brincar com a imaginação. É verdadeque sem o brinquedo é muito mais difícil realizar a atividade lúdica, porque permite simular situações. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, prepara para um estado anterior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento. (FANTIN, 2000:12) A Ludicidade é tão importante para a saúde mental do ser humanopor ser um espaço que merece atenção dos pais e educadores, sendo o espaço para expressão mais genuína do ser, de direito de toda a criança para exercício da relação afetiva com o mundo, com as pessoas e com os objetos. Os fatores pedagógicos e sociais possibilitam o estudo da relação da criança com o mundo externo através da formação da personalidade. Através da atividade lúdica e do jogo a criança forma conceitos, seleciona idéias, estabelece relações lógicas, integra percepções, faz estimativas compatíveis com o crescimento físico e o desenvolvimento vai se socializando em cada situação do ambiente escolar e social. A convivência de forma lúdica e prazerosa na aprendizagem proporcionará a criança estabelecer relações cognitivas às experiências vivenciadas, bem como relacioná-la as demais produções culturais e simbólicas conforme procedimentos metodológicos compatíveis a essa prática. ALudicidade é uma atividade que tem valor educacional intrínseco, mas além desse valorque lhe é inerente, tem sido utilizada como recurso pedagógico. Várias são as razões que levam os educadores a recorrer às atividades lúdicas e a utilizá-las como um recurso no processo de ensino-aprendizagem. As atividades lúdicas correspondem a um impulso natural da criança que satisfaz uma necessidade interior representados pelo prazer e o esforço espontâneo. “(...) de um modo geral, é uma atividade vista como uma ocupação voluntária, livre e prazerosa, sem finalidade utilitarista, mas com um fim em si mesmo e com função vital, social e cultural importante”. Ocorre num espaço e tempo determinados, com orientação própria, que ultrapassa as necessidades materiais imediatas do cotidiano e os limites da realidade física (...) (PRADO, 1991:36). ALudicidade é canalizadorade energias no sentido de um esforço total para consecução de seu objetivo. As atividades lúdicas são excitantes, requerendo um esforço voluntário, mobilizando também os esquemas mentais por ser uma atividade física e mental, aciona e ativa as funções psico-neurológicas e as operações mentais, estimulando o pensamento. 2.2 JOGO, BRINQUEDO, BRINCADEIRAS E O LÚDICO 2.2.1 Jogo O brincar e o jogo são atos indispensáveis à saúde física, emocional e intelectual que estiveram presenteem todos os povos permanecendo aos dias atuais. Através deles, as crianças desenvolvem a linguagem, o pensamento, a socialização, a iniciativa e autoestima, preparando-se para ser um cidadão capaz de enfrentar desafios e participar na construção de um mundo melhor. O jogo nas suas diversas formas auxilia no processo ensino-aprendizagem através dos desenvolvimentos psicomotor, de habilidades, do pensamento, da imaginação, da interpretação, da tomada de decisões, da criatividade, do levantamento de hipóteses, da obtenção, da organização de dados, da aplicação dos fatos e dos princípios às novas situações que acontecem quando se joga, a partir do cumprimento das regras, dos conflitos na competição e etc. O jogo não pode ser visto apenas como divertimento ou brincadeira para desgastar energia, pois favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e moral, a construção do conhecimento e o período sensório-motor e pré-operatório. Manuseando os objetos, as crianças desde pequenas estruturam seu espaço e seu tempo, desenvolvendo a noção de casualidade, chegando à representação e, finalmente, à lógica, ficando motivadas para usar a inteligência, para jogar bem, esforçam-se para superar obstáculos, tanto cognitivos como emocionais. O jogo pode ser visto como o resultado de um sistema lingüístico que funciona dentro de um contexto social, contendo regras e objetos, dependendo da linguagem social. Enquanto fator social, o jogo assume a imagem, o sentido que cada sociedade lhe atribui, dependendo do lugar e da época, os jogos assumem significações distintas. A partir do sistema de regras, permite-se identificar em qualquer jogo uma estrutura sequencial que especifica sua modalidade, com estruturas seqüenciais de regras permite diferenciar cada jogo, ou seja, quando alguém joga, esta executando as regras do jogo e, ao mesmo tempo, desenvolvendo uma atividade lúdica. O jogo enquanto objeto possui três aspectos com significados atribuídos por culturas diferentes, pelas regras e objetos que o caracterizam. Através do jogo a criança libera e canaliza as energias tendo o poder de transformar uma realidade difícil, propiciando condições de liberação da fantasia e sendo considerada fonte de prazer. Outro aspecto é o integrador, caráter de novidade para despertar o interesse da criança, ao jogar vai conhecendo, construindo interiormente o seu mundo, à construção do conhecimento. É considerado como uma das atividades da infância, pois a criança necessita brincar, jogar, criar e inventar para manter seu equilíbrio com o mundo. A inserção e utilização dos brinquedos, jogos e brincadeiras na prática pedagógica é uma realidade da prática do professor. Por meio dos jogos e das brincadeiras, o educando encontra apoio para superar suas dificuldades de aprendizagem, melhorando o seu relacionamento com o mundo. Os professores precisam estar cientes de que a brincadeira é necessária trazendo enormes contribuições para o desenvolvimento da habilidade de aprender e pensar. O jogo é uma preparação para a vida da criança. E assim como os animais na infância fazem jogos entre si, para estimular ações de animais adultos de sua espécie; assim também é o homem. O jogo recreativo prepara a criança para a realidade. (GROSS, 1996:58). O jogo não é simplesmente um “passatempo” para distrair os alunos, ao contrario, corresponde a uma profunda exigência do organismo e ocupa lugar de extraordinária importância na educação escolar, estimulando no crescimento, desenvolvimento, coordenação muscular, faculdades intelectuais, iniciativa individual, favorecendo na progressão das palavras A partir dessa relação, estimula a observação conhecer as pessoas e as coisas do ambiente em que se vive, possibilitando ao individuo brincar naturalmente, testar hipóteses e explorar a espontaneidade criativa. Pode ser essencial para que a criança manifeste criatividade, utilizando as potencialidades de maneira integral, que a criança descobre seu próprio eu. 2.2.2 Brinquedos e Brincadeiras Em todos os tempos, para todos os povos, os brinquedos evocam as mais sublimes lembranças. São objetos mágicos que vão passando de geração a geração, com um incrível poder de encantar crianças e adultos. Diferindo do jogo, o brinquedo supõe uma relação intima com a criança e uma indeterminação quanto ao uso, ou seja, a ausência de um sistema de regras que organizasua utilização, composto de referências ao tempo de infância do adulto com representações vinculadas pela memória e imaginações. O vocábulo “brinquedo” não pode ser reduzido à pluralidade de sentidos do jogo, pois conota a criança e tem uma dimensão material, cultural e técnica, enquanto objeto é sempre suporte de brincadeira. O brinquedo é a oportunidade de desenvolvimento da criança ao brincar, adquirindo contatos e experiência propícia a faixa etária que aprende e confere habilidades. Estimula a curiosidade, a autoconfiança e a autonomia, no desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da concentração e atenção. O brinquedo traduz o real para a realidade infantil amenizando o impacto provocado pelo tamanho e pela força dos adultos, diminuindo o sentimento de impotência da criança. Através do ato de brincar, a inteligência esensibilidade estão sendo desenvolvidas, conforme as qualidades de oportunidades que são oferecidas à criança através de brincadeiras e de brinquedos, garantindo descobrir potencialidades e da relação com a afetividade, vão sendo harmonizados. O prazer não pode ser considerado a característica definidora do brinquedo, como muitos pensam. O brinquedo na verdade, preenchem necessidades, entendendo-se estas necessidades como motivo que impele a criança à ação. (VYGOTSKY apud OLIVEIRA, 2000:120). É exatamente estas necessidades que fazem a criança avançar em seu desenvolvimento. A brincadeira é a forma de divertimento típico da infância, uma atividade natural da criança que não implica em compromissos, planejamento e seriedade, que envolve comportamentos espontâneos e geradores de prazer. Brincando a criança se diverte, faz exercícios, constrói seu conhecimento e aprende a conviver com seus amiguinhos. A brincadeira transmitida à criança através de seus próprios familiares, de forma expressiva, transmitida de geração a geração, e posteriormente a essa se têm a espontânea. Na espontânea a criança desempenha ao concretizar as regras de jogo, ao mergulhar na ação lúdica, sendo lúdico em ação. Dessa forma brinquedo e brincadeira relacionam-se diretamente com a criança e não se confundem com o jogo. Para a criança, a brincadeira gira em torno da espontaneidade e da imaginação, não depende de regras e nem de formas rigidamente estruturadas. “brincar, no mundo infantil, representa descobrir, ter contato com desafios que permitem assistir, ouvir e sentir, cabendo aos adultos a seleção consciente de que deve ou não deve ser apresentado às crianças”. (LEITE, 1995:23). A brincadeira possui três características: a imaginação, a imitação e a regra, que estão presentes em todos os tipos de brincadeiras infantis, tanto nas tradicionais, faz-de-conta e nas que exigem regras, não é um mero passatempo e ajuda no desenvolvimento das crianças, promovendo processos de socialização e descoberta do mundo. É no ato de brincar que acriança estabelece os diferentes vínculos entre as características do papel assumindo, suas competências e as relações que possuem com outros papeis, tomando consciência disto e generalizando para outras situações. E por meio das brincadeiras, a cultura e as relações sociais são vivenciadas pela criança de forma lúdica, sendo no brincar que a criança encontra espaço para liberdade de agir, de criar, de sorrir e de se mostrar por inteira. 2.2.3 Desenho O desenho é um suporte artístico ligado à produção de obras bidimensionais, diferindo, porém, da pintura e da gravura. O desenho é encarado tanto como processo quanto como resultado artístico. No primeiro caso, refere-se ao processo pelo qual uma superfície é marcada, aplicando-se a pressão de uma ferramenta (em geral, um lápis, caneta ou pincel) e movendo-a, de forma a surgirem pontos, linhas e formas planas. O resultado deste processo (a imagem obtida) pode ser chamado de desenho,quese manifesta essencialmente como uma composição bidimensional formada por linhas, pontos e formas. À psicologia do desenho infantil visam objetivos diversos e estudam diversos aspectos, como por exemplo: as fases do desenvolvimento, método do exame e medida de inteligência, motricidade, traço e uso da mão, noção do espaço, função da percepção visual, papel de forma, verbalização perigráfica, objeto de reprodução, expressão, caráter, tipos, jogo, psicopatologia, etc. (COX, 2007:25) O desenho envolve uma atitude do desenhista em relação à realidade,devendo imitar a sua realidade sensível, transformá-la ou criar uma nova realidade com as características próprias da bidimensionalidade ou, como no caso do desenho de perspectiva. Interpretar as figuras produzidas pelas crianças é um procedimento comum dos adultos, cujas posições no tratamento da atividade do desenho deixam entrever aspectos de suas leituras interpretativas. A teoria histórico-cultural explica que a criança é simbolista e seu desenho indica necessidade de significar, por atender necessidades com a figuração, colocando o maior número possível de traços no seu desenho, para significar este ou aquele objeto. Pais e professores ficam muitas vezes fascinados pelos desenhos das crianças pequenas e se perguntam por que desenham daquela maneira. A maioria das crianças pequenas mostra interesse e prazer em desenhar nas creches e escolas. Os professores participam desse processo através do entusiasmo acreditando que a atividade artística é parte importante do desenvolvimento infantil. Os desenhos, executados de maneira ousada e descontraída enfeitam as paredes das salas de aula e encantam a todos. As crianças se preocupam extremamente com que os objetos de seus desenhos possam ser identificados,inventando o seu próprio jeito de desenhar e a uma variedade de objetos comuns. Infelizmente o encanto vai desaparecendo no fim da infância e início da adolescência, a maioria das crianças reluta em desenhar. A concepção sobre o desenho parte-se de um pressuposto comum onde as crianças não desenham o que vêem, mas o que conhecem. Relacionar o pressuposto a psicologia histórico-cultural, sugere que o desenho não está apenas ligado à objetividade da representação, na qual tem relevância a forma exata dos objetos reais, as figuras desenhadas têm significados atribuídos pela criança/autora, apresentando indícios dos objetos e não a exatidão de suas formas. ...Os desenhos são os primeiros a indicar estados psicopatológicos incipientes e os últimos a perder os sinais da moléstia, depois que o paciente está se recuperado. Os desenhos são, portanto, altamente sensíveis às tendências psicopatológicas, superando as outras técnicas projetivas, nesse sentido. (ZUCKER apud CAMPOS, 2002:24) Acriança desenha para significaro pensamento, a imaginação, e conhecimento, criando um modo simbólico de objetivação de seu pensamento. A figuração, como um modo de comunicação e interação, implica movimento interpretativo, inseparável da linguagem. A linguagem expressa à interpretação das experiências e circunscreve os modos de interpretação, na qual a palavra perpassa todos os momentos de produção do desenho. Desse modo, podemos reafirmar que as figurações não comunicam por si mesmas o pensamento da criança, seus conhecimentos, seu “mundo” evoca imagens e provocam significações. 2.2.4 Música BRITO (2000), “a linguagem da música parece ter estado sempre presente na vida dos seres humanos e há séculos presente na educação de crianças e adultos”. Para uma visão cognitivista, o conhecimento musical se inicia por meio da interação com o ambiente, através de experiências concretas que aos poucos leva à abstração. A criança se envolve integralmente com a música e a modifica constantemente, transformando-a, pouco a pouco numa resposta estruturada. Ao nascer à criança é cercada de sons e esta linguagem musical é favorável ao desenvolvimento das percepções sensório-motoras, dessa forma a sua aprendizagem se dá inicialmente através dos seus próprios sons (choro, grito, risada), sons de objetos e da natureza (chuva, vento), o que possibilita a criança descobrir que faz parte de um mundo chio de vibrações sonoras. O envolvimento das crianças com o universo sonoro começa ainda antes do nascimento, pois na faze intra-uterina os bebês já convivem com um ambiente de sons provocados pelo corpo da mãe, como sangue que flui nas veias, a respiração e a movimentação dos intestinos. A voz materna também constituiu material sonoro especial e referência afetiva. A interação da criança com a música inicia logo cedo. Ouvir música é quase inevitável na paisagem sonora, sendo interessante observar o reconhecimento dos bebês ao ouvir a voz da mãe, o barulho do pai chegando do trabalho, das cantigas de ninar para dormir, o barulho dos objetos ao cair, despertando na criança a curiosidade, a alegria e entusiasmo, ocasionados pela sonoridade. Estando presente a música em nossas vidas, pode-se afirmar que a linguagem musical surge espontaneamente na criança por meio do contato com o ambiente sonoro da cultura na qual está imersa. “as cantigas de ninar, as canções de roda, as parlendas e todo tipo de jogo musical têm grande importância, pois é por meio das interações que se estabelecem os repertórios que permitirá às crianças comunicar-se pelos sons”. (BRITO, 2003:120). Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil afirma que “a música é: [...] uma das formas importantes de expressão humana, o que por si só justifica sua presença no contexto da educação, de um modo geral, e na Educação Infantil, particularmente”. (BRASIL, 1998:45). Devem-se valorizar as canções trazidas pelas crianças, aprendidas ou inventadas tendo a mediação do professor anotá-las a fim de utilizá-las sempre que possível no cotidiano escolar. Não é necessário o uso de instrumentos como pianos, violinos, violão, para que as crianças sintam-se livres em acompanhar a canção, executando movimentos rítmicos, através de expressões corporais. “Não existe instrumento difícil para a criança. O que é muito difícil é o adulto evitar fazer com que as crianças percam desejo e o prazer de trabalhar” (HOWARD, 1984: 60). 2.3 LAZER E RECREAÇÃO A definição clássica de lazer vem da tradição de ALMEIDA(2000) que define o “lazer como o conjunto de ações escolhidas pelo sujeito para diversão, recreação e entretenimento, num processo pessoal de desenvolvimento, tendo caráter voluntário e é contraponto ao trabalho urbano-industrial”. O lazer moderno é o acesso ao tempo livre vinculado ao tempo industrial e possui como principal característica o repouso, recuperação do trabalho e reprodução da sociedade de consumo. “Este interesse ocorreria após o sujeito libertar-se das obrigações impostas pelo trabalho profissional.” (ALMEIDA, 2000: 51). “Nós estamos sonhando com uma sociedade justa que represente a aplicação de nossa teoria do Jus Justum na qual o direito ao lazer se situa ao lado do direito ao trabalho... Aceito o Direito ao Lazer, ao lado do Direito ao Trabalho. Teremos a tarefa de codificá-lo.” (ALMEIDA, 2000:20) O lazer no Brasil passou a integrar tanto o patrimônio ambiental cultural quanto o patrimônio ambiental laboral a ser contemplado para que a cidade atingisse sua função social (art. 182 CRFB c/c Lei 10.257/2001 – Estatuto da Cidade), ambos assegurados constitucionalmente. O lazer é uma das formas de socialização que todo ser humano tem de estar com o outro, de conhecer os outros, saber um pouco da vida do mesmo e dessa forma tendo dialogo, participando de atividades esportiva e educativa para ganhar responsabilidade e desenvolver a inclusão social, sendo uma forma de diminuir a violência é aproveitar bem o tempo livre. “Não constitui, porém características da natureza humana a capacidade de manter constantemente ativa se o tipo de atividade em que se pensa é diretamente relacionado à idéia de trabalho. Por imposição da própria fisiologia, após o esforço físico despendido da realização do labor diário, o homem tem que descansar. Além disso precisa alimentar-se, repousa-se (recuperar energia e distrair-se o que faz mediante jogos, festas entretenimento ou qualquer atividade gratuita). ”(BACAL, 1988:15) A atividade recreativa, não é apenas um processo de aperfeiçoamento físico, intelectual e moral, mas sim um importantíssimo elemento para a observação e conhecimento metódico da psicologia da criança, demonstrados através de tendências, qualidades, aptidões, lacunas e defeitos. Por esse motivo, os jogos educativos em particular constituem o melhor recurso para o estudo de personalidade infantil. Neles o professor tem um dos meios mais eficientes para juntar as qualidades e corrigir as falhas inerentes a cada criança. Pouco valor tem a observação sobre a criança se não é feita de modo sistemático e cientifico. A vida da criança em uma escola apresenta aspectos e situações as mais diversas. A cada momento, o professor tem a oportunidade de observá-la. A criança está em liberdade, livre, pode fazer todo que quiser, exceto depredar as instalações ou objetos, agredir os menores, perturbar de forma ostensiva a vida de outras crianças ou as atividades que estão sendo realizadas. (BACAL, 1988:67). 2.4 A RELAÇÃO ENTRE PROFESSOR E ALUNOS O educador deve planejar os espaços para a criança visando o meio cultural em que a criança está inserida, promovendo interações em grupos para que possam criar, trocar saberes, imaginar, construir e principalmente brincar, estando atento ao ambiente. “o olhar de um educador atento e sensível a todos os elementos que estão postos em uma sala de aula. O modo como organizamos materiais e móveis, e a forma como as crianças e adultos interagem com eles são reveladores de uma concepção pedagógica”. (HORN, 2004:15) A criança desde o nascimento necessita da mediação do outro para se desenvolver, portanto o meio sozinho não dá conta de desenvolvê-lo necessitando do papel do educador e dos colegas através das relações. “ao estruturar e organizar continuamente sua sala, o educador favorece o envolvimento das crianças em brincadeiras entre elas, sem necessidade de interferência direta; dessa forma ele fica mais disponível para aquelas crianças que procuram interagir com ele”. (CARVALHO, 2003:154) O educador torna-se o mediador entre crianças e os objetos de conhecimento, organizando propiciando espaços e situações de aprendizagens para articular os recursos e capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas aos seus conhecimentos prévios. Constitui-se, um parceiro mais experiente, para propiciar e garantir um ambiente rico, prazeroso, saudável de experiências educativa e social variadas. Criança ao brincar pode fazer o que quer e onde quer, sem considerar a brincadeira como um processo de organização, recíproca de troca de saberes. O educador deve confiar nas crianças e valorizar o seu agir, contribuindo para ampliação das descobertas e não apenas estar ao seu lado permitindo toda e qualquer ação. O educador deve considerar a brincadeira como princípio norteador das atividades didático-pedagógicas, possibilitando às manifestações corporais encontrarem significados pela ludicidade presente na relação que as crianças mantêm com o mundo. “como um meio de poder observar e constituir uma visão dos processos de desenvolvimento das crianças em conjunto e de cada uma em particular, registrando suas capacidades de uso das linguagens, assim como suas capacidades sociais e dos recursos afetivos e emocionais que dispõe”. (REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL DA EDUCAÇÃO INFANTIL 1998, v 1:28) O docente no espaço de aprendizagem é o de um parceiro mais experiente que promove as interações, que planeja e organiza atividades com o objetivo de através das relações dentro do espaço que oferece buscar o desenvolvimento integral de todas as potencialidades da criança. O educador deve ter a sua proposta voltada para o bem estar da criança, buscando sempre melhorar a sua prática elaborando sempre novas alternativas de construir o conhecimento de um grupo como um todo, facilitando as interações, promovendo e construindo espaços adequados para as crianças. 2.5 O ESPAÇO DE APRENDIZAGEM A organização do espaço deve ser pensada como um lugar acolhedor e prazeroso para a criança, onde as crianças possam brincar criar e recriar suas brincadeiras, estimuladas e independentes. Diferentes ambientes se constituem dentro de um espaço. “É no espaço físico que a criança consegue estabelecer relações entre o mundo e as pessoas, transformando-o em um pano de fundo no qual se inserem emoções [...] nessa dimensão o espaço é entendido como algo conjugado ao ambiente e vice-versa”. (HORN, 2004:28) Percebe-se que essa relação não se constitui de forma linear, podendo em um mesmo espaço ter ambientes diferentes, onde a semelhança não significa que sejam iguais ambos se definem com a relação que as pessoas constroem entre elas e o espaço organizado. O espaço criado para a criança deverá estar organizado de acordo com a faixa etária da criança, propondo desafios cognitivos e motores para avançar no desenvolvimento de suas potencialidades. O espaço deve estar povoado de objetos que retratem a cultura e o meio social em que a criança está inserida. “O espaço reflete a cultura das pessoas que nele vivem de muitas formas e, em um exame cuidadoso, revela até mesmo as camadas distintas dessa influência cultural”. (GANDINI, 1990:150). A criança nasce no meio social deixando suas próprias marcas neste meio, tendo a referência da família como espaço para cumprir os demais níveis sociais de sua evolução. O espaço infantil deve priorizar a história da criança para o seu contexto e através dessa relação, promover a troca de saberes entre as crianças. ...as crianças constroem o conhecimento a partir das interações que estabelecem com as outras pessoas e com o meio em que vivem. O conhecimento não se constitui em cópia da realidade, mas sim, fruto de um intenso trabalho de criação, significação e ressifignificação... (REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL DA EDUCAÇÃO INFANTIL, 1998. vol. 1: 21-22) As interações que ocorrem dentro dos espaços são de grande influência no desenvolvimento e aprendizagem da criança. O educador não deve ser visto como figura central do processo de ensino aprendizagem, mas sim, mais experiente que aprende e permite ao educando aprender de forma mais lúdica possível. A criança através do meio cultural, das interações com o meio, seja em um trabalho individual ou coletivo, é a verdadeira construtora do conhecimento. O ambiente, com ou sem o conhecimento do educador, envia mensagens e, os que aprendem, respondem a elas. A influência do meio através da interação possibilitada por seus elementos é contínua e penetrante. As crianças e ou os usuários dos espaços são os verdadeiros protagonistas da sua aprendizagem, na vivência ativa com outras pessoas e objetos, que possibilita descobertas pessoais num espaço onde será realizado um trabalho individualmente ou em pequenos grupos. (OLIVEIRA, 2000:158) Os espaços construídos para criança e com a criança devem ser explorados pela mesma, em uma relação de interação total, de aprendizagem, de troca de saberes entre os pares, de liberdade de ir e vir, de prazer, de individualidades, de partilhas, enfim, de se divertir aprendendo. Devendo ser organizados de forma a desafiar a criança nos campos: cognitivo, social e motor. Oportunizando a criança de andar, subir, descer e pular, através de várias tentativas, assim a criança estará aprendendo a controlar o próprio corpo, um ambiente que estimule os sentidos das crianças, que permitam a elas receber estimulação do ambiente externo, como cheiro de flores, de alimentos sendo preparados. Sentindo a brisa do vento, o calor do sol, o ruído da chuva. Experimentando também diferentes texturas: liso, áspero, duro, macio, quente, frio. CARVALHO & RUBIANO (2001:111) dizem que: “a variação da estimulação deve ser procurada em todos os sentidos: cores e formas; músicas e vozes; aromas e flores e de alimentos sendo feitos; oportunidades para provar diferentes sabores”. Personalizar o ambiente é muito importante para a construção da identidade pessoal da criança, tornar a criança competente é desenvolver nela a autonomia e a independência. Ao oferecer um ambiente rico e variado se estimulam os sentidos e os sentidos são essenciais no desenvolvimento do ser humano. A sensação de segurança e confiança é indispensável visto que mexe com o aspecto emocional da criança. Oportunizando as crianças de interagirem e em certos momentos que desejarem ficarem sozinhas brincando. Todos os ambientes construídos para crianças deveriam atender cinco funções relativas ao desenvolvimento infantil, no sentido de promover: identidade pessoal, desenvolvimento de competência, oportunidades para crescimento, sensação de segurança e confiança, bem como oportunidades para contato social e privacidade. (DAVID & WEINSTEIN citados por CARVALHO e RUBIANO, 2001:109). A organização dos espaços na educação infantil é fundamental para o desenvolvimento integral da criança, desenvolvendo suas potencialidades e propondo novas habilidades sejam elas motoras cognitivas ou afetivas. A criança que vive em um ambiente construído para ela e por ela vivência emoções que a farão expressar sua maneira de pensar, bem como da relação. 3 A PRÁTICA DOCENTE EM UMA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL DE MORAES ALMEIDA 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA PESQUIZADA Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental César Almeida localizada na BR 163 km 1185, no Distrito de Moraes Almeida a300 Km da sede do município de Itaituba, fundada em 29 de março 1987. A Instituição de ensino recebeu o nome de César Almeida por ser o nome de um familiar do desbravador do Distrito de Moraes Almeida, na gestão do Excelentíssimo Prefeito de Itaituba Silvio Macedo e professora Antonieta Assunção Nascimento Lima, no cargo de Secretária de Educação. Em seu primeiro ano de funcionamento atendeu a um contingente de 200 (duzentos) alunos do Ensino Fundamental e este número continuou a crescer até o ano de 1992, porém com a decadência do setor garimpeiro, Moraes Almeida ficou somente com 20 famílias e com isto um número reduzido de alunos até o ano de 1996. No ano de 1997 o setor madeireiro começou a desenvolver e com isso veio um crescimento da população local e consequentemente da clientela escolar. Figura 01 – E.M.Ed.Inf.Ens.Fund. Cesar Almeida Fonte: Dados da Pesquisa (2011) Em 2011 a escola matricula 1.167 (um mil, cento e sessenta e sete) alunos nos níveis de ensino: Educação Infantil, Ensino Fundamental l e ll, Educação de Jovens e Adultos (EJA), 1ª à 4ª Etapas, cedendo o espaço físico para o Ensino Médio Modular, o Supletivo (Centro Educacional Pan-Americano) CEPA – de Ensino Médio (Sistema Modular de Ensino) SOME e o Curso de Administração (Faculdade de Sinop) FASIP. A Instituição de ensino possui 02 prédios para seu funcionamento, com uma distância aproximadamente de 02 km um do outro. O primeiro prédio esta localizado no bairro residencial sendo construído pela comunidade, e sua estrutura é de alvenaria e está com uma boa conservação funcionando com dois pavilhões. A estrutura física da instituição é composta por dois prédios sendo que o primeiro prédio é uma construção que se deu por esforço conjunto da comunidade, que hoje se encontra sob o Poder Público Municipal, com estrutura em alvenaria e é composto por dois pavilhões: Primeiro pavilhão com: Uma secretária, uma sala dos professores, uma biblioteca, uma cozinha, uma sala de aula, um banheiro feminino com pia e um masculino com pia e seis salas de aula. No segundo pavilhão existem cinco salas de aula, um pátio com um parquinho para recreação das crianças e aulas de educação física e o espaço de uma horta. Figura 02 – E.M.Ed.Inf.Ens.Fund. Cesar Almeida Fonte: Dados da Pesquisa (2012) O segundo prédio: É uma construção do Poder Público Municipal, também com uma estrutura de alvenaria é composto de dois pavilhões: No primeiro pavilhão existem seis salas de aulas e no segundo pavilhão uma secretaria, uma sala da direção, uma sala dos professores, uma sala de informática, uma cozinha, um refeitório, três banheiros femininos com pia e três banheiros masculinos com pia. Possui um pátio para as crianças brincarem, e uma quadra de areia. Neste prédio comporta os alunos do 5º ao 9º ano. A escola dispõe dos seguintes profissionais da educação distribuídos nos dois prédios: A escola funciona nos três turnos com: duas turmas de Jardim I, quatro turmas de jardim II, três turmas de 1º ano, três turmas de 2º ano, três turmas de 3º ano, 03 três turmas de 4º ano, quatro turmas de 4ª série, duas turmas de 5ª série, duas turmas de 6ª série, duas turmas de 7ª série, 1 turma de 8ª série, 3 turmas da EJA: uma turma de 1ª e 2ª etapa , 01 turma da EJA 3ª etapa, 01 turma da EJA 4ª etapa. A Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental César Almeida possui dentro do seu quadro técnico pedagógico e administrativo, um total de 49 servidores distribuídos nas mais diversas atividades tais como: 1 diretora, 2 vice-diretoras, 4 auxiliar administrativo, 28 professores, 6 merendeiras, 4 serventes, 4 vigilantes. A referida escola é compromissada com a construção da cidadania, que é de suma importância para o desenvolvimento de uma educação direcionada para o entendimento da realidade de uma comunidade, dos direitos e responsabilidades. Essa é uma concepção que a escola deve apresentar para a conquista de resultados significativos. Assim, os princípios constitucionais se tornam fundamentais para caracterização do compromisso pedagógico em relação à prática educativa estabelecendo uma determinada relação entre o ensinar e o aprender. A contribuição da escola, portanto é de desenvolver para que se tenha uma educação centrada no saber e o fazer respeitando o conhecimento amplo de cada aluno. A escola adotou a linha pedagógica pautada no construtivismo e no tradicionalismo, procurando desenvolver uma educação que venha ao encontro de todos, e que todos tenham consonância com o objetivo, e sempre trabalhando o aluno para exercer uma cidadania justa e igualitária. Quanto aos serviços prestados à clientela usufrui apenas do serviço de orientação educacional e reuniões com os pais. A escola também conta com a Associação de Pais e Mestres (APMs), a qual colabora junto com a escola participando de reuniões e eventos promovidos pela mesma. No que se refere aos recursos humanos, à administração escolar, na pessoa da professora Silvia Helena Pereira da Silva atuando também como orientadora educacional. Em relação ao corpo docente, dos 28 profissionais, 14 estão cursando o nível superior, os demais já possuem graduação. 3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Para a produção do texto científico foram consultados os estudiosos ARIES (1978), KRAMER (2003), LOUREIRO (2005), FRABBONI (1998), OLIVEIRA (1997), VYGOTSKY (1991), CARVALHO (2003) e HORN (2004) para colaborarem com a investigação in locus, a fim de efetivar os questionamentos proposto pelos pesquisados na temática em foco. No trabalho científico buscaram-se as pesquisas exploratórias e descritivas para complementar nos dois primeiros capítulos e da coleta de dados para o corpo docente, pais e alunos, como suporte técnico dos resultados analisados no terceiro capítulo. As observações e acompanhamentos foram realizados na Escola Municipal Cesar Almeida durante três meses com a aplicação de questionário para o público investigado com questões abertas e fechadas para diagnosticar os resultados da pesquisa, estabelecendo um dialogo formal durante os levantamentos no campo de coleta de dados. Todo o suporte técnico possui argumentações dos principais teóricos e estudiosos da linha de investigação com apreciação das questões norteadoras que são respondidas no trabalho científico pelos entrevistados, a fim de apreciar os questionamentos em tese. 3.3 ANÁLISE DE DADOS 3.3.1 Corpo Técnico Nessa abordagem de estudo utilizou-se a aplicação de um questionário com seis questões para o Técnico Pedagógico, sendo as seis perguntas fechadas, no propósito de conhecer a experiência da prática pedagógica da Técnica, pois a pessoa entrevistada é do sexo feminino. A Técnica é formada em Licenciatura Plena em Pedagogia, onde possui 18 (dezoito) anos de trabalho nesta comunidade sendo que como Técnica tem apenas quatro anos de trabalho. Com o objetivo de coletar informações consistentes para o entendimento desta temática que é a ludicidade na Educação Infantil foi proposto a Técnica Pedagógica as seguintes questões. “Você acha importante que o professor trabalhe com o lúdico em sala de aula?” A Técnica Pedagógica respondeu que sim, pois para ela todas as professoras deveriam trabalhar com o lúdico e não só as professoras de Educação Infantil porque o lúdico auxilia no processo ensino-aprendizagem, além de deixar as aulas prazerosas. Dando sequência aos questionamentos, foi perguntado: “Você enquanto Técnica, incentiva os professores de Educação Infantil a utilizar a pedagogia lúdica em sala de aula?” Sim, e além de incentivar dou apoio na construção de materiais pedagógicos. Questionou-se para a entrevistada: “Os encontros realizados pela escola ocorrem como?” Semestralmente, ou seja, o encontrão com todos, porém no dia a dia estão sempre apoiando os professores e dando-lhes sugestões de trabalho para que possam melhorar sua prática. Perguntou-se: “Nestes encontros, algumas vezes já se discutiram temas sobre a importância do Lúdico na Educação Infantil?” Sim, assim que me tornei Técnica desta instituição de Ensino fora logo um dos primeiros temas que discutimos e foi bem aceito pelos docentes. Indagou-se ainda o seguinte: “No Projeto Político Pedagógico existem propostas de oficinas e/ou minicursos que fale sobre a importância do Lúdico na escola?” Infelizmente não, isso porque a escola ainda não possui PPP (Projeto Político Pedagógico). Para finalizar os questionamentos, perguntou-se: “Você acredita que a criança aprende brincando?” Acredito sim, pois tenho experiência própria de que as crianças aprendem mais rápido por meio de brincadeiras, prova disso é os estudiosos que já laçaram livros sobre a aprendizagem através de brincadeiras. 3.3.2 Corpo Docente A pesquisa foi realizada com dez (10) docentes que trabalham com a educação infantil na escola Cesar Almeida município de Itaituba, sendo apresentado um levantamento quanto à identificação dos docentes, obtendo um percentual que 90% são do sexo feminino e 10% são do sexo masculino. Quanto à formação profissional, 30% são Pedagogas, 60% estão cursando Licenciatura Plena em Pedagogia, 10% Letras. Quanto ao tempo de docência 10% trabalham a menos de dois (02) anos, 70% trabalham a mais de quatro (04) anos e 20% há mais de seis (06) anos na atividade docente. A partir desses dados, analisa-se que o corpo docente está progredindo nas graduações e de experiências com a educação infantil, porém, quanto mais qualificados são os profissionais os resultados são vistos diariamente na relação com os alunos, investidos de metodologias e recursos apropriados para o público infantil. Tem-se notado que o avanço tecnológico está afastando as crianças das brincadeiras tradicionais, na qual eram vistos resultados através da cooperação, socialização, companheirismo e liderança entre seus pares. Na atualidade os jogos e brincadeiras são eletrônicos e promovidos de muita violência, deixando as crianças obesas, individualistas e dependentes de objetos para obter a satisfação pessoal e não coletiva. Perguntou-se aos docentes: “Você promove jogos, brincadeiras, cantigas de roda, danças e musicas para os alunos?” Gráfico 01 – Promoção de atividades lúdicas e recreativas Fonte: Professores entrevistados da E.M. César Almeida No gráfico 01 observa-se que num percentual de 80% (oitenta por cento) dos entrevistados disseram que promovem jogos, brincadeiras, cantigas de roda, danças e musicas para os alunos na instituição pesquisada porém não descreveram se são para todos os alunos, quantidade, resultados e tempo para cada atividade. 20% (vinte por cento) afirmaram que não promovem esses tipos de atividades e nem esclareceram se promovem outras atividades diferentes das quais foram apontadas na pesquisa. As brincadeiras alimentam o espírito imaginativo, exploratório e inventivo do faz-de-conta isso se chama lúdico. Brincar tem o sabor de desconhecer o conhecido, pois cada brincadeira é um universo a ser sempre (re) descoberto, (re) vivido, (re) aprendido. (TADEU, 2007:7) Analisa-se que o corpo docente planeja as atividades escolares de acordo com o trabalho pedagógico exigido pela instituição de ensino, porém, nos questionamentos as atividades são vistas como recurso para o processo de ensino aprendizagem, com ações que envolva todos da escola e possa garantir a qualidade na educação. Pelos questionamentos apresentados aos professores constatou-se que são inúmeras as formas de se trabalhar os conteúdos programáticos de maneira criativa e contextualizada, na Educação Infantil priorizando as etapas da criança em desenvolvimento e da relação com o meio social. Prosseguindo aos questionamentos, perguntou-se: “Na escola existe espaço para a realização das atividades lúdicas e recreativas?” Gráfico 02 – Espaço da prática de atividades lúdicas e recreativas Fonte: Professores entrevistados da E.M. César Almeida Dos dados vistos no gráfico 02, constatou-se que 70% utilizam-se de outros espaços para a prática de atividades físicas e lúdicas para os alunos de educação infantil, mas, necessita-se de recursos para manter a prática na instituição de ensino pela inclusão de outras atividades que não são contemplados no espaço da instituição. 30% disseram não existe um local apropriado para as atividades lúdicas e recreativas, da qual se exige toda uma estrutura e uma equipe especializada para acompanhar as atividades lúdicas e recreativas. Um ambiente adequado requer uma estrutura condizente com a faixa etária e de recursos apropriados para ser aplicados na educação infantil. Entende-se que a criança quanto o adulto observam desde a estrutura ao campo de aplicabilidade das ações previstas coletivamente e às vezes individualmente, que dependem uns dos outros para a produção do conhecimento. Consciente da importância da ação que realiza, possibilitando mediações de várias naturezas, o adulto passa a atender os processos da criança com um significado que só pode ser construído tendo como referencial a criança no período de formação em que ela está e não no adulto feito que será. (LIMA, 2001:27). Pelos depoimentos em tese, detectou-se que a falta de espaços na instituição de ensino não impede que os professores permaneçam planejando as atividades da grade curricularpara atender ao público infantil. Alguns docentes utilizam outros métodos para dinamizar as aulas para alcançar resultados significativos, embora as metodologias tradicionais são as mais utilizadas nesse nível de educação. Prosseguindo as discussões da prática pedagógica no nível de educação infantil, abordou-se o seguinte questionamento aos docentes: “Que metodologias são mais utilizadas pelo professor na Educação Infantil?” PROFESSORResposta dos Professores AMúsica e texto. BLeitura, escrita, histórias reais e fantasiosas, brincadeiras, jogos todos de caráter pedagógico. CSão leituras de contos infantis, pinturas, desenhos e musiquinhas. DAtravés de Ludicidade, pois este é o principal objetivo da Educação Infantil. EDesenhos, brincadeiras, jogos. FRoda de conversa, cantigas, pinturas de desenhos, socialização e brincadeiras. GJogos e conversa. HJogos, conversas, brincadeiras diversificadas. IMúsicas, cantiga de roda, historinhas, vídeos e brincadeiras. JMusiquinhas, história, desenhos e pinturas. Tabela 01 – Metodologias mais utilizadas na prática docente Fonte: Pesquisa com o corpo docente. Segundo os dados dos docentes, inúmeras são as formas de se trabalhar os conteúdos na educação infantil de maneira totalmente criativa e contextualizada. O professor constituiu-se, portanto, no parceiro mais experiente por excelência, cuja função é propiciar e garantir um ensino rico, prazeroso, saudável e não discriminatória de experiências educativas e sociais variadas. Para isso, o professor deve conhecer e considerar as singularidades das crianças de diferentes idades, assim como a diversidade de hábitos, costumes, valores, crenças, etnias, etc. das crianças com as quais trabalha respeitando suas diferenças e ampliando suas pautas de socialização. O sentido real da educação infantil esta acoplada ao lúdico sendo comprovado pelas respostas dos docentes entrevistados. Assim, o resgate do lúdico na educação é um ato político como projeto de construção de uma nova sociedade, e ao mesmo tempo incorpora componentes “disalienados” na própria prática docente, enquanto atividade profissional. (MARCELLINO, 1997:110) Prosseguindo aos questionamentos, perguntou-se: “Você planeja as atividades diariamente?” Gráfico 03 – Espaço da prática de atividades lúdicas e recreativas Fonte: Professores entrevistados da E.M. César Almeida. Em relação à pergunta referente ao planejamento das atividades diariamente 60% (sessenta por cento) dos docentes responderam que sim, esclarecendo que o importante é ter claro o que se trabalhará com os alunos antes de entrar na turma, 40% (quarenta por cento) disseram que não, pois fazem o planejamento mensalmente, trabalhando seguindo os planos elaborados. Em certa situação, a metodologia mais adequada pode ser esta, em outra, aquela. Para o (a) professor (a), é importante conhecer diferentes maneiras de trabalhar para que possa selecionar aquelas que são mais apropriadas à faixas etária das crianças e que provoquem curiosidades sobre o mundo e seu desejo de agir. (FARIA, 2007:102). O planejamento diário nos permite ampliar e enriquecer o leque de possibilidades. Mas, mesmo que ele seja amplo e rico, tem-se que estar aberto ao imprevisível, pois nas interações com qualquer grupo de crianças podem surgir interesses e curiosidades relativos a aspectos do mundo físico e social sobre os quais não havíamos nos organizados previamente. Para tanto, é necessário o desenvolver-se a capacidade de escuta do grupo, isto é, ouvir as demandas nas suas conversas, nas perguntas que fazem nos gestos e movimentos que empreendem, no conteúdo das brincadeiras para atentar-se o que se trabalhar. Para finalizar os questionamentos com os docentes foi realizada a seguinte pergunta: “Que sugestões você gostaria de trabalhar na Educação Infantil?”, onde as respostas estão no quadro para facilitar na compreensão dos dados coletados na pesquisa. PROFESSORResposta dos Professores ADanças; BPinturas; CFantoches; DMusicas; EDanças; FPinturas; GArtes plásticas; HTeatro; ITrabalhar o concreto; JAtividades físicas; Tabela 02 – Sugestões de trabalho na Educação Infantil. Fonte: Pesquisa com o corpo docente. 3.3.3 Pais Os pais que contribuíram com este estudo foram na maioria do sexo feminino, onde grande parte delas trabalha como domésticas em seu próprio lar, porém uma das entrevistadas é vendedora e outra manicure e outra professora e houve ainda apenas a participação de dois pais neste trabalho, dentre os quais um é garimpeiro e o outro agricultor. Os entrevistados estão na faixa de etária de 23 a 42 anos de idade. Quanto ao grau de escolaridade dos entrevistados o resultado foi balanceado: três tinham o Ensino Fundamental completo, dois o Ensino Médio, uma concluindo faculdade, dois estudaram até a quarta série e dois se declararam analfabetos. Totalizaram-se, assim dez pais entrevistados, os quais foram muito importantes para este trabalho. A maiorias dos entrevistados residem na comunidade por volta de 9 (nove) anos, porém três do pais moram apenas 1 ano. Os pais são oriundos de vários lugares do Brasil e os mesmos escolherão esta comunidade para viver em buscar de trabalho, ou seja, melhores condições de vida. Como a temática que se estuda neste trabalho é sobre recursos metodológicos, viu-se necessário envolver a família por acreditar que estes são importantes na educação dos filhos. Dessa forma aplicou-se um questionário com 6 (seis) perguntas, sendo que foram usadas apenas 4 (quatros) perguntas para abrilhantar ainda este trabalho. Dessa forma pretendia-se verificar a participação dos pais nos acontecimentos que envolvem seus filhos. Com o intuito de investigar o conhecimento dos pais quanto à prática da metodológica dos professores indagou-se: “Você observa as atividades lúdicas do professor de Educação Infantil?” Gráfico 04 – Verificação das atividades lúdicas do professor de Educação Infantil. Fonte: Pais de alunos entrevistados da E.M. César Almeida. As respostas dos pais no gráfico 04 mostram que 80% observam as atividades lúdicas dos professores e somente 20% dos pais afirmaram não ter vista o trabalho dos professores com atividades lúdicas. Prosseguindo aos questionamentos foi perguntado aos pais: “Você conhece quando seu filho aprende brincando com as atividades da escola?” Gráfico 05 – Verificação da aprendizagem dos alunos com as atividades da escola. Fonte: Pais de alunos entrevistados da E.M. César Almeida. Num percentual bem significativo apresentado no gráfico 06 mostram que 90% dos pais conhecem quando o filho aprende na escola e apenas 10% relatam não conhecer quando o filho aprende na escola. Para prosseguir nas discussões sobre, perguntou-se: “A professora utiliza os métodos na sala de aula de que forma?” Gráfico 06 – Utilização de métodos na sala de aula. Fonte: Pais de alunos entrevistados da E.M. César Almeida. Observou-se nas respostas contidas no gráfico 06 que 60% dos pais afirmaram que a professora utiliza jogos, brincadeiras, músicas e atividades recreativas. Já 30% disseram que vêem trabalhar mais com livros didáticos e 10% afirmam que a professora não utiliza atividades lúdicas. Concluindo as entrevistas perguntou-se: “Você observa os recursos metodológicos quando seu filho leva para casa?” Gráfico 07 – Observação dos recursos metodológicos. Fonte: Pais de alunos entrevistados da E.M. César Almeida. De acordo com as respostas dos entrevistados no gráfico 07, 60% afirmaram que sempre observa os recursos metodológicos quando seus filhos os levam pra casa, 30% relatam que só às vezes é que vê seu filho levar recursos metodológico para casa, e ainda 10% diz que só vê os filhos levarem algo para casa no final do ano. CONSIDERAÇÕES FINAIS O Lúdico constitui-se como traço essencial de psicofisiolagia do comportamento humano, que deixou de ser sinônimo de jogo, mas as necessidades lúdicas extrapolam as demonstrações do brincar espontâneo. Atualmente Entende-se que o estudo contribuiu no esclarecimento da temática, a qual possibilitou mais familiaridade de autores e estudiosos do tema apresentado em todo o trabalho científico, das informações dos serviços técnico e pedagógico, dos docentes e pais que colaboraram com os questionamentos propostos na pesquisa. Os professores das escolas públicas ou particulares precisam estar municiados de competências extras, capazes de fornecer interação aos alunos, buscando fazer leituras e participando de ações que exponham as relações interpessoais na escola, interagindo continuamente com o serviço técnico e a família, como propósito do trabalho escolar ou não. Chega de discursos vazios, de métodos que não dão certo e do fracasso escolar, o professor precisa se comprometer com a educação, buscando apoio de outros segmentos da sociedade, dando oportunidades para expor experiências e adquirir através do relacionamento com outros especialistas, informações para que o desenvolvimento da criança ocorra através do lúdico com brincadeiras para crescer e equilibrar-se com o mundo. Porém, para a escola atingir tal objetivo, faz-se necessária a participação de todos que buscam uma educação de qualidade, inserindo propostas que permitam atuações efetivas a começar pelo governo e da contribuição da comunidade na escola, para se envolver assiduamente junto com os filhos, onde os resultados serão significativos de um cidadão democrático e transparente para a sociedade. Os professores entrevistados possuem conhecimento do lúdico, portanto, o papel do elemento organizador e formador da aprendizagem da criança. Sendo assim, o objetivo do professor é levar a criança a dar forma ao modo teórico por meio do qual um problema pode ser solucionado em uma situação de aprendizagem, proporcionando a criança estabelecer relações cognitivas às experiências vivenciadas. Demonstrou-se durante a pesquisa que há um bom relacionamento e dedicação do técnico com os docentes, com o propósito de estruturar os serviços técnicos pedagógicos na prática diária, porém, observou-se que a falta de materiais e especialização contribui para as dificuldades encontradas no processo ensino-aprendizagem enfrentadas pelos mesmos. Na relação com os pais, observou-se que a atividade lúdica promovidas pelos docentes é pouco conhecida e não faz parte da rotina dos pais, apesar da escola promover ações e atividades, os pais sempre procuram conversar com a professora do filho somente para saber sobre a aprendizagem e não para saber como ocorre esse ensino. É importante esclarecer que os alunos informam gostarem das atividades lúdicas, pois, a resistência à escola e ao ensino é por não ser lúdico e prazeroso o que corresponde a um impulso natural da criança que satisfaz uma necessidade interior representados pelo prazer e o esforço espontâneo é a ludicidade. Portanto, considera-se que a escola pode ser o caminho para influenciar nas mudanças de ideias, comportamentos e valores, tanto para os profissionais atuantes da escola que precisam estar preparados para atuar de forma lúdica e responsável, consciente e autônomo, frente às diversidades cotidianas. BIBLIOGRAFIA ARIES, Philippe. História Social da Criança e da Família. Rio de Janeiro. LTC,1978. KRAMER, Sônia. A Política do pré-escolar no Brasil: A arte do disfarce. 7ª edição. São Paulo: Cortez, 2003. LOUREIRO, Stefânie Arca Garrido. Alfabetização: uma perspectiva humanista e progressista. Belo Horizonte. Autêntica, 2005. FRABBONI , Franco. A Escola Infantil entre a cultura da Infância e a ciência pedagógica e didática. In: ZABALZA, Miguel A. Qualidade em Educação Infantil. Porto Alegre. Artmed, 1998. Referencial curricular nacional para a educação infantil / Ministério da Educação e do Desporto, Secretária de Educação Fundamental. — Brasília: MEC/SEF,1998. Vol.1. VYGOTSKY, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1991, (Psicologia e Pedagogia). BRITO, Teca Alencar. A música na educação infantil. São Paulo: Peirópolis, 2003. "http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Socializa%C3%A7%C3%A3o&oldid=28039981" BRASIL, Referencial Curricular Para a Educação Infantil. Vol. 1. Brasília: MEC/SEI, 1998. CARVALHO, Maria Campos de. Porque as crianças gostam de áreas fechadas? Espaços circunscritos reduzem as solicitações de atenção do adulto. In: FERREIRA, Maria Clotilde Rosseti. Os Fazeres na Educação Infantil. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2003. cap.47. GANDINI, Lella. Espaços Educacionais e de Envolvimento Pessoal. In: EDWARDS, Carolyn; GANDINI, Lella; FORMAN, George. As cem linguagens da criança: a abordagem de Réggio Emilia na educação da primeira infância. Porto Alegre: Artes Médicas Sul Ltda.1990. HORN, Maria da Graça de Souza. Sabores, cores, sons, aromas. A organização dos espaços na educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2004. LIMA, Elvira de Souza. Como a criança pequena se desenvolve. São Paulo: Sobradinho, 2001. OLIVEIRA, Vera Barros de. O brincar e a criança do nascimento aos seis anos. Petrópolis: Vozes, 2000. OLIVEIRA, Zilma de M. Ramos. A criança e seu desenvolvimento. Perspectiva para se discutir a educação infantil. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2001. BACAL, Sarah S. Laser:Teoria e Pesquisa. São Paulo Editora Loyola, 1988. OLIVEIRA, M. K. Vygotsky: aprendizagem e desenvolvimento: um processo sócio-histórico. 4. ed. São Paulo: Scipione, 1997. COX, Maureen: Desenho da criança. Maureen Cox; tradução Evandro Ferreira. 3ª -Ed. – São Paulo: Martins Fontes, 2007.- (Psicologia e pedagogia). LEITE, D.; ESTEVES, A. Pedagogia do brincar: jogos, brinquedos e brincadeiras da cultura lúdica infantil. 2ª Ed. Salvador. Arte Contemporânea, 1995. PRADO, M. M. R. Des-cobrindo o lúdico. Dissertação de Mestrado, FE/UNICAMP, 1991. ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação Lúdicas: técnicas e jogos pedagógicos. 10 ed. São Paulo: Loyola, 2000. CAMPOS, Dinah Martins de Souza. O teste do desenho como instrumento de diagnóstico da personalidade. 34ª Ed. Editora Vozes. Petrópolis 2002. HOWARD, Walter. A Música e A Criança. São Paulo: 1984, Summus, 1984. ANTUNES, Celso. Jogos para a estimulação das múltiplas inteligências. 10. ed. Petrópolis: Vozes, 1998. OLIVEIRA, Zilma. Educação Infantil: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002. OLIVEIRA, Sâmela Soraya Gomes de, DIAS, Maria da Graça B. B. e ROAZZI, Antonio. O lúdico e suas implicações nas estratégias de regulação das emoções em crianças hospitalizadas. 2006: 13-26. GROSS, Karl Die Spiel dês Tieren. 1996. Tradução: AntonioCartro e Silva. 3ª edição. RJ: Zahar, 1976. FARIA Jr., Alfredo Gomes. Introdução à Didática da Educação Física. 12 ed. Rio de Janeiro: Forum,1990. TADEU, João Sousa. Educação e Mudanças. 21 edição. São Paulo, 2007. MARCELLINO, Nelson Carvalho. O Lazer e os Espaços na Cidade. In IN ISAYAMA, Hélder e LINHALES, Meily Assbú (org). Sobre Lazer e Política: Maneiras de ver, maneira de fazer. Belo Horizonte Ed. UFMG. 1997:110. CARVALHO, Maria Campos de; RUBIANO, Márcia R. Bonagamba. Organização dos Espaços em Instituições Pré-Escolares. In: OLIVEIRA, Zilma Morais. (org.) Educação Infantil: muitos olhares. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2001. FANTIN, Mônica. Jogos e brinquedos e brincadeiras – A cultura lúdica na educação infantil. In: Síntese da qualificação da educação infantil. Florianópolis. Moderna. 2000. ANEXOS QUESTIONARIO DE PESQUISA PARA O TÉCNICO PEDAGÓGICO DA ESCOLA 1. IDENTIFICAÇÃO: 1.1 NOME:_______________________________________ 1.2 IDADE: ___________________________________________ 1.3 GRAU DE ESCOLARIDADE: __________________________ 1.4 ÁREA DE FORMAÇÃO: ( ) Escola Pública ( ) Escola Particular ( ) outros________ 1.5 TEMPO DE SERVIÇO NA ESCOLA: ( ) – de 1 ano ( ) + de 2anos ( ) – de 5 anos ( ) + de 5 anos 1ª) VOCÊ ACHA IMPORTANTE QUE O PROFESSOR TRABALHE COM O LÚDICO EM SALA DE AULA? ( ) SIM( ) NÃO 2ª) VOCÊ ENQUANTO TÉCNICA, INCENTIVA OS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO INFANTIL A UTILIZAR A PEDAGOGIA LÚDICA EM SALA DE AULA? ( ) SIM( ) NÃO 3ª) OS ENCONTROS PEDAGÓGICOS REALIZADOS NA ESCOLA, OCORREM? ( ) MENSAMENTE( ) BIMESTRALMENTE( ) SEMESTRALMENTE( ) ANUALMENTE 4ª) NESTES ENCONTROS, ALGUMA VEZ JÁ SE DISCUTIRAM TEMAS SOBRE A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO ENSINO-APRENDIZAGEM DA EDUCAÇÃO INFANTIL? ( ) SIM( ) NÃO 5ª) NO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO EXISTEM PROPOSTAS DE OFICINAS E/OU MINICURSOS QUE FALE SOBRE A UTILIZAÇÃO DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL? ( ) SIM( ) NÃO 6ª) VOCÊ ACREDITA QUE A CRIANÇA APRENDE BRINCANDO? ( ) SIM ( ) NÃO QUESTIONÁRIO DE PESQUISA PARA PROFESSORES 1. IDENTIFICAÇÃO: 1.1 NOME:_______________________________________ 1.2 IDADE: ___________________________________________ 1.3 GRAU DE ESCOLARIDADE: __________________________ 1.4 ÁREA DE FORMAÇÃO: ( ) Escola Pública ( ) Escola Particular ( ) outros________ 1.5 TEMPO DE SERVIÇO NA ESCOLA: ( ) – de 1 ano ( ) + de 2anos ( ) – de 5 anos ( ) + de 5 anos 1.6 TEMPO DE ATUAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL:______________________ I ATIVIDADES LÚDICAS E RECREATIVAS 1.1 Você promove jogos, brincadeiras, dança, cantigas de roda, música para os alunos? ( ) Sim ( ) Não 1.2 Que metodologias são mais utilizadas pelo professor na educação infantil? _____________________________________________________________________________________________________________________________________ 1.3 Você planeja as atividades diariamente? ( ) Sim ( ) Não 1.4 Você possui o acompanhamento de serviço técnico da escola? ( ) Sim ( ) Não 1.5 De que forma são mantidas as atividades lúdicas na escola? _____________________________________________________________________________________________________________________________________ II – DO ACOMPANHAMENTO PEDAGÓGICO 2.1 Você possui habilidades para a prática de atividades lúdicas e recreativas? ( ) Sim ( ) Não 2.2 Você tem facilidade com que tipos de atividade? ______________________________________________________________________________________________________________________________________ 2.3 Na escola existem espaços para a promoção das atividades recreativas e lúdicas? ( ) Sim ( ) Não 2.4 Além do que é planejado na grade curricular, você promove inovações para os alunos da educação infantil? ( ) Sim ( ) Não 2.5 A escola promove capacitação e qualificação profissional para os professores da educação infantil? ( ) Sim ( ) Não 2.6 Que sugestões você gostaria de trabalhar na educação infantil? 2.7 Você esta contente em trabalhar com a educação infantil? ( ) Sim ( ) Não QUESTIONARIO DE PESQUISA PARA OS PAIS l. IDENTIFICAÇÃO:__________________________________________ 1.2 IDADE: ________________________________________________ 1.3 SEXO: ________________________________________________ 1.4 TEMPO QUE RESIDE NA COMUNIDADE:_____________________ 1ª VOCÊ OBSERVA AS ATIVIDADES LÚDICAS DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL? ( ) SIM ( ) NÃO 2ª VOCÊ CONHECE QUANDO SEU FILHO APRENDE BRINCANDO COM AS ATIVIDADES DA ESCOLA? ( ) SIM ( ) NÃO 3ª A PROFESSORA UTILIZA OS MÉTODOS NA SALA DE AULA DE QUE FORMA? ( ) NOS LIVROS DIDÁTICOS ( ) JOGOS, BRINCADEIRAS, MÚSICAS E ATIVIDADES RECREATIVAS ( ) NÃO UTILIZA ATIVIDADES LÚDICAS 4ª OS RECURSOS PEDAGÓGICOS SÃO DESENVOLVIDOS PARA O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE SEU FILHO? ( ) SIM ( ) NÃO 5ª VOCÊ FAZ VISITAS PARA CONVERSAR COM A PROFESSORA SOBRE AS ATIVIDADES LÚDICAS DA SLA DE AULA? ( ) SIM ( ) NÃO 6ª VOCÊ OBSERVA OS RECURSOS METODOLOGICOS QUANDO SEU FILHO LEVA PARA A CASA? ( ) SEMPRE ( ) AS VESES ( ) SÓ NO FINAL DO ANO