O legado

Por Cesar Valerio Machado | 10/10/2010 | Poesias


O legado

Senhor eu fico aqui rezando para que seja feita a sua vontade seja com fogo, água ou bomba.
Mas que venha logo bem rápido, pois os vermes que aqui rastejam estão ansiosos para ir para o inferno.
O céu é azul, mas a mente é de trevas.
A terra é farta, mas a ganância é insaciável.
O amor é belo, mas o ódio reina eterno.
Pare de fingir enquanto estás afogado na dor.
Todas as causas já se exauriram.
Toda a fé depositada nos homens transformou-se em cinzas.
Pare de pretender que acredita em alguma coisa enquanto repudia todos e a si mesmo.
Todas as mais nobres coisas se tornaram as mais vulgares.
Todos os pensamentos e sentimentos mais puros agora não são mais nada que poesia das sarjetas.
Senhor eu fico aqui rezando para que seja feita a sua vontade.
Um planeta entupido de lixo atômico.
Serpenteado por mares de acido de lagrimas venenosas.
Uma raça de homens demônios sem coração, sem visão, com um único propósito eliminar antes de ser eliminado.
Uma raça de escravos de carne e osso, descerebrados, hipnotizados, manipulados, engendrados em um só único ideal, servir a si mesmo.
Um ódio eterno brilhando como o sol cegando profundamente a alma.
Uma mente de larvas, rastejante, arrogante, mesquinha, blasfemando contra tudo e contra todos.
Senhor eu fico aqui rezando para que seja feita a sua vontade.