O Inverno e a fria realidade da vida

Por Nadir Sebastião Reis de Brito | 19/06/2011 | Psicologia

No próximo dia vinte de junho começa o inverno. Não é novidade, pois, trata-se apenas de mais uma estação climática do ano. O que é novidade é que, a cada ano está ocorrendo mais e mais alterações no clima, em todo o planeta. Para nós, de um país de clima tropical, estamos vivenciando algumas mudanças em nosso clima que assustam. Existem explicações científicas para estas alterações, mas não deixa de levantar velhos presságios sobre o fim dos tempos, "castigos", etc.
O que importa é que esta estação do ano desnuda uma fria realidade da vida, a pobreza. Uma quantidade enorme de pessoas que sofrem, além do costume, com o frio intenso. Muitos casos de morte porque, para muitos, não há uma moradia digna, muito menos um cobertor, nem sequer um simples agasalho.
Muito esforço tem sido feito para amenizar esse sofrimento, uma boa parte da população melhorou sua condição de vida, e até mesmo saiu da linha da pobreza, mas estamos longe de uma solução definitiva.
A população cresce e os problemas se multiplicam e o pior, se repete em igual proporção.
O que fomenta tanta miséria? Que atitude deveria ser tomada para eliminar a pobreza? Com frequência vimos notícias de que há vagas para emprego, mas não há pessoas qualificadas. Por que será que as pessoas não levaram adiante seus estudos. Ironicamente, um dos argumentos revelados em pesquisa, é que a pessoa teve que abandonar os estudos para trabalhar e ajudar em casa. Outro dado espantoso é que apenas uma pequena parcela da população estudantil, conseguirá concluir o curso superior. Temos ainda os casos de envolvimento com drogas na adolescência e, consequentemente, interferência na vida escolar, familiar e social. Ainda assim, algumas pessoas defendem sua legalização. Como será a experiência de outros países com essa questão? Poderíamos aprender com a experiência dos outros?
Certa vez ouvi de um uma pessoa moradora em condição de rua que sentia muita discriminação pelo seu modo de vida e pela sua bebida, mas ela era necessária, pois, além de afogar as mágoas servia também para enganar a fome e para esquentar no frio. Ela estaria errada? Poderia ter continuado os estudos e estar trabalhando? Mas e a qualificação!
Como disse em outra oportunidade respeito o direito de escolha e a liberdade de expressão, e é baseado neste mesmo direito que me permito esta indagação: Vivemos numa sociedade de contradições ou em uma realidade fria da vida em nossa sociedade?
O frio está aí e junto com ele muitas questões!