O Insignificado das Formas.
Por Edjar Dias de Vasconcelos | 21/09/2013 | PoesiasA mortalidade das formas.
Como se tivesse que caminhar.
Vagamente.
Esse mundo é dessa forma.
Aos trilhos cheios de pedras.
Uma curva enorme e interminável.
Como a ideia que Einstein teve.
Do universo.
O Nietzsche do seu super homem.
A vida parece ser toda curvada.
Apenas a vida.
Não o universo.
Mas o sábio tem direito de falar.
Suas bobagens.
Essa lógica faz parte da genialidade.
No fecho de cada passo.
Sente-se o som rouco do destino.
Os pés pausados ao silêncio.
Da burrice da divindade.
As mãos secas e o olhar encantado.
O céu azul e suas formas diversificadas.
Quieto sentado.
Na ponta de um caminho.
Indecifrável.
Esperando o silêncio da noite.
Na esperança que em outro dia.
Como se chega aos montões.
Enquanto isso um olhar.
Desenvolvido.
Pela essência do desengano.
Nenhum outro aspecto modifica.
Tanto.
Como se o mundo fosse apenas.
A profundidade desse magnífico.
Entendimento idiossincrático.
Mas o que há de provocar.
Uma grande ruptura indecifrável.
Mas para quem teria o direito.
De contestar o silêncio pensado.
Já era o momento de esquivar-se.
Entender quem sabe a dialética.
Do aspecto tolerável.
As pupilas delatam a dolorosa exaustão.
Por uma razão desértica nela mesma.
Uma realidade que transcende e esconde.
A essencialidade do jogo.
Pela lógica de uma mente.
Naturalmente exausta.
Recordo-me de tantas coisas.
E alguns mistérios e abismos.
Das ruas calmas me convidando.
As mais profundas intuições.
As que deveriam de ter perdidas.
Na exuberância do mundo.
Entretanto.
Imagino até ser um privilégio.
Nunca desejei pensar nelas mesmas.
Repetidamente a mitigação.
A natureza mística dos significados.
Era um poeta.
Procurei apenas lidar com as palavras.
Enquanto pudesse ter a minha existência.
Muitas vezes procurei recobrar as montanhas.
Algumas delas profundamente desérticas.
Fui extremante simples.
Tive caráter enquanto a ética.
Não fosse exuberantemente burguesa.
Posteriormente aprendi a fazer.
O corte inédito das coisas.
O mundo era mais apenas meu.
Os trilhos estavam cheios de outras.
Reminiscências.
Uma voz ao sopro da percussão.
Quem pudera entender esses sinais.
A miserabilidade que restou a esses.
Redemoinhos.
Ser ou não ser eis a questão.
Dentro ou fora dele mesmo.
Existe um mundo retraindo.
As diversas significações.
A cada instante ausculta a distância.
Tudo que não deveria entendê-lo.
A formidável exegese dos signos.
Os destinos da linguagem moderna.
A pérola de uma Ciência contemporânea.
Perdida magnificamente na hermética.
De uma suposta hermenêutica.
Tudo que sabemos é a síntese do instante.
Indeléveis aos significados da razão.
Restrito a mim um pequeno rebanho.
A respeito da explicação da vida.
O que acho inteiramente fascinante.
O que é apenas perceptível por uma magnânima.
Inteligência ao mundo da não funcionalidade.
O que consome os significados da memória.
A singularidade da predestinação.
Sobrarão poucas palavras.
Aquelas que servirão a mais plena sabedoria.
As demais serão tempos perdidos sem resquício.
De significação.
Tudo o que se define.
Prolonga se nas paixões.
A exuberância do medo.
Entendo até mesmo.
As formas de Aristóteles.
O seu conceito de alma.
A certeza do não ser.
Qual é o seu verdadeiro significado.
A não ser a mais absoluta ausência.
É que tudo isso se repete por um tempo.
Posteriormente não poderá definir-se.
O mistério da constituição das mesmas coisas.
Nada se prolonga eternamente.
Nem mesmo a verdade.
Tudo nesse mundo a cada tempo.
É apenas um engalfinhar de superações.
Supersticiosas.
Como se fosse feitiçarias.
Ainda não consegui entender.
A ordem geométrica do mundo.
Seus enigmas originais.
Até sei os seus descerramentos.
As verdades erguidas como monumentos.
Os deuses solenes sentindo a morte.
Florescer.
No caule glorioso das existências.
O reino augusto submetido.
As calamidades ideológicas dos seres.
Reluto não somente o poder.
Mas também o apelo glorioso das trevas.
O esplendor do anelo submetido às imaginações.
Desvanecidas do abrando natural do medo.
Entre os raios das fantasias exóticas.
Espessas a branduras dos vossos silêncios.
Sei que os caminhos são tortos.
As peças convocações de memórias improdutivas.
Fugindo se do transeunte sinal inexaurível ao destino.
Quanto a mim.
Não sou nada mais que um habitante exterminado.
Preso a um tempo inexistente presente a memória.
De um longínquo passado.
Volúvel e reticente as fachadas.
Despiciendo ao apetecível sinal tardio.
A claridade escura circunspecta e repousará.
Em trilhos não descobertos.
Montanhas distantes.
Esperando pelo termino do hidrogênio do sol.
O inicio de uma nova repetição.
O universo quem sabe dessa vez.
Não terá o céu azulado.
Pelo menos nesse minguado ponto perdido.
Na imensidão do infinito.
Quanto a mim nem mesmo uma minúscula.
Partícula desfigurada no insignificado.
Da desconstrução.
Edjar Dias de Vasconcelos.