O IMPACTO MACROECONÔMICO DA POLÍTICA CAMBIAL NO BRASIL
Por Danilo Cesar Junqueira de Araujo | 07/09/2012 | EconomiaINSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS APLICADAS
CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS
O IMPACTO MACROECONÔMICO DA POLÍTICA CAMBIAL
NO BRASIL: um estudo sobre a doença holandesa e a desindustrialização
Danilo Cesar Junqueira de Araujo
LIMEIRA
2011
DANILO CESAR JUNQUEIRA DE ARAUJO
1 INTRODUÇÃO
Indiscutivelmente o Brasil passa por um momento econômico nunca antes experimentado. Mesmo ainda tendo o fator desigualdade sócio-econômica como um dos maiores limitadores do crescimento, não há dúvidas de que o país passou a ter um papel muito mais relevante que outrora dentro do cenário mundial.
No entanto, pela primeira vez após a década de 30, o debate sobre a desindustrialização no Brasil está novamente em pauta, demonstrando implicações que podem se tornar grandes obstáculos para o alcance do desenvolvimento pleno. Uma dessas implicações – senão a maior delas – é a ausência de uma política de neutralização da doença holandesa após a abertura comercial e financeira no início dos anos 90.
O Tema “O Impacto Macroeconômico da Política cambial no Brasil: um estudo sobre a doença holandesa e a desindustrialização” justifica-se neste trabalho pela tentativa de mostrar qual a influência da política cambial vigente sobre o processo de desindustrialização pelo qual o Brasil está definitivamente passando, além de investigar ferramentas que poderiam ser utilizadas pelo governo para reverter essa situação ou torná-la, de algum modo, um instrumento preponderante na busca pelo desenvolvimento.
Apesar de, historicamente, se constatar que assim como o Brasil outros países como Austrália e Canadá também utilizaram a exportação de produtos primários como forma de se obter superávits consecutivos na balança comercial, sem uma política de incentivos à diversificação das indústrias – principalmente as com ampla base tecnológica por agregarem valor aos produtos - isso se mostra insuficiente.
Um dos fatores determinantes para o agravamento da doença holandesa foi a elevação dos preços das commodities exportadas pelo país no período entre 2002 e 2008 que promoveu uma retomada do crescimento baseado no agronegócio. Isso somado a um processo gradativo de valorização do câmbio, obviamente incentiva a importação principalmente dos produtos onde a indústria doméstica é menos eficaz. Em outras palavras, o país se mantém superavitário mediante a exploração e exportação de recursos naturais, enquanto produtos com alto valor agregado precisam ser importados ao mesmo tempo em que se beneficiam do baixo valor da moeda estrangeira.
Tal situação fez com que o debate econômico sobre a desindustrialização no país voltasse à tona. E este trabalho procurará realizar uma análise empírica sobre como neutralizar a doença holandesa de forma que o crescimento do Brasil, no longo prazo, seja verdadeiramente sustentável.
A fim de desenvolver este estudo, o trabalho está dividido em cinco capítulos. O capítulo 1 é a presente introdução.
O capítulo 2 visa descrever a influência da doença holandesa no processo de reprimarização de uma economia, apresentando também informações relevantes sobre o caso específico brasileiro.
No capítulo 3 é abordado um histórico sobre duas políticas econômicas distintas, cujo entendimento é essencial para o desenvolvimento do debate sobre a desindustrialização: a abertura comercial e a substituição de importações.
O capítulo 4 tem como objetivo apresentar alternativas para o combate da doença holandesa e conseqüente desindustrialização no Brasil. Para isso, são utilizados argumentos da visão heterodoxa da economia, uma vez que a ortodoxia não admite a existência de tal fenômeno no país.
Por fim, seguem as considerações finais, que demonstram os resultados e conclusões obtidas durante a realização deste trabalho.