O HOMEM DO SÉCULO XXI

homem do século xxI

máquinas, arco e ferro, homem programado

por cêntuplos computadores fedorentos

peça ante peça em um montado

controlando os dias para a morte

empurrando o homem para o inferno.

 

Sabor de soda, casas de aço

manilhas de ferrugem, a cobertura

bronze, níquel, alumínio e ossatura

e em todos um pobre homem soterrado.

 

Álcool - sangue já tão branco destas veias

prazer - o viver de um homem acabado

sorriso - de um homem morto já sem carne

agonia - último instante nesta era

morte - o caminho daqueles que nasceram.

 

Quentura de câncer pelo estômago

apinhado de bebida em pobres bocas pelo corpo

catinga de cigarros em bafos fedorentos,

um coração cheio de impurezas

um pobre cérebro pensando besteiras.

 

Guerras tantas por brincadeiras

incompreensões, lama dos homens

sabor promíscuo de bombas atômicas

morte, aposentadoria dos luxos

é a imagem do homem do século XXI.