O FUTURO DA NAÇÃO DE ISRAEL (sequência)

Por Uilson Conceição Barbosa | 21/02/2024 | Religião

O FUTURO DA NAÇÃO DE ISRAEL (parte 6)

Ao começarmos mais uma nova semana, juntamente com ela nós estaremos dando seguimento com a nossa série de estudos sobre o capítulo 11 da carta de Paulo aos Romanos. Lembrando que nós já analisamos os nove primeiros versículos deste precioso capítulo que nos fala sobre a fidelidade de Deus para com o seu Israel.

Versículo 10 e 11: “ESCUREÇAM-SE-LHES OS OLHOS, PARA QUE NÃO VEJAM, E FIQUEM PARA SEMPRE ENCURVADAS AS SUAS COSTAS. PERGUNTO, POIS: PORVENTURA, TROPEÇARAM PARA QUE CAÍSSEM? DE MODO NENHUM! MAS, PELA SUA TRANSGRESSÃO, VEIO À SALVAÇÃO AOS GENTIOS, PARA PÔ-LOS EM CIÚMES”. Biblicamente falando, a nação de Israel foi submetida a quatro cativeiros: Egípcio, assírio, babilônico e medo-persa. Sem falar do regime nazista do século passado quando mais de seis milhões de judeus foram mortos nos campos de concentração. Em todos esses episódios o povo da Primeira Aliança foi subjugado a andar encurvado.

Mesmo que a era dos cativeiros tenha se encerrado, contudo o povo judeu vive debaixo de constantes ameaças até o dia de hoje. Haja vista, a guerra atual no Oriente Médio. Todavia essa encurvadura irá continuar até o dia da volta de Jesus, quando então irá se cumprir a sua própria profecia: “DECLARO-VOS, POIS, QUE, DESDE AGORA, JÁ NÃO ME VEREIS, ATÉ QUE VENHAIS A DIZER: BENDITO É O REI QUE VEM EM NOME DO SENHOR!” (Mateus 23:39). A partir desse glorioso dia, todo o Israel provará da cura do Senhor, não mais andará encurvado e oprimido pelos seus inimigos, mas será estabelecido para sempre: “ISRAEL, PORÉM, SERÁ SALVO PELO SENHOR COM SALVAÇÃO ETERNA; NÃO SEREIS ENVERGONHADOS, NEM CONFUNDIDOS EM TODA A ETERNIDADE” (Isaías 45:17).

A seguir, o apóstolo da graça nos mostra que a queda (transgressão) de Israel não fora definitiva, mas temporária até que a plenitude dos gentios se complete. Porque enquanto o ultimo gentio escolhido não for resgatado deste mundo, Israel permanecerá encurvado tomado de ciúmes a respeito da obra gloriosa que Deus tem feito sobre a sua Igreja. Logo, o projeto de Deus não era para que o povo judeu fosse total e irrecuperavelmente descartado. Tanto é verdade que certa vez quando eu fui convidado para participar de um encontro numa Sinagoga, ao ser apresentado na condição de um pastor visitante, a liderança daquele local muito me honrou, me convidando para participar dos ritos cerimoniais judaicos. O que ficou demonstrado o respeito e a admiração que eles têm pelo povo evangélico.

Ademais, Paulo também está nos passando à idéia que Israel como nação não se tornou totalmente irrecuperável. Pelo contrário, ele nos mostra que haverá um momento quando os remanescentes reconhecerão que aquele a quem eles ultrajaram era o Senhor, Messias e Cristo: “EIS QUE VEM COM AS NUVENS, E TODO OLHO O VERÁ, ATÉ QUANTOS O TRASPASSARAM. E TODAS AS TRIBOS DA TERRA SE LAMENTARÃO SOBRE ELE. CERTAMENTE. AMÉM!” (Apocalipse 1:7). Convencidos, portanto, da verdade absoluta que a Igreja não veio para substituir a nação de Israel, mas que foi mediante a sua rejeição que está sendo temporária, que devemos então agradecer a Deus pelo fato dele ter nos enxertados na raiz da árvore original que é Israel; e isto para que nós como Igreja ganhássemos vida e nos alimentássemos da sua seiva, o que será assunto para as nossas próximas aulas. Que Deus seja em tudo louvado!  Que Deus te abençoe hoje e sempre!   

 

O FUTURO DA NAÇÃO DE ISRAEL (parte 7)

Retomando esta nossa série de estudos que diz respeito à análise do capítulo 11 da carta de Paulo aos Romanos, nesta nossa sétima aula nós estaremos conferindo mais três versículos que quando bem interpretados não deixam quaisquer dúvidas. Vamos então diretamente a eles:

Versículos 12,13 e 14: “ORA, SE A TRANSGRESSÃO DELES REDUNDOU EM RIQUEZA PARA O MUNDO, E O SEU ABATIMENTO, EM RIQUEZA PARA OS GENTIOS, QUANTO MAIS A SUA PLENITUDE! DIRIJO-ME A VÓS OUTROS, QUE SOIS GENTIOS! VISTO, POIS, QUE EU SOU APÓSTOLO DOS GENTIOS, GLORIFICO O MEU MINISTÉRIO, PARA VER SE, DE ALGUM MODO, POSSO INCITAR À EMULAÇÃO OS DO MEU POVO E SALVAR ALGUNS DELES”. Neste trecho da sua carta, o apóstolo da graça está chegando à conclusão em seu discurso qual é o lugar de Israel e dos gentios no plano de Deus; já que o propósito da ação do soberano Senhor na história é que Ele quis ter misericórdia de todos – judeus e gentios – os foram por Ele escolhidos.

O papel de Israel é mais impressionante ainda, quer seja na rejeição, quer seja na aceitação; harmonizando-se em um quadro que eu chamaria de sublime. Porque nele nós vemos toda a história, as atitudes e as reações de Israel, e também dos gentios; já que a sabedoria de Deus se faz presente no relacionamento desses dois grupos. Na metáfora da oliveira, por exemplo, nós vemos a impressionante unidade do povo de Deus em ambos os convênios: “NAQUELE TEMPO, ESTÁVEIS SEM CRISTO, SEPARADOS DA COMUNIDADE DE ISRAEL E ESTRANHOS ÀS ALIANÇAS DA PROMESSA, NÃO TENDO ESPERANÇA E SEM DEUS NO MUNDO. MAS, AGORA, EM CRISTO JESUS, VÓS, QUE ANTES ESTÁVEIS LONGE, FOSTES APROXIMADOS PELO SANGUE DE CRISTO. PORQUE ELE É A NOSSA PAZ, O QUAL DE AMBOS FEZ UM; E, TENDO DERRIBADO A PAREDE DA SEPARAÇÃO QUE ESTAVA NO MEIO, A INIMIZADE” (Efésios 2:12-14).

Estas palavras do apóstolo Paulo definem muito bem sobre a importância de Israel na vida do cristão. Porque se não fosse à eleição soberana de Deus sobre Israel (a oliveira), a Igreja não existiria. Portanto a nossa salvação dependeu única e exclusivamente do propósito de Deus em querer nos aproximar do seu filho Jesus, e isto pela sua morte. E mais, para que o milagre do enxerto da Igreja em Israel acontecesse foi necessário que houvesse o pleno aval de Cristo: “PORQUE QUANTAS SÃO AS PROMESSAS DE DEUS, TANTAS TÊM NELE O SIM; PORQUANTO TAMBÉM POR ELE É O AMÉM PARA GLÓRIA DE DEUS, POR NOSSO INTERMÉDIO” (2 Coríntios 1:20).

Antes dessas palavras de Paulo, o próprio Jesus já havia profetizado que ele atrairia para o seu Reino ovelhas que não fossem do aprisco de Israel: “AINDA TENHO OUTRAS OVELHAS, NÃO DESTE APRISCO; A MIM ME CONVÉM CONDUZI-LAS; ELAS OUVIRÃO A MINHA VOZ; ENTÃO, HAVERÁ UM REBANHO E UM PASTOR” (João 10:16). Se estas palavras do Senhor dos senhores não são suficientes para lançar por terra toda possível desigualdade existente entre judeu e gentio, entre Israel e Igreja, eu vou parar de ler a Bíblia. Porque o dia quando a Igreja parar de se achar mais exclusiva que Israel, os rumos mudarão significantemente para ela. Porque quem conhece a história sabe que a Igreja Romana assumiu o antissemitismo de Hitler, que classificou o povo judeu de porcos nojentos; e que por isso deveria ser exterminado.

Amanhã, na nossa oitava aula, nós estaremos avançando um pouco mais neste nosso estudo sobre este capítulo 11 de Romanos. Que Deus te abençoe hoje e sempre!

 

O FUTURO DA NAÇÃO DE ISRAEL (parte 8)

Conforme costuma dizer um determinado professor de Teologia: “Vamos deixar de moleza, e vamos trabalhar”. Então, é exatamente isto o que nós estaremos fazendo a partir de agora. E se você ama estudar a Palavra de Deus, dê um amém bem efusivo!

Versículos 15 e 16 (Romanos 11): “PORQUE, SE O FATO DE TEREM SIDO ELES REJEITADOS TROUXE RECONCILIAÇÃO AO MUNDO, QUE SERÁ O SEU RESTABELECIMENTO, SENÃO VIDA DENTRE OS MORTOS? E, SE FOREM SANTAS AS PRIMÍCIAS DA MASSA, IGUALMENTE O SERÁ A SUA TOTALIDADE; SE FOR SANTA A RAIZ, TAMBÉM OS RAMOS O SERÃO”. Estas palavras na argumentação de Paulo ressoam com muita força e clareza em nosso entendimento porque elas traduzem com absoluta verdade que a rejeição temporária de Israel envolveu a reconciliação do mundo com Deis, ou seja, a meta divina é fazer de ambos, judeus e gentios, um só povo: “A ARDENTE EXPECTATIVA DA CRIAÇÃO AGUARDA A REVELAÇÃO DOS FILHOS DE DEUS” (Romanos 8:19). Lembrando que esses “filhos” aqui envolvem judeus e gentios. Ou seja, quando Jesus voltar Ele irá reinar sobre ambas as classes.

O profeta Isaías deixou claro que haverá no final dos tempos uma reformulação da Primeira Aliança que havia sido quebrada por Israel: “EIS AÍ VÊM DIAS, DIZ O SENHOR, EM QUE FIRMAREI NOVA ALIANÇA COM A CASA DE ISRAEL E COM A CASA DE JUDÁ. NÃO CONFORME A ALIANÇA QUE FIZ COM SEUS PAIS, NO DIA EM QUE OS TOMEI PELA MÃO, PARA OS TIRAR DA TERRA DO EGITO; PORQUANTO ELES ANULARAM A MINHA ALIANÇA, NÃO OBSTANTE EU OS HAVER DESPOSADO, DIZ O SENHOR” (Jeremias 31:31,32). A reformulação desta Aliança proporcionará uma renovação nacional e espiritual sobre Israel. Por isso, a Igreja de Cristo em sua grande maioria precisa colocar de lado a sua altivez e parar de subjugar e de desclassificar a nação de Israel.

Ainda por esses dias, eu ouvi um teólogo afirmar que a Igreja é o ponto central da Bíblia, e não Israel. Causa-me espécie ouvir tal coisa de alguém tão estudado como ele. Mas como a própria Bíblia tem resposta para tudo, vamos até a ela: “NÃO TE GLORIES CONTRA OS RAMOS; PORÉM, SE TE GLORIARES, SABE QUE NÃO ÉS TU QUE SUSTENTAS A RAIZ, MAS A RAIZ, A TI” (Romanos 11:18). Eu só estou antecipando a leitura deste versículo que será alvo de maiores comentários numa futura aula, para mostrar que a Igreja não é maior que Israel; senão Deus não teria o propósito de fazer de Israel o seu povo verdadeiro: “PORQUE ESTA É A ALIANÇA QUE FIRMAREI COM A CASA DE ISRAEL, DEPOIS DAQUELES DIAS, DIZ O SENHOR: NA MENTE, LHES IMPRIMIREI AS MINHAS LEIS, TAMBÉM NO CORAÇÃO LHAS INSCREVEREI; EU SEREI O SEU DEUS, E ELES SERÃO O MEU POVO” (Jeremias 31:33). Esta promessa irá se cumprir durante os dias da Grande Tribulação quando o Anticristo quebrar a sua aliança de paz com Israel. Então, a nação santa será sufocada pelos seus inimigos.

Existe um grande equívoco que a Teologia Evangélica vem cometendo acerca deste um texto bíblico muito usado, e que se encontra na carta de Pedro. Vamos a ele: “VÓS, PORÉM, SOIS RAÇA ELEITA, SACERDÓCIO REAL, NAÇÃO SANTA, POVO DE PROPRIEDADE EXCLUSIVA DE DEUS, A FIM DE PROCLAMARDES AS VIRTUDES DAQUELE QUE VOS CHAMOU DAS TREVAS PARA A SUA MARAVILHOSA LUZ” (1 Pedro 2:9). Inicialmente, e preciso saber que o apóstolo Pedro foi um pregador ao povo judeu e não aos gentios. Sendo assim, ele está fazendo uso das palavras ditas por Moisés aos israelitas antes da entrega dos Dez Mandamentos: “AGORA, POIS, SE DILIGENTEMENTE OUVIRDES A MINHA VOZ E GUARDARDES A MINHA ALIANÇA, ENTÃO, SEREIS A MINHA PROPRIEDADE PECULIAR DENTRE TODOS OS POVOS; PORQUE TODA A TERRA É MINHA; VÓS ME SEREIS REINO DE SACERDOTES E NAÇÃO SANTA. SÃO ESTAS AS PALAVRAS QUE FALARÁS AOS FILHOS DE ISRAEL” (Êxodo 19:5,6). Eu tenho certeza que aqueles que defendem que Pedro estava fazendo atribuições diretamente para a Igreja de Cristo, não conheciam esta passagem do Velho Testamento.

Então, se Deus mandou que tais promessas fossem entregues para os “filhos de Israel”, foi exatamente isto o que fez o apóstolo Pedro como pregador que era ao povo judeu. Agora, se a Igreja tem tomado para si esta promessa é outra questão. Porque eu até entendo que pelo fato da Igreja ter sido enxertada na oliveira, e dela estar se alimentando de sua seiva, é até compreensivo que procure abraçar para si tais promessas. Emboramente – como diria o Prefeito de Sucupira, Odorico Paraguaçu – esta promessa tenha sido exclusivamente dirigida para a nação de Israel. Até amanhã na nossa nona aula. Que Deus te abençoe hoje e sempre!

Por: Uilson Barbosa – Pastor e Prof. de Teologia (há 37 anos)