O futuro começa hoje. A cor dele é verde.

Por Paulo Roberto Inacio da Silva | 19/02/2025 | Sociedade

Triste momento estamos vivendo no nosso planeta.
Vivemos também um triste paradoxo, o ápice das novas tecnologias, com avançadas ferramentas em vários setores da vida.

O homem munido de conhecimentos científicos conseguiu facilitar e muito a vida em vários setores nesses novos tempos. A ciência multiplicou a plantação e a colheita de alimentos, mas ainda existem pessoas no mundo passando fome. Facilitou as comunicações, mas ainda há muitos solitários e depressivos. O homem julgava ter dominado a água quando canalizou e inventou a torneira para regular a saída. Entendeu que o fogo podia ser controlado com a invenção do fogão a gás para fazer comida. Assim quando parecia que tudo estava dominado, observamos tantas coisas sem domínio - a avareza, a vaidade exacerbada, a ganância do poder e os valores que foram sendo corrompidos pela ânsia de dominação.
Vamos fazer uma observação, através destas perguntas: Como dominar as águas que vem da chuva em alto volume ou na chegada de um tsunami? Da mesma forma ainda não conseguimos dominar totalmente o fogo, que se alastra pela floresta ou o controle das lavas de um vulcão.
Essa é força da natureza, é ela muitas vezes nos dando resposta pela nossa negligência, desprezo e maus tratos.

Por estas e outras razões vivemos este triste momento no planeta terra, que chamamos de nossa casa.

Não sejamos tão trágicos e vamos apenas falar do fogo e o que ele está nos causando, sem entrar no mérito se os incêndios são naturais ou criminosos.

O ar, antes puro e leve, agora carregado de cinzas e um odor acre de queimado, paira sobre nossas cabeças como um manto funesto. As notícias, repetidas à exaustão, nos mostram imagens desoladoras: florestas antes exuberantes, agora reduzidas a cinzas; animais desorientados, buscando refúgio em meio ao caos; e comunidades inteiras à mercê das chamas, perdendo seus lares e seus meios de subsistência. As queimadas, um flagelo que assola nosso país, clamam por atenção e ação imediata.

Vamos relatar uma pequena história que ilustra o drama particular desta catástrofe chamada queimadas, que os telejornais não mostram.

Ana, uma menina de 10 anos, moradora de uma pequena cidade no interior, costumava brincar em meio à mata que circundava sua casa. As árvores frondosas eram seu playground, e o canto dos pássaros, sua canção de ninar. Hoje, as cinzas cobrem o chão que antes era verdejante e a fumaça obscurece o céu que antes era azul. A tristeza em seus olhos reflete o desespero da natureza e a angústia de um futuro incerto. Olhos cuja cor eram a mesma da mata, agora do que eram estão vermelhos e o verde empalideceu, pelo triste quadro que vê.

Ela agora espera encolhida num canto do que sobrou da sua casa, a decisão do pai, que de joelhos, reza pedindo forças para seguir o destino.

João, o pai de Ana, um agricultor experiente que viu suas plantações serem consumidas pelo fogo, sem nada poder fazer depois de uma seca prolongada. A seca tornou as práticas agrícolas impossíveis e agravaram a situação. E ele agora se vê obrigado a abandonar sua terra, tudo que que ele ajudou seu pai a construir, está tudo perdido.

A perda da terra é apenas material, mas afeta o emocional e o sentimento de impotência fere sua alma. É a perda de um modo de vida, de raízes, de identidade. Mesmo cheio de fé a angústia invade seu peito por querer saber como vai proteger sua esposa e sua filha.

As queimadas não são apenas um problema ambiental, mas também um problema social e de saúde pública. A fumaça liberada pelas queimadas contamina o ar que respiramos, causando problemas respiratórios, alergias e outras doenças. Além disso, as queimadas contribuem para o aquecimento global, alterando o clima e provocando eventos extremos como secas, inundações e tempestades.

A educação ambiental é fundamental para mudar essa realidade. É preciso começar desde cedo, nas escolas, ensinando às crianças a importância da preservação do meio ambiente. A família também tem um papel crucial, transmitindo valores como o respeito à natureza e à sustentabilidade, fazendo valer a frase que virou jargão: “consumir mais o que descasca, do que aquilo que desembrulha.”  A universidade, por sua vez, deve formar profissionais capacitados para desenvolverem projetos e tecnologias que promovam a conservação ambiental, e, antes de visar o lucro financeiro, visar o lucro do bem-estar e da saúde pública.

Cada um de nós pode contribuir para um futuro melhor para todos, começando por aprender a se auto superar ao invés de querer superar o outro. Pequenas atitudes, como reduzir o consumo de papel, economizar água e energia, separar o lixo e evitar o desperdício de alimentos. Estas atitudes embora pareçam pequenas, são de grande importância na vida de todos nós e da natureza. O pouco que se junta a outro pouco fazem toda a diferença. Além disso, podemos apoiar iniciativas de reflorestamento, denunciar crimes ambientais e cobrar de nossos representantes políticos que exerçam a função que foram eleitos, criando políticas públicas mais efetivas para a proteção do meio ambiente.

A floresta, com seu grito silencioso, nos pede socorro.

É hora de despertar para a realidade e agir. O futuro começa hoje e ele é verde. O futuro do nosso planeta e das próximas gerações depende de nós. Cuidar do meio ambiente não é um ato civilidade, de modernidade, mas de caráter.

Ainda há tempo de salvar a saúde da próxima geração:

  • Converse com seus familiares e amigos sobre a importância da preservação do meio ambiente.

  • Participe de ações de voluntariado em prol da natureza.

  • Apoie projetos de reflorestamento e recuperação de áreas degradadas.

  • Denuncie crimes ambientais.

  • Exija de seus representantes políticas públicas mais efetivas para a proteção do meio ambiente.

  • Não espere, não tenha vergonha de dizer que ama a natureza, o planeta pede socorro e você pode ajudar.