O Fogo da Inquisição Midiática

Por Leôncio de Aguiar Vasconcellos Filho | 16/09/2024 | Política

A atual crise governamental, envolvendo supostos assédios sexuais por parte do ex-ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, traz à tona diversos desdobramentos sobre ética (ou falta de) da maior parte da imprensa.

Em relação a muitos semianalfabetos jornalistas, não se pode dizer que tais apedeutas saibam, sequer, o conceito e o alcance da ética, pois desconhecem a natureza humana, que sobre qualquer rumor já faz juízos negativos. Assim, o mínimo que se deveria exigir dos manipuladores de informes seria, sim, noticiar haver um integrante do Executivo investigado (e não, necessariamente, culpado), ocultando seu nome. E, apenas após o trânsito em julgado de eventual sentença criminal, revelar sua identidade, eis que devemos ter muito cuidado para não sujar os nomes das pessoas, num alijamento moral que marca e estigmatiza. Especialmente quando se trata do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, cujos contraditório e ampla defesa teriam de ser, muito além, observados. Eu não quero saber se há dezenas de mulheres que, agora e após a primeira delatora, se apresentaram como vítimas: se não houver testemunhas, imagens e-ou diálogos gravados, ou qualquer outra evidência, a absolvição é a regra.

Mas os nazifascistas da mídia só querem audiência, e, consequentemente, o seu dinheiro. Para eles, não importa se o ex-ministro Silvio venha a ser considerado inocente nas ações que, posteriormente, sofra. Sei muito bem a respeito, pois meu pai era Deputado Estadual e há trinta anos foi nazisticamente tratado, sem qualquer direito público de defesa, por uma imprensa escrota, um pseudoprocuradorzinho rastejante por holofotes e por outros(as) patifes aproveitadores(as), na época e hoje Vereadores(as) e Deputados(as) Federais (ou seja, ociosos[as] que, tendo em vista serem aqueles um dia e horário úteis, nem deveriam estar fisicamente na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro). Também havia Estaduais, sem qualquer vestígios de intelecto: os(as) ociosos(as) costumavam e costumam, desde sempre, pertencer a diversos partidos, ser demagogos e usar nomes "politicamente corretos", mas se revelaram extremamente nazistas na utilização de um pretexto regimental para atacar, covardemente e em bando, uma pessoa já idosa, de modo que a imprensa procedeu a uma dolosa e escandalosa manipulação que ,ainda, favorecia os agressores. Depois do episódio, meu pai provou não ter cometido crime algum.

O ex-ministro Sílvio, enquanto não considerado culpado por sentença criminal transitada em julgado, tem a minha solidariedade. Ao contrário do que ocorre com a atual titular (como o cargo de ministro de Estado é de livre nomeação e exoneração, Lula não precisava de nenhum pretexto para mandar Silvio embora...), que, ao meu ver, teria de harmonizar seu discurso de preservar as partes com a simultânea recusa a ocupar o cargo que lhe fora oferecido, enquanto não formada a culpa. Seria o mínimo. Ao não proceder deste modo, a agora ministra Macaé se tornou incoerente.

Hoje, pelo que houve com meu pai há trinta anos, e em razão do que também ocorre com outros homens públicos igualmente decentes, escrevo isto. Hoje é a minha catarse. Interpretem como quiserem, e não vou fornecer os nomes dos(as) porcos(as) e hienas nazistas que fizeram aquilo em 1994, vez que eles(as) se autoacusarão e vestirão as carapuças, caso leiam este artigo (se conseguirem, pois os[as] canalhas também envelhecem): sabem que fedem, como a maior parte desta imprensa. Imprensa insana, e não preciso entrar na sede de algum veículo de desinformação para afirmá-lo, eis que rígidos princípios individuais de higiene física e moral me impedem de tão repugnante experiência.

Portanto, proponho aos Congressistas uma Emenda, a ser inserida como Cláusula Pétrea no artigo 05º da Constituição da República, vedando a divulgação do nome de qualquer investigado até o trânsito em julgado da respectiva ação criminal condenatória. Se os "fofoqueiros de luxo" pensam que as poucas restrições que hoje têm são censura, certamente se apavorariam com o que nisso, que agora proponho, se reveste. Ou naquilo que, infelizmente, foi o Ato Institucional nº 05, que nem explicar sabem, imposto durante a mesma e maldita ditadura que seus pares apoiaram e sustentaram.

Assinado: Leôncio de Aguiar Vasconcellos Filho, filho, com muito orgulho e honra, de Leôncio de Aguiar Vasconcellos, Deputado Estadual, Advogado,  Procurador de Justiça do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e portador, ao contrário de nazistas apedeutas de quaisquer nuances, veículos e partidos, d'um intelecto e d'uma honra inalcançáveis e incomparáveis.