O fim do Mundo Antigo: Uma discussão historiográfica

Por Kleyton Coelho Castro | 09/10/2014 | História

O fim do mundo antigo é um paradigma até os dias atuais, não se sabe se foi esquecido por causa da chegada da idade medieval ou foi brutalmente assassinada como citado por Andre Peganiol (1972: 466). Boa parte dos autores acreditam que devam elaborar uma analise dos fatores internos da desagregação/decadência. Conforme Fernandez Ubinã (1982) era imprescindível descobrir os motivos pelo qual se deu apontar os indícios do enfraquecimento do império.

                O império romano teve seus momentos de glória aproximadamente três séculos, soberana forma de governo, mas não posso deixar de citar que essa decadência teve como assunto principal a questão política.

                No século XIX é perceptível uma busca obsessiva por parte dos historiadores em formar um Periódico dos fatos históricos, fazendo uma datação precisa e meticulosa. Pra se ter uma idéia a unidade política imperial desaparecera com a deposição do ultimo imperador Romulo Augusto em 476 momento em que se deu a passagem da antiguidade para idade media. A queda do império era considerada o acontecimento máximo. “A periodização foi feita a partir dos acontecimentos políticos” (Le Goff, 1984: 416)

                A civilização clássica entra em decadência, mas o momento posterior é criticado pelos renascentistas como a idade das trevas. Houve uma descentralização na forma de governo do império romano. A idade media se torna referência para o surgimento da religião se tornando dominante tendo como aliados os bárbaros.

                Do renascimento ao século XIX é fácil de notar que não havia necessidade de regressarmos ao sistema de governo do império romano, pois foi conquistado uma tal liberdade para descobertas da inteligência humana. O acesso as fontes filosóficas da Grécia antiga, como autores de suma importância Sócrates, Aristóteles e Platão auxiliam no processo historiográfico do século XIX.

                Nunca na história houve um declínio de império que chamasse tanta a atenção dos historiadores. Tanto no aspecto político que estava visivelmente notado como também a área sociológica, geográfica, cultural, econômica e etc. Os fatores para essa queda é tema de debate até os dias de hoje, mas sua força se apresentou com veemência no inicio do século XIX.

                Os fatores foram descentralização do poder, concentrando essa virtude aos grandes proprietários rurais, deixou de ser um estado centralizado e burocrático. Os conflitos sociais e a vista grossa que o império fazia para com essa situação, não promovendo ações que orientassem a sociedade conviver em harmonia. No âmbito religioso vemos um império dividido em duas visões do mundo uma pagã e outra cristã com conseqüências na economia, pois que era cristão não participava do comercio por achar que o que era adquirido, era impróprio para consumo. A convivência estado com a sociedade foram se alargando fazendo que cada um seguisse seu caminho.

                A história é cruel e sangrenta com certos fatos históricos tudo isso depende de qual fonte estamos desfrutando, o certo é que não podemos afirmar com certeza algo, pois sempre haverá um pouco mais para aparecer e derrubar o conceito que construímos.  

Bibliografia:

BLOCH, M.Introdução a história. Lisboa: Europa-America, s.d.

FERNANDEZ UBIÑA, J. La crisis Del siglo III y El fin Del Mundo Antiguo. Madrid: Akal, 1982

LE GOFF, J. “Decadência e progresso/reação”. In: ROMANO, R (org.). Enciclopédia Einaudi; mamória/história. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1984.

PIGANIOL, A. L’empire chrétien. Paris: Presses Universitaires de France, 1972.