O Facebook inserido no ensino de sociologia: desafios e possibilidades

Por Washington Oliveira de Morais | 14/11/2024 | Tecnologia

 

 

 


 

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA

FACULDADE DE EDUCAÇÃO - FACED

SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – SEAD

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PRODUÇÃO DE MIDIAS PARA EDUCAÇÃO ONLINE

 

 

 

WASHINGTON OLIVEIRA DE MORAIS

 

 

 

 

A rede social (Facebook) inserido no ensino de sociologia: narrativas, desafios e possibilidades de contextualização do ensino/aprendizagem

 

 

 

 

 

Projeto de TCC apresentado ao Curso de Especialização em Produção de Mídias para a Educação Online da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia como requisito parcial para a obtenção do grau de Especialista.

Linha de Pesquisa: no campo de estudos da Educação, Comunicação e Cultura digital na formação docente.

 

Orientadora: Márcia Simões De Almeida

 

 

 

 

Itabuna, BA

2018


 

SUMÁRIO

 

*        Resumo ...................................................................................................................... 03

*        Introdução ........................................................................................................... 04 a 08

*        Cibercultura e aprendizagens colaborativas ...................................................... 08 a 10

*        Educação contemporânea e Rede Social: narrativas, desafios e possibilidades ..............................................................................................................................10 a 13

*        Metodologia ........................................................................................................ 13 a 14

*        Resultados .......................................................................................................... 14 a 15

*        Considerações .................................................................................................... 15 a 16

*        Referência .......................................................................................................... 16 a 17


 

Resumo:

 

Este artigo analisa os meios de aprendizagem colaborativa como complemento do ensino presencial de Sociologia, buscando nas ferramentas fornecidas pelo Facebook como possibilidade de contextualização dos conteúdos (teóricos) com fenômenos sociais virtual, numa perspectiva de superação do ensino fragmentado de Sociologia. Apresentou-se a teoria pedagógica sociocultural de VYGOTSKY, (redes de comunicação e interação, entre professor-aluno) como instrumento de intervenção, necessário para uma educação integral, colaborativa e cooperativa, visando interpretações globais e crítica da realidade social. Hoje, são muitas as formas de utilizar os dispositivos tecnológicos como ferramenta de estudo, trabalho, e principalmente como meio de interação e comunicação, desafiando assim, a prática docente, para uma educação significativa. Desenvolveu-se uma pesquisa de natureza exploratória e de abordagem qualitativa. Procurou-se captar em contexto bibliográfico contemporâneos, como meio de compreender as potencialidades do Facebook para interpretação do conhecimento sociológico

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Palavras-chave: Rede Social, Formação integral, Sociologia, educação colaborativa

Abstract:

 

This article analyzes the means of collaborative learning as a complement to face to - face teaching of Sociology, searching in the tools provided by Facebook as a possibility of contextualizing (theoretical) content with virtual social phenomena, in a perspective of overcoming the fragmented teaching of Sociology. VYGOTSKY's sociocultural pedagogical theory (communication and interaction networks, teacher-student) was presented as an intervention tool, necessary for a collaborative and cooperative education, aiming at global interpretations and critique of social reality. Today, there are many ways of using technological devices as a tool for study, work, and mainly as a means of interaction and communication, thus challenging the teaching practice, for a meaningful education. A research of an exploratory nature and a qualitative approach was developed. We sought to capture contemporary bibliographical context as a means of understanding Facebook potentialities for interpreting sociological knowledge.

Key words: Social Networking, Integral training, Sociology, collaborative education.

 

Introdução

Este artigo analisa os meios de aprendizagem colaborativa como complemento do ensino presencial de Sociologia, buscando nas ferramentas fornecidas pelo Facebook como possibilidade de contextualização dos conteúdos (teóricos) com fenômenos sociais virtual, numa perspectiva de superação do ensino fragmentado de Sociologia, no Colégio Estadual Paulo Cesar da Nova Almeida, (CEPAN)no município de Ibirapitanga/BA.

Assim, evidencia-se a importância do ensino de sociologia contextualizado, numa perspectiva de formação integral, dos saberes sociológicos; “teórico-prático”.

 Assim, o objetivo desta pesquisa foi: Inserir a rede social (Facebook) no ensino de sociologia, como possibilidade de contextualização do ensino/aprendizagem sociológica Com isso, as aprendizagens sociológicas dos alunos aproximaram-se da realidade em relação ao mundo midiático.

Guedes (2003, p.14) Arremata o assunto de forma a chegar ao consenso de que a educação, hoje, precisa juntar-se aos instrumentos de informatização e veículos rápidos de comunicação para estar junto das mídias e perante a sociedade como um mecanismo de preparação do ser humano, trabalhando-o em todo o seu potencial. Evidenciou-se, portanto, interpretações diferentes do conhecimento sociológico “teórico-prático”.

Apresentou-se a teoria pedagógica sociocultural de VYGOTSKY, (redes de comunicação e interação, entre professor-aluno) como instrumento de intervenção, necessário para uma educação colaborativa e cooperativa, visando interpretações globais e crítica da realidade social.

Tendo como fator motivador a inteligência coletiva defendida por Lévy (2010), que tem como fundamento a base social, quando ideias, línguas e tecnologias cognitivas é abstraída de uma comunidade, a internet passa a ter novas atribuições.

Assim, a contextualização dos assuntos sociológicos sobre o pressuposto da contribuição do Facebook como forma de compreender a realidade social “virtual” e como fator explicativo dos fenômenos sociais, rompendo com as análises sociológicas tradicionais.

A sociedade do século XXI nasce sob o apogeu da comunicação em rede, e apresentada por nós conectadas nas redes digitais.

Um olhar sobre sociedade atual nos permite perceber novas formas de socialização e interação, oriundos dos recursos dinamizadores informacional. A revolução da Tecnologia Digital de Informação e Comunicação (TDIC) trouxe para a realidade cotidiana a presença de novas ferramentas de interação, linguagens audiovisuais, oriundos dos dispositivos móveis como: celulares, notebook, fazendo-se surgir à internet, redes sociais, etc.

 Hoje, são muitas as formas de utilizar os dispositivos tecnológicos como ferramenta de estudo, trabalho, e principalmente como meio de interação e comunicação, desafiando assim, a prática docente, para uma educação significativa.

Para Setton (2010), as grandes transformações ocorridas nos dois últimos séculos têm como conseqüência principal o fenômeno midiático, colocando as mídias em destaque, não só pela imponente presença em nosso cotidiano, mas pelas mudanças culturais e seu impacto nas questões educacionais.

Neste cenário, a rede social - o Facebook amplia não somente a produção e oferta de informação, como também, transformam a relação dos diferentes sujeitos com antigas e novas formas de produção, consumo e interação com a informação, o conhecimento e a aprendizagem.

Entretanto, embora, as políticas públicas que promove o uso de tecnologias em sala de aula e desenvolvimento de novos modelos de ensino e aprendizagem tenham fomentado a disseminação de computadores e acesso a rede, fica difícil imaginar quando e como as Tecnologias de Informação e comunicação - TIC podem ser utilizadas de maneira efetiva, para produção de conhecimento em sala de aula, bem como, a escola ainda continua no modelo tradicional de ensino.

O educador ao utilizar os recursos das mídias sociais em sala de aula, faz-se surgir novas formas relações (entre educador-aluno) e desenvolve a sensibilidade sensorial nos alunos, nova maneira de perceber o mundo. Para isso, insere novas tecnologias digitais no contexto escolar, possibilitando outros modos de possibilitar conhecimento e informação na perspectiva de uma nova sociedade. Por outro lado, Freire (1988) diz que educador e educando aprendem juntos, criando possibilidades na construção do conhecimento.

Em algum momento da nossa vida, a linguagem audiovisual nos toca, nos sensibiliza nos educa. As implicações dos processos sociotécnicos nos novos modos de conhecer, de comunicação e construção do sujeito em um cenário contemporâneo complexo, são fundamentais para estabelecer a nossa relação com a educação para além dos muros das escolas, em uma nova perspectiva de conhecimento, criatividade e comunicação. Para Freire (1988), ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção. Então, o conhecimento vem através da sua construção.

Na contemporaneidade, a referência é a cibercultura (ou a cultura da tela): suas linguagens e mixagem (que usam sons, sinais gráficos, imagens, etc.) e são presentes no Facebook.

O cibercultura, as linguagens digitais e suas transformações são fenômeno relativamente recente, cujo impacto social começa ter cada vez mais sentidos, chamando a atenção dos pesquisadores de diferentes campos do conhecimento, entre eles os educacionais.

Seja por meio por smartfone, notebook, ou tablet, às diferentes tecnologias estão modificando as formas de produzir conhecimento em sala de aula, os alunos se tornam cada vez mais conectados, atualizados, autônomos e produzindo informações e solucionando problemas de maneira independente. 

E como os discentes podem inserir-se nessa cultura digital, para criar laços de aprendizagens? Os educadores preparam diferentes oportunidades de aprendizagens para esse público?  Assim, o problema desta pesquisa focou na resolução do problema: Como inserir a rede social (Facebook) no ensino de sociologia na escola “CEPAN” para diminuir a fragmentação do conhecimento “teórico-prático”?

O curso de especialização em Produção de Mídias para Educação Online, ofertado UFBA - 2017/2018, proporcionou-me uma visão crítica a cerca da educação no contexto das tecnologias de informação e comunicação (TIC). Apesar de uma sociedade cada vez mais globalizada e de todos os avanços tecnológicos nas últimas décadas, o processo educacional, no que diz respeito às avanços didático-pedagógicos, o processo de ensino-aprendizagem ainda está centrado apenas no ato de transmissão de conteúdos nos moldes tradicionais.

No ensino de sociologia na educação básica, não é diferente, é constantemente teórico e fragmentado o processo de ensino aprendizagem, apresentando desafios em contextualizar o conhecimento abstrato (teórico) à realidade e às especificidades do mundo do aluno. Daí nasceu à idéia de inserir o Facebook como ferramenta de promoção de aulas contextualizada e como forma de incentivar os alunos a desenvolverem uma inteligência coletiva, construída colaborativamente.

Pesquisas apontam que na disciplina de sociologia, os alunos apresentam dificuldade de relacionar os conteúdos (teóricos) aprendidos, com a realidade cotidiana (práticos), assim, às vezes, é preciso correlacionar os conteúdos abordados em sala de aula com os acontecimentos explícitos nas redes sociais, somente é possível ter maior compreensão crítico do assunto.

Desta maneira, escolha desse tema, justificou-se pela importância, que a rede social possui para compreendermos a realidade social e a construção da sociabilidade, expressando a complexidade das relações e interações presentes nos processos que estruturam as relações sociais.

Assim, ao inserir o Facebook nas aulas de Sociologia como estímulo ao desenvolvimento de uma “imaginação sociológica”, que poderíamos resumir num pensamento crítico sobre o mundo virtual e teórico, na capacidade de duvidar, questionar e, ao mesmo tempo, buscar respostas para as próprias dúvidas.

Também, aumentou a interação entre professor/pesquisador e alunos, o Facebook foi um potencial instrumento de percepção das dinâmicas sociais.

Inicialmente professor/pesquisador abriu novos espaços de discussão do conhecimento sociológico abordados em sala de aula, tendo assim uma sintonia com a realidade local dos discentes, buscando conexões entre o conhecimento apresentado em sala de aula, com e a experiência de vida dos alunos e no mundo virtual. Coube ainda ao professor/pesquisador selecionar possibilidades de análise das realidades locais e regionais para que o conteúdo apreendido seja (re) significado e consolidou-se o diálogo entre teoria e prática.

Para que esses resultados fossem alcançados foi necessário traçar o seguinte objetivo geral:

Analisar os potenciais da Rede Social (Facebook) incorporada no ensino de sociologia, como possibilidade de contextualização dos conteúdos de sociologia (teóricos) do ensino médio com fenômenos sociais do mundo virtual (prático).

E, os objetivos específicos:

§  Utilizar o Facebook como espaço de interação e contextualização dos conteúdos teóricos de sociologia abordados em sala de aula com o pensamento sociológico do mundo virtual.

§  Inserir o Facebook nas aulas sociologia como fator de compreensão de descodificar a realidade social

§  Utilizar o Facebook como forma de investigação, interpretação e diagnóstico de dados sociais

 

Cibercultura e aprendizagens colaborativas

 

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN´s) destacam que a formação de habilidades específicas para as Ciências Humanas em geral são; (representação e comunicação; investigação e compreensão e contextualização sociocultural).

É possível falar, atualmente, para alguém de alfabetizados e analfabetos, de nativos digitais (indivíduos que, desde seu nascimento, estão mergulhados na cultura digital) imigrantes digitais (indivíduos que estão se adaptando as mudanças da cultura do papel para a cultura digital) e excluídos digitais (indivíduos que estão distantes da cultura digital)

Atualmente, os jovens estão imersos nessa cultura da simultaneidade de linguagens, de viagem pelos sentidos em teias e redes de socialização e interação digital. Portanto, cabe ao educador, em quanto agente ativo do processo de ensino/aprendizagem, inserir no contexto escolar, recursos audiovisuais, possibilitando aos alunos “imigrantes digitais”, conhecer cada vez mais essas teias, participar de suas práticas, refletir criticamente sobre elas, para tornar-se um mediador mais eficiente das relações; sócio-contrutivista e sócio-interacionista dos alunos, que ora são nativos digitais, ora excluídos digitais, com essas mesmas práticas em sala de aula.

O educador ao inserir a rede social (Facebook), no processo educativo, provoca nos alunos, novas formas de interagir e viajar no universo digital, alterando as formas de pensar, expressar, agir. Superando os limites didáticos e potencializando o ensino e aprendizagem dos alunos, por meio das tecnologias digitais, propiciando a criação de novas narrativas, novas maneiras de aprender. Como afirma Marteleto (2001), a rede social representa “um conjunto de participantes autônomos, unindo ideias e recursos em torno de valores e interesses compartilhados.”

Neste sentido, frente a esta nova configuração sócio-cultural temos que admitir que a escola e as relações entre professores e alunos também sofrerão modificações, e o ciberespaço torna-se ambientes de aprendizagem inteligentes, e, é indispensável para o processo de “aprendizagem colaborativa” - expressão que, segundo Menezes (2002, p.94), pode ser definida como um conjunto de métodos e técnicas de aprendizagem a ser utilizado em grupos estruturados e como um conjunto de estratégias de desenvolvimento de competências mistas (aprendizagem e desenvolvimento pessoal e social), nos quais os membros do grupo são responsáveis pelas aprendizagens individuais e grupais. Para Panitz (1997) a colaboração é uma filosofia de interação e um estilo de vida social, no qual cada um é responsável pelas suas ações, inclusive pela sua aprendizagem.

Segundo Lévy, (1999)

O ciberespaço é o espaço de comunicação aberto pela interconexão mundial dos computadores e das memórias dos computadores. “Esse novo meio tem a vocação de colocar em sinergia e interfacear todos os dispositivos de criação de informação, de gravação, de comunicação e de simulação. A perspectiva da digitalização geral das informações provavelmente tornará o ciberespaço o principal canal de comunicação e suporte de memória da humanidade a partir do início do próximo século.

Neste cenário, escolas e universidades devem contribuir ao legitimar novas formas de reconhecer os saberes adquiridos na vida social dos alunos, já que eles também aprendem fora deste ambiente acadêmico. (Lévy, 2010)

Ainda nos termos de Levy (1999), o mundo da cibercultura e marcado pela interatividade em que três princípios básicos orientam o crescimento do ciberespaço: a interconexão, a criação de comunidades virtuais e a inteligência coletiva. Nesse sentido, o ciberespaço funciona como novo meio de comunicação caracterizado não apenas pela infraestrutura material da comunicação digital, mas também pelo universo oceânico de informações disponibilizadas na web. (LEVY, 1999).

Assim, o ciberespaço, sobretudo na educação potencialmente tem a marca da comunicação e propiciam a criação de novas narrativas, novas maneiras de aprender e ensinar, novos hábitos e valores, e um novo fazer cotidiano cultural e de saberes. (UFBA, p.17, 2017).

Todavia, como devemos adotar modelo de ensino na educação, em um mundo cada vez mais tecnológico? . Nesse contexto, para Moran (2000), aprendem-se quando se relaciona, estabelecem laços entre o que estava solto, caótico, disperso, interagindo-o em um novo contexto, dando-lhe significado, encontrando um novo sentido, aprende-se quando se está de antena ligada, quando se pergunta, questiona, aprende-se pelo interesse e necessidade.

Educação contemporânea e Rede Social: narrativas, desafios e possibilidades.

 

Com base nas teorias sociais, o conhecimento não se dá de forma solitária, a aprendizagem colaborativa encara o discente como elemento ativo do processo educativo. Assim, com base na teoria construtivista de Piaget, a interação é requisito fundamental, pois é a partir da ação do indivíduo sobre o objeto de seu conhecimento que se dá o crescimento cognitivo.

Nessas perspectivas deve-se priorizar no processo de aprendizagem a interatividade, no desenvolvimento de competências sociais e cognitivas. Para Vygotsky, as interações sociais são as principais desencadeadoras do aprendizado. Pontua que quando duas ou mais pessoas cooperam em uma atividade, dá-se o processo de mediação, possibilitando uma reelaborarão do conhecimento. Freire salienta que a interação estimula o diálogo, motiva cada pessoa a (re) pensar o pensamento do outro, selando o ato de aprender, que nunca individual.

Mas, além de oferecer as ferramentas técnicas é preciso pensar também na formação e atualização de professores , para que as tecnologias sejam incorporadas de fato no dia a dia da escola, tornando os professores e alunos usuários criativos dos dos novos recursos midiaticos educacionais.

Atualmente, o professor deixou de ser a fonte exclusiva de todo o conhecimento e o conhecimento não é um objeto, algo que possa ser transmitido do professor para o aluno. Roger Schanck (1995) defende que o aluno deve ser um ser ativo, descobridor e explorador do seu potencial, defendendo seus interesses por todos os meios disponíveis.

Entretanto ainda hoje, existe escola que a comunicação entre professor versus aluno é verticalizada. Não levam em conta a experiência e leitura audiovisual que os discentes possuem do mundo, na qual chegam à escola com uma gama de conhecimentos oriundos do ciberespaço, redes sociais, TV, rádio, livros, revistas, jornais, entre outros. Para Moran (2000), educar é colaborar para que professores e alunos – nas escolas e organizações - transformem suas vidas em processos permanentes de aprendizagem. Vygotsky, citado por Oliveira M.K (1999, p.101) refere-se ao processo de ensino aprendizagem de uma forma interacionista. Para ele, o aprendizado, ou aprendizagem é o processo onde o indivíduo adquire informações, habilidades, atitudes, valores, a partir do seu contato com a realidade, interagindo com o meio ambiente e com as pessoas.

Segundo SILVA (2007), a sociedade da informação oferece diversas formas de expressões da linguagem, seja ela no formato visual, oral ou escrito.

Desde os tempos remotos, são inúmeras as linguagens que o homem utiliza para se expressar, uma vez que todo e qualquer meio sistematizado que usamos para transmitir informações, comunicar idéias, receber e enviar mensagens, difundir conhecimentos, são formas de linguagem (E-book, UFBA/2017).

Sendo assim, torna-se fundamental que sejam oferecidas, no ambiente escolar, o desenvolvimento de competências necessárias a fim de que os alunos consigam compreender as informações audiovisuais, fazer análise crítica frente a ela, bem como produzir novas formas de comunicação.

Entretanto, na contemporaneidade com o surgimento das tecnologias digitais, novos desafios surgem no ambiente escolar. Sabe-se que é relevante o papel educacional da televisão, do vídeo, e dos meios de comunicação audiovisuais no processo ensino aprendizagem (E-book, UFBA/2017).

 A escola deve apropriar-se dessas ferramentas tecnológicas e provocar um conhecimento crítico e reflexivo aos discentes frente a essas tecnologias emergentes, para superar o ensino fragmentado.

É pertinente refletir sobre o uso do Facebook em sua função de publicar, curtir e compartilhar informações na educação, como ferramenta facilitador do processo de ensino, auxiliando o professor, aproximando-o da realidade vivida pelo aluno. Que. Segundo Downes (2007) e Siemens (2005) a aprendizagem é um processo que liga “nós” especializados ou fontes de informações, que podem estar em dispositivos não humanos tendo apoio na diversidade de opiniões.

 O professor nunca foi à única fonte do saber, e hoje mais do que nunca os alunos contam com o auxílio de vários recursos tecnológicos, como a própria televisão, o rádio e o computador ligado à internet para acessar informações, realizar pesquisa, produzir e divulgar conhecimento. Sendo assim, torna-se necessário que haja um diálogo maior em sala de aula, uma efetiva interação, onde professor e aluno, nesses espaços virtuais.

Para MORAN (2004) o professor precisa aprender a gerenciar diversos espaços e integrá-los em sala de aula de maneira equilibrada e inovadora.

Para que o professor se utilize das novas mídias disponíveis, é necessário que ele busque conhecer a mesmas e procure a melhor maneira de utilizá-las em suas aulas, a fim de diminuir a distância entre os conteúdos das aulas e a vida dos aprendizes.

PORTO (2006) aponta que as tecnologias disponibilizam ao usuário um vasto conjunto de informações, conhecimentos e linguagens em tempo real, proporcionando a cada um envolver-se com a tecnologia de acordo com seu modo de ver a realidade e através dessa interação criar ou recriar seus conceitos a respeito de determinados assuntos.

Assim sendo, é importante que o docente saiba usar a tecnologia para educar, ensine seus alunos a ler e escrever através dela, tornando-os críticos frente a gama de informações que encontram disponível na produção audiovisuais em rede, fazendo com que eles saibam filtrar aquilo que lhes será útil.

Demo (2009 apud BECEVELLI, p.247, 2011) nos aponta as características do professor para atuar na educação:

Professor é necessário ser pesquisador, ou seja, profissional da reconstrução do conhecimento, tanto no horizonte da pesquisa como principio cientifico, quanto, sobretudo, como principio educativo; Professor precisa ser formulador de proposta própria, ou seja, precisa saber elaborar com autonomia; Professor moderno não valoriza somente o legado teórico, mas sabe fazer da prática trajetória de reconstrução do conhecimento, Professor precisa compor-se com a atualização permanente; Professor precisa afeiçoar-se com a instrumentação eletrônica.

 

Por exemplo, o Facebook pessoas utilizam geralmente para uso banal, cabe ao professor ensino os discentes a utilizarem pedagogicamente, utilizando-o pra fins educativos, adquirir novas informações, etc.

Desse modo, as possibilidades presentes no Facebook para compartilhar informações em seus diversos formatos como:  vídeos, podcast, imagens, fóruns de discussão, memes, etc., revelam-se como uma importante estratégia de ensino-aprendizagem que assume papel significativo nas interações entre docente e discentes.

O Facebook pode ser utilizado, tendo como princípios a colaboração, interação e o Protagonismo dos discentes, colocando o ensino da Sociologia, desta forma, como relevante função na construção de uma consciência crítica e reflexiva diante das questões do mundo contemporâneo.

Burns (2007) ainda defende a importância de incorporar os modos alternativos de ensino e aprendizagem que estão mais centrados na colaboração entre docentes e discentes, entre os próprios discentes, possibilitando a oportunidade dos discentes trabalharem em grupos.

Segundo Castells, as redes são globais e as identidades, embora possam ser estimuladas pelo processo de globalização, são locais (Castells, 1999).

Mitchell que, em 1969, advoga que a análise de redes sociais possibilita uma visão complementar à visão tradicionalmente instituída.

Rede social para Requena Santos trata-se de “uma via muito interessante de explicação da realidade social” (2003: p.3).

Metodologia

Desenvolveu-se uma pesquisa de natureza exploratória e de abordagem qualitativa. Procurou-se captar em contexto bibliográfico contemporâneo, como meio de compreender as potencialidades do Facebook para interpretação do conhecimento sociológico.

Inicialmente utilizou-se o Facebook como espaços colaborativos de construção do conhecimento. Inicialmente foi criado grupo fechado no Facebook, numa perspectiva de superação do ensino fragmentado, modificando o modo como buscamos e produzimos informação e formar o pensamento crítico sociológico.

Nesse sentindo foi possível aumentar a participação efetiva por parte dos alunos nas aulas de sociologia.

O pesquisador desempenhou o papel de mediador, fez a explicação inicial da dinâmica do Facebook, como compartilhar informações e participar colaborativamente de aprendizagens em equipe.

 No decorrer do processo, o pesquisador foi lançando as temáticas sociológicas para discussão de acordo com o conteúdos que estava sendo exposto em sala de aula, visando a co-relacionamento dos conhecimentos “teóricos” (aprendido em sala de aula) com os conhecimento sociais, do mundo social “práticos”. pelos discentes e por fazerem parte do objeto da pesquisa.

Ao final, solicitou que alguns discentes avaliassem quais melhorias e mudanças ocorreram ao utilização do Facebook para diminuir a fragmentação do ensino de sociologia.

 

Resultados

 

Nesta etapa, os resultados dividem-se em fases, na 1ª fase - verificou-se os conhecimentos prévios dos alunos acerca da utilização do Facebook como ferramenta educativa, ou se já utilizaram o Facebook para fins educativos, as respostas, da maioria dos alunos foi que nunca tinha utilizado facebook para fins educacionais e não conhecia os recursos do Facebook na inserção educativa, afirmaram ainda, que, o Facebook é utilizado apenas para publicação de momentos dos seus respectivos cotidianos, como por exemplo, compartilhar: fotos, vídeos etc.

 Na 2ºª fase - baseou-se na demonstração para os alunos que o Facebook possui inúmeros recursos que podem ser um potencial aliado da educação. Os resultados obtidos são oriundo de uma discussão em sala de aula com base nas afirmações sobre Facebook e educação. Constatamos que os discentes apesar de serem emergente da era digital, da difusão do conhecimento em rede e da cultura da tela, ainda, demonstraram inúmeras dificuldades em manter um elo integrador entre as mídias sociais e educação, bem como, as redes sociais são utilizadas freqüentemente para uso banal. Portanto, ainda não se fazia uso adequado do Facebook como ferramenta de aprendizagem de forma colaborativa.

Na 3ª fase – marcado pelo direcionamento do uso prático do Facebook e uso freqüente da internet para fins educativo e interpretação da realidade virtual. Apropriação do Facebook como meio de interação colaborativa entre professor/aluno, facilitando a aprendizagem. Por meio de compartilhamento de link de revistas virtuais, como; Exame, Google educação, Época, Veja, g1, Youtube, etc. foi possível co-relacionar as temática de sociologia abordadas em sala de aula, com o mundo virtual, conseguiu-se os seguintes resultados:

§    Aumentou a participação dos alunos nas aulas de sociologia,

§    Facilitou a interatividade professor/aluno,

§    Motivou a aprendizagem porque facilitou pesquisa,

§    Pesquisa como princípio educativo - e busca de novos conhecimentos através das redes de comunicação.

§    Ferramentas do Facebook ajudam socialização e na aprendizagem colaborativa, cooperativa entre professor-aluno, aluno-aluno em busca de soluções de interpretações sociais que o ensino presencial não é capaz de resolver.

§    Aprendizagem autônoma, na qual a plataforma do Facebook, combinadas com o ensino presencial, potencializou o processo de ensino/aprendizagem e fazendo com que o discente produzisse o autoconhecimento crítica da realidade social.

Nesse sentido, é necessário refletir sobre o perfil do professor perante as novas tecnologias

Considerações

O problema levantado no início de nosso trabalho; Como inserir a rede social (Facebook) no ensino de sociologia, como possibilidade de contextualização do ensino/aprendizagem? Tendo em vista as potencialidades de aprendizagem colaborativa como complemento do ensino presencial de Sociologia,da rede social em questão, é possível sim,  diminuiremos a fragmentação do conhecimento.

Visto que, em nossas análises constatamos que a fragmentação dos saberes consiste na falta de contextualização do conhecimento, oriundas das ações pedagógicas “teóricas”, causando visão fragmentada de mundo, aos discentes. E a integração do Facebook, sem dúvida causou impactos positivos no processo de ensino-aprendizagem, desenvolve-se o saber pensar sociológica, de maneira sistêmica e crítica.  Logo, a emancipação dos sujeitos. Assim, espera-se que os docentes da educação contemporânea, mantenham ações pedagógicas articuladas com as culturas digitais.

O objetivo geral e específico foi alcançado. A proposta de intervenção foi vista pelos alunos da escola e pelos docentes como positivo. Uma vez que, nos próximos semestres letivos as aulas de sociologia serão mantidas elos constantes com as Tecnologias de digitais de comunicação. Foi possível conscientizar os discentes da importância da rede social como processo da aquisição de saberes crítico, na qual os mesmo precisam acreditar nos benefícios da cultura digital aliado á educação, para que ocorra uma formação integral e superação da fragmentação do conhecimento dos alunos, evitando o fracasso escolar.

Os discentes concordaram que a interação, participação, cooperação, e o dialogo é único caminho que possibilita ressignificação do ensino de Sociologia.

A estruturação da disciplina (Sociologia) deve ser flexível às mídias sociais, de modo a permitir sintonias com os novos desafios da sociedade contemporânea, provocando conexões de saberes flexíveis, contextualizados e interdisciplinares. Manter elos entre outras disciplinas, criando processos mais dinâmicos e desafiadores.

Enfim, evidenciamos que o modo disciplinar, teórico e sem contextualização, caracterizada na própria prática do docente/pesquisador, desfavorecia a formação de saberes integral e global.

Dessa forma, pode-se defender objetivo deste projeto que, a incorporação do Facebook no ensino de Sociologia, é possível dar um rumo diferente ao processo da educação presencial com o uso desta rede social para a complementação das atividades de aprendizagem; contextualização do conhecimento e interativa, dinâmica, colaborativa, na relação professor/aluno.

Por meio de fóruns de debates, compartilhamento dos recursos audiovisuais digitais, compartilhamento de noticiais sociais, etc.

Assim sendo, será possível sair da concepção fragmentária para uma concepção integral e interdisciplinar do conhecimento

 

 

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