O FACEBOOK INSERIDO NO ENSINO DE GEOGRAFIA: NARRATIVAS, DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE CONTEXTUALIZAÇÃO DO ENSINO E APRENDIZAGEM.
Por Washington Oliveira de Morais | 14/11/2024 | EducaçãoCENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI
WASHINGTON OLIVEIRA DE MORAIS
O FACEBOOK INSERIDO NO ENSINO DE GEOGRAFIA: NARRATIVAS, DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE CONTEXTUALIZAÇÃO DO ENSINO E APRENDIZAGEM.
IBIRAPITANGA
2022
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI
WASHINGTON OLIVEIRA DE MORAIS
O FACEBOOK INSERIDO NO ENSINO DE GEOGRAFIA: NARRATIVAS, DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE CONTEXTUALIZAÇÃO DO ENSINO E APRENDIZAGEM.
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IBIRAPITANGA
2022
O FACEBOOK INSERIDO NO ENSINO DE GEOGRAFIA: NARRATIVAS, DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE CONTEXTUALIZAÇÃO DO ENSINO E APRENDIZAGEM.
Autor[1]: Washington Oliveira de Morais
Declaro que sou autor (a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).
RESUMO - Este artigo analisa os meios de aprendizagem colaborativa como complemento do ensino presencial de Geografia, buscando nas ferramentas fornecidas pelo Facebook como possibilidade de contextualização dos conteúdos (teóricos) com fenômenos Geográficos virtuais, numa perspectiva de superação do ensino fragmentado de Geografia. Apresentou-se a teoria pedagógica sociocultural de VYGOTSKY, (redes de comunicação e interação, entre professor-aluno) como instrumento de intervenção, necessário para uma educação integral, colaborativa e cooperativa, visando interpretações globais e crítica da realidade social. Hoje, são muitas as formas de utilizar os dispositivos tecnológicos como ferramenta de estudo, trabalho, e principalmente como meio de interação e comunicação, desafiando assim, a prática docente, para uma educação significativa. Desenvolveu-se uma pesquisa de natureza exploratória e de abordagem qualitativa. Procurou-se captar em contexto bibliográfico contemporâneos, como meio de compreender as potencialidades do Facebook para interpretação do conhecimento Geográfico.
PALAVRAS-CHAVE: Geografia. Formação integral. Facebook. Educação colaborativa.
1. INTRODUÇÃO
Este artigo analisa os meios de aprendizagem colaborativa como complemento do ensino presencial de Geografia, buscando nas ferramentas fornecidas pelo Facebook como possibilidade de contextualização dos conteúdos (teóricos) com fenômenos geográficos virtuais, numa perspectiva de superação do ensino fragmentado de Geografia, no Colégio Estadual Andrelina Eufrazia de Jesus Reis, (CEAJ), no município de Ibirapitanga/BA.
Assim, evidencia-se a importância do ensino de Geografia contextualizado, numa perspectiva de formação integral, dos saberes geográficos: teórico-prático.
Assim, o objetivo desta pesquisa foi: Inserir o Facebook no ensino de Geografia, como possibilidade de contextualização do ensino/aprendizagem. Com isso, as aprendizagens geográficas dos alunos aproximaram-se da realidade em relação ao mundo midiático.
Guedes (2003, p.14) Arremata o assunto de forma a chegar ao consenso de que a educação, hoje, precisa juntar-se aos instrumentos de informatização e veículos rápidos de comunicação para estar junto das mídias e perante a sociedade como um mecanismo de preparação do ser humano, trabalhando-o em todo o seu potencial. Evidenciou-se, portanto, interpretações diferentes do conhecimento geográfico teórico-prático.
Apresentou-se a metodologia a teoria pedagógica sociocultural de VYGOTSKY, como instrumento de intervenção, necessário para uma educação colaborativa e cooperativa, visando interpretações globais e crítica da realidade e virtual.
Tendo como fator motivador a inteligência coletiva defendida por Levy (2010), que tem como fundamento a base social, quando ideias, línguas e tecnologias cognitivas é abstraída de uma comunidade, a internet passa a ter novas atribuições.
Assim, a contextualização dos assuntos geográficos sobre o pressuposto da contribuição do Facebook como forma de compreender a realidade social virtual e como fator explicativo dos fenômenos geopolíticos, econômicos e sócio-ambientais, rompendo com análises geográficas tradicionais.
A sociedade do século XXI nasce sob o apogeu da comunicação em rede, e apresentada por nós conectadas nas redes digitais.
Um olhar sobre sociedade atual nos permite perceber novas formas de socialização e interação, oriundos dos recursos dinamizadores informacional. A revolução da Tecnologia Digital de Informação e Comunicação (TDIC) trouxe para a realidade cotidiana a presença de novas ferramentas de interação, linguagens audiovisuais, oriundos dos dispositivos móveis como: celulares, notebook, fazendo-se surgir à internet, redes sociais, etc.
Hoje, são muitas as formas de utilizar os dispositivos tecnológicos como ferramenta de estudo, trabalho, e principalmente como meio de interação e comunicação, desafiando assim, a prática docente, para uma educação significativa.
Para Setton (2010), as grandes transformações ocorridas nos dois últimos séculos têm como consequência principal o fenômeno midiático, colocando as mídias em destaque, não só pela imponente presença em nosso cotidiano, mas pelas mudanças culturais e seu impacto nas questões educacionais.
Neste cenário, o Facebook amplia não somente a produção e oferta de informação, como também, transformam a relação dos diferentes sujeitos com antigas e novas formas de produção, consumo e interação com a informação, o conhecimento e a aprendizagem.
Entretanto, embora, as políticas públicas que promove o uso de tecnologias em sala de aula e desenvolvimento de novos modelos de ensino e aprendizagem tenham fomentado a disseminação de computadores e acesso à rede, fica difícil imaginar quando e como as Tecnologias de Informação e comunicação - TIC podem ser utilizadas de maneira efetiva, para produção de conhecimento em sala de aula, bem como, a escola ainda continua no modelo tradicional de ensino.
O educador ao utilizar os recursos das mídias sociais em sala de aula, faz-se surgir novas formas relações (entre educador-aluno) e desenvolve a sensibilidade sensorial nos alunos, nova maneira de perceber o mundo. Para isso, insere novas tecnologias digitais no contexto escolar, possibilitando outros modos de possibilitar conhecimento e informação na perspectiva de uma nova sociedade. Por outro lado, Freire (1988) diz que educador e educando aprendem juntos, criando possibilidades na construção do conhecimento.
Em algum momento da nossa vida, a linguagem audiovisual nos toca, nos sensibiliza nos educa. As implicações dos processos sócio-técnicos nos novos modos de conhecer, de comunicação e construção do sujeito em um cenário contemporâneo complexo, são fundamentais para estabelecer a nossa relação com a educação para além dos muros das escolas, em uma nova perspectiva de conhecimento, criatividade e comunicação. Para Freire (1988), ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção. Então, o conhecimento vem através da sua construção.
Na contemporaneidade, a referência é a cibe cultura (ou a cultura da tela): suas linguagens e mixagem (que usam sons, sinais gráficos, imagens, etc.) e são presentes no Facebook.
A cibercultura, as linguagens digitais e suas transformações são fenômeno relativamente recente, cujo impacto social começa ter cada vez mais sentidos, chamando a atenção dos pesquisadores de diferentes campos do conhecimento, entre eles os educacionais.
Seja por meio por smartfone, notebook, ou tablet, às diferentes tecnologias estão modificando as formas de produzir conhecimento em sala de aula, os alunos se tornam cada vez mais conectados, atualizados, autônomos e produzindo informações e solucionando problemas de maneira independente.
E como os discentes podem inserir-se nessa cultura digital, para criar laços de aprendizagens? Os educadores preparam diferentes oportunidades de aprendizagens para esse público? Assim, o problema desta pesquisa focou na resolução do problema: Como inserir o Facebook no ensino de Geografia na escola CEAJ para diminuir a fragmentação do conhecimento teórico-prático?
Apesar de uma sociedade cada vez mais globalizada e de todos os avanços tecnológicos nas últimas décadas, o processo educacional, no que diz respeito às avanços didático-pedagógicos, o processo de ensino-aprendizagem ainda está centrado apenas no ato de transmissão de conteúdos nos moldes tradicionais.
No ensino de Geografia na educação básica, não é diferente, o processo de ensino aprendizagem é constantemente teórico e fragmentado, apresentando desafios em contextualizar o conhecimento abstrato (teórico) à realidade e às especificidades do mundo do aluno. Daí nasceu à ideia de inserir o Facebook como ferramenta de promoção de aulas contextualizada e como forma de incentivar os alunos a desenvolverem uma inteligência coletiva, construída colaborativamente.
Pesquisas apontam que na disciplina de Geografia, os alunos apresentam dificuldade de relacionar os conteúdos (teóricos) aprendidos, com a realidade cotidiana (práticos), assim, às vezes, é preciso correlacionar os conteúdos abordados em sala de aula com os acontecimentos explícitos nas redes sociais, somente assim, é possível ter maior compreensão crítico do assunto.
Desta maneira, a escolha desse tema, justificou-se pela importância, que a rede social possui para compreendermos a realidade Geográfica e a construção da sociabilidade, expressando a complexidade das relações e interações presentes nos processos que estruturam as relações globais.
Assim, ao inserir o Facebook nas aulas de Geografia como estímulo ao desenvolvimento de uma imaginação Geográfica, que poderíamos resumir num pensamento crítico sobre o “mundo virtual” e “teórico”, na capacidade de duvidar, questionar e, ao mesmo tempo, buscar respostas para as próprias dúvidas.
Também, aumentou a interação entre professor/pesquisador e alunos, o Facebook foi um potencial instrumento de percepção das dinâmicas sociais.
Inicialmente, professor/pesquisador abriu novos espaços de discussão do conhecimento geográficos abordados em sala de aula, tendo assim uma sintonia com a realidade local dos discentes, buscando conexões entre o conhecimento apresentado em sala de aula, com e a experiência de vida dos alunos e no mundo virtual. Coube ainda ao professor/pesquisador selecionar possibilidades de análise das realidades locais e regionais para que o conteúdo apreendido seja (re) significado e consolidou-se o diálogo entre teoria e prática.
Para que esses resultados fossem alcançados foi necessário traçar o seguinte objetivo geral:
Analisar os potenciais do Facebook incorporada no ensino de Geografia, como possibilidade de contextualização dos conteúdos de Geografia (teóricos) do ensino médio com fenômenos do mundo virtual (prático).
E, os objetivos específicos:
§ Utilizar o Facebook como espaço de interação e contextualização dos conteúdos teóricos de Geografia abordados em sala de aula com o pensamento Geográfico do mundo virtual.
§ Inserir o Facebook nas aulas de Geografia como fator de compreensão de descodificar a realidade virtual.
§ Utilizar o Facebook como forma de investigação, interpretação e diagnóstico de dados Geográfico.
2. DESENVOLVIMENTO
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN´s) destacam que a formação de habilidades específicas para as Ciências Humanas em geral são; (representação e comunicação; investigação e compreensão e contextualização sociocultural).
Atualmente, os jovens estão imersos nessa cultura da simultaneidade de linguagens, de viagem pelos sentidos em teias e redes de socialização e interação digital. Portanto, cabe ao educador, em quanto agente ativo do processo de ensino/aprendizagem, inserir no contexto escolar, recursos audiovisuais, possibilitando aos alunos imigrantes digitais, conhecer cada vez mais essas teias, participar de suas práticas, refletir criticamente sobre elas, para tornar-se um mediador mais eficiente das relações; sócio-contrutivista e sócio interacionista dos alunos, que ora são nativos digitais, ora excluídos digitais, com essas mesmas práticas em sala de aula.
O educador ao inserir Facebook no processo educativo provoca nos alunos, novas formas de interagir e viajar no universo digital, alterando as formas de pensar, expressar, agir. Superando os limites didáticos e potencializando o ensino e aprendizagem dos alunos, por meio das tecnologias digitais, propiciando a criação de novas narrativas, novas maneiras de aprender. Como afirma Marteleto (2001), a rede social representa um conjunto de participantes autônomos, unindo ideias e recursos em torno de valores e interesses compartilhados.
Neste sentido, frente a esta nova configuração sociocultural temos que admitir que a escola e as relações entre professores e alunos também sofrerão modificações, e o ciberespaço torna-se ambientes de aprendizagem inteligentes, e, é indispensável para o processo de aprendizagem colaborativa - expressão que, segundo Menezes (2002, p.94), pode ser definida como um conjunto de métodos e técnicas de aprendizagem a ser utilizado em grupos estruturados e como um conjunto de estratégias de desenvolvimento de competências mistas (aprendizagem e desenvolvimento pessoal e social), nos quais os membros do grupo são responsáveis pelas aprendizagens individuais e grupais. Para Anita (1997) a colaboração é uma filosofia de interação e um estilo de vida social, no qual cada um é responsável pelas suas ações, inclusive pela sua aprendizagem.
Neste cenário, escolas e universidades devem contribuir ao legitimar novas formas de reconhecer os saberes adquiridos na vida social dos alunos, já que eles também aprendem fora deste ambiente acadêmico, (LEVY, 2010).
Ainda nos termos de Levy (1999), o mundo da cibe cultura e marcado pela interatividade em que três princípios básicos orientam o crescimento do ciberespaço: a interconexão, a criação de comunidades virtuais e a inteligência coletiva. Nesse sentido, o ciberespaço funciona como novo meio de comunicação caracterizado não apenas pela infraestrutura material da comunicação digital, mas também pelo universo oceânico de informações disponibilizadas na web, (LEVY, 1999).
Assim, o ciberespaço, sobretudo na educação potencialmente tem a marca da comunicação e propiciam a criação de novas narrativas, novas maneiras de aprender e ensinar, novos hábitos e valores, e um novo fazer cotidiano cultural e de saberes, (UFBA, p.17, 2017).
Todavia, como devemos adotar modelo de ensino na educação, em um mundo cada vez mais tecnológico? Nesse contexto, para Moran (2000), aprendem-se quando se relaciona, estabelecem laços entre o que estava solto, caótico, disperso, interagindo-o em um novo contexto, dando-lhe significado, encontrando um novo sentido, aprende-se quando se está de antena ligada, quando se pergunta, questiona, aprende-se pelo interesse e necessidade.
Com base nas teorias sociais, o conhecimento não se dá de forma solitária, a aprendizagem colaborativa encara o discente como elemento ativo do processo educativo. Assim, com base na teoria construtivista de Piaget, a interação é requisito fundamental, pois é a partir da ação do indivíduo sobre o objeto de seu conhecimento que se dá o crescimento cognitivo.
Nessas perspectivas deve-se priorizar no processo de aprendizagem a interatividade, no desenvolvimento de competências sociais e cognitivas. Para Vygotsky, as interações sociais são as principais desencadeadoras do aprendizado. Pontua que quando duas ou mais pessoas cooperam em uma atividade, dá-se o processo de mediação, possibilitando uma reelaborarão do conhecimento. Freire salienta que a interação estimula o diálogo, motiva cada pessoa a (re) pensar o pensamento do outro, selando o ato de aprender, que nunca individual.
Mas, além de oferecer as ferramentas técnicas é preciso pensar também na formação e atualização de professores , para que as tecnologias sejam incorporadas de fato no dia a dia da escola, tornando os professores e alunos usuários criativos dos dos novos recursos midiaticos educacionais.
Atualmente, o professor deixou de ser a fonte exclusiva de todo o conhecimento e o conhecimento não é um objeto, algo que possa ser transmitido do professor para o aluno. Roger Schanck (1995) defende que o aluno deve ser um ser ativo, descobridor e explorador do seu potencial, defendendo seus interesses por todos os meios disponíveis.
Entretanto ainda hoje, existe escola que a comunicação entre professor versus aluno é verticalizada. Não levam em conta a experiência e leitura audiovisual que os discentes possuem do mundo, na qual chegam à escola com uma gama de conhecimentos oriundos do ciberespaço, redes sociais, TV, rádio, livros, revistas, jornais, entre outros. Para Moran (2000), educar é colaborar para que professores e alunos nas escolas e organizações - transformem suas vidas em processos permanentes de aprendizagem. V ygotsky, citado por Oliveira M.K (1999, p.101) refere-se ao processo de ensino aprendizagem de uma forma interacionista. Para ele, o aprendizado, ou aprendizagem é o processo onde o indivíduo adquire informações, habilidades, atitudes, valores, a partir do seu contato com a realidade, interagindo com o meio ambiente e com as pessoas.
Segundo SILVA (2007), a sociedade da informação oferece diversas formas de expressões da linguagem, seja ela no formato visual, oral ou escrito.
Desde os tempos remotos, são inúmeras as linguagens que o homem utiliza para se expressar, uma vez que todo e qualquer meio sistematizado que usamos para transmitir informações, comunicar ideias, receber e enviar mensagens, difundir conhecimentos, são formas de linguagem (E-book, UFBA/2017).
Entretanto, na contemporaneidade com o surgimento das tecnologias digitais, novos desafios surgem no ambiente escolar. Sabe-se que é relevante o papel educacional da televisão, do vídeo, e dos meios de comunicação audiovisuais no processo ensino aprendizagem, (E-book, UFBA/2017).
A escola deve apropriar-se dessas ferramentas tecnológicas e provocar um conhecimento crítico e reflexivo aos discentes frente a essas tecnologias emergentes, para superar o ensino fragmentado.
É pertinente refletir sobre o uso do Facebook em sua função de publicar, curtir e compartilhar informações na educação, como ferramenta facilitador do processo de ensino, auxiliando o professor, aproximando-o da realidade vivida pelo aluno. Segundo Downes (2007) e Siemens (2005) a aprendizagem é um processo que liga nós especializados ou fontes de informações, que podem estar em dispositivos não humanos tendo apoio na diversidade de opiniões.
O professor nunca foi à única fonte do saber, e hoje mais do que nunca os alunos contam com o auxílio de vários recursos tecnológicos, como a própria televisão, o rádio e o computador ligado à internet para acessar informações, realizar pesquisa, produzir e divulgar conhecimento. Sendo assim, torna-se necessário que haja um diálogo maior em sala de aula, uma efetiva interação, onde professor e aluno, nesses espaços virtuais.
Para MORAN (2004) o professor precisa aprender a gerenciar diversos espaços e integrá-los em sala de aula de maneira equilibrada e inovadora.
Para que o professor se utilize das novas mídias disponíveis, é necessário que ele busque conhecer a mesmas e procure a melhor maneira de utilizá-las em suas aulas, a fim de diminuir a distância entre os conteúdos das aulas e a vida dos aprendizes.
PORTO (2006) aponta que as tecnologias disponibilizam ao usuário um vasto conjunto de informações, conhecimentos e linguagens em tempo real, proporcionando a cada um envolver-se com a tecnologia de acordo com seu modo de ver a realidade e através dessa interação criar ou recriar seus conceitos a respeito de determinados assuntos.
Assim sendo, é importante que o docente saiba usar a tecnologia para educar, ensine seus alunos a ler e escrever através dela, tornando-os críticos frente a gama de informações que encontram disponível na produção audiovisuais em rede, fazendo com que eles saibam filtrar aquilo que lhes será útil.
Demo (2009 apud BECEVELLI, p.247, 2011) nos aponta as características do professor para atuar na educação:
Professor é necessário ser pesquisador, ou seja, profissional da reconstrução do conhecimento, tanto no horizonte da pesquisa como princípio cientifico, quanto, sobretudo, como princípio educativo; Professor precisa ser formulador de proposta própria, ou seja, precisa saber elaborar com autonomia; Professor moderno não valoriza somente o legado teórico, mas sabe fazer da prática trajetória de reconstrução do conhecimento, Professor precisa compor-se com a atualização permanente; Professor precisa afeiçoar-se com a instrumentação eletrônica.
Por exemplo, no Facebook, as pessoas utilizam geralmente para uso banal, cabe ao professor ensino os discentes a utilizarem pedagogicamente, utilizando-o pra fins educativos, adquirir novas informações, etc.
Desse modo, as possibilidades presentes no Facebook para compartilhar informações em seus diversos formatos como: vídeos, podcast, imagens, fóruns de discussão, memes, etc., revelam-se como uma importante estratégia de ensino-aprendizagem que assume papel significativo nas interações entre docente e discentes.
O Facebook pode ser utilizado, tendo como princípios a colaboração, interação e o Protagonismo dos discentes, colocando o ensino da Geografia, desta forma, como relevante função na construção de uma consciência crítica e reflexiva diante das questões do mundo contemporâneo.
Burns (2007) ainda defende a importância de incorporar os modos alternativos de ensino e aprendizagem que estão mais centrados na colaboração entre docentes e discentes, entre os próprios discentes, possibilitando a oportunidade dos discentes trabalharem em grupos.
Segundo Castells, as redes são globais e as identidades, embora possam ser estimuladas pelo processo de globalização, são locais (Castells, 1999).
Mitchell que, em 1969, advoga que a análise de redes sociais possibilita uma visão complementar à visão tradicionalmente instituída.
Rede social para Requena Santos trata-se de uma via muito interessante de explicação da realidade social (2003: p.3).
Metodologia
Desenvolveu-se uma pesquisa de natureza exploratória na tentativa de possibilitar maior proximidade com o universo do objeto de estudo e oferece informações e explicações científicas, sobre o assunto pesquisado. E, de abordagem qualitativa. Procurou-se captar em contexto bibliográfico contemporâneo, baseando na análise de fontes secundárias que abordam, de diferentes maneiras, o tema escolhido para estudo, na qual foram selecionadas as fontes; livros, artigos, documentos monográficos, periódicos (jornais, revistas, etc.), textos disponíveis em sites confiáveis, entre outros locais que apresentam um conteúdo documentado. Após a seleção do material, lido, analisado e interpretado como meio de compreender as potencialidades do Facebook para interpretação do conhecimento geográfico.
Utilizou-se o Facebook como espaços colaborativos de construção do conhecimento. Inicialmente foi criado grupo fechado no Facebook, numa perspectiva de superação do ensino fragmentado, modificando o modo como buscamos e produzimos informação e formar o pensamento crítico geográfico.
Nesse sentindo foi possível aumentar a participação efetiva por parte dos alunos nas aulas de Geografia.
O pesquisador desempenhou o papel de mediador, fez a explicação inicial da dinâmica do Facebook, como compartilhar informações e participar colaborativamente de aprendizagens em equipe.
No decorrer do processo, o pesquisador foi lançando as temáticas geográficos para discussão de acordo com o conteúdo que estava sendo exposto em sala de aula, visando a co-relacionamento dos conhecimentos teóricos (aprendido em sala de aula) com os conhecimentos do mundo social práticos pelos discentes e por fazerem parte do objeto da pesquisa.
Ao final, solicitou que alguns discentes avaliassem quais melhorias e mudanças ocorreram ao utilização do Facebook para diminuir a fragmentação do ensino de Geografia.
Resultados
Nesta etapa, os resultados dividem-se em fases, na 1ª fase - verificou-se os conhecimentos prévios dos alunos acerca da utilização do Facebook como ferramenta educativa, ou se já utilizaram o Facebook para fins educativos, as respostas, da maioria dos alunos foi que nunca tinha utilizado Facebook para fins educacionais e não conhecia os recursos do Facebook na inserção educativa, afirmaram ainda, que, o Facebook é utilizado apenas para publicação de momentos dos seus respectivos cotidianos, como por exemplo, compartilhar: fotos, vídeos etc.
Na 2ºª fase - baseou-se na demonstração para os alunos que o Facebook possui inúmeros recursos que podem ser um potencial aliado da educação. Os resultados obtidos são oriundo de uma discussão em sala de aula com base nas afirmações sobre Facebook e educação. Constatamos que os discentes apesar de serem emergente da era digital, da difusão do conhecimento em rede e da cultura da tela, ainda, demonstraram inúmeras dificuldades em manter um elo integrador entre as mídias sociais e educação, bem como, as redes sociais são utilizadas frequentemente para uso banal. Portanto, ainda não se fazia uso adequado do Facebook como ferramenta de aprendizagem de forma colaborativa.
Na 3ª fase - marcado pelo direcionamento do uso prático do Facebook e uso frequente da internet para fins educativo e interpretação da realidade virtual. Apropriação do Facebook como meio de interação colaborativa entre professor/aluno, facilitando a aprendizagem. Por meio de compartilhamento de link de revistas virtuais, como; Exame, Google educação, Época, Veja, g1, Youtube, e revista científica de universidades etc. foi possível correlacionar as temática de Geografia abordadas em sala de aula, com o mundo virtual, conseguiu-se os seguintes resultados:
§ Aumentou a participação dos alunos nas aulas de Geografia.
§ Facilitou a interatividade professor/aluno.
§ Motivou a aprendizagem porque facilitou pesquisa.
§ Pesquisa como princípio educativo - e busca de novos conhecimentos através das redes de comunicação.
§ Ferramentas do Facebook ajudam socialização e na aprendizagem colaborativa, cooperativa entre professor-aluno, aluno-aluno em busca de soluções de interpretações sociais que o ensino presencial não é capaz de resolver.
§ Aprendizagem autônoma, na qual a plataforma do Facebook, combinadas com o ensino presencial, potencializou o processo de ensino/aprendizagem e fazendo com que o discente produzisse o autoconhecimento crítica da realidade social.
Nesse sentido, é necessário refletir sobre o perfil do professor perante as novas tecnologias.
3. CONCLUSÃO
O problema levantado no início de nosso trabalho; Como inserir o Facebook no ensino de Geografia, como possibilidade de contextualização do ensino/aprendizagem? Tendo em vista as potencialidades de aprendizagem colaborativa como complemento do ensino presencial de Geografia, da rede social em questão, é possível sim, diminuiremos a fragmentação do conhecimento.
Visto que, em nossas análises constatamos que a fragmentação dos saberes consiste na falta de contextualização do conhecimento, oriundas das ações pedagógicas teóricas, causando visão fragmentada de mundo, aos discentes. E a integração do Facebook, sem dúvida causou impactos positivos no processo de ensino-aprendizagem, desenvolve-se o saberes e pensar geograficamente, de maneira sistêmica e crítica. Logo, a emancipação dos sujeitos. Assim, espera-se que os docentes da educação contemporânea, mantenham ações pedagógicas articuladas com as culturas digitais.
O objetivo geral e específico foi alcançado. A proposta de intervenção foi vista pelos alunos da escola como positivo. Foi possível conscientizar os discentes da importância da rede social como processo da aquisição de saberes crítico, na qual os mesmo precisam acreditar nos benefícios da cultura digital aliado à educação, para que ocorra uma formação integral e superação da fragmentação do conhecimento dos alunos, evitando o fracasso escolar.
Os discentes concordaram que a interação, a colaboração, participação, cooperação, e o diálogo é único caminho que possibilita ressignificação do ensino de Geografia.
A estruturação da disciplina (Geografia) deve ser flexíveis e apresente sensibilidades com os conhecimentos expostos nas mídias sociais, de modo a permitir sintonias com os novos desafios da sociedade contemporânea, provocando conexões de saberes flexíveis, contextualizados e interdisciplinares. Manter elos entre outras disciplinas, criando processos mais dinâmicos e desafiadores.
Enfim, evidenciamos que o modo disciplinar, teórico e sem contextualização, caracterizada na própria prática do docente/pesquisador, desfavorecia a formação de saberes integral e global.
Dessa forma, pode-se defender o objetivo deste projeto que, a incorporação do Facebook no ensino de Geografia, é possível dar um rumo diferente ao processo da educação presencial com o uso desta rede social para a complementação das atividades de aprendizagem; contextualização do conhecimento e interativa, dinâmica, colaborativa, na relação professor/aluno.
Por meio de fóruns de debates, compartilhamento dos recursos audiovisuais digitais, compartilhamento de noticiais sociais, etc.
Assim sendo, será possível sair da concepção fragmentária para uma concepção integral e interdisciplinar do conhecimento.
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[1] E-mail: w.o.morais@hotmail.com