O existencialismo é um humanismo.

Por Edjar Dias de Vasconcelos | 05/03/2013 | Filosofia

O existencialismo é um humanismo.

Paul Sartre.

Um grande pensador em uma ocasião Dostoievsky refletiu perfunctoriamente: se Deus não existe, nada no mundo teria sentido, o homem apesar de ser inteligente não seria diferente de um animal o que objetivamente de certo modo é.

Naturalmente que essa colocação incomodou o mundo, porque a existência não teria significado lesto, não existiria diferença entre uma pessoa morta e qualquer animal em decomposição.

 Essa concepção é muito forte, mas representa exatamente a verdade inexoravelmente descrita. Qual a finalidade do mundo, a pergunta não teria sentido existencial na sua formulação.  

A alma, com efeito, seria uma ideologia cultural, confesso que essa ideia me incomodou bastante durante toda minha existência, encontrei explicações nas formulações de Sartre, particularmente no seu livro: O ser e o nada, como na outra obra: O existencialismo é um humanismo as devidas explicações epistemológicas.

Em concordância com Dostoievsky a não existência de Deus tudo seria permitido. Aí se situa o ponto de partida do existencialismo sem mitigar o entendimento.  Com efeito, tudo é permitido se Deus não existe, fica o homem, por conseguinte, abandonado como uma pedra atirada ao pleno deserto exposto ao sol à chuva e a escuridão.

Não existe finalidade para o homem, a evidente  colocação, a razão de ser, a vida não tem nenhuma lógica, tudo que existe em termo de significado é uma invenção mnemonizável a etimologia existencial.

A existência é em sua essência o desaparecimento, o homem individual só tem significado dentro do seu tempo histórico, da produtividade do momento em referência.

Para Sartre, no desenvolvimento da sua obra: O existencialismo é um humanismo, defende uma tese interessante, de acordo com o espírito materialista.

 Já que o homem não encontra em si, nem fora de si, uma possibilidade que faça o mesmo ser homem e que possibilite a continuidade. Qual então a finalidade morfologicamente do ponto de vista da própria existência.  

Antes de tudo, não há desculpas para ele. O mundo não tem significado nenhuma razão, tudo que existe define em última instância pela sua não existência, o que é o existir a não ser uma ilusão. O homem em relação seu futuro é apenas a fantasia da sua sombra prelibada pelo silêncio do medo.

Se, com efeito, muito bem explicou Sartre todos os existencialistas, a existência precede a essência, não será nunca possível referir uma explicação à natureza humana dada ao mecanismo imutável do fundamento mecânico da lógica em referência. Pensar ao contrário seria alienar-se a respeito da procrastinação da verdade.

O homem não é ele mesmo, apenas se define e a definição acontece dentro do tempo histórico a cada segundo, então o homem é apenas a situação da sua definição prócer ao seu devido momento.

Aquilo que foi registrado na sua memória é muito difícil à modificação, exatamente por não existir uma essência, os caminhos são diversos e a perspectiva atende a todos do mesmo modo.

Por outras palavras, em outros aspectos, não há determinismo, o homem é livre, mas a liberdade é absurda, do mesmo modo como é também a irracionalidade do espectro escravo da vida, o conceito que nega o princípio do fundamento.

O homem é a liberdade. Se, por outro raciocínio, Deus não existe, não encontramos diante de nós valores ou imposições que nos legitimem o comportamento, tudo que se faz a respeito de diversos campos não teria fundamento a não ser a refulgência de uma ideologia institucionalizada.

Desse modo não temos em nós, nem fora de nós, o domínio da luz algo perístase que justifique valores, ou desculpas, para o nosso comportamento, na verdade estamos sozinhos nesse mundo.

Temos que desenvolver a nossa imaginação, Estamos aqui e não temos sequer o direito de não estarmos onde estamos peremptoriamente, o caminho é sempre obscuro, depende tão somente dos nossos passos, mas estamos presos aos limites do tempo e sua formulação como desenvolvimento.

Não existem desculpas para o homem, nossa singularidade é o medo preso a ameaças da limitação, o que somos a não ser a negação do futuro da nossa perspectiva de ser e realizar, tudo antecede, antes existimos apenas e só posteriormente definimos.

O que devo dizer o que muito bem refletiu Sartre, sem objurgar o que será entendido, o homem está condenado a ser livre, a explicação é simples, condenado, porque não criou a si próprio; livre também porque lançado ao mundo, é responsável por tudo quanto fizer.

O grande é único problema para o homem são as instituições do Estado, esse é o verdadeiro mecanismo da escravidão e do mesmo modo leva ao homem a necessidade do seu entendimento para facilitar na prática a liberdade. Edjar.

 Aspecto inconcusso o fundamento do existencialismo é um humanismo, uma teoria que aplicada à vida lógica serve tão somente para criar um mundo mais humano.

 Melhor socialmente, em um modelo político que deixe o homem realizar tudo que for da natureza da sua essência e não da ausência dela mesma indelevelmente percebida.

Edjar Dias de Vasconcelos.