O ENSINO DE LE NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DAS ESCOLAS PÚBLICAS: métodos, desafios e expectativas no processo ensino-aprendizagem

Por Sydney Pinto dos Santos | 29/04/2020 | Educação

O ENSINO DE LE NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DAS ESCOLAS PÚBLICAS: métodos, desafios e expectativas no processo ensino-aprendizagem

Artigo produzido em 2017 (Santa Maria do Uruará), defendido em 2018 (Santarém – Pará) e divulgado em abril de 2020 em Santa Maria do Uruará.

 

DOS SANTOS, Sydney Pinto[1]

 

RESUMO
 

Este trabalho de caráter qualitativo, dentro uma pesquisa bibliográfica, tem como finalidade abordar a questão do Ensino de LE nos anos iniciais do Ensino Fundamental, em especial no 5º ano deste nível de ensino; além dos objetivos que são: utilizar métodos eficientes no ensino da LE; analisar as expectativas e possibilidades deste ensino no 5º ano do EF; tem como método a pesquisa bibliográfica, a qual possibilitou uma visão do ensino da LE no processo ensino-aprendizagem; quanto aos resultados, centrou-se naquilo que os diferentes métodos utilizados no ensino da LE têm de melhor a oferecer aos discentes dos anos iniciais do Ensino Fundamental das escolas públicas regulares de ensino, pois os mesmos, através do professor de LE e das propostas pedagógicas das escolas, são e poderão ser realizáveis; nas considerações finais, abordou-se a importância do ensino e aprendizado de uma LE nas escolas públicas, visto á integralização do sujeito/cidadão no mundo globalizado e a sua inserção e convívio junto ás novas tecnologias do mundo atual, visto que a informática faz parte do dia a dia deste. Ressaltando que dentro deste conjunto de métodos, possibilidades e desafios do ensino da LE, cabe seguir os parâmetros legais, como também levar em considerações as orientações, sugestões e metas que hoje a educação tenta conduzir no trabalho do docente em sala de aula.

 

 

Palavras chave: Anos iniciais. Ensino; Métodos. Orientações.

 

 

 

 

 

 

1 INTRODUÇÃO 

Os educadores, atualmente, se preocupam e perguntam em seu dia a dia, especialmente àqueles que trabalham nos anos iniciais do Ensino Fundamental, o porquê de “não se ensinar a Língua Estrangeira nos anos iniciais, em especial no 5º ano deste nível de ensino?”, visto que esta preocupação se baseia na justificativa de que o aluno ou discente, estaria mais preparado para se inter-relacionar com os aspectos e conteúdos que abordam o ensino-aprendizagem da LE no primeiro ano dos anos finais do Ensino Fundamental, ou seja, no 6° ano, após o contato da Língua Estrangeira no 5º ano. Assim, teria mais possibilidade de chegar lá de forma “vazia” quanto a nova língua.

Assim sendo, não se verifica apenas a justificativa de se ensinar a Língua estrangeira nos anos iniciais do Ensino Fundamental, para que esteja preparado futuramente para encarar os desafios vigentes e norteadores deste ensino ou disciplina, mas é necessário e fundamental estabelecer objetivos claros, coerentes e satisfatórios que atendam aos interesses e desafios desta faixa etária de alunos. Pois só assim chegaremos a resultados compreensíveis e somatórios no processo de ensino, como por exemplo: desenvolver e utilizar métodos direcionadores e eficientes no trabalho do docente de LE nas escolas públicas, em especial no 5° ano do EF. Como também, analisar os desafios e vantagens que a LE traz para o processo cognitivo do discente neste série/ano; desenvolver técnicas e estratégias que venham contribuir para o processo-ensino- aprendizagem da LE nos anos iniciais do EF (5° ano).

Ressaltando que, a problemática pesquisada foi Por que não ensinar LE nos anos iniciais do Ensino Fundamental (5º Ano) das Escolas Públicas?  Leva-me a questionar o direito dos discentes quanto ao ensino de uma LE nos anos iniciais do Ensino Fundamental, já que a disciplina de Língua Estrangeira estabelecido na proposta curricular é obrigatória, e não facultativa.

Desta forma, o tema “O ENSINO DE LE NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DAS ESCOLAS PÚBLICAS: métodos, desafios e expectativas no processo ensino aprendizagem”, nos traz a possibilidade de abordarmos e colocarmos em prática aquilo que a LDB, a CF, os PCNs, e as Diretrizes Curriculares do Ensino Fundamental de 9 anos, abordam: “ o direito á educação”.

  1. DOS ASPECTOS LEGAIS DO DIREITO Á EDUCAÇÃO

Este trabalho não traz em seu contexto a finalidade única e exclusiva de se ensinar a LE nos anos iniciais do Ensino Fundamental, entretanto, fazer uma análise sobre o direito real e as possibilidades deste ensino, o qual está assegurado nas leis afins que tratam deste tema, a Educação. Não a educação em si, mas todas as suas peculiaridades, requisitos e pré-requisitos, que permeiam e determinam o caminho da busca do objetivo principal: um ensino de qualidade, dentro das dimensões de acessibilidade, gratuidade e democrática.

Assim, pode-se perceber que as leis e a própria Constituição Federal aborda de maneira sucinta e clara sobre o que esperamos como resultados, não só das escolas, das famílias, alunos, especialistas, docentes, da sociedade e do próprio Estado, quando se trata de ensino. Pois a Carta Magna (1988), expressa que é um direito de todos, e que é dever do estado e da família fomentar e promover a educação em todos os seus aspectos, níveis e singularidades.

2.1 – As possibilidades, estratégias e métodos do Ensino de LE

Quando falo e trato de ensinar uma LE ou outra língua que seja, além da materna, não significa que será ensina e assimilada com objetivo de ser um dever do professor, escola, currículo ou mesmo de uma proposta pedagógica; porém, deve ser encarada como um direito do aluno e dever das esferas, seja, elas quaisquer que sejam: federal, estadual ou municipal.

Neste contexto, gostaria de relacionar e expor, como também analisar o que nossas diretrizes, leis, portarias e resoluções determinam, sugestionam ou recomendam aos níveis de ensino, inclusive aquele desenvolvido na base; principalmente quanto o que este estudo expõe em seu contexto, que é o ensino da LE no âmbito dos anos iniciais, principalmente e em especial no 5º ano/série do EF.

Diante dos pressupostos desenvolvidos em se fazer um “casamento” entre o que se necessita nos educandários e aquilo que a legalidade nos permite, verificamos que, diante de um direito, expresso na Constituição Federal (1988, art. 6º): São direitos sociais a educação, a saúde , a alimentação, o trabalho, a moradia... Situação exposta que nos permite pensar a educação em todos os seus níveis, sem distinção de idade, gênero, ou outros aspectos quaisquer, como um direito realmente acessível a todos. Assim se falando de todas as disciplinas, conteúdos, materiais usados no processo ensino-aprendizagem.

E, quando se falo em disciplina em todas as séries, permeio este direito aos anos iniciais do Ensino Fundamental das escolas públicas, o qual é o foco de meu trabalho de pesquisa. Logo, não só a Língua Materna pode marcar presença no dia a dia do aluno, mas também a presença de uma LE como disciplina no EF; visto que esta última é uma disciplina obrigatória nos anos finais, e por que não seria nos anos iniciais. Claro, desenvolvida dentro das peculiaridades e características diversas dos pequenos.

Também como direito e dever da educação na sociedade, quanto o exposto na Constituição Federal (1988), vemos:

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1988, art. 205)

Quanto ao artigo 6º desta mesma lei, em seu inciso VII, quanto ao padrão de qualidade que o ensino deve ter, percebo que: este padrão de qualidade deve começar a ser assegurado desde os princípios, em vista de duas questões elementares vigentes e socializadoras: a convivência com os conteúdos bases, assim com a promoção precoce das características viáveis de aprendizado; como também, a produção escolar no que diz respeito as três aspectos/fatores de interação: oralidade, leitura e escrita.

Em outras palavras, é necessário que o discente, se interesse, seja incentivado e receba cedo os direcionamentos educacionais, no sentido amplo de garantir uma educação de qualidade dentro dos padrões exigidos pela sociedade atual.

No que concerne ao ensino de LE nos anos iniciais, em especial ao 5° ano do EF, a importância não está no aprender por aprender, esta “nova língua”, porém permitir ao discente vivenciar novas experiências no seu cotidiano escolar; pois assim, ele, o aluno, começará a perceber novas possibilidades de inclusão na sociedade, ora esta tomada, muita vezes com exclusória dos direitos relacionados ao termos educação de qualidade, acessível, justa e democrática.

Portanto, aprender uma nova língua significa transcender como ser humano, não e tão somente no campo educacional e social, porém cultural, financeiro, e, claro territorial. Visto que, este último aspecto, favorece o intercâmbio entre as diferentes “fronteiras” territoriais, como por exemplo, o indivíduo que se propõem interagir e se inter-relacionar pelas mídias sociais. Fazendo com que isto lhe permite não ser um cidadão de um país só, mas dentro de um processo de integralização de um mundo globalizado.

Pois sendo ou permitindo ser um processo interacional, a LE no ensino e no currículo da educação brasileira poder ser vista como:

O processo sociointeracional de construir conhecimento lingüístico e aprender a usá-lo já foi percorrido pelo aluno no desafio de aprender sua língua materna... assim também, possibilitar que o aluno, ao se envolver no nos processos de construir significados nessa língua (LE), se constitua em um ser discursivo no uso de uma língua estrangeira. PCN, 1998, p. 28-29)

Significa dizer que, o aluno além de fazer as relações viáveis e coerentes quanto ao aprendizado do LE, ele terá também a possibilidade de se conduzir novamente pelos mesmos caminhos que o levaram a aprender a língua materna. Dentro de todos os seus parâmetros lingüísticos: oralidade, escrita e leitura; além de outros significativos que ora se constitui dentro da gramática: morfologia, sintaxe, semântica, fonologia, entre outros recursos identificadores do processo de ensino-aprendizagem.

Logo, acredito que, os caminhos a serem percorridos no aprendizado e introjeção de LE, não será diferente quanto aqueles que ora foram desenvolvidos no aprender da língua materno, vendo-se é claro, os melhores métodos, estratégias e ações para se alcançar os objetivos e, consequentemente, os resultados esperados. Pois a vivência com os paradigmas sociais e também escolares já se propõem uma grande possibilidade de abertura “de portas” ao indivíduo através do conhecimento. Quando se observa que:

o conhecimento de mundo se refere ao conhecimento convencional que as pessoas têm sobre as coisas do mundo, isto é, seu pré-conhecimento do mundo. Ficam armazenadas na memória das pessoas conhecimento sobre várias coisas e ações, por exemplo, festas de aniversários, casamentos, oficinas de conserto de carros, posto de gasolina... (PCN, 1998, p. 29-30)

Todos estes lugares possibilitam ao indivíduo-escolar enxergar possibilidades de aprendizados diversos, inclusive, por que estes mesmos lugares são capazes e explicitar uma nova linguagem, pois se percebe que ali são constituídos de palavras ou frases que não estão ligadas à língua materna, mas outra, no caso uma LE.

Existem também no ensino de uma língua, o contexto social e as variantes as quais permeiam uma língua, dando assim, um sentido mais claro quanto aos objetivos a serem alcançados, pois:

Se cada língua é composta por um conjunto de variantes, cada cultura também provavelmente é composta por um conjunto de grupos e cada grupo destes, por seus valores e crenças. Dessa forma, fica mais fácil enxergarmos este caráter diverso que a língua e a cultura carregam. (MOROSOV, 2012, p. 64)

Desta forma, precisa-se entender que, o caminho percorrido para ensinar uma LE, não está apenas na vontade especifica de uma escola ou de um professor, porém, dentro de vários contextos que influenciam este ensino, seja ele social, financeiro; mas também, cultural; onde os indivíduos têm por sua vivência e convivência no meio inserido, suas peculiaridades, as quais devem ser respeitadas.

É sabido, no entanto que, além de se fazer as variadas proposições quanto ao ensino da LE no contexto escolar, também, é necessário olhar não somente a questão dos aspectos elencadores e fundamentais do aprendizado, como a oralidade, a leitura e escrita, além dos métodos. Porém, levar em conta as diferentes abordagens que o ensino requer dentro de um contexto de promoção educacional.

Pois também, dentro destas abordagens da aprendizagem, se trata também da abordagem cultural, a qual está intrinsecamente ligada à vivência, convivência, hábitos e costumes desenvolvidos e vividos pelos indivíduos de uma determinada comunidade ou sociedade.

Pois, segundo Morosov (2012, p. 63): “ouvir, ler, falar, e escrever... os aprendizes adquirem habilidades culturais na LE, por exemplo, aprendem a observar, e de certa, compreendem modelos de comportamentos...”. O que muitas vezes facilita o aprendizado ou mesmo interfere através de uma recusa. Por isto que, os objetivos, justificativas, métodos avaliativos e finalidades de ensino da LE, devem ser devidamente explicados. Seja pelo professor, ou pela própria escola, no sentido, de não infringir “certas regras socioculturais” do ambiente.

Pois, além de fazer sentido real e facilitador, as diversas abordagens, procuram facilitar a inter-relação já existente entre o espaço escolar e a comunidade. Quando:

...mais recentemente, novas tentativas de integrar uma discussão sobre cultura no currículo do ensino de LE, têm surgido como uma possibilidade na área de ensino de LE. Essa abordagem, conhecida como abordagem intercultural, além de reconhecer a importância da língua como meio de comunicação, traz para junto conjuntamente para o ensino da LE a reflexão para suas funções sociais... (MOROSOV, 2012, p. 62)

Além, é claro das abordagens que influenciam o ensino da LE, devemos, atentar para a questão dos métodos, os quais darão garantia real, no meu entendimento do aprendizado da Língua Estrangeira nos anos iniciais do Ensino Fundamental, em propósito, no 5° ano. Quando este ano/série, dará condições reais e favoráveis ao aluno de chegar e participar efetivamente do ensino da LE no ano/série seqüente, sem passar pelo processo de alfabetização nesta disciplina.

Entre os mais notáveis e “eficientes” métodos utilizados no ensino da LE, se destacam, uns pelos seus processos dinâmicos com a leitura, outros com a questão da própria gramática, outro pelo ato repetitivo e decorativo das palavras, assim com aquele usado de forma direta, ou seja, do uso da língua com a língua como recurso na própria sala de aula: Ei-los:

Método da Tradução e da gramática, considerado entre todos os demais métodos de ensino de LE, como:

...o método mais antigo na história do ensino e da aprendizagem de LE... consiste na tradução de textos da LE para a L1 do aprendiz e no estudo das regras gramaticais que compõem o sistema linguístico da língua estudada...

O uso da LE em sala somente se dá pelas atividades de tradução, pois a comunicação oral na LE não é objeto de ensino, sendo a leitura e a escrita as únicas habilidades envolvidas no processo. (MOROSOV, 2012, p. 22)

Portanto, pensar no ensino de LE quanto ao método da Tradução e da Gramática, sem pensar na leitura como um aspecto expressamente importante, seria como querer ensinar gramática sem conhecer as estruturas formadoras deste processo. Assim, a leitura para aprender uma LE:

Será importante envolver os alunos nesse processo de coleta de textos para se assegurar, por um lado, o interesse dos alunos, e por outro lado, a conexão entre o que se faz na sala de aula (disciplina) de Língua Estrangeira e o mundo fora da escola onde a língua estrangeira é usada. (PCNs, 1998, p. 92)

No entanto, é necessário que se siga alguns parâmetros, para que tanto o trabalho do docente de LE, assim como do aluno, não se percam pelos caminhos da escolarização do ensino da LE; pois:

É preciso saber, antes de mais nada, por que se lê um texto. Ler é fazer perguntas ao texto... propostas de leitura que não respeitam os interesses dos alunos, que não se associem de forma alguma ao que ele sabe ou quer saber são maneiras muito práticas de gerar desinteresse na leitura... Crianças aprendem por tentativa e erro: elas encontram sentido para aprender a língua, e não o contrário. ( FERRO, 2013, p. 90).

No que se refere a escrita no processo de ensino de LE nas escolas públicas regulares, dar-se se forma mais ou menos seguindo os procedimentos da leitura, visto que estes dois aspectos interacionais e influenciadores na aprendizagem, estão interconectados; já que:

Como forma de estruturar a aprendizagem da produção escrita em Língua Estrangeira, alguns elementos precisam ser observados. O estímulo escrito e/ou oral deverá ser analisado quanto às regras de organização textual, de modo que o processo de estruturação da escrita tenha fundamentos e referências bem explicitados. ( PCNs, 1998, p.100)

Já quanto a oralidade, o ensino de LE nas escolas públicas regulares, requer que:

O desenvolvimento de habilidades direcionadas ao uso da língua estrangeira em situações de interação face a face em turmas de 40 a 50 alunos, não é uma tarefa fácil para nenhum dos envolvidos nesse processo. Apesar de todos esses entraves, algumas recomendações sobre o ensino da fala podem ser feitas, cabendo ao professor decidir o que fazer com base no seu contexto de atuação e nas características do seu público-alvo. (COELHO, 2012, p. 40)

Assim, o trabalho da oralidade é um aspecto de grande relevância no processo ensino-aprendizagem, tendo em vista, que este aspecto vem do seio familiar, o qual vai se aprimorando com a vivência sociocultural, como também com a inter-relação no ambiente educacional. E que, nas relações diversas, em todos os ambientes é fator de comunicação, interpretação e culturalização.

Método Direto, considera que: o princípio fundamental do método é de que a LE se aprende através da LE... (MOROSOV, 2012, p. 25). Quando “a transmissão do significado dá-se através de gestos, gravuras, figuras e mímicas que são usadas no processo de compreensão do aluno...” (ibdem, p. 25)

Neste contexto o aluno deve estar inserido dentro de um campo de aprendizado, onde não há a interferência da gramática ou dos aspectos que envolvem esta. Pois, o professor, deve encontrar estratégias de ensino e aprendizagem onde a aula se torne mais dinâmica e chamativa.

Método da Leitura: “adotava-se a ênfase na linguagem escrita com uma melhora nos estudos da gramática e mantinha-se a ideia de que o aluno ser exposto à LE durante o processo de ensino-aprendizagem”. (MOROSOV, 2012, p. 27)

As aulas, neste método, estão centradas em um grande número de exercícios, na utilização de vocabulário para tradução; no entanto, a gramática se fazia presente, com o intuito de colaborar e aperfeiçoar a habilidade da leitura.

Método audiolingual: acreditava-se que o aprendizado acontecia pela repetição, reforço e memorização do aprendiz, sendo o professor o modelo na LE a ser seguido no processo de ensino-aprendizado. (MOROSOV, 2012, p. 29)

Desta forma, a quantidade de exercícios orais era uma das qualidades deste método. Assim também utilizando-se do treino e uso de estruturas gramaticais. Quando os aprendizes de uma forma “exaustiva e repetitiva” se dedicavam no aprendizado da LE, com repetições de frases e e diálogos.

Além destes métodos, existem outros que ao longo do tempo e discussões de melhoria do ensino da LE, foram aparecendo e se desenvolvendo, e ao mesmo tempo se aperfeiçoando, visto que, possuem características dos métodos anteriormente descritos. Pois, muitos destes métodos, foram capturando peculiaridades e características dos anteriores, o que hoje facilita termos qualidade no ensino da LE, inclusive aqueles utilizados em cursos preparatórios, aulas sistemáticas ou em cursos de escolas privadas.

2.1 METODOLOGIA

Neste presente trabalho de pesquisa, a qual se desenvolve dentro de uma ênfase qualitativa, a qual teve como tipo a pesquisa bibliográfica. Quando um dos primeiros passos ou etapas a serem desenvolvidas, foi a separação de material, o qual pudesse contribuir no que diz respeito ao tema abordado.

Onde muitos dos conteúdos, se confundem nos conceitos, assim definindo e redefinindo os mesmos de acordo com os procedimentos adotados no trabalho acadêmico desenvolvido, pois assim:

...alguns entendem por pesquisa o trabalho de coletar dados, sistematizá-los e, a partir daí, fazer uma descrição da realidade. Outros fixam-se no patamar do referencial teórico e entendem por pesquisa o estudo e a produção de quadros teóricos... (DEMO, 1995)

 

Quanto à primeira situação, “descrição da realidade”, é a mais viável neste trabalho, visto que se trata de uma situação incômoda, pelo fato de que a LE ou seu ensino nas escolas públicas, possibilita um campo sem fim, de inúmeros questionamentos e interpretações, passando pela sistematização, sim, dos procedimentos necessários e fundamentais para se chegar aos resultados esperados.

No entanto, para se chegar a descrição da realidade através deste trabalho foram necessários se fazer os procedimentos adequados e condizentes, como pesquisa do material, separação de conteúdos, leitura dos mesmos, fichamento e transcrição das partes que enfatizam e constituem o contexto do mesmo.

Porém, um dos procedimentos mais importantes e necessários ao desenvolvimento deste trabalho de pesquisa foi a leitura, a qual é conceituada como:

A leitura constitui-se em um dos fatores decisivos do estudo e imprescindível em qualquer tipo de investigação científica. Favorece a obtenção de informações já existentes, poupando o trabalho de campo ou experimental. (LAKATOS & MARCONI, 1992, p. 15)

 

Pois a leitura no desenvolvimento do trabalho acadêmico permite inúmeros caminhos, entre eles estão como principais: estabelecer uma ligação concreta entre as falas dos diversos especialistas no tema; fortalecer o conhecimento do autor, o qual busca informações sucintas e coerentes, assim como interagir nas várias interpretações que um determinado tema sugere.

Além da leitura propriamente dita, outro procedimento utilizado foi à análise dos textos, dos textos selecionados, os quais viriam a compor posteriormente a contextualização do trabalho em seu desenvolvimento.

Desta forma se sabe que, a análise:

Consiste, pois, no estudo extenso de uma obra ou parte dela, “desintegrando-a”, procurando separar os distintos elementos e partes que a compõem, até conseguir penetrar na idéia primeira que a originou, até achar este item misterioso que é a chave do autor. (CASTAGNINO 1953, apud LAKATOS & MARCONI, 1992, p.23)

 

Vale ressaltar que, o trabalho em sua composição e estruturação, seguiu as normas da ABNT, inclusive aquela que trata de dos procedimentos a serem adotados nos trabalhos científicos e acadêmicos.

Desta forma, a pesquisa bibliográfica, é um tipo de pesquisa que me possibilitou levar em conta inúmeros posicionamentos quanto à condição de olhar por vários ângulos, os posicionamentos de especialistas quanto ao ensino da LE no Ensino Fundamental. Assim, como demonstrar quais os melhores métodos a ser trabalhado em sala de aula.

Pois, neste sentido, não adianta termos a boa vontade de botarmos em prática quaisquer que sejam os projetos educacionais, mas precisa-se dentro deste expectativa “ouvir” as vozes da experiência e dos pensamentos acerca do tema. Pois só assim veremos e entraremos nos melhores caminhos a serem trilhados em direção ao ensino que queremos no ensino da LE, ou mesmo, em outras disciplinas.

 

2.2 – RESULTADOS ESPERADOS

Quanto aos resultados, espera-se que, os alunos dentro do ensino de LE ou aqueles que serão submetidos ao ensino de nova língua no 5º ano ,em específico, do EF, possam, ao ingressar no 6º ano do Ensino Fundamental, como conhecedores dos aspectos norteadores da LE, assim como, se possibilitar interagirem, de forma mais dinâmica e interativa com os conteúdos, métodos, ações, estratégias, com os docentes e principalmente com seus pares.

É certo que, este contato mais cedo, possibilita também, a amplitude dos conhecimentos acerca das finalidades de uma LE fora do âmbito escolar, ou seja, dentro da sociedade que irá absorver este indivíduo/cidadão no futuro, principalmente no que diz respeito ao mercado de trabalho com seu dinamismo, exigências, possibilidades e desafios.

Lembrando que, o ensino de uma LE, dentro de um espaço escolar, como as escolas públicas regulares, implicam também, em um trabalho de sensibilização por parte dos discentes, gestores escolares, especialistas em educação, quanto a esta necessidade e focalização na sua importância. Pois, ela não só abre oportunidades aos discentes, porém expressa o compromisso das unidades escolares com a sociedade e, principalmente, com aquilo que se conhece como “mundo globalizado”, onde se impera três aspectos importantes: mídia, informatização, e tecnologia de ponta; além das telecomunicações. Fatores estes que exigem um conhecimento por parte do cidadão, mais aprofundado, precoce e resolutivos das problemáticas a serem resolvidas.

Portanto, os resultados aqui esperados não são aqueles que podem colaborar exclusivamente com o ensino da LE, nas escolas públicas regulares, nem aos discentes, no caso os alunos do 5º ano do EF, mas a toda uma rede de agentes que se possibilitam mudar as expectativas da qualidade da educação em território nacional; para uma educação nos moldes dos discursos inflamados: de qualidade e acessível.

Esta interconexão e responsabilidade no ensino, só serão capazes se, cada agente promotor de educação, enxergar como positivo o que se aborda neste trabalho de pesquisa. Mesmo que o dever da educação seja do estado, da sociedade e da família do agente que o ensino pretende ser permeado e introjetado.

Pois sabe-se que, educação no que se refere a suas transformações eficazes e promissoras, não acontecem de um dia para o outro; precisando, é claro, de muito debates, discussões, sugestões, levantamento de hipóteses, experimentos, e claro, de muita visão e responsabilidades dos entes federados com suas devidas obrigatoriedades e comprometimento  quanto aos aspectos legais, aos quais estão sujeitos e obrigados. Ou seja, não é pelo simples “querer em fazer”, mas como fazer e para quem fazer, e evidente, olhando quais os resultados positivos a serem alcançados.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Professores, especialistas e estudiosos no assunto do ensino da LE nas escolas públicas regulares, precisam entender a grande necessidade que uma língua estrangeira influencia no cotidiano de alunos e pessoas, e nas diversas relações existentes na atual sociedade globalizada, como por exemplo, a inserção do indivíduo no mundo virtual e a inserção no cotidiano destes das novas tecnologias. Com isto, se faz necessário que a cada espaço possa produzir métodos, estratégias e ações que realmente venham contribuir com o desenvolvimento do ensino. Um ensino que venha realmente promover aquilo que se espera do ensino: qualidade, acessibilidade, dinamismo e flexibilidade.

Assim com a Língua Portuguesa, como o ensino da LE, deve-se se levar muito em consideração muitos aspectos que, ao longo do tempo, possibilitaram melhorias, tanto no campo educacional, acadêmico, social, de pesquisa e outros. Pois, estes avanços na melhoria do ensino, não foi uma tarefa fácil, ocorrida de uma hora para outra. Porém, advindas de pesquisas, discussões e estudos acerca do tema.

Então ensinar LE, assim como ensinar outra língua, não é tarefa fácil, que além de se porem em favor de uma ou mais abordagens, também se levou em conta, a questão do tempo, dedicação, questionamentos, levantamento de hipóteses e às vezes conjecturas. Os quais permearam na história da Didática e das diversas metodologias um avanço significativo e melhorado, como o conhecemos hoje.

Porém, é fato saber que, quando se trata do assunto educação, inclusive no seu aspecto de melhoria, deve-se levar em consideração a complexidade que esta temática traz em seu entorno. Pois muitas vezes, as condições favoráveis são discutidas, mas não aceitas na íntegra.

Portanto, quanto ao ensino da LE, nas escolas públicas regulares, em especial aos anos iniciais (5º ano) do Ensino Fundamental, caberá aos professores, aos gestores, aos especialistas, às escolas, e em primeiro lugar, aos órgãos reguladores, estudar esta possibilidade como algo viável, condizente e fundamental, além de necessário, para a promoção real da formação de nossos alunos.

 

REFERÊNCIAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas: NBR 6028/2003. Rio de Janeiro, 2002.

BRASIL. Congresso Nacional: Constituição Federal do Brasil. – Brasília/DF, 1988.

______. Parâmetros Curriculares Nacionais/ PCNs – Fundamental: Língua Estrangeira. = Brasília/DF: MEC/SEF, 1998.

COELHO, Hamilton Batista. Estratégias de Leitura e Produção Textual em Língua Inglesa. Paracatu/MG: FINOM, 2012.

DEMO, Pedro. Metodologia Científica em Ciências Sociais. – 3ª Ed. rev. e amp. São Paulo: Atlas, 1995.

FERRO, Jeferson. Produção e Avaliação de Materiais Didáticos em Língua Materna e Estrangeira. - Curitiba, Ed. Intersaberes, 2013. (Col. Met. Do Ens. de Língua Portuguesa e estrangeira)

LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do Trabalho Científico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicações e trabalhos científicos. - - São Paulo: Atlas, 1992.

MOROSOV, Ivete.  A Didática do Ensino e a Avaliação da Aprendizagem em Língua Estrangeira. - Curitiba, Ed. Intersaberes, 2012. (Col. Met. Do Ens. de Língua Portuguesa e estrangeira)

 

[1] Sydney Pinto dos Santos, pós-graduando em Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa e Estrangeira – UNINTER, 2017.

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