O ENSINO DA LITERATURA: METODOLOGIA UTILIZADA NO PROCESSO DE...

Por Eroneide Vieira Barreto | 05/05/2017 | Literatura

O ENSINO DA LITERATURA: METODOLOGIA UTILIZADA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO. 

Resumo

A presente pesquisa refere-se à metodologia do ensino da disciplina de Literatura utilizada m sala de aula e tem como objetivo identificar o processo do ensino e como está sendo aplicado. Com uma abordagem qualitativa, a pesquisa se desenvolveu com alunos do 3º ano do Ensino Médio, utilizando os seguintes instrumentos de apoio: pesquisa bibliográfica e aplicação de questionários. Foi identificado que 90% dos alunos participantes da pesquisa são do sexo feminino e 10% do sexo masculino, na faixa etária de 14 e 30 anos. Percebe-se a importância de conhecer o processo de ensino da Literatura e sua aplicação, partindo do seu conceito e tudo que diz respeito ao seu estudo, de modo que ela venha a ser um objeto de investigação que ajude estudantes a atribuir conhecimentos que enriqueçam cada vez mais o aprendizado dos estudantes. A referente pesquisa, contribuiu para saber como estava sendo desenvolvida a metodologia que o docente utiliza, observando também os aspectos que podem ser futuramente modificados, de modo que a mesma venha a servir de apoio para entender melhor o processo de ensino sobre a Literatura.

1 Introdução 

Segundo Houaiss (1982), a Literatura é a arte bela da língua escrita, estética literária inserida de várias maneiras num conjunto de obras reconhecidas pelo seu valor da beleza e que faz parte de um país, época, gênero, poetas e escritores entre outros. (Houaiss, 1982, p. 1118).

A disciplina de Literatura tem se mostrado de suma importância ao longo dos tempos, devido sua longa linhagem de conhecimento, influência e cunho histórico; os conteúdos literários foram abordados pela sociedade portuguesa séculos atrás, levando-se essa herança cultural, histórica e letrada para muitos anos depois, até mesmo como meio de mostrar que quem fazia parte das camadas mais elevadas e cultas de épocas anteriores, possuíam um vasto conhecimento literário e de suas derivações, ao mesmo tempo, observa-se que

o estudo e a produção de assuntos literários no passado eram muito mais presentes e vigorosos do que nos dias de hoje.

Na verdade, desde as origens, a Literatura aparece ligada a essa função essencial: atuar sobre as mentes, onde se decidem as vontades ou ações; e sobre os espíritos, onde se expandem as emoções, paixões, desejos, sentimentos de toda ordem... No encontro com a Literatura (ou com a Arte em geral) os homens têm a oportunidade de ampliar, transformar ou enriquecer sua própria experiência de vida, em um grau de intensidade não igualada por nenhuma outra atividade. (COELHO, 1991, P. 25).

Representou-se ao passar dos tempos também um escapismo e evasão da realidade das pessoas, isto é, uma vez que se tinha a liberdade criativa e poética para dar asas às próprias ideias de maneira escrita, podendo então sair do mundo real e permitir que a criatividade flua.

Nos dias atuais, muita coisa mudou, como as bases culturais, que apesar de serem registradas historicamente e serem estudas nos conteúdos programáticos, os significados de certos assuntos literários não possuem mais graus de significância para todas as pessoas que recebem os temas propostos para estudo, não menosprezando seus reais valores; porém as noções culturais e de base transformam-se ao passar dos anos devido a variados fatores, como evolução e transformação social, avanço tecnológico, desenvolvimento intelectual e pessoal dos indivíduos. Ao mesmo tempo, notar meios variados de repassar os conteúdos literários de maneiras não tão mecanizadas, levando a ser algo mais natural, portanto contagiante.

No que diz respeito à literatura, apresenta-se esta, muitas vezes, como o objeto que potenciará atitudes humanistas por oposição às perspectivas funcionais onde pontuam textos que espelham a vida quotidiana das pessoas. Contudo, a história tem vindo a mostrar que a presença da literatura na escola, ainda que alguma consideração e deferência mostre para com a herança cultura e a arte, não significa necessariamente o abraçar de um projeto de dignificação do homem, no sentido em que lhe permita, com esta leitura, fazer entrar em crise a sua relação com a linguagem, interpelar as bases históricas e culturais dos universos literários, pôr em conflito as suas convicções, os seu gostos e os seus valores e os dos outros, como atrás vimos ser marca de um leitor no pleno sentido da palavra (MARTÍNS et al, 2008. P. 79).

Numa análise de investigação entre a relação leitura e literatura no âmbito escolar de acordo com Chartier e Hébrarde (1995), existe a interseção de dois discursos: o da escola sobre a leitura e leitura sobre a escola. No entanto é observado uma grande desigualdade entre a relação desses discursos, pois a prática da leitura no contexto escolar nem sempre é tida como segmento fora da contínuo.

Silva (1998) argumenta sobre a recepção do texto literário na sala de aula baseada na interpretação, esse tipo de análise desmotiva o estudante na qual ele simplesmente tem a ideia de apenas conhecer dados históricos de uma determinada obra, e não busca entender a verdadeira essência do sentido do texto.

Segunda Kleiman (1996, p. 24). É no contato com o texto que o leitor vai interagindo para compreendê-lo, mas isso não ocorre numa leitura em silêncio nem tão pouco em voz alta, mas no diálogo entre fatores importantes dentro do texto. Certamente é através dessa interação que ocorre o verdadeiro conhecimento do leitor entre o texto. No entanto essa exploração ainda é pequena dentro do âmbito escolar, e a falta de estímulos na habilidade da leitura se faz presente visto que o docente dá mais ênfase à leitura no momento em que necessita que o estudante finalize sua tarefa.

É necessário que o estudante tenha experiência de adentrar numa obra literária, Matos 1987, p. 20) comenta que o ensino da Literatura é rigoroso, pois experiência não é ensinada e sim praticada. Portanto devem-se encontrar soluções para a mesma amenizando as dificuldades encontradas e promovendo oportunidades para que de fato ocorra experiência em seu ensino.

Tal experiência conforme Hester (1972, p. 284) o ensino da Literatura ocorre de maneira lenta no contexto escolar. É preciso orientar os estudantes a experimentar, de modo intensivo por meio de textos literários, mas deve-se respeitar a individualidade de cada um por que ela vai fluindo com naturalidade. E o professor deve apenas criar expectativas eficientes que propiciem o desenvolvimento do estudante quanto a experiência literária.

O ensino da Literatura e sua leitura devem estar juntas no âmbito escolar, de modo que uma complemente a outra, pois elas fazem parte de uma só relação e através dessa relação chega-se a uma compreensão lógica.

Argumentação Beach e Marshall (1991, p. 39) o dever do docente é orientar e observar a compreensão dos alunos ato da leitura, propondo desafios visando que eles construam e reconstruam diferentes interpretações sem que estes já tenham em mãos leituras prontas e acabadas.

Ainda conforme os mesmos autores (1991, p. 9), uma das maneiras possíveis de sanar as dificuldades referentes ao ensino da Literatura seria considerar a relação que há entre professor – aluno, e texto, observando o que pode ser revisto para não dificultar a compreensão diante do ensino da mesma, pois é evidente que a partir dessa relação, a Literatura terá algum significado em sala de aula.

Segundo Lopes (1994, p. 368) o ensino da Literatura não é apenas ter o conhecimento de variados textos, autores ou datas históricas, é acima de tudo entender o significado que ela representa para si mesma, conforme (Jacobus, 1996: p. 134) os estudantes devem compreender no texto literário, uma maneira de redescobrir a si próprio, por meio do que está transmitido no momento de sua leitura quando este dialoga intimamente no texto e com base nessas teorias que o ensino da Literatura deve ser encarado com metodologias favoráveis em sala de aula, visando a transformação do estudante num verdadeiro leitor crítico literário, e com o intuito de entender a essência do estudo dessa disciplina.

Ainda no ensino atual, busca-se não deixar que os conteúdos literários passem despercebidos, colocando-os nos conteúdos programáticos, buscando melhores maneiras possíveis para passar os assuntos para gerar produtividade, incentivo e noções reais e de importância acerca do que é Literatura, sobre o que fala, qual seus objetivos e se possível, tentar gerar o interesse para o estudo. 

Metodologia

A elaboração deste conteúdo pauta-se em autores que tratam sobre o tema em questão e também através de uma pesquisa de campo com bases, metodologias e objetivos pré-definidos, em seguida, verificando-se quais os resultados, observando ainda qual a importância de tal conteúdo e qual será sua contribuição para o trabalho e para os objetivos que se busca alcançar.

No que se refere ao desenvolver o trabalho, coordenou-se métodos de coleta de dados, visando descobrir os objetivos buscados e as informações necessárias, através de perguntas elaboradas sobre a Literatura, seus valores e importância e como é a receptividade dos alunos em relação a tais ensinamentos repassados, o que entendem pelos assuntos e o que esperam de tais temáticas, e ao mesmo tempo buscando saber qual a real situação do ensino dos conteúdos literários no Ensino Médio, mostrando através da análise dos resultados obtidos, a que ponto chegou-se a situação em gráficos e porcentagens com relação às respostas dadas. 

Resultado e Discussão

A pesquisa ocorreu em novembro de 2016 com a turma do 3°ano do ensino médio da Escola Estadual Maria do Socorro Jacob. Para se ter uma base com relação à pesquisa referente ao ensino e importância da disciplina de Literatura inserida no Ensino Médio, foi aplicado um questionário contendo (06) questões alternadas entre objetivas e descritivas a serem respondidas por (16) alunos, em seguida todas as respostas foram analisadas e detalhadas através de gráficos e divididas em porcentagens para demonstrar o resultado das respostas dos alunos sobre o tema abordado.

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