O Ensinar e o Filosofar
Por Leonildo Dutras de Oliveira | 24/01/2010 | FilosofiaResumo: O conhecimento e a verdade são preceitos que não estão imunes ao controle de ideologias opressoras, pois, estão ligadas diretamente com a existência do ser humano, por isso, cabe a nós filósofos lutarmos contras o absolutismo, visando uma melhor compreensão do que é enfrentar uma sala de aula, nas universidades e faculdades. Palavras-chave: (1) verdade, (2) filósofos e (3) conhecimento
Ensinando a pensar criticamente
Todo o processo de formação do humano, passa pelo papel de ensinar, principalmente na filosofia, esse papel passa a ter valor de forma valorosa conforme o ensino de uma nova didática. O ensino de filosofia passa a ser muito mais do que uma obrigatoriedade jurídica, é uma exigência do cotidiano das pessoas. Diante deste quadro de diagnostico das necessidades de se inserir uma consciência critica e avançada academicamente, qual o papel de filosofia no ensino superior?
De forma especifica ou em caráter geral a filosofia passa a receber uma enorme importância, quando é aplicada como método crítico e contestador das verdades apresentadas.
Inicialmente enquadrada como disciplina de formação geral e, com o passar dos anos, como disciplina de formação cidadã, ela seria o primeiro passo para a execução de um projeto pedagógico institucional que pretende a formação não alienada do contexto cultural em que é produzido, abrangente quanto à criticidade, reflexiva, não preconceituosa do universo e do ser humano que possa conciliar o conhecimento científico com a prática cidadã. Disciplina que possibilite a formação humanística ao aluno (PANSARELLI e PIZA, 2008, p. 11).
Inicialmente o projeto de construção do humano, passa pela formação reflexiva e crítica da realidade tal qual é apresentada. A todo o momento somos afetados por forças produtoras de uma cultura de conflitos e contraditórias com os verdadeiros rumos que deve caminhar a sociedade, diminuindo as vontades coletivas como força criadora de uma historia particular e egoísta.
Em oposição a estas considerações anti-libertadora e evolutivas a filosofia atua como a força invisível que age conscientemente na construção do ser.
Então a retomada de projetos audaciosos, que visam ensinar métodos reflexivos à pessoas não-filósofos possibilita a integração de um seleto grupo de pessoas na autonomia estratosférica do valores reflexivos e críticos. Criando uma nova sociedade, a partir das mais diversas áreas de formação acadêmica.
Quando um sujeito entra em uma universidade, ele já teria passado por vários processos de condicionamento e construção interior. Mas a desconstrução de mitos e falsos valores se consome no processo de filosofar para agentes questionadores dentro das universidades, que por sua própria essência entrará em conflitos com as engrenagens de poder e de produção das verdades, que produzem inúmeras ideologias.
Essa formação passa pela competência de libertar o pensamento das amarras absolutistas, implicando na aceitação e negação das verdades prontas e acabadas. Sempre com um olhar direcionado ao presente e como afirmam Pansarelli e Piza (2008, p. 12) "[...] com formação acadêmica direcionada para o filosofar e não para a educação". Como vemos em princípio o ensino de filosofia passa pela instancia de libertar e condicionar o sujeito a um apreender história da filosofia e sua teorias.
Em relação ao pensar:
[...] os sentidos mais plenos deste ensino não estão na transmissão de suposto saber acabado, fechado, completo [...] O ensino de filosofia deveria passar pelo desenvolvimento da razão por meio do exercício constante de exame de seus princípios universais (PANSARELLI e PIZA, 2008, p. 13).
O ensino de filosofia, ou melhor, da disciplina em universidades passa pela construção constante da verdade, usando o diálogo, por que forças críticas estão em constante formação e por isso tornando sempre a verdade em um pré-suposto relativo.
Podemos levar em consideração as transformações sociais, políticas e econômicas que a sociedade sofreu e vai sofrer. Estas transformações e suas forças são sempre levada em conta pela filosofia, pois, são constituídas em forma de poder opressor, passiveis de ações críticas e céticas pelo pensamento indagador da filosofia.
Ao longo de sua trajetória a filosofia como um meio em outra, devido a sua relatividade crítica, e não como um fim em si mesmo. Segundo Pansarelli e Piza (p. 13) "A filosofia passa a ser um meio para o desenvolvimento do senso crítico necessário à formação plena do estudante em qualquer área de atuação escolhida".
Este desenvolvimento passa a estabelecer uma ponte entre a filosofia e outras áreas do conhecimento acadêmico ou não. Por que passa a converter o senso comum em um conhecimento metodologicamente verdadeiro.
Referência bibliográfica
PANSARELLI, Daniel & PIZA, Suze. Filosofia e Modernidade: Reflexão sobre o conhecimento. Universidade Metodista de São Paulo. São Bernardo do Campo-SP. 2008.