O encontro da Razão valorativa com a Fé observante na Modernidade

Por Eunice Fagundes | 13/03/2017 | Filosofia

Se até então o Homem desde a Patrística e a Escolástica voltava todo seu pensamento para uma Teoria Divina de contemplação a Physis; as observações de Tertuliano continuavam a perturbar a mente humana; e as questões quanto a Existência e a Natureza traziam uma inquietude quanto sua essência material; o psíquico, o espiritual e o social se tornaram esferas autônomas da realidade também permitindo que houvesse um questionamento quanto a conhecimentos específicos de cada um destes domínios. O Homem agora investigava para compreender o Mundo e não mais as Ideias a respeito dele, a Ciência Experimental e Especulativa Aristotélica ganhava ares de Renascimento, não se tratava de uma ruptura com os evangelhos mais uma reforma para melhor compreende-lo em seu lado Humano.

A formação do Estado Moderno deu uma nova conceituação de associação do pensamento racional com a organização das classes dominantes. O Imperialismo,  o clero, a burguesia e o proletariado com as novas transações econômicas e trabalhistas ganhavam seu espaço. O mundo começava a se tornar grande e explorador para tanto a divisão e organização destas terras novas não mais comportava o estado de feudos; a aglomeração nas grandes cidades suscitam novas formas de reorganização do espaço e do domínio de territórios e navegação; como também a necessidade de novas alianças. Uma nova classe ascendia ao poder e buscava seu espaço nas relações com o Rei e O Clero intervindo em suas relações com proposta de exércitos de proteção dos seus domínios, mas tendo em troca a livre comercialização e circulação de moedas, para tanto os instrumentos conceituais e as formas de pensar adequadas à realidade agora mundana agora em via de se tornar capitalista. O Homem agora se vê em seus Ideais  iluministas possuidor de vontades emergentes e serão estas que lhe impulsionaram ao longo do modernismo a encontrar saídas para sua Hegemonia.

O fato curioso agora a Filosofia é que Platão e Aristóteles tornavam-se eixos, mas outros pensadores ganham contornos necessários ao entendimento construtivo da Arvore Filosófica da Razão. Para tanto entre os mais significativos não podemos deixar de dar lugar de destaque o Racionalismo Cartesiano de René Descartes, pois em sua filosofia cognoscente o “Eu” como Sujeito se faz existir e se auto compreende na sua relação imediata com o Mundo. A relação agora esta de Alma para um Corpo que sente, anseia pela igualdade de direitos e o bom senso. Enquanto que para Aristóteles, “o homem é animal político, e a razão é a faculdade que todo homem possui de julgar; para Descartes, ele é essencialmente um animal racional com capacidade para bem julgar e de discernir o verdadeiro do falso, para tanto ele busca um caminho certo e seguro como método para isto. E este elege tanto quanto Aristóteles a Ciência como a buscadora assertiva e não mais a Sensação; mas elabora quatro novas regras fundamentais  para se busca-la: Da Evidência; Da Análise; da Síntese e do Desmembramento; como também estabelecia A Intuição como o conhecimento direto e imediato; a visão da Evidência clara e distinta sem benefício da Duvida sua maior suspeita.E da Dedução como raciocínio discursivo capaz de chegar a uma conclusão certa a partir de um conjunto de proposições que se encadeiam necessariamente. O que é propriamente sensível não pode ser objeto de conhecimento para ele; pois estas originavam-se em ultima análise de Deus.  A geometria e a matemática lidam com ideias inatas ao espírito e o saber que enunciam versa sobre a essência do Real, não sobre as modificações materiais do Homem.

No entanto outra corrente também marcante para a Filosofia Moderna é o Empirismo, principalmente o Inglês onde podemos destacar Francis Bacon, Thomas Hobbes, John Locke, George Berkeley e David Hume; que pretenderam dar uma explicação do conhecimento a partir da Experiência, eliminando a noção de ideia inata , advinda de Descartes, considerando-a obscura e problemática; para estes todo o conhecimento provém de nossa percepção do mundo externo, ou do exame da atividade de nossa própria mente.

Para tanto precisamos destacar em uma visão panorâmica aspectos importantes para a evolução do pensamento filosófico em cada um desses autores.

Francis Bacon sonhou sempre com a reforma na Filosofia para tanto publica Os ensaios, tratando de todas as questões cientificas de sua época renascentista, declara este que a Ciências não é um conhecimento especulativo, nem uma opinião a ser sustentada, mas um trabalho a ser feito a serviço da utilidade do homem e de seu poder. Afirmava este que para dominar a Natureza, precisamos antes conhecer suas leis por métodos comprovados e em contra partida a Descartes a observação para ser clara precisa antes fazer uma classificação necessária das Ciências. Para tanto estabelece este o Método Experimental de Pesquisa das causas naturais dos fatos, em primeiro lugar segundo ele devemos acumular os fatos; em seguida classifica-los e finalmente determinar sua causa; inaugurando aqui o Método Indutivo; e nos adverte quanto a eliminação de falsas noções da qual chama-as de Ídolos, imagens tomadas por realidade. E destaca 4 desses como os principais a saber: Os Ídolos da Tribo como sendo as falsas noções da espécie humana,  os Ídolos  da Caverna como sendo as falsas noções de nosso psicologismo individual; os ídolos do Mercado como sendo as falsas noções provenientes do psicologismo social e os Ídolos do Teatro como sendo as falsas noções provenientes das doutrinas em voga. Assim o projeto de Bacon em seu Novo Organon para se obter o Poder através do Saber consiste  em aperfeiçoar a Ciência; em aperfeiçoar a Ordem Social e em conferir soberania aos homens de Ciência lutando contra A Ignorância, O Sofrimento e a Miséria e permitir ao Império Humano realizar tudo o que é possível propagando Ciência e Cultura.

Thomas Hobbes vem em sequencia as ideias de organização social e política de Bacon e contra as ideias racionalistas de Descartes cercada por Deus da qual fez objeções, até porque este conheceu ambos em suas viagens, descobriu as Ciências de Galileu e se apaixonou pela Geometria de Euclides; Para ele “o Homem é um lobo para o Homem.”; a Sociedade Política é a obra artificial de um pacto voluntário de um cálculo; pois na noção dele todo os homens são iguais; para este cada um tem que exercer seu papel social; a do soberano o de garantir segurança e prosperidade de seus súditos e estes por causa disto em obedecê-lo; estabelecendo se então o Pacto Social pelo poder Absoluto que é legitimo quando assegura a Paz Civil e  a Justiça como Lei Positiva e a Igreja também devem-se subordinar ao Estado que a garantem como soberano Bem, devendo ser mantida a todo preço. Para ele a Liberdade é renunciada em favor da Soberania Absoluta que lhe garante a Paz Social.

John Locke foi um ferrenho contrario as ideias inatas de Descartes; pois para ele todas advêm das experiências de sensação; nada há na inteligência que não tenha estado nos sentidos e a partir dos dados da experiência o entendimento vai produzir novas ideias de abstração; nascendo estas a princípio de ideias simples e por combinação formando então as ideias complexas. Também por ser posterior a Hobbes o contradiz; pois parte da seguinte ideia que “Todos os homens por natureza são Livres, Iguais e Independentes, e ninguém pode ser despossuído de seus bens, nem submetido ao poder político sem seu consentimento”. Refuta o Direito Divino e o absolutismo; pois se trata de renunciar a essas especulações para se voltar ás coisas mesmas; declara este que o poder só é legítimo quando é a emanação da vontade popular; pois a soberania pertence ao povo que a delega a uma assembleia ou a um monarca; Este antecipará as ideias de Marx na Contemporaneidade declarando que o fundamento da propriedade advém do trabalho para tanto pessoal e intransferível a menos que assim o queira.

George Berkeley por sua vez estabelece relações dogmáticas com as ideias de Descartes no entanto cria em si o Imaterialismo ao afirmar que “Ser é ser percebido.”; pois em sua percepção o ser das coisas consiste em ser percebido pelo sujeito pensante; logo para ele só a ideia é real; trazendo de volta Platão ao cenário Filosófico; nega assim a existência da matéria; pois está é espiritualizada; volta-se então a noção de nome como nomeação desta e por assim ser afirma a existência de Deus. Para ele nossas percepções não resultam da ação da matéria sobre nossa alma, mas do ato de um outro espírito nas sensações através de uma imanência integral de Deus no espírito. A Natureza nada mais é que uma relação entre Deus e o Eu, e este por ultimo nada mais é que a participação do pensamento divino na matéria e o ato de perceber é apenas o modo humano do pensamento infinito, assim como já nos revelava Plotino em seus fenômenos espirituais que o Uno transcende o Ser, e a Substância e a Morte,  sua participação como mestre de Porfírio e sua Isagogé.que consiste a princípio a Arvore Filosófica do Conhecimento não poderia negar a Existência em Superioridade de Deus.

David Hume por ser de um Ceticismo sem igual reduz os princípios racionais a ligações de ideias fortificadas pelo Hábito; e o eu de Descartes para ele está ligado a ideia de Consciência; para este não é possível nenhuma teoria geral da realidade; o homem não pode criar ideias; pois está inteiramente submetido aos sentidos; todos os nossos conhecimentos vêm destes e as ciências só conseguem atingir certezas morais portanto suas verdades são da ordem da probabilidade, afirmando assim o idealismo de Berkeley; pois não há causalidade objetiva exatamente porque nem sempre as mesmas causas produzem os mesmos efeitos; convém que substituamos toda certeza pela probabilidade.  Foi também um questionador das ideias de Hobbes e fomentador de Locke, pois em seu entender a condição da Tolerância e da Coexistência Pacifica entre os homens não valida na vida prática dos cidadãos.

Deixemos Immanuel Kant a posteriori, pois para maior conclusão das principais questões da Filosofia Moderna precisamos ainda recorrer ao pensamento de outros 10 Filósofos enriquecedores do Pensamento são eles:

Montaigne; que afirmou ser nossas verdades relativas e tomou uma posição cética , modernizando e enriquecendo a argumentação do Ceticismo, mas mostrou a influência que os fatores pessoais, sociais e culturais exercem sobre as ideias.

Maquiavel, que através de seu personagem: O Príncipe uma forma realista de disciplinar uma doutrina política ampara na Moral, procurando a partir de Experiências Estratégicas e da História, instaurar as Lei e as Técnicas eficazes do poder pessoal para o Bom Governo.

Bodin, que em sua atividade como Jurista desenvolveu uma intensa atividade política, tendo em vista elaborar uma Teoria da Soberania do Rei, afirmando que este é aquele que sem ser tirano ou déspota e nem arbitrário deve concentrar todos os poderes criando assim um Estado Soberano garantidor da formação em uma única crença reta e misógina , sem subterfúgios místicos. Galileu, e sua critica ao sistema geocêntrico e suas defesas da astronomia de Copêrnico abriram caminho para o desenvolvimento da Moderna Física e da Astronomia; defendendo a Matemática como linguagem as duas anteriormente, estabelecendo assim um Novo Método para as Ciências Naturais ao afirmar que o Livro da Natureza é escrito em linguagem matemática. Como também adicionou as suas práticas ferramentas de verificação empírica como, por exemplo, o Telescópio em suas observações astronômicas, dando assim novas bases para comprovação já das hipóteses de Copérnico como também rigor e precisão à estas, toda sua Ciência foi rechaçada, precisando assim esconde-la por dois séculos; tendo valor fundamental na era Contemporânea.

Espinosa, crer que a inteligência pode chegar ao saber absoluto; o desejado terceiro estado essencial de Deus e das coisas totalmente inteligível, tendo como este estado a Natureza concebida como totalidade, e o entendimento humano desta só pode conceber dois atributos: O Pensamento e a Extensão, para este toda as coisas singulares existem realmente e se realiza por dedução de tipo geométrico; A ideia não consiste na imagem e nas palavras, mas no exercício do intelecto que as reúne e faz coincidir com o objeto; outra afirmação importante deste consiste em que o Homem não é um império num Império, mas está submetido às leis comuns da natureza; para tanto em seu entendimento político de Mundo  precisamos analisar as diferente instituições em seu funcionamento e nos perguntar: Que poder as produz? Quais são seus Efeitos? Para este a Alegria, a Tristeza e o Desejo são três afeições primitivas das quais nascem todas as outras. O bem ou o Mal, o Belo ou o Feio não constituem propriedades das coisas, mas modos de imaginar como a superstição constitui a grande ameaça do homem; para ele Deus não é criador, pessoal nem Juiz; mas sim Natural e sua força é viva na Natureza, para tanto não pode ser dissolvido no Mundo porque é o Mundo.  

Pascal e Leibniz ao criar o cálculo das probabilidades infinitas demonstrou a existência do vazio na natureza; para tanto conflita em sua passagem na Filosofia tanto as razões de crença do Cético como Montaigne  como também a crença estoica, dogmática; para ele a consequência de nossas escolhas por um plano de salvação eterna é uma aposta certa, já que se ganharmos, ganhamos tudo e se perdemos nada estaríamos perdendo, já que vivos também não estaremos para sabê-lo.

Montesquieu, ao demonstrar a ineficácia do Absolutismo, propõe um sistema de governo em que o máximo de liberdade seja produzida quando os poderes públicos se controlam mutuamente graças a sua independência respectiva: Tanto o Poder Legislativo, o Executivo e o Judiciário devem ser independentes uns dos outros e ao mesmo tempo equilibrados entre si. Ele considera o Progresso como a invenção da mecânica político-administrativa, que funciona melhor a cada vez no contexto humano concreto, com isso este já anuncia o que virá na Contemporaneidade certa Sociologia Científica integrando o conhecimento Histórico humano, a geografia econômica, demográfica e a Psicologia.   

Voltaire, um ferrenho defensor da Razão, estando esta acima até mesmo das questões de Fé que este identifica no Homem como Hábito e Trevas; promotor também das ideias de Newton sobre Cosmologia; destruindo o poder da encantação de um Universo governado por Deuses, mas sim composto por Astros, afastando toda ideia de superstição e ignorância, é um defensor da liberdade de pensar e da Monarquia Constitucional; em seu entender a Razão faz suas leis e Governa sobre elas.

Diderot, defensor das causas revolucionárias dos oprimidos e Enciclopedista de grande valia a Filosofia dos Séculos das Luzes, pois organizou uma Obra Iluminista tentando congregar a totalidade dos saberes existentes no intuito de prospectiva, isto é aberta ao progresso indefinido dos conhecimentos humanos, sua forma de pensamento era vanguardista otimista acreditando que o povo consciente e bem esclarecido procura sua liberdade. 

Rousseau, ao contrario era um pessimista  e em seu Discurso sobre a origem da Desigualdade polemizou junto com Voltaire e outros a opressão do povo que é a maioria em detrimento da vontade de uma minoria ; afirma que o social não tem origem na natureza e sim no homem; este sim é um animal social afirmando que este se difere dos outros seres da natureza em razão de sua Perfectibilidade sendo seu maior problema  o convívio com o próprio homem, para tanto este precisa encontrar uma forma na sociedade na qual possa preservar sua liberdade natural e garantir sua segurança. Sua proposta para este bom convívio é o Contrato Social; pois entende este que todo homem é ao mesmo tempo legislador e sujeito e obedecem as leis que ele mesmo faz. Isso pressupõe uma vontade geral distinta do Cidadão da soma das vontades particulares que conduz a querer o bem do conjunto do qual é membro. Segundo ele cabe a educação formar essa vontade geral; como também o melhor regime é o Democrático; no entanto como todo realista admite que o governo mesmo representativo pode usurpar a soberania; diz este que “ Um Homem livre obedece, mas não serve; tem chefes, e não mestres; obedece às leis; mas somente as leis; e é pela força das leis  que não obedece aos homens.”.

Fizemos todo este percurso do pensamento filosófico da modernidade até porque a importância de cada um trouxe luz aos problemas quanto ao Ceticismo, o Socialismo; quanto também ao Cientificismo e a negação da Metafísica na Contemporaneidade e abre uma lacuna para uma pergunta crucial à Filosofia: O que é o Esclarecimento?

Para tanto falta nos trazer a luz da Razão Immanuel Kant que afirma se a Filosofia é por um lado a Ciência da relação entre todo conhecimento e todo uso da razão; e por outro , do fim ultimo da razão humana; fim este ao qual todos os outros se encontram subordinados e para o qual devem se unificar. Este divide a questão em duas; sendo a primeira essencialmente tratada na Critica da Razão Pura, onde investiga os limites do emprego da razão no conhecimento, procurando para isto estabelecer as condições de possibilidade e assim distinguir os usos legítimos da razão na produção, como também  usos especulativos, pois embora inevitável, não produz conhecimento e devem ser distinguidos da Ciência; estando sujeitos ao campo da Investigação. Para ele a Sensibilidade e o Entendimento são as fontes do Conhecimento; e através da primeira os objetos são dados e através da segunda são pensados, e somente na conjunção destes dois elementos é possível a experiência do real, que segundo ele só é fenomênico, ou da experiência ou mesmo do objeto em si somente enquanto se relacionam a nós, sujeitos, e não a realidade em si, tal qual ela é, independente de qualquer relação de conhecimento. Haja visto que ao discorremos até este ponto do texto vimos pensamentos que se conflitam  e se criticam puramente. O Método Transcendental que Kant então formula, caracteriza-se precisamente como análise das condições de possibilidades do conhecimento, ou seja, como reflexão critica sobre os fundamentos da ciência e da experiência em geral. Ele fará uma análise nos fundamentos da lei moral, formulando o famoso princípio imperativo categórico. “Age de tal forma que a norma de tua ação possa ser tomada como lei universal”. Esse preceito em Kant estabelece que só se possa basear nossa conduta em valores que Todos possamos adotar, no entanto não prescreveu especificamente esses valores.

Chegamos ao fim do nosso passeio pelas principais questões da filosofia moderna que suscitaram nas Revoluções e Divisões de saberes da Contemporaneidade, da qual pelo menos quatro Novas Correntes Filosóficas vão surgir, tanto  do Século das Luzes quanto das Trevas do Obscurantismo; mas de antemão ficamos com a resposta de Kant quanto a questão do esclarecimento: “Significa a saída do homem de sua minoridade, pela qual ele próprio é responsável.”

Na Contemporaneidade cada palavra aqui escrita sofrerá uma critica; em Seu Signo, Palavra e Ação. Como também nas Consequências desta Liberdade de Agir, ”Sapere Audi!”

 

REFERÊNCIAS

 DURANT, Will,  A História da Filosofia, 1ª Ed, Rio de Janeiro, Ed. Nova Cultural, 1991

JAPIASSÚ, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 3ª ed. Ed. Zahar, 2001.

LAHR, C, Manual de Filosofia, 7ª Ed, Cidade do Porto, Portugal, Ed. Livraria Apostolado da Imprensa, 1958

NETO, Jose Ferraz, Correntes Modernas de Filosofia, Ed. Pearson Education do Brasil,2014

REZENDE, Antonio. Curso de Filosofia. 13ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005