O Empirismo Em David Hume

Por Robson Stigar | 19/05/2008 | Filosofia

 

O EMPIRISMO EM DAVID HUME

Robson Stigar

Foi na cidade de Edimburgo no ano de 1711 na Escócia que nasceu David Hume. Por pertencer a aristocracia da época pode freqüentar o que era oferecido pelo melhorensino da época. Estudos no famoso colégio de Edimburgo " um dos melhores da Escócia". No período que compreende sua passagem pelo famoso colégio teve comoprofessor deciências naturais e física um discípulo de Isaac Newton.Para tornar-se homem de letras e filósofo célebre, que era sua grande inspiração Hume rompe seus estudos jurídicos e comerciais, o que provoca problemas com a família. Já estudando Filosofia passa muito tempo na França, notadamente em La Flèche, onde compõe, aos vinte e três anos, seu Tratado da Natureza Humana, editado em Londres, em (1739).

Porém para decepção do auto a obra não obteve o sucesso ou melhor a acolhida desejada, em contrapartida seu trabalho intitulado Ensaios Morais e Políticos (1742) foram muito bem acolhidos pela imprensa da época. Por entender que parte do insucesso de sua primeira obra foi a linguagem empregada Hume passa a esforça-se parasimplificar e vulgarizar a filosofia de seu tratado e publica então os Ensaios Filosóficos sobre o Entendimento Humano (1748), cujo título definitivo surgirá em edição seguinte (1758): Investigação (Inquiry) sobre o Entendimento Humano. Hume viu ainda seu desejo de tornar-se professor universitário recusado, pois muito cristãos não deixaram de ficarinquietos com a última obra citada, embora esta tenha alcançado grande sucesso.

David Hume fez uma grande carreira foi diplomata, secretário da Embaixada de Paris e ainda Secretário de Estado em Londres,com o passar do tempo tornou-se um celebre filósofos. Fato marcante e muito comentado foi a visita feita a Hume por Rosseau na Inglaterra no ano de (1766), fato peculiar foi a grande receptividade demonstrada por ambos e a grande indisposição que veio a seguir.Dentre suas obras constam. Uma Investigação sobre os Princípios Morais (1751), uma volumosa História da Inglaterra (1754-1759) e uma História Natural da Religião (1757). Somente após sua morte (1776) é que foram publicados, em (1779), seus Diálogos sobre a Religião Natural

O Ceticismo de Hume

O empirismo de Hume surge então como um ceticismo; seu propósito inicial era encontrar argumentos válidos, plausíveis para explicar psicologicamente a crença no princípio de causalidade é recusar todo valor a esse princípio.

"De fato, não existe, na idéia de causalidade, senão o peso do meu hábito e da minha expectativa. Espero invencivelmente a ebulição da água que coloquei no fogo. Mas essa expectativa não tem fundamento racional. Em suma, poderia ocorrer - sem contradição - que essa água aquecida se transformasse em gelo! "Qualquer coisa, diz Hume, pode produzir qualquer coisa"[1]. Hume afirma ainda que o princípio de causalidade, inteiramente explicado por uma ilusão psicológica, não tem o menor valor de verdade.

Hegel considera o ceticismo de Hume absoluto. Hegel esclarece seu ponto de vista ao esboçar queo ceticismo antigo duvidara"sobretudo dos sentidos para preparar a conversão do espírito ao mundo das verdades eternas, opõe-se um ceticismo moderno - de que Hume seria o corifeu - que nega apenas as afirmações da metafísica e fundamenta, solidamente, as verdades da ciência experimental.

Na realidade, o ceticismo de Hume, ao abolir o princípio de causalidade, lança a suspeita em toda ciência experimental"[2]. Hegel prossegue afirmando que Hume tem seus méritos por em todos os princípios do conhecimentodescobrir as ilusões da imaginação e do hábito. Segundo Hume, é também a imaginação que identifica o eu com o que ele possui ou, como dizemos, o ser e o ter. Em última instância, eu tenho reputação e mesmo lembranças, idéias e sonhos do mesmo modo que tenho esta roupa ou esta casa.

É simplesmente a imaginação, hábil em mascarar a descontinuidade de todas as coisas, que facilmente desliza de um estado psíquico a outro e constrói o mito da personalidade, coleção de haveres heteróclitos que é dado como um ser. Pois, ou eu sou meus "estados" e minhas "qualidades" e não sou eu mesmo, ou então sou eu mesmo e nada mais. David Hume reconhece eu por mais absoluto que seja sua tese "ceticismo" não deixa de possuir um caráter artificial. Podemos terminar concluindo que conforme o empirismo, todas as nossas idéias são provenientes de nossas percepções sensoriais.

O Método de Hume

"Sua filosofia coloca, sob o nome de "impressões", aquilo que Bergson mais tarde denominará os dados imediatos da consciência e que os fenomenologistas denominarão a intuição originária ou o vivido. Ao falar de fenomenologia contemporânea, Gaton Berger escrevia: "É preciso ir dos conceitos vazios, pelos quais uma idéia é apenas visada, à intuição direta e concreta da idéia, exatamente como Hume nos ensina a retornar das idéias para as impressões".

Para Hume, ir da idéia à impressão consiste em apenas perguntar qual é o conteúdo da consciência que se oculta sob as palavras. Fala-se de substância, de princípios, de causas e efeitos etc. Que existe verdadeiramente no pensamento quando se discorre sobre isso? As quais impressões vividas correspondem todas essas palavras? Aquilo que Hume chama de impressão e que ele caracteriza pelos termos "vividness", "liveliness" é o pensamento atual, vivo, que se precisa redescobrir sob as palavras no empirismo de Hume, diz Limongi, há que ver "antes o ódio ao verbalismo do que o preconceito do sensualismo.p22".

A razão não possui patrimônio apriorístico.

A consciência cognoscente não retira seus conteúdos da razão, mas exclusivamente da experiência.

A única fonte do conhecimento humano é a experiência.

Bibliografia

Abbagnano, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo:

Chauí, Marilena. Convite à Filosofia. Editora ática. São Paulo,1999.

Hume, David. Uma Investigação sobre os Princípios Morais. São Paulo: Martins Fontes,2000.

Limongi, Maria Isabel. Revista de Filosofia. Editora UFPR, 2000.

Mondin, Battista. Curso de Filosofia. 6 edição, V. 3.São Paulo: Paulus, 1983.

Ramos, César Augusto. Revista de Filosofia. Editora UFPR, 2000.



[1] Limongi, Maria Isabel. Revista de Filosofia UFPR-2000.

[2] Ramos, César Augusto. Revista de Filosofia UFPR 1981.