O Efeito Borboleta
Por Sérgio Lisboa | 23/03/2008 | CrônicasTodo mundo já ouviu falar deste livro e desta teoria que prega que, qualquer
ação, por menor que seja, em qualquer lugar do planeta, sempre ocasiona algum
tipo de conseqüência, em outro ponto, mesmo que distante do inicial.
A
tese-símbolo desta teoria é que, o simples bater de asas de uma borboleta no
oriente, acaba gerando uma inundação no ocidente.
Indo nessa linha, sou
capaz de me lembrar de vários fatos que fizeram a história de nosso país, que,
de alguma forma, dão respaldo á essa teoria:
A eternização do Faustão,
que parecia apenas uma coisa inconseqüente, acabou gerando o programa “Pânico Na
Tevê”;
As novelas que hipnotizam as mulheres, que acabaram contribuindo
para o alcoolismo nos maridos;
O futebol na tevê, que fez a mulher
começar a olhar e pensar no vizinho, que para nossa sorte, também vê futebol (o
único vizinho que não gosta de futebol, também não gosta de mulher);
A
renúncia de Collor, embora não tão simples, gerou dois, ou quem sabe três
mandatos de Lula.
Assim como a atuação de Collor foi bem menos poética do que
um bater de asas de uma borboleta, os dois ou três mandatos de Lula são bem mais
arrasadores do que uma inundação.
Aliás, essa teoria casa com os
problemas brasileiros de tal forma que não se consegue imaginar outros extremos
: um governo que é frágil como o bater de asas de uma borboleta, quando se
posiciona externamente e arrasador como o efeito de uma inundação, quando tem
que ter posições com relação às intervenções internas.
Isso faz a gente
até ter pensamentos mais criativos com relação a essa teoria, lançando o efeito
capacho.
Essa teoria, do efeito capacho, reza que sempre que alguém se
deixa pisar por outro alguém, em qualquer parte do mundo, acaba gerando um
efeito dominó, em que todos acham que podem pisar em qualquer um, o que causa
uma apatia geral e uma aceitação passiva das ingerências externas, inclusive em
nosso meio.
Estou falando de nossa casa, de nosso emprego e de nosso
país.
Quanto a mim, eu acredito no efeito borboleta, pois um dia em que
eu saí, por aí, solto porque minha mulher estava viajando, livre como uma
borboleta, acabei com um pau de macarrão na cabeça, quando ela voltou, que até
hoje ostenta um galo na minha testa.
Essas teorias funcionam mesmo!
Sérgio
Lisboa.