O ECO DE ALÉM TÚMULO

Por SILNEY DE SOUZA | 17/07/2010 | Religião

O ECO DE ALÉM TÚMULO

A Revista Espírita de 1.869, a última editada sob a coordenação de Kardec, traz em suas últimas páginas um interessante relato sobre o aparecimento de uma publicação espírita em língua portuguesa no Brasil, sob o título de "O Eco de Além Túmulo, monitor do Espiritismo no Brasil" sob a direção do Sr. Luiz Olympio Telles de Menezes.
Comenta Kardec: "....Com efeito, é preciso grande coragem de opinião para criair num país refratário como o Brasil um órgão destinado a popularizar os nossos ensinamentos." Diz ainda Kardec: "....Para nós, o Espiritismo não deve tender para nenhuma forma religiosa determinada. Ele é e deve continuar como uma filosofia tolerante e progressiva, abrindo seus braços a todos os deserdados, seja qual for a nacionalidade e a convicção a que pertençam." (grifo nosso).
Kardec extraiu algumas passagens desta publicação, às quais não poderíamos deixar de citar. Ai vão elas:
"O fenômeno da manifestação dos Espíritos é maravilhoso, surgindo e vulgarizando-se por toda parte."
"Conhecido desde a mais remota antiguidade, vemo-lo hoje em pleno século dezenove, renovado e observado pela primeira vez na América setentrional, nos Estados Unidos, onde se produziu por movimentos insólitos de objetos diversos, por ruídos, por pancadas realmente extraordinárias!"
"Da América passou rapidamente para a Europa e aí, principalmente na França, ao cabo de alguns anos saiu do domínio da curiosidade e entrou no vasto campo da Ciência."
"Novas idéias, emanadas então de milhares de comunicações, obtidas das revelações dos Espíritos que se manifestavam, quer espontaneamente, quer por evocação, deram lugar ao nascimento de uma doutrina eminentemente filosófica que, em alguns anos, deu a volta à Terra e penetra em todas as nações, recrutando, em cada uma delas, tão grande número de prosélitos que hoje são contados aos milhões."
"A idéia do Espiritismo não foi concebida por ninguém; conseqüentemente, ninguém é o seu autor."
"Se os Espíritos não se tivessem manifestado espontaneamente, por certo o Espiritismo não existiria. Portanto, o Espiristimo é uma questão de fato, e não de opinião, não podendo as denegações da incredulidade prevalecer contra esse fato."
"..... E, todavia, o Espiritismo não é privilégio exclusivo de ninguém. Qualquer pessoa, na intimidade de sua família, pode encontrar um médium em alguns de seus parentes, e então poderá, se o quiser, fazer suas próprias observações; mas não deve faze-las com precipitação, à sua maneira, nem circunscreve-las ao círculo de suas prevenções ou de seus preconceitos, para depois concluir enfaticamente pela negação daquilo que, por qualquer circunstância, não pôde ser estudado e, por conseguinte, ficou mal compreendido, é antes uma prova de leviandade do que de sabedoria."
Recomendo a leitura integral publicada na Revista Espírita de Novembro de 1.869.