O ecletismo e o sincretismo em fílon de alexandria
Por Alex de Sousa | 30/12/2011 | Filosofia
O Ecletismo e o Sincretismo em Fílon de Alexandria
Alex de Sousa¹
O ecletismo e o sincretismo estão presentes de forma clara e evidente na obra de Fílon, quando o mesmo, procura fazer comentários da Bíblia. Para ele um método adequado para se fazer seus comentários, precisaria de elementos diversos, que não podiam ser estudados sem que se abrissem horizontes. Podemos perceber que Fílon tinha um conhecimento dos estóicos, de Platão, dos pitagóricos e bebiam de suas fontes para fazer seus comentários. Devido a isto, o classificamos como eclético, pois o mesmo alimentava-se de todas as doutrinas que fossem necessárias para o seu trabalho.
Podemos destacar que todo o pensamento filosófico de Fílon se banha no estoicismo que era na época, a filosofia universamente ensinada. Mesmo sendo eclético não perde sua originalidade, devido a sua combinação entre um desvinculo com a tradição e um inovador recurso às antigas tradições.
Fílon utiliza o sincretismo com o intuito de promover a universalização da fé judaica e a defesa do caráter universal da Lei sobre a qual se funda. Encontramos no mito judaico da criação abordado por Fílon, um sincretismo no qual são abordados todos os elementos, em particular peripatéticos e platônicos, que se conciliam com a ideia estóica fundamental da simpatia das partes do mundo.
Em suma, Fílon procura no ecletismo e nos sincretismos meios que pudessem ajudá-lo nos seus comentários a respeito das Escrituras. Nunca foi sua intenção discorrer sobre um tema filosófico, mas sim sobre os conteúdos destes, lançar uma luz universalmente relevante das Escrituras. Devido a isto, podemos entender que seus tratados não discorrem desta ou daquela doutrina, mas sim das passagens bíblicas que supostamente evocam na sua leitura.
Em suma, para se estudar a obra filoniana, como nos diz o artigo de Dax Fonseca, “faz-se necessário empreender o difícil e até tortuoso estudo da obra filoniana a parti da própria Bíblia, de seus pressupostos teológicos mais fundamentais, atentando, em seguida, para a obra do filosofo em seu todo, adotando, a princípio, o mínimo possível de pressuposições exteriores às Escrituras.