O Discurso da Servidão Voluntária.
Por Edjar Dias de Vasconcelos | 09/08/2015 | EducaçãoO Discurso da Servidão Voluntária.
1530-1563.
Magnífico livro que retrata o fim da Idade Média, a passagem da Renascença para a Filosofia Iluminista. Portanto, a destruição do Antigo Regime objetivando a construção do início do Estado moderno.
O histórico da exuberante obra, um jovem estudante de Filosofia, Étienne de La Boétie doente e próximo à morte com apenas 32 anos.
Sem perspectiva de publicar o significativo trabalho acadêmico formulou seu testamento em referência seus escritos a Montaigne.
Posteriormente, o referido, destacou os méritos dos ensaios desenvolvidos pelo jovem pensador, utilizando como instrumento de defesa diversas cartas.
O que de fato efetivou-se Montaigne, referindo ao autor o seu valor, apontando como referência acadêmica.
Portanto, obra indispensável ao seu período histórico, possibilitando o prestígio de La Boétie.
Desse modo concretizou a elaboração do indispensável livro, recomendável às consciências críticas, cujo título: Discurso da servidão voluntária.
O valor da obra aplicada a contemporaneidade, afirmação de que é possível resistir à opressão sem recorrer à violência desde que o oprimido não aceite o discurso ideológico do dominador.
O pressuposto fundamental da teoria, a tirania destrói sozinha quando não se encontra legitimidade no mundo do oprimido.
Os explorados no sentido mais complexo da etimologia devem recusar no mundo praxiológico às ações dominadoras, nenhum poder prevalece sem a legitimidade dos explorados.
Sendo dessa forma, defendia La Boétie, o não consentimento do que são impostos como escravidão ou exploração as coletividades, fundamental para o desenvolvimento revolucionário de uma sociedade mais humana.
O jovem filósofo desenvolveu a seguinte análise, demonstrando como forças conservadoras e opressoras constroem seus poderes de dominação, quando a obediência é consentida por parte dos oprimidos.
Portanto, qual é a perspectiva de saída, a estratégia proposta pelo autor, o caminho da resistência sem violência, organizando politicamente e coletivamente a recusa à obediência.
No entanto, a massa não poderia ser coletivamente instrumentalizada a idiotice pelo mecanismo de lavagem do cérebro pela manipulação, que acontece no fenômeno religioso como instrumento político de domínio ou como manipulação da própria política como suposta defesa do povo.
Portanto, o que está sendo realizado através da fé, associada a uma política conservadora, contrariamente aos interesses sociais.
Por outro lado, do mesmo modo a venda de uma imagem construída como se a elite fosse salvadora do povo brasileiro.
Com efeito, Deus tão somente um instrumento político, o que acontece recentemente nas diversidades religiosas no Brasil.
É fundamental a recusa à obediência, não se deve colaborar com as práticas de domínio. Foi exatamente com essas ideias do famoso livro elaborado na Renascença que desencadearam grandes lutas contra as formas opressivas do poder político.
Tais procedimentos ocorreram no século XX, à desobediência civil, ausência de legitimidade não possibilitou a continuidade de regimes opressores entre eles a ditadura militar no Brasil.
O que recentemente está sendo organizada no Brasil, uma movimentação política, com justificação econômica em defesa de uma possível governabilidade a restauração não apenas conservadora.
Entretanto, a mais absoluta concentração da renda, o que deveria não ter legitimidade aos meios oprimidos, mas está sendo legitimizado exatamente pelos explorados, com efeito, a imposição dos interesses tirânicos do capital.
Edjar Dias de Vasconcelos.