O dia que o Astro falou

Por Marcelo Alves dos santos | 26/09/2010 | Poesias

Ontem ouvi das estrelas que a vida segue de modo continuo, estanque e imóvel.
Que as velas dos barcos sempre sopram contra a força divina
Que as telas dos retratos são marcos e traços deixados pelo fracasso escravo
Este menino, garoto, homem que jaz em muitas terras andou, cantou, viveu...
Este homem, senhor, sábio que vivi! Que ouve! Que apela! Que murmura
[por esse bem mais que precioso.
Ontem ouvi da lua que a rua estará escura, frágil e ligeiramente delicada.
Que as tuas faces cairiam e que abririam as crateras do inferno aos meus pés
Que estes índios, urbanos, sem bando voltariam.
E que estariam no ímpio de ser teu plano, que vive, que sonha e que chora.
[a morte de Deus
Ontem ouvi do sol, que a terra mãe sempre piedosa cairia e levaria consigo ou só, teu filho...
Que as mentes dos homens são poços de fuga, que dão a salvação, mas que também dará a morte.
Que os fatos não justificam o tamanho dar dor! esta marcha lenta que assola o coração
Que de nada vale o tudo e tampouco vale o tudo sem nada...
[Esta graça este apelo
Ontem ouvi do mar que tudo corre no perfeito ciclo da vida
Que aqui existe um soneto, um lírio, um amor, Dita.
Que não habita então este terreno vazio, visitado pela solidão.
Este porto, solto, leve, livre a cantar e falar sobre como é bom voltar e ficar.
[e estar junto aos seus.
Ontem ouvi da terra que as estrelas, a lua, o sol e o mar são seus filhos.
Que mesmo em suicídio obedece às claras leis de amar
Que estar perdido não é motivo de deixar se levar
Que mesmo em instante sofrido daqueles do coração moído se dissolva na alusão implícita que visita este corpo, este porto, pequeno, mas que abriga a imensidão das forças do sol, da lua, do mar e das estrelas...
Este cometa, planeta, habitat sofrerás a queda das mais brutas.
E se erguerá no instante que Ele o criador voltar...