O Desenvolvimento Da Linguagem Oral E Escrita Da Criança De 0 A 6 Anos
Por Karina Theresa Almeida | 02/05/2008 | EducaçãoA linguagem tem servido de instrumento de estudo em diversas áreas; principalmente na psicologia e na educação. A linguagem tem basicamente a finalidade de comunicação e / ou expressão. Muitos são os seus conceitos e formas, porem veja o que nos diz o site wikipédia:
"... qualquer e todo sistema de signos que serve de meio de comunicação de idéias ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos, gestuais etc., podendo ser percebida pelos diversos órgãos dos sentidos, o que leva a distinguirem-se várias espécies de linguagem: visual, auditiva, tátil, etc., ou, ainda, outras mais complexas, constituídas, ao mesmo tempo, de elementos diversos. Os elementos constitutivos da linguagem são, pois, gestos, sinais, sons, símbolos ou palavras, usados para representar conceitos de comunicação, idéias, significados e pensamentos. Embora os animais também se comuniquem, a linguagem propriamente dita pertence apenas ao homem.
A respeito das origens da linguagem humana, alguns estudiosos defendem a tese de que a linguagem foi criada a partir de uma comunicação gestual com as mãos . A partir de alterações no aparelho fonador, os seres humanos passaram a poder produzir uma variedade de sons muito maior do que a dos demais primatas."
(wikipédia,12-04-2008)
Ou seja, ao logo do processo histórico do homem e de sua evolução, o homem tem desenvolvido a habilidade do falar e das diversas formas de linguagem. Ao aprimorá-la o homem pode melhor se desenvolver de forma psico-social. Sem falar das suas capacidades neuronais que se desenvolveram.
Para as crianças, a aprendizagem da linguagem oral e escrita é um dos elementos importantes para ampliarem suas possibilidades de inserção e de participação nas diversas práticas sociais e convívio familiar.
A linguagem se constitui um dos eixos básicos na educação infantil, dada sua importância para o desenvolvimento e na formação do individuo, para a interação social, na orientação das ações das crianças, na construção de conhecimentos e no desenvolvimento das idéias.
O professor encontra diretrizes para seu trabalho para o inicio da aprendizagem da linguagem em crianças que freqüentam instituição formais como creches e escola de educação infantil, a partir da Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Infantil (RCNEI). Em seu volume 3, às diferentes áreas do conhecimento são oferecidos objetivos, conteúdos e orientações didáticas aos professores e pessoal de apoio que atuam nessas instituições.
No RCNEI tem como objetivo apresentar uma sugestão de releitura dos objetivos da área de linguagem escrita e oral e o que é importante nisso é a retomada da visão do professor: a mudança de comportamento de seus alunos para aprendizagem. A importância de reformulá-los descrevendo em forma de comportamento-objetivo delineando para seu aluno, podendo replanejá-los se for necessário. Dessa forma, todos os professores, de sala de aula regular, ou ainda, de inclusão, poderá se beneficiar dessa forma de planejar objetivos de ensino.
È nesse planejar que a leitura e releitura em suas diversas formas do conto, principalmente os clássicos, é que professor pode trabalhar junto aos seus alunos os domínios da linguagem, em diversas circunstâncias, nas quais às crianças podem perceber a função social que ela exerce e assim desenvolver as diferentes capacidades.
È necessário que a criança ao ser inserida no meio escolar todos os recursos possíveis para a linguagem oral seja estimulados, para que seu repertorio de palavras aumente e ela possa se expressar mais facilmente. À medida que a criança desenvolve a sua oralidade e no contexto escolar utiliza-se da linguagem oral para expressar suas idéias, pensamentos e intenções e também é estimulado aos diversos processos de leitura e escrita, mesmo antes de ser alfabetizado, além do conhecimento do esquema corpóreo ele adquiri subsídios para o conhecimento de si mesmo e do espaço em que ocupa alem do processo para a alfabetização.
Ao associar as diversas leituras de textos infantis e de mundo ao conhecimento do esquema corporal e espacial, a criança passa a associar a importância do seu ser, com a necessidade de se fazer reconhecer através do verbal e da escrita. Começando então na escola através da ludicidade e do aprendizado, a aceitação de suas semelhanças e diferenças, a inclusão de classes e junto a isso a inclusão social de idéias, do ser humano, ato e diversidade de comunicação.
A ampliação da capacidade das crianças de utilizar a fala de forma cada vez mais competente em diferentes contextos se dá na medida em que elas vivenciam experiências diversificadas e ricas envolvendo os diversos usos possíveis da linguagem oral como conteúdo exige o planejamento da ação pedagógica de forma a criar situações de fala, escrita e compreensão da linguagem.
Através do conto O Patinho Feio, buscamos levar as crianças à necessidade de aceitação das diferenças. E que a convivência com o outro por mais que ele seja diferente, não nos faz melhor ou pior que ninguém,e não devemos desprezar o outro seja por sua aparências,dificuldades ou posição social ou econômica.
Vejamos então esse conto,o patinho feio, Hans Christian Andersen:
"O Patinho Feio
(Hans Christian Andersen)
A mamãe pata tinha escolhido um lugar ideal para fazer seu ninho: um cantinho bem protegido, no meio da folhagem, perto do rio que contornava o velho castelo.
Mais adiante estendiam-se o bosque e um lindo jardim florido.
Naquele lugar sossegado, a pata agora aquecia pacientemente seus ovos. Por fim, após a longa espera, os ovos se abriram um após o outro, e das cascas rompidas surgiram, engraçadinhos e miúdos, os patinhas amarelos que, imediatamente, saltaram do ninho.
Porém um dos ovos ainda não se abrira; era um ovo grande, e a pata pensou que não o chocara o suficiente.
Impaciente, deu umas bicadas no ovão e ele começou a se romper.
No entanto, em vez de um patinho amarelinho saiu uma ave cinzenta e desajeitada. Nem parecia um patinho.
Para ter certeza de que o recém-nascido era um patinho, e não outra ave, a mãe-pata foi com ele até o rio e o obrigou a mergulhar junto com os outros.
Quando viu que ele nadava com naturalidade e satisfação, suspirou aliviada. Era só um patinho muito, muito feio.
Tranqüilizada, levou sua numerosa família para conhecer os outros animais que viviam nos jardins do castelo.
Todos parabenizaram a pata: a sua ninhada era realmente bonita. Exceto um. O horroroso e desajeitado das penas cinzentas!
— É grande e sem graça! — falou o peru.
— Tem um ar abobalhado — comentaram as galinhas.
O porquinho nada disse, mas grunhiu com ar de desaprovação.
Nos dias que se seguiram, as coisas pioraram. Todos os bichos, inclusive os patinhos, perseguiam a criaturinha feia.
A pata, que no princípio defendia aquela sua estranha cria, agora também sentia vergonha e não queria tê-lo em sua companhia.
O pobre patinho crescia só, malcuidado e desprezado. Sofria. As galinhas o bicavam a todo instante, os perus o perseguiam com ar ameaçador e até a empregada, que diariamente levava comida aos bichos, só pensava em enxotá-lo.
Um dia, desesperado, o patinho feio fugiu. Queria ficar longe de todos que o perseguiam.
Caminhou, caminhou e chegou perto de um grande brejo, onde viviam alguns marrecos. Foi recebido com indiferença: ninguém ligou para ele. Mas não foi maltratado nem ridicularizado; para ele, que até agora só sofrera, isso já era o suficiente.
Infelizmente, a fase tranqüila não durou muito. Numa certa madrugada, a quietude do brejo foi interrompida por um tumulto e vários disparos: tinham chegado os caçadores!
Muitos marrequinhos perderam a vida. Por um milagre, o patinho feio conseguiu se salvar, escondendo-se no meio da mata.
Depois disso, o brejo já não oferecia segurança; por isso, assim que cessaram os disparos, o patinho fugiu de lá.
Novamente caminhou, caminhou, procurando um lugar onde não sofresse.
Ao entardecer chegou a uma cabana. A porta estava entreaberta, e ele conseguiu entrar sem ser notado. Lá dentro, cansado e tremendo de frio, se encolheu num cantinho e logo dormiu.
Na cabana morava uma velha, em companhia de um gato, especialista em caçar ratos, e de uma galinha, que todos os dias botava o seu ovinho.
Na manhã seguinte, quando a dona da cabana viu o patinho dormindo no canto, ficou toda contente.
— Talvez seja uma patinha. Se for, cedo ou tarde botará ovos, e eu poderei preparar cremes, pudins e tortas, pois terei mais ovos. Estou com muita sorte!
Mas o tempo passava, e nenhum ovo aparecia. A velha começou a perder a paciência. A galinha e o gato, que desde o começo não viam com bons olhos recém-chegado, foram ficando agressivos e briguentos.
Mais uma vez, o coitadinho preferiu deixar a segurança da cabana e se aventurar pelo mundo.
Caminhou, caminhou e achou um lugar tranqüilo perto de uma lagoa, onde parou.
Enquanto durou a boa estação, o verão, as coisas não foram muito mal. O patinho passava boa parte do tempo dentro da água e lá mesmo encontrava alimento suficiente.
Mas chegou o outono. As folhas começaram a cair, bailando no ar e pousando no chão, formando um grande tapete amarelo. O céu se cobriu de nuvens ameaçadoras e o vento esfriava cada vez mais.
Sozinho, triste e esfomeado, o patinho pensava, preocupado, no inverno que se aproximava.
Num final de tarde, viu surgir entre os arbustos um bando de grandes e lindíssimas aves. Tinham as plumas alvas, as asas grandes e um longo pescoço, delicado e sinuoso: eram cisnes, emigrando na direção de regiões quentes. Lançando estranhos sons, bateram as asas e levantaram vôo, bem alto.
O patinho ficou encantado, olhando a revoada, até que ela desaparecesse no horizonte. Sentiu uma grande tristeza, como se tivesse perdido amigos muito queridos.
Com o coração apertado, lançou-se na lagoa e nadou durante longo tempo. Não conseguia tirar o pensamento daquelas maravilhosas criaturas, graciosas e elegantes.
Foi se sentindo mais feio, mais sozinho e mais infeliz do que nunca.
Naquele ano, o inverno chegou cedo e foi muito rigoroso.
O patinho feio precisava nadar ininterruptamente, para que a água não congelasse em volta de seu corpo, criando uma armadilha mortal. Mas era uma luta contínua e sem esperança.
Um dia, exausto, permaneceu imóvel por tempo suficiente para ficar com as patas presas no gelo.
— Agora morrerei — pensou. — Assim, terá fim todo meu sofrimento.
Fechou os olhos, e o último pensamento que teve antes de cair num sono parecido com a morte foi para as grandes aves brancas.
Na manhã seguinte, bem cedo, um camponês que passava por aqueles lados viu o pobre patinho, já meio morto de frio.
Quebrou o gelo com um pedaço de pau, libertou o pobrezinho e levou-o para sua casa.
Lá o patinho foi alimentado e aquecido, recuperando um pouco de suas forças. Logo que deu sinais de vida, os filhos do camponês se animaram:
— Vamos fazê-lo voar!
— Vamos escondê-lo em algum lugar!
E seguravam o patinho, apertavam-no, esfregavam-no. Os meninos não tinham más intenções; mas o patinho, acostumado a ser maltratado, atormentado e ofendido, se assustou e tentou fugir. Fuga atrapalhada!
Caiu de cabeça num balde cheio de leite e, esperneando para sair, derrubou tudo. A mulher do camponês começou a gritar, e o pobre patinho se assustou ainda mais.
Acabou se enfiando no balde da manteiga, engordurando-se até os olhos e, finalmente se enfiou num saco de farinha, levantando uma poeira sem fim. A cozinha parecia um campo de batalha. Fora de si, a mulher do camponês pegara a vassoura e procurava golpear o patinho. As crianças corriam atrás do coitadinho, divertindo-se muito.
Meio cego pela farinha, molhado de leite e engordurado de manteiga, esbarrando aqui e ali, o pobrezinho por sorte conseguiu afinal encontrar a porta e fugir, escapando da curiosidade das crianças e da fúria da mulher.
Ora esvoaçando, ora se arrastando na neve, ele se afastou da casa do camponês e somente parou quando lhe faltaram as forças.
Nos meses seguintes, o patinho viveu num lago, se abrigando do gelo onde encontrava relva seca.
Finalmente, a primavera derrotou o inverno. Lá no alto, voavam muitas aves. Um dia, observando-as, o patinho sentiu um inexplicável e incontrolável desejo de voar.
Abriu as asas, que tinham ficado grandes e robustas, e pairou no ar. Voou. Voou. Voou longamente, até que avistou um imenso jardim repleto de flores e de árvores; do meio das árvores saíram três aves brancas.
O patinho reconheceu as lindas aves que já vira antes, e se sentiu invadir por uma emoção estranha, como se fosse um grande amor por elas.
— Quero me aproximar dessas esplêndidas criaturas — murmurou. — Talvez me humilhem e me matem a bicadas, mas não importa. É melhor morrer perto delas do que continuar vivendo atormentado por todos.
Com um leve toque das asas, abaixou-se até o pequeno lago e pousou tranqüilamente na água.
— Podem matar-me, se quiserem — disse, resignado, o infeliz.
E abaixou a cabeça, aguardando a morte. Ao fazer isso, viu a própria imagem refletida na água, e seu coração entristecido deu um pulo. O que via não era a criatura desengonçada, cinzenta e sem graça de outrora. Enxergava as penas brancas, as grandes asas e um pescoço longo e sinuoso.
Ele era um cisne! Um cisne, como as aves que tanto admirava.
— Bem-vindo entre nós! — disseram-lhe os três cisnes, curvando os pescoços, em sinal de saudação.
Aquele que num tempo distante tinha sido um patinho feio, humilhado, desprezado e atormentado se sentia agora tão feliz que se perguntava se não era um sonho!
Mas, não! Não estava sonhando. Nadava em companhia de outros, com o coração cheio de felicidade.
Mais tarde, chegaram ao jardim três meninos, para dar comida aos cisnes.
O menorzinho disse, surpreso:
— Tem um cisne novo! E é o mais belo de todos! E correu para chamar os pais.
— É mesmo uma esplêndida criatura! — disseram os pais.
E jogaram pedacinhos de biscoito e de bolo. Tímido diante de tantos elogios, o cisne escondeu a cabeça embaixo da asa.
Talvez um outro, em seu lugar, tivesse ficado envaidecido. Mas não ele. Seu coração era muito bom, e ele sofrera muito, antes de alcançar a sonhada felicidade."
(Hans Christian Andersen, http://www.qdivertido.com.br/verconto.php?codigo=8)
È a partir desse belo conto que será proposto a seguinte atividade para alunos de 4 e 5 anos:
Em circulo o professor deverá contar a historia do patinho feio. Depois serão propostos alguns questionamentos sobre a história ressaltando os pontos principais da história e quais os comportamentos observados pelos alunos que acham positivos e negativos da historia. O professor devera busca neste questionamento-debate perguntas ao nível das crianças e de fácil compreensão, porem sem desprezar os valores da historia e os valores atribuídos pelas crianças a cada etapa.
Depois, em grupos de 4 a 5 alunos será distribuídos figuras de personagens e objetos da historia. Serão distribuídas também fichas com os nomes das figuras com destaque para a primeira letra da palavra e o lado velcro para que as crianças possam e colocando as figuras ao lado. A professora deverá mostra uma figura, por exemplo: pato e escreve no quadro ou cartolina a palavra pato com o destaque em cor diferente da letra P. E solicitar que as crianças procurem nas fichas com o nome a palavra correspondente a do quadro ou cartolina e pedir que coloque no velcro a figura. Ao final de todos colocarem as figuras nas devidas fichas solicitar que no caderno ou folha de oficio as crianças façam a reprodução das palavras. O professor devera recolher os cadernos ou folhas para uma avaliação dos avanços dos alunos.
Depois será exibido o filme do Patinho Feio.
Após a exibição serão distribuídas folhas de ofícios para que os alunos desenhem o que eles entenderam da historia e viram no filme. Os desenhos deveram ficar expostos na sala e cada aluno devera expor para o grupo o seu desenho e o que mais gostou na atividade e na historia.
Referencias:
http://www.qdivertido.com.br/verconto.php?codigo=8
www.wikipedia.com.br
http://www.qdivertido.com.br/
www.novaescola.com.br
Lugle, Andréia Maria Cavaminami. Fundamentos e Metodologia do Ensino da Linguagem Oral e Escrita. A Formação E O Trabalho Pegagógico Do Professor Na Educação Infantil. Pág.63 a 84. Editora UNOPAR. Londrina. 2008.
Walt Disney,FILME DVD FÁBULAS O PATINHO FEIO. Dublado. 2001.
ANEXO 1 : CAPA E CONTRA CAPA FILME O PATINHO FEIO.