O DESENVOLVIMENTO DA IMAGINAÇÃO DA CRIANÇA ATRAVÉS DA LITERATURA INFANTIL

Por MONIQUE FERREIRA MONTEIRO BELTRÃO | 08/06/2017 | Educação

Luciana da Silva Batista¹

RESUMO

Sabe-se que toda criança precisa ser estimulada. O tamanho pequeno é irrelevante perto da necessidade de conhecer o mundo, e o estímulo pode começar antes mesmo do nascimento. A pesquisa se justifica pela relevância do convívio da criança com o universo da leitura, sobretudo com os livros infantis. Podendo assim enfatizar, como ocorre o desenvolvimento das suas emoções, imaginação, a criatividade e os valores sociais. Assim, com todas as informações coletadas, pode-se concluir que os grandes autores destacam a importância no processo de ensino/aprendizagem a educação infantil, pois a literatura infantil é um dos suportes básicos para o processo criativo, que oferece uma abordagem de conhecimentos e informações, capaz de provocar uma ação criadora através de fantasias e imaginação.

Palavras-chave: Criança. Educação Infantil. Desenvolvimento. Imaginação. Literatura Infantil.

OBJETIVO GERAL: mostrar como o estímulo a prática contínua da literatura infantil proporciona o desenvolvimento e o intelectual da criança.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS: relatar como surgiu a literatura infantil; mostrar como a escola pode usar os textos literários para o aprendizado da criança; conhecer o papel da literatura na educação infantil;

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  1. Graduanda em Pedagogia pela Faculdade de Estudos Sociais Aplicados de Viana-FESAV. Artigo publicado com avaliação na Disciplina De Didática 1 da Professora Doutora Monique Ferreira Monteiro Beltrão.

INTRODUÇÃO

Os estudos de pedagogia mostram a importância do espaço aberto à literatura infantil, no qual a imagem fala tanto quanto a palavra, o pensamento, as ideias, a imaginação, ou seja, o conhecimento infantil atua no contato direto da criança como instrumento de formação do ser, ligando-o a uma das atividades básicas do indivíduo em sociedade, “a leitura”.

Sabe-se que toda criança precisa ser estimulada, e este estímulo pode começar antes mesmo do nascimento.

Mesmo sem a criança ser alfabetizada é de extrema relevância o convívio dela com o universo da leitura, sobretudo com os livros infantis que são mais adequados a faixa etária, atraindo a atenção delas.

Este convívio possivelmente irá desenvolver a imaginação, as emoções, a criatividade, os valores sociais, até mesmo os sentimentos de forma mais agradável e prazerosa.

De acordo com leituras sobre o assunto, pode-se afirmar que a literatura infantil é uma estratégia para diversos níveis e tempo de aprendizagem, introduz e ensina diversos campos do conhecimento humano, auxilia na formação do cidadão e ele como formador de opiniões.

É reconhecido que a Literatura faz parte da Educação Infantil, apresentando seus atributos pedagógicos através dos livros literários, que chegam às crianças com a mediação do adulto, mas ainda não é reconhecida pela maioria da sociedade, em muitas vezes até pelas autoridades públicas e escolares, como um processo relevante de educação e formação das crianças.

A literatura surgiu na Europa no século XVII, direcionada para os adultos, pois neste período a infância era despercebida, não davam muita atenção. Só no século seguinte XVIII com as modificações ocorridas na Idade Moderna, e solidificadas com a ascensão da família burguesa, veio a valorização da infância na sociedade dando novo sentido de família e da reorganização da escola, provocando efeitos no meio artístico, mudanças que ocorrem até nos dias atuais, surge então a Literatura Infantil.

A literatura infantil chegou ao Brasil no século XIX, com um propósito de formar a criança, e de lhe ensinar comportamentos pedagógicos desejáveis. Ficando conhecida somente a partir de 1921 pelo grande escritor Monteiro Lobato, que publicou sua primeira obra infantil: “A Menina do Narizinho Arrebitado”, alavanca para deixarem de traduzirem os livros estrangeiros e escreverem os próprios.

Na Educação infantil as crianças não alfabetizadas não encontram textos para aprender, mas aprendem com eles; não buscam textos literários para estudar ou alfabetizar, mas para com o convívio, aprender sobre si, sobre os outros e como viver em sociedade.

E com tudo, reconhecer que a literatura infantil é o caminho que leva a criança ao desenvolvimento emocional, imaginário, social, motor e cognitivo. Basta a mediação de um adulto, para levar o texto até a criança, que ela desenvolvera outra concepção e desenvolvimento de autonomia e descobertas.

A leitura é um processo contínuo de aprendizado, que desde cedo, é preciso inserir a criança ao contexto literário para que ela aprenda de maneira prazerosa a ter intimidades com o texto, passando a ouvir e a interpretar com atenção estabelecendo as semelhanças com o que lê. Atividades e exercícios recobrando estes aspectos permitem que a criança manifeste com mais facilidade as suas habilidades intelectuais.

Esta pesquisa se justifica para mostrar como é importante a inserção da literatura na educação e no processo de ensino/aprendizagem a educação infantil, pois a literatura infantil é um dos suportes básicos para o processo criativo, que oferece uma bagagem de conhecimentos e informações, capazes de provar uma ação criadora através de fantasias e da imaginação. Formando um ele entre o real e o imaginário.

Como a língua portuguesa é complexa, cheia de regras e padrões, é por meio da leitura de textos literários, que pode tornar-se mais prazerosa aos olhos dos pequenos. Aprendendo assim, a falar, interpretar, ler e escrever tornando-se um ser crítico.

Ao falarmos em livros destinados a leitores infantis, temos consciência de que dele devem apresentar narrativas curtas também conhecidas como contos, isso quando não for só ilustrado com gravuras que atraem a imaginação das crianças.

A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, por ser uma análise realizada em livros, revistas e artigos da internet. (GIL, 2002).

 

  1. COMO SURGIU A LITERATURA INFANTIL

 

Ao se falar em literatura infantil é impossível deixar esquecer que até o século XVIII as crianças não tinham seu mundo infantil, conviviam igualmente com os adultos, no mundo dos adultos, pois não tinham uma visão especial da infância, que a separasse da dos adultos.

A literatura infantil iniciou no Brasil com o livro do grande autor e escritor dinamarquês Hans Christian Andersen que criou uma linguagem literária que se transformou na alegre mensagem de esperança e confiança no próprio valor do ser humano, contando a tão famosa histórica “O Patinho Feio” em 1920.

Mas, o marco histórico cultural nasceu oficialmente pelas mãos do brasileiro, Monteiro Lobato com “Narizinho Arrebitado” em 1921. A princípio adaptava clássico e os folclores para apresentar um mundo bem brasileiro em seus textos infantis, e a permanência do caráter pedagógico.

Seu destino são as crianças entre seis meses de idade a dez anos. Desde as décadas de 70 e 80, as experiências, os debates e as propostas para reformas educacionais vêm-se multiplicando de maneira significativa no âmbito da língua e da literatura, especialmente na área da literatura infantil.

A autora Zilberman (2003, p. 176) descreve que a literatura infantil tem uma modalidade de se expressar que não tem limites definidos, por isso torna-se difícil de saber ou estabelecer suas principais ações.

Ela pode englobar histórias versistas ou fantásticas, miscigenar gente e animais antropomorfizados, simbolizar ou simplificar situações humanas existenciais, misturando até todas estas possibilidades em um único texto. Deste modo, incorre-se sempre no risco de separar o que esta coesa ou aproximar o que é distinto.

 

Já a concepção de Bordini & Aguiar (1988, p. 14), a obra literária pode ser a porta de entrada para o mundo, permitindo aos educadores trabalharem as práticas de linguagem com os que ainda não sabem falar direito e dando uma força aos que não sabem ler.

A obra literária pode ser entendida como tomada de consciência do mundo concreto que se caracteriza pelo sentido humano dado a esse mundo pelo autor. Assim, não é um mero reflexo na mente, que se traduz em palavras, mas o resultado de uma interação ao mesmo tempo receptiva e criadora. Essa interação se processa através da mediação da linguagem verbal, escrita e falada.

 

A literatura, como uma das formas de comunicação, participa assim, do âmbito maior da cultura, ou seja, da produção significante relacionando-se com outros objetos culturais. Entretanto, possui característica que as diferenciam. As mais evidentes é o uso não utilitário da linguagem.

A aprendizagem das palavras necessita de muito empenho: aprender a ouvir o outro, aprender o significado das coisas, arremedarem o adulto, fazer parte de um contexto no qual o adulto nos dá o suporte para adquirirmos a linguagem.

É por esse e outros motivos que Nelly Coelho (2000, p. 58), fala que é importante estudar literatura infantil pelas características que o cercam em seu dia a dia perante a sociedade:

... ao ser ligado, de maneira radical, a problemas sociais, étnicos, econômicos e políticos de tal gravidade, a literatura infantil e juvenil perde suas características de literariedade para ser tratada como simples meio de transmitir valores. Ou é lida exclusivamente em função de seus estereótipos sociais...

 

E lembra que essa prática pedagógica chamada literatura infantil tem tarefa fundamental na formação do leitor, diz Nelly Coelho (2000, p.15):

A literatura, em especial a infantil, tem uma tarefa fundamental a cumprir nesta sociedade em transformação: a de servir como o agente de formação, seja no espontâneo convívio leitor/livro, seja no diálogo leitor/texto estimulado pela escola.

 

Renata Junqueira de Souza (1992, p.1), concorda e esclarece ainda melhor a respeito da leitura, dizendo que leitura não se faz só lendo palavras, mas também interpretando:

Leitura é, basicamente, o ato de perceber e atribuir significados através de uma conjunção de fatores pessoais com o momento e o lugar, com as circunstâncias. Ler é interpretar uma percepção sob influencias de um determinado contexto. Esse processo leva o indivíduo a uma compreensão particular do texto.

 

Há vários modos de manifestação da prática do ler. O significado de leitura vai além do simples conceito de decifrar sinais gráficos. O ato de ler é uma atividade de apropriação de significados e atribuições de sentidos de experiência dada pelo leitor.

 

  1. A LITERATURA INFANTIL E A ESCOLA

 

Sabe-se que historicamente, a leitura está vinculada à escola, instituição responsável pela educação dos indivíduos nas sociedades modernas e, especificamente, pela alfabetização.

Contudo, talvez pelas condições de seu aparecimento como agência cultural destinada a formar e informar os filhos da nova classe. A escola traçou para si objetivos bem definidos quanto ao modelo de homem que tinha em vista, capaz de competir e ser um adulto de sucesso.

Grande parte dos estudiosos defende: o uso do livro de literatura em sala de aula, não com o objetivo do passado de transmitir valores da sociedade, mas sim de propiciar uma visão da realidade.

Como Nelly Coelho (2000, p.16) fala que a escola é um espaço privilegiado onde se deve trabalhar formação do indivíduo:

A escola é, hoje, o espaço privilegiado, em que deverão ser lançadas as bases para a formação do indivíduo. E, nesse espaço, privilegiamos os estudos literários, pois, de maneira mais abrangente do que quais quer outros, eles estimulam o exercício da mente, a percepção do real em suas múltiplas significações, a consciência do eu em relação ao outro, a leitura do mundo em seus vários níveis e, principalmente, dinamizam o estudo e conhecimento da língua, da expressão verbal significativa e consciente.

 

E, Zilberman (2003, p.30) declara que: “... o uso do trabalho na escola nasce, pois, de um lado, da relação que se estabelece com o seu leitor, convertendo-o num ser crítico perante a circunstância...”, ou seja, trata-se de criar espaços na escola e na sala de aula onde a literatura por fruição e prazer possa ser vivenciada pelas crianças.

É o que Bordini & Aguiar (1988, p.16) ressalvam quando relatam que:

Se a escola não efetuar o vinculo entre a cultura grupal ou a classe e o texto a ser lido, o aluno não se reconhece na obra, porque a realidade representada não lhe diz respeito. Mesmo diante de qualquer texto que a escola lhe proponha como meio de acesso a conhecimentos que ele não possui no seu ambiente cultural, há a necessidade de que as informações textuais possam ser referidas a um back ground, cujas raízes estejam nesse ambiente. Portanto a preparação para o ato de ler não é apenas visual motora, mas requer uma continua expansão das demandas culturais da criança...

 

E continuam para a escola ter um bom ensino de leitura literária, é preciso ter certos requisitos segundo Bordini e Aguiar (1988, P.17):

...Dispor de uma biblioteca bem aparelhada, na área de literatura, com bibliotecários que promovam o livro literário, professores leitores com boa fundamentação teórica e metodológica, programas de ensino que valorizem a literatura, e, sobretudo, uma interação democrática e simétrica entre aluno e professor.

 

À medida que a pesquisa em leitura avançada alarga se os campos interdisciplinares, pela necessidade de dar conta da complexidade cultural do mundo contemporâneo. O estudo da literatura, por exemplo, já não pode se ater tão somente a autores e obras, mas voltar-se para o papel do leitor, pois é através dele que os textos adquirem sentidos.

 

 

  1. O PAPEL DA LITERATURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Na pré-escola, a tendência preponderante é a de que o trabalho do professor apresente poucas variações. Em geral, a leitura de “livrinhos de história” é vista como uma atividade isolada, que não obedece a uma continuidade de planejamento, nem apresenta outro objetivo senão aproximar a criança do livro, motivo pelo qual o professor permite seu manuseio com alguma constância.

Assim, lê ou contar histórias para a turma com freqüência, mas sem que a definição de objetivos claros tenha determinado a utilização de uma ou outra prática, quase sempre conta a história com a qual se sente mais familiarizado, tendo como suporte a ilustração do livro, raramente utiliza outro tipo de recurso audiovisual no desenvolvimento dessa atividade, até porque nem sempre eles estão disponíveis.

Imagina-se que o gosto pela leitura infantil se constrói através de um longo processo, que vai desde o ler ou contar à história que as crianças mais gostam as mais variadas literaturas e diferenciadas, que vem a ser fundamental para a formação do leitor. Por isso, o educador deve adotar uma postura criativa que estimule o desenvolvimento integral da criança e facilite a aprendizagem.

A criança gosta do que é belo, pelo simples sentido da beleza, o que se afasta, definitivamente, de um padrão de escrita que nada tem de infantil, mas que carrega a marca de um adulto pseudo-infantilizado e que desdenha a própria capacidade intelectual da criança. O que se evidencia, aqui, é a necessidade de a literatura oferecida à criança ser, efetivamente, literatura. A condição, ser ou não literário, não pode, dessa forma, ser colocada sobre o público a quem, a princípio, a obra se dirige, porque, sendo efetivamente literatura, esta se torna uma questão menor.

Conforme pesquisa, nota-se que o que acontece é que alguns livros são complexos demais para a compreensão infantil. Só admitem níveis de leitura mais profundos, são para gente grande. Outros são acessíveis também para crianças. O importante é o livro ser bom. O livro infantil que não seja capaz de interessar também ao adulto provavelmente não é bom.

A respeito disso Zilberman (2003, p.16) descreve que:

... A sala de aula é um espaço privilegiado para o desenvolvimento de gosto pela leitura, assim como um campo importante para o intercambio da cultura literária, não podendo ser ignorada, muito menos desmentida sua utilidade. Revela-se imprescindível e vital um redimensionamento de tais relações, de modo que eventualmente transforme a literatura infantil um ponto de partida para um novo e saudável dialogo entre o livro e seu destinatário mirim.

 

Através da linguagem simbólica, a literatura infantil pode influenciar no desenvolvimento da criança, que passa a conhecer o mundo em que vive de maneira a entender e diferenciar, o bem e o mal, o certo e o errado, o belo e o feio, o amor e a raiva, a dor e o alivio, entre outros.

Para a criança a leitura não é como se ouve. É um modo de representação do real. Papel que é feito pela literatura infantil que trás consigo a responsabilidade de entreter e divertir além de formar na criança uma consciência de mundo.

Este representa papel fundamental na vida da criança, pela riqueza de motivações, de sugestões e de recursos que oferece ao seu desenvolvimento intelectual, psicológico e afetivo. Motivados pela busca de realizações através da leitura infantil realizado desde os primeiros anos de vida.

 

CONCLUSÃO

Através da pesquisa realizada pode considerar-se literatura infantil como fenômeno significativo de amplo alcance na formação das mentes infantis, despertando o desenvolvimento da criatividade e autonomia do que acontece em seu dia a dia em sua volta.

Por isso, a sala de aula torna-se o espaço privilegiado para o desenvolvimento do interesse do hábito pela leitura e formação do leitor, levando até as crianças maior enriquecimento a sua experiência, desenvolvendo diversas formas de linguagem, melhor aplicação do vocabulário, estimar o desenvolvimento das funções cognitivas.

Dessa forma os objetivos propostos nesta pesquisa foram apresentados no contexto escrito por mim e confirmados pelos autores abordados como grandes estudiosos do assunto que por muitas vezes mencionam a utilização da literatura infantil como recurso pedagógico, basta ser enriquecida pelo educador.

Também é importante ter um acompanhamento em casa, não adianta a criança ouvir e ver historinhas só na escola, para se ter um bom desenvolvimento cognitivo é importante todavia os pais agirem em casa, motivando assim o hábito pela leitura desde pequeno.

Os grandes autores destacam a importância no processo de ensino/aprendizagem a educação infantil, pois a literatura infantil é um dos suportes básicos para o processo criativo, que oferece uma abordagem de conhecimentos e informações, capaz de provocar uma ação criadora através de fantasias e imaginação.

 

REFERÊNCIAS

BORDINI, Maria da Glória & Aguiar, Vera Teixeira de. Literatura: a formação do leitor – alternativas metodológicas. 2.ed. Porto Alegre: Editora Mercado Aberto, 1993.

BORDINI, Maria da Glória & Aguiar, Vera Teixeira de. Literatura: a formação do leitor – alternativas metodológicas. Porto Alegre: Editora Mercado Aberto, 1988.

COELHO, Nelly Novaes.  Literatura infantil: teoria, análise, didática. São Paulo: Editora Moderna, 2000.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2002.

LAJOLO, Marisa. O que é Literatura. São Paulo, Editora Brasiliense, 17ª Ed. 1995.

ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola. 11.ed. São Paulo: Editora Global, 2003.