O desejo e a demanda
Por Eloide Aparecida Carvalho | 10/07/2012 | EducaçãoO Desejo e a Demanda
Quando o bebê nasce ele traz consigo tendências hereditárias, que incluem processos de maturação. Cada bebê possui uma organização em marcha, ligada ao seu impulso biológico para a vida para o desenvolvimento e crescimento.
Entretanto, esse desenvolvimento depende para sua efetivação, de um ambiente satisfatório de “facilitação’’ que deve se adaptar ás necessidades constantes dos processos de manutenção”. A família, em especial a mãe, que reconhece a dependência da criança e adapta-se ás sua necessidade, oferece o que Winnicott (1982) chamada de “holding” para o bebê progredir no sentido de integração, do acúmulo de experiências, enfim do desenvolvimento.
Cada grupo familiar induz expectativas e valores sobre como o filho deve ser, como deve se comportar e passam, mesmo sem saber, os sonhos sobre a vida profissional futura da criança. Desde seu nascimento, começam as profecias (acho que ele será um grande ecomonista, como o avô), os mandatos (somos uma família de advogados) as comparações (ele deve se esforçar para tirar notas boas como o irmão), as lealdades (meus pais são analfabetos, acho que também não preciso estudar muito) os segredos (sempre achei melhor não lhe falar nada sobre a adoção).
Todas estas situações marcam profundamente o desenvolvimento futuro da criança, impondo-lhe tarefas que estão em desarmonia com suas capacidades, aptidões ou mesmo desejos.
Compreender a imensa gama de interações que acontece dentro da família e que estas são frutos de modelos aprendidos, e pessoas pelas gerações mais velhas, possibilita-nos verificar quais os mecanismos que ligam esse grupo em particular com o modelo sintomático de aprendizagem, eleito pela família.
A relação da criança com a família é marcada por uma característica de dependência relacionada, isto é definem-se reciprocamente.
É importante perceber que existe um processo de luto subjacente, quando do nascimento e/ou desenvolvimento de uma criança disfuncional, seja ela física emocional ou intelectual; ou ainda a combinação de todos esses aspectos.
Processo esse que nem sempre é bem elaborado pela família, agravando o quadro o quadro já existente.
A criança vem inscrita no desejo materno, afirma a psicanálise, e os pais que se vêem envoltos com a frustração de ter um filho diferente tendem a estabelecer vínculos patológicos com essa criança.
Algumas vezes, na tentativa de protegê-la, encobrem sua raiva e frustração , outras a colocam num plano de menos valia , determinando para ela, através de mitos, mandatos, lealdades uma incompetência que esta muito longe de corresponder á realidade e com isso, a mantém eternamente infantilizar, sem corresponder á realidade e com isso, a mantém eternamente enfatizar, sem autorização para desenvolver o potencial que apresenta. Existem ainda aqueles que colocam expectativas inatingíveis, tendo em vista as dificuldades da criança.
Profª. Pedagoga Eloide Aparecida Carvalho, Especializada em Pisicopedagógia.
Tangará da Serra - MT