O DESAFIO DA EDUCAÇÃO PÚBLICA NOS DIAS ATUAIS

Por ANA SIRQUEIRA DA SILVA SALESSE | 29/11/2017 | Educação

RESUMO

A educação pública sempre foi o meio que as classes sociais menos favorecida encontrou para fazer uma leve ascensão social, porém frente às políticas atuais do governo brasileiro esse direito está desaparecendo e se não houver uma movimentação por parte da sociedade organizada, num tempo bem próximo a escola pública poderá estar apenas na memória do povo.

A sociedade sofre com o descaso de um governo que sabe que a educação é uma ferramenta capaz de melhorar a vida das pessoas, porém não tem o mínimo interesse em um povo esclarecido, porque está a serviço do capital.

Palavra-chave: Educação

O DESAFIO DA EDUCAÇÃO PÚBLICA NOS DIAS ATUAIS

O mundo globalizado determina novas relações entre Estado e sociedade, traz novos desafios para práticas administrativas e faz novas exigências ao indivíduo para que possa atuar na sociedade.

A política neoliberal de mercado e seus valores fortalecem-se rapidamente. Segundo Uribam Xavier, (1996) para o neoliberalismo, quem manda é o capital. Acredita-se que os preços estando livres faz com que o homem também seja livre, pois este é um ser de necessidades e desejos, e deve pensar e agir por conta própria sempre como um indivíduo, e nunca como um grupo. Nesta visão, o Estado deve libertar-se cada vez mais de gastos sociais, ser forte, romper com os sindicatos que é a força do povo em lutas sociais, manter a estabilidade da moeda a qualquer custo, privatizar suas empresas, promover desigualdades sociais, para que o indivíduo através da concorrência busque a sua prosperidade.

Partindo desta lógica o Estado brasileiro tem procurado cada vez mais fugir de sua responsabilidade social, prova disso é a PEC 241/55, que congela os gastos públicos. Em todos os setores públicos percebe-se uma drástica perda da qualidade dos serviços prestados. No campo educacional não tem sido diferente, as escolas estão sucateadas, falta profissionais, há redução no período de atendimento aos alunos, falta material pedagógico entre outros problemas enfrentados. Diante disso quais ações podem ser realizadas? O povo enquanto cidadão, deve lutar para fazer valer a democracia, relacionando as ideias, cedendo e se impondo usando a liberdade de ir e vir com responsabilidade, não permitindo que seus direitos simplesmente se percam em meio a este cenário de irresponsabilidade por parte das autoridades competentes.

A educação é política e social, pois ela deve ser um conjunto de intenções do poder público, que venham de encontro com as necessidades definidas historicamente, bem como é fruto das relações e reivindicações sociais. Por isso deve-se estar atento para que em se tratando de educação pública o cidadão não passe a ser visto e encarado como cliente, onde os valores são totalmente opostos. A comunidade escolar deve manter uma relação de parceria, escola e sociedade devem planejar uma educação que faça sentido para todos e cobrá-la dos seus representantes políticos.

A escola tem necessidade em reforçar seu verdadeiro papel social, humano, político, econômico e cultural; bem como o próprio significado educativo. Neste sentido, a educação tem um papel estratégico para alcançar tais objetivos; onde a mesma deve ter uma administração descentralizada por possuir uma visão de totalidade da realidade.

Conforme Gadotti, (1995) a escola precisa ser cidadã e a mesma é cidadã, quando oportuniza a seus alunos, condições para que os mesmos sejam capazes de saber o que é bom ou mau para a vida coletiva, e isto só pode ser aprendido quando vivenciado na prática. “Daí o papel importante da autonomia no processo de socialização gradual das crianças”. (Gadotti, 1995:13). A autonomia prepara o indivíduo para a cidadania e pode formar tanto para democracia parlamentarista quanto para a obediência a chefes.

Por isso, faz-se necessário que a escola construa uma identidade, seja autônoma, libertária, racionalista. Uma escola que acredite no potencial do ser humano, na aprendizagem participativa, na auto avaliação, na autocrítica, na autenticidade e que acredite naquilo que ensina, onde o aluno possa ter um pleno desenvolvimento pessoal e social. A comunidade escolar não deve ser passiva, mas deve criar, participar, inovar e tomar decisões, rompendo com estruturas autoritárias e buscar novas ações para que esta seja uma escola ideal, onde se defenda os interesses da comunidade e faça frente aos caminhos atuais deste mundo sem fronteiras, pois “a participação e democratização num sistema público de ensino é a forma mais prática de formação de cidadania. A educação para cidadania dá-se na participação, no processo de tomada de decisão”. (Gadotti, p.49.1995).

Diante dos desafios atuais será que ainda acreditamos numa educação de qualidade para nossa sociedade onde a escola seja um espaço de transformação e promoção da igualdade social, queremos projetos educativos capaz de debater as maneiras mais complexas de políticas administrativas, onde se possa trabalhar um processo de democratização da educação ou o povo finalmente desistiu de acreditar num país mais justo, humano e democrático?

REFRERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

XAVIER, Uribam.Neoliberalismo como uma nova visão de mundo.Universidade e sociedade, ano VI nº11, junho 1996.

GADOTTI, Moacir. Escola cidadã, São Paulo: 1995, Cortez.