O Currículo na Escola Atual

Por CLAUDIA MAURMANN | 15/11/2008 | Educação

O currículo é o caminho a ser percorrido durante o aprendizado e é elaborado de acordo com o pensamento pedagógico de cada época.

Neste 2º semestre de 2008, algo que ouvimos falar muito foi que um dos princípios fundamentais da educação na atualidade é a gestão democrática onde o projeto pedagógico da escola é elaborado e discutido pelo grupo.

O pedagogo é formado para repensar questões como aulas monótonas e teóricas, o ritmo do aluno, em como utilizar o tempo para organizar todas as experiências oferecidas ao aluno considerando as questões de raça, sexualidade, cultura e diferenças.

Para começar a construir um currículo primeiramente é preciso fazer um levantamento de para quê, para quem e qual o conteúdo e o método a serem usados sendo que a finalidade é desenvolver um aluno crítico que conheça a realidade e possa agir sobre ela. O aluno ideal não existe, mas há sim um concreto, contextualizado e histórico.

A transformação é urgente e devemos ter consciência da necessidade de começarmos a mudança por nós mesmos e não ficarmos esperando uns pelos outros.

Existe o currículo formal estabelecido pelo sistema de ensino, o real que se concretiza entre professor e aluno em sala de aula e o oculto onde representa as influências sofridas pelo aluno, imprevistos que acontecem no decorrer do ensino.

Na inclusão o currículo deve ser repensado porque o mesmo não serve para todos.

É necessário levar em conta o que vem da família, é preciso fazer sentido e não esquecer que o aluno não é apenas uma peça no sistema possui diferenças e sentimentos.

Estamos na era da tecnologia onde o aluno vem com maiores informações, devido a evolução da sociedade o professor precisa estar melhor preparado ser criativo, ativo e orientador.

O currículo deve se preocupar com a transformação social, levar o aluno a reflexão crítica e a libertação das classes populares da opressão sofrida.

Para organizar um currículo escolar é preciso formar uma equipe, organizar o tema e as funções, avaliar o aspecto físico e a realidade institucional, ou seja, as pessoas envolvidas.

O currículo escolar e o extra-escolar estão interligados porque é através das experiências prévias existentes que se dá a evolução.

O professor reconstrucionista deve ser capaz de unir teoria e prática porque é através do estímulo que obterá o entusiasmo do aluno.

Em termos ideais o Estado deve garantir o ensino gratuito e obrigatório, dar um atendimento especializado e gratuito para educandos com necessidades especiais e creches para crianças de zero a seis anos, etc. Resumindo deve facilitar o acesso à educação adequando o ensino de acordo com as necessidades e dificuldades dos indivíduos garantindo as condições de acesso e permanência na escola.

No entanto a realidade é a falta de vagas, desistências e repetências.

Muitos professores continuam com métodos tradicionais e monótonos e alguns docentes de series iniciais não possuem faculdade, portanto falar num atendimento especializado e ainda gratuito para alunos com necessidades especiais é pura ideologia.

Apesar da discussão sobre rever o currículo, as transformações não acontecem. A escola não evoluiu no sentido de formar alunos críticos e interessados em transformações.

A conservação e a e transmissão são visíveis na rotina das aulas.

A mudança é difícil, assusta e a família questionar é algo positivo.

Precisamos assumir o currículo numa expectativa de integração, rever metodologias, ver o currículo como construção de identidade social, elaborar um currículo voltado para transformação, ter como objetivo confrontar o aluno com os problemas enfrentados na realidade, explorar a aprendizagem não somente por meio de livros, mas também com experiências de convívio com outras pessoas. A avaliação deve relacionar o científico com a realidade.

Mas poucas escolas têm tentado desenvolver um currículo completamente dentro do quadro do reconstrucionismo.

Para acelerar o desenvolvimento deste currículo é necessário o envolvimento dos pais e membros da comunidade e o professor interagir com os mesmos.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de. Tecnologia de informação e comunicação na escola: aprendizagem e produção da escrita. Disponível em: . Acesso em: 01 nov. 2008.

BAMPI, Lisete. Currículo como tecnologia de governo de cidadãs e cidadãos. Disponível em: . Acesso em: 01 nov. 2008.

BACHELARD, Gaston. Disponível em: http://www.pensador.info/p/gaston_bachelard/1. Acesso em 01 nov. 2008.

KFOURI, Samira. Pensamento Pedagógico, Sociedade e Currículo: Origem e Conceito do Currículo. 03 out. 2008 - módulo 2, 2º semestre de 2008 Aula – 01, noturno.

SANTOS, Adriana Regina de Jesus. Pensamento Pedagógico, Sociedade e Currículo: Enfoques Curriculares: Tradicional ou Racionalismo Acadêmico, Cognitivista, Auto-realização e Tecnicista. 10 out. 2008 - módulo 2, 2º semestre de 2008 Aula – 02, noturno.

SANTOS, Adriana Regina de Jesus. Pensamento Pedagógico, Sociedade e Currículo: Currículo Reconstrucionista Social. 17 out. 2008 - módulo 2, 2º semestre de 2008 Aula – 03, noturno