O COORDENADOR PEDAGÓGICO NA GESTÃO ESCOLAR DOS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA DO RIO GRANDE DO SUL

Por Daniela Damitz Marin | 05/08/2024 | Educação

CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

SUPERVISÃO ESCOLAR



 

DANIELA DAMITZ MARIN












 

O COORDENADOR PEDAGÓGICO NA GESTÃO ESCOLAR DOS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA DO RIO GRANDE DO SUL




























 

SANTA ROSA, RS

2021

DANIELA DAMITZ MARIN













 

O COORDENADOR PEDAGÓGICO NA GESTÃO ESCOLAR DOS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA DO RIO GRANDE DO SUL













 

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título especialista em Supervisão Escolar.














 

SANTA ROSA, RS

2021

O COORDENADOR PEDAGÓGICO NA GESTÃO ESCOLAR DOS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA DO RIO GRANDE DO SUL


 

Eu, Daniela Damitz Marin, declaro que sou autora deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.

Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais.

 

RESUMO - O presente trabalho visa apresentar possibilidades de auxílio na gestão escolar no uso das plataformas de leitura, como recursos digitais, que auxiliam no processo de ensino-aprendizagem, e na organização junto aos professores de Língua Portuguesa, em encontros periódicos o planejamento das aulas onde se faz necessário o repensar e replanejar a prática pedagógica de acordo com a necessidade evidenciada na Avaliação Diagnóstica aplicada na rede estadual de ensino do Rio Grande do Sul. Aplicar o uso das plataformas de leitura, como recurso de fomento à leitura literária, auxiliando na alfabetização dos alunos e consequentemente um melhoramento dos índices gerados na Avaliação Diagnóstica do Rio Grande do Sul. Organizar e disponibilizar momentos e espaços de leitura dos alunos no uso das plataformas de leitura. Essas ferramentas digitais voltadas para a educação, mostram-se cada vez mais eficientes e eficazes na relação ensino-aprendizagem. Essas ferramentas estão auxiliando nossa rede de ensino a melhorar nossos índices de aprendizagem, leitura e escrita no componente curricular de Língua Portuguesa. Cabe ao profissional da educação responsável pela coordenação pedagógica a gestão dos meios, espaços e pessoas inseridas no ambiente escolar. O coordenador pedagógico, precisa estar em sintonia com todo o corpo docente e demais equipes de apoio para o efetivo progresso dos índices de aprendizagem. Muitas ainda são as perguntas que permeiam esse meio de dúvidas e possibilidades de gestão dos dados dessa avaliação diagnóstica. Todos esses aspectos indicam dimensões que poderão ser objeto de investigação em uma segunda etapa de pesquisa.

 

PALAVRAS-CHAVE: Gestão escolar. Avaliação Diagnóstica. Ensino-aprendizagem.

 

 

 

 

 

 

 

 

INTRODUÇÃO

 

Nesse ano letivo de 2021, significativa parcela dos dias letivos e atividades desenvolvidas foram de forma remota, progressivamente fazendo uso de recursos e ferramentas digitais, nos vemos imersos nesse mundo e percebendo que tudo isso pode contribuir para tornar a escola pública mais eficiente e eficaz no seu trabalho. 

O presente trabalho visa apresentar possibilidades de auxílio na gestão de uso das plataformas de leitura Elefante Letrado e Árvore de Livros, a partir do uso desses recursos digitais, para a inserção de todos os alunos da nossa escola, no mundo da leitura literária, evidenciando o auxílio nos ciclos de alfabetização, bem como coordenar junto aos professores das séries iniciais e da área de Língua Portuguesa, em encontros periódicos o planejamento das aulas de acordo com a necessidade evidenciada na Avaliação Diagnóstica aplicada em nossa rede de ensino.

Aplicar o uso dessas plataformas de leitura, como recurso de fomento à leitura literária, auxiliando na alfabetização dos alunos e consequentemente um melhoramento dos índices gerados na Avaliação Diagnóstica do Rio Grande do Sul. Organizar e disponibilizar momentos e espaços de leitura dos alunos no uso das plataformas Elefante Letrado e Árvore de Livros.

Habitamos hoje um espaço de aprendizagem cada vez mais virtual, onde percebemos a necessidade de uso das ferramentas digitais, e a gestão de uso pelo coordenador pedagógico. Essas ferramentas digitais voltadas para a educação, mostram-se cada vez mais eficientes e eficazes na relação ensino-aprendizagem. Esse estudo se justifica na evidência de uso das plataformas de leitura Elefante Letrado e Árvore de Livros que estão sendo disponibilizadas para nossa rede estadual de ensino nesse ano de 2021. A interação com esse recurso está explícita, em nossas escolas.

Essas ferramentas estão auxiliando nossa rede de ensino a melhorar nossos índices de aprendizagem, leitura e escrita no componente curricular de Língua Portuguesa. Cabe ao profissional da educação responsável pela coordenação pedagógica a gestão dos meios, espaços e pessoas inseridas no ambiente escolar. Essa gestão conduzida de forma eficiente no ambiente escolar, irá produzir progressivamente um melhoramento dos índices de ensino-aprendizagem.

 

DESENVOLVIMENTO

 

Aspectos históricos dos processos avaliativos da aprendizagem e a Avaliação Diagnóstica

 

O objetivo principal da avaliação escolar é acompanhar o aprendizado dos alunos na escola. A avaliação constitui-se de diferentes maneiras e conforme os interesses de cada período da história, e que está em constante transformação no dia a dia da escola.

Uma alternativa aqui vinculada e apresentada nesse estudo é o processo de avaliação diagnóstica, que está sendo utilizado pelos professores em seu trabalho, repensando e replanejando sua prática pedagógica, como Santos (2017) cita abaixo.

 

A avaliação deve servir para repensar/replanejar a prática pedagógica, contribuindo com ações que possam aprimorar e apresentar melhores condições ao ensino-aprendizagem dos alunos. (SANTOS, 2017, p. 61).

 

De acordo com Santos, “Avaliação diagnóstica é aquela que permite averiguar o processo de aprendizagem dos alunos.”  (SANTOS, 2017, p.62). Esse meio de averiguação tem o objetivo de prevenir ou investigar o que não foi aprendido pelos alunos, para que o professor possa a partir desse diagnóstico retomar habilidades para o avanço das aprendizagens.

Nesse sentido, assim como Luckesi (2002) exemplifica o ato de avaliar como algo extenso transposto por vários objetos, e absorvido pelas partes e direcionando a uma tomada de decisão.

 

[...] avaliação pode ser caracterizada como uma forma de ajuizamento da qualidade do objeto avaliado, fator que implica uma tomada de posição a respeito do mesmo, para aceitá-lo ou para transformá-lo. A avaliação é um julgamento de valor sobre manifestações relevantes da realidade, tendo em vista uma tomada de decisão. (LUCKESI 2002, p.33).

 

Para Santos (2017, p. 28) ainda observamos a aprendizagem sob a perspectiva de um novo significado, com mais exposições argumentativas e reflexivas, onde a qualidade se sobrepõe à quantidade.

 

No entanto, é necessário compreender a avaliação a partir de um novo significado, mais justo e democrático que considere a aprendizagem a partir de um processo participativo, reflexivo e dialético onde o aspecto qualitativo se sobrepõe ao quantitativo. (SANTOS, 2017, p. 28).

 

Toda avaliação é diagnóstica na medida em que possibilita o levantamento de informações sobre determinado contexto. Porém, ela assume essa tipologia formalmente quando seu objetivo é fornecer um diagnóstico de determinada situação educacional. Seu objetivo é gerar informações que deem suporte ao planejamento de ações educacionais futuras.

Nesse sentido, as avaliações diagnósticas são fundamentais para um processo educacional com ampliação e qualificação das aprendizagens, e devem estar comprometidas com uma concepção pedagógica de acordo com Luckesi (2002, p.82).

 

No caso, consideramos que ela deve estar comprometida com uma proposta pedagógica histórico-crítica, uma vez que esta concepção está preocupada com a perspectiva de que o educando deverá apropriar-se criticamente de conhecimentos e habilidades necessárias à sua realização como sujeito crítico dentro desta sociedade que se caracteriza pelo modo capitalista de produção. A avaliação diagnóstica não se propõe e nem existe de uma forma solta e isolada. É condição de sua existência a articulação com uma concepção pedagógica progressista. (LUCKESI, 2002, p.82).

 

Este tipo de avaliação apresenta os conhecimentos, as aptidões e as habilidades que foram desenvolvidas até o momento de sua aplicação pelos estudantes. Dessa forma, possibilita a reorganização e o replanejamento das estratégias de ensino-aprendizagem a partir do diagnóstico obtido.

 

Gestão de uso das plataformas de leitura

 

A Escola da Rede Estadual de Educação onde será feito o estudo, está inserida em uma comunidade vulnerável, na cidade de Santa Rosa, pertencente a 17ª Coordenadoria Regional de Educação. A Comunidade escolar é formada por trabalhadores assalariados de baixa renda, sendo que algumas famílias sobrevivem apenas com o auxílio de programas assistenciais do governo. Parte da comunidade não dispõe de infraestrutura básica. O nível de escolaridade das famílias é baixo.

Para auxílio nos ciclos de alfabetização foi disponibilizado para toda a rede estadual de ensino a plataforma de leitura Elefante Letrado, e para as séries finais do ensino fundamental e ensino médio a plataforma de leitura Árvore de Livros.

A gestão de uso dessas ferramentas teve e ainda está sendo organizada quase que em sua totalidade no ambiente escolar, visto que a escola está inserida em uma comunidade vulnerável e não dispõe de recursos nem infraestrutura básica.

O hábito da leitura, a intensidade e periodicidade com que ela será trabalhada em sala de aula são fundamentais para um melhor desenvolvimento do aluno. Foi organizado no Laboratório de Informática um quadro semanal de horários fixo de acesso para uso pelos alunos na plataforma de leitura Elefante Letrado e Árvore de Livros.

O acesso a essas duas plataformas sempre é feito pelo aluno com seu e-mail do domínio @educar.rs.gov.br, gerando dados a partir das leituras. Professores e coordenadores têm acesso a todos esses dados, bem como o professor pode indicar material de leitura para sua turma, ou aluno específico conforme constatação de necessidade através das evidências.

Essas duas plataformas de leitura estão sendo aplicadas sob uma perspectiva de prática de leitura e escrita nas Séries iniciais e finais do Ensino Fundamental, e Ensino Médio. A importância da leitura, agora visualizada através de uma plataforma de leitura e interação virtual.

A busca pelo esclarecimento de questões fundamentais, aqui também inseridas, apresentadas sob uma “proposta didática de orientação construtivista” nas palavras de MORAIS, Artur Gomes de. 

Tudo é um processo constante de aprendizado, se pretende ter como fundamento norteador as lógicas de leitura e escrita e a facilidade de contato com obras literárias que hoje estão cada vez mais acessíveis a todos, principalmente nas fases iniciais da alfabetização, essas relações como referência na obra de Stanislas Dehaene, na busca de desvendar o cérebro humano, sua adaptabilidade e processamentos.

 

Gestão e coordenação das aulas baseadas nos resultados da Avaliação Diagnóstica

 

Vale ressaltar que a avaliação diagnóstica tem sempre, primeiramente, um aspecto preventivo, o de levantar dados e informações sobre o estudante. Inevitavelmente não podemos separar a relação intrínseca da aprendizagem dos estudantes com o planejamento das aulas feitas pelo professor

Nos estudos da psicóloga e professora Carol Dweck que defende, em   seu   trabalho, essencialmente que temos, dois tipos de mindset, um deles se refere a “acreditar que suas qualidades são imutáveis - o mindset fixo - cria a necessidade constante de provar a si mesmo seu valor” (DWECK, 2017, p. 14), o outro, o mindset de crescimento “se baseia na crença de que você é capaz de cultivar suas qualidades básicas por meio de seus próprios esforços” (DWECK, 2017, p. 15). Essa dualidade e necessidade de sentimentos como empenho e frustração estão em constante relação, tanto para o aluno quanto para o professor.

Contudo, gerir essas relações dentro do ambiente escolar, visando um planejamento baseado em evidências e índices a serem melhorados é uma árdua tarefa.

A gestão do currículo pode ser entendida como o conjunto de estratégias que visam garantir a efetiva consolidação do planejamento curricular nas propostas pedagógicas dos professores e a realização, em sala de aula, do que foi planejado.

Os resultados dessa avaliação diagnóstica são evidências e informações que baseiam a tomada de decisões do coordenador pedagógico no interior da escola. Uma possibilidade de gestão encontrada para acompanhamento do planejamento do professor e posterior aplicação em sala de aula com os alunos, foi a organização de dois momentos de encontro dos professores da área de Língua Portuguesa e das séries iniciais do ensino fundamental, periodicamente, um deles somente os professores planejando e trocando ideias e outro momento com a coordenação pedagógica. 

Para a escola, o exercício do planejamento pressupõe uma ação reflexiva, viva e contínua, que se apresenta nos planos de ensino e nos projetos escolares, os quais consideram o cenário e as características da escola e o currículo, assim como o conjunto de atividades necessárias para a melhoria da aprendizagem. Nesse sentido o acompanhamento do coordenador pedagógico é de fundamental importância.

A atividade de planejar exige, portanto, uma intencionalidade educativa, que se traduz nos objetivos, valores, conteúdos e modos de agir dos educadores que atuam na instituição.

O trabalho do planejamento pressupõe a elaboração dos planos e projetos escolares de maneira colaborativa, com discussões coletivas, não tornando-se uma decisão individual e centralizada, encontros periodicamente organizados com os educadores são essenciais para o êxito do trabalho.

Quando permeamos o campo de resultados de uma avaliação diagnóstica, e definimos as estratégias a serem adotadas, nosso foco deve estar sempre em suprir as demandas das dificuldades de aprendizagem apresentadas.

Além disso, o planejamento precisa ser baseado em evidências e informações que subsidiem a tomada de decisões no interior da escola. Os resultados das avaliações são evidências importantes a serem consideradas na consolidação do planejamento ou replanejamento pedagógico.

De modo geral, acredita-se que toda essa organização e condução desse planejamento gera resultados positivos, melhorando assim nossos índices de aprendizagem ao longo das séries escolares.

 

CONCLUSÃO

 

A partir do levantamento de dados do resultado da Avaliação Diagnóstica do Rio Grande do Sul, percebe-se a necessidade concreta de organização por parte do coordenador pedagógico, de um conjunto de estratégias, ações e projetos, a serem construídos e formalizados para implantação no interior da escola para o aprimoramento da relação ensino-aprendizagem.

Vale ressaltar que, além do coordenador pedagógico, precisam estar em sintonia todo o corpo docente e demais equipes de apoio para o efetivo progresso dos índices de aprendizagem.

Muitas ainda são as perguntas que permeiam esse meio de dúvidas e possibilidades de gestão dos dados dessa avaliação diagnóstica. Todos esses aspectos indicam dimensões que poderão ser objeto de investigação em uma segunda etapa de pesquisa.

Por fim, já foram percebidos indícios de melhorias no planejamento e aplicabilidade das aulas, que estão sendo planejadas de acordo com a real necessidade dos alunos, que se evidenciam no resultado da Avaliação Diagnóstica do Rio Grande do Sul.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

BARROS, Diana Luz Pessoa de. Teoria semiótica do texto. São Paulo: Ática, 2005.

DEHAENE, Stanislas. Os Neurônios da Leitura: Como a Ciência Explica a Nossa Capacidade de Ler. Porto Alegre: Penso, 2012.

DWECK, Carol S. Mindset: A nova psicologia do sucesso. Rio de Janeiro: Objetiva, 2017.

DUHIGG, Charles. O poder do hábito: Por que fazemos o que fazemos na vida e nos negócios. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

MORAIS, Artur Gomes de. Consciência fonológica na educação infantil e no ciclo de alfabetização. São Paulo: Autêntica, 2019.

LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da Aprendizagem Escolar. São Paulo: Cortez, 2002.

SANTOS, Pricila Kohls dos, GUIMARÃES, Joelma. Avaliação da Aprendizagem. Porto Alegre: Sagah, 2017.

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