O COORDENADOR E O EXERCÍCIO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA
Por Marlete Neves da Cruz | 09/11/2016 | EducaçãoRESUMO
Este trabalho de conclusão de curso traz uma amostra dos trabalhos e experiências vivenciadas pela coordenadora pedagógica da Creche Municipal José Luiz Borges Garcia, localizada na Cidade de Cuiabá Mato Grosso. Tendo como ponto de partida as investigações, observações, experiências e relatos da coordenadora pedagógica referente aos trabalhos e atividades realizados no cotidiano da creche e embasados pelos vastos referencias teóricos e atividades oferecido pelo curso de Especialização em Coordenação Pedagógica. A atuação do coordenador pedagógico neste contexto está intimamente ligada à gestão democrática, projeto político pedagógico, a organização de trabalhos pedagógicos, orientação aos profissionais, formação em serviço, construção de proposta pedagógica e fortalecimento por uma gestão participativa e ativa de todos os envolvidos no processo da democratização do ensino e pela sua qualidade. E isto está sendo possível porque o governo está disponibilizando oportunidades para estes profissionais que estão atuando nas instituições educativas se qualificarem. Portanto para este curso de coordenação pedagógica estamos buscando com afinco está qualidade para poder desenvolver junto a instituição que atuo como coordenadora pedagógica de uma creche municipal.
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho faz parte do Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica da Escola de Gestores oferecida pelo MEC através do Latu Sensu como exigência para conclusão do trabalho que será apresentado no TCC com o título “”O Coordenador e o Exercício da Prática Pedagógica no Cotidiano da Creche. O Trabalho de Conclusão de Curso -TCC tem como objetivo geral mostrar o trabalho didático-pedagógicas desenvolvido na instituição de educação infantil de Cuiabá onde eu atuo como coordenadora pedagógica na Creche Municipal José Luiz Borges Garcia, situada na rua Parimá, numero 186, bairro Planalto regional leste. Este trabalho deve ser elaborado a partir dos referencias oferecido pelo curso nas salas ambientes, nas bibliotecas virtuais, nos vídeos e outros autores. Este trabalho tem por objetivo específico relatar as experiências vivenciadas no exercício da prática pedagógica e a formação deste profissional no âmbito das instituições educativas. A metodologia utilizada foi à pesquisa bibliográfica e a de campo. O levantamento e estudo bibliográfico deu base para a construção de um referencial teórico acerca da temática. A pesquisa de campo foi realizada tendo como parâmetro os profissionais, as crianças, a coordenadora desta Unidade de Ensino e as experiências vivenciadas neste espaço educativo. Este curso concebe as mesmas dialéticas postulada no curso de Licenciatura em Pedagogia para Educação Infantil, que se dá no processo de formação constante, de aprender sempre, de aprender em serviço, juntando teoria e prática, refletindo sobre a própria experiência, ampliando-a com novas informações e nas relações. Conforme consta no PPP - Projeto Político Pedagógico do Curso de Licenciatura em Pedagogia em Educação Infantil (2005) que orienta em sua proposta: Aprofundar conhecimentos teórico/prática a cerca da atividade profissional na educação infantil, concepção, implementação, gestão, supervisão e atuação direta com crianças em creches e pré-escolas. Busca-se, ainda, organizar um campo formativo de educadores e educadoras, sujeito de, sua ação pedagógica, comprometido com a 11 criança e com a ação de situações, vivencias, experiências que incorporem as dimensões intelectual e estética, social, afetiva, ética, comunicativa, o pensamento reflexivo e cientifico. (UFMT, 2005, p. 42). Na base epistemológica do interacionismo, tendo com parâmetro para a construção do conhecimento a concepção dialética, cujo processo de aprendizagem ocorre entre o processo do ir-e-vir, da reflexão-ação, da interação, onde o conhecimento ocorre através da interação e relação do sujeito com o meio físico e social, (UFMT, 2005, p. 44). Portanto, precisamos “pensar em sujeito desempenhando papéis junto às crianças pequenas, com autonomia, racionalidade, responsabilidade e ética”, (UFMT, 2005, p.31). Considerando a Educação Infantil primeira etapa da educação básica, e tem a função de desenvolver integralmente a criança o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil RCNEI (1998) esclarece: Capacitando-a para construção de conhecimento de mundo, valorizando os conhecimentos prévios, respeitando as fases cognitivas, estimulando a curiosidade e lúdico, com métodos e conteúdos que, favoreça o desenvolvimento de toda sua capacidade, de forma prazerosa, visto que a criança é um ser histórico social, produtor de conhecimento e atuante, curioso, e o que se espera é que o educador seja o mediador desse processo para formar cidadãos autônomos e capazes de conhecer, compreender e agir sobre o mundo que o cerca.( RCNEI , Vol. I,1998, p.30,). Para que isso aconteça, coordenadores, educadores e demais profissionais devem considerar as atividades que despertam o interesse das crianças, adaptar equipamentos e espaços compatíveis com o desenvolvimento delas e, ainda observar se a criança esta preparada para participar das atividades proposta. Este trabalho mostra o coordenador pedagógico e o exercício da Prática Pedagógica no cotidiano da creche relacionando as teorias estudadas com a prática desenvolvida na educação infantil, aliada ao cuidar e educar, procurando atender as crianças de forma integral, possibilitando às crianças um desenvolvimento saúdavel, preservando e estimulando seus aspectos cognitivo, emocional e social. Neste sentido, entende-se a instituição de educação infantil como um espaço onde a criança pode se desenvolver através de um processo rico em interações na 12 construção do conhecimento significativo, onde o coordenador atua como muita responsabilidade junto à equipe gestora por saber e considerar as crianças como cidadãs e sujeito de direito, capaz de produzir cultura e assim elas tem direito à educação de qualidade. Como ressalta Souza (2008): Essa construção do conhecimento é um processo inalienável e intransferível decorrente das trocas que se estabelecem entre o sujeito e o meio físico e ou social que mobiliza o conhecimento intelectual do individuo possibilitando-lhe adaptar-se às situações novas, facilitando o acesso às novas aprendizagens, a compreensão de novas situações e à invenção de novas soluções a problemas que se possam apresentar na vida, graças a sua capacidade de compreender. SOUZA. (2008, p.21) Os profissionais da creche têm por prioridade estimular na criança a socialização, interação e desenvolver em cada uma sua autonomia de cidadã, sua identidade auxiliando a criança a desenvolver uma imagem positiva de si mesma e intervir no sentido de proporcionar a descoberta e o conhecimento de seu potencialidade e suas limitações proporcionando possibilidades de comunicação e socialização com o outro e com o meio, levando em conta os aspectos individuais, coletivas, capacidades cognitivas, afetivas e motoras, conforme seus interesses e necessidades. Sendo assim, a instituição, se respalda no que garante a Lei de Diretrizes e Base-LDB Nº. 9.394/96, que tem como objetivo “desenvolvimento integral das crianças que participam da creche, buscando assegurar-lhes a formação de hábitos saudáveis, indispensável para formação do caráter, para o crescimento intelectual e para o exercício da cidadania”. Desta forma, considerando a Lei de Diretrizes e Bases - 9394/96 - e o Estatuto da Criança e do Adolescente, a creche se propõe a um trabalho baseado nas diferenças individuais e na consideração das peculiaridades das crianças na faixa etária atendida pela Educação Infantil. Porém, é também indispensável destacar a importância das Diretrizes, Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil, que trata das orientações a serem observadas na elaboração dos projetos e das Propostas Pedagógicas das Instituições de Educação Infantil. Elas expressam os princípios, os fundamentos e os procedimentos que devem orientar a 13 organização, a articulação o desenvolvimento e a avaliação dos projetos e propostas.
2 . NOSSAS CRIANÇAS TÊM DIREITO À EDUCAÇÃO DE QUALIDADE
Ao considerar o contexto social da comunidade, devemos nos perguntar: que tipo de educação queremos promover? A educação deve ser concebida como estratégia política contra a desigualdade em todos os sentidos, promotora da cidadania, reconhecimento das diferenças para evitar o racismo e propiciar a expressão da pluralidade cultural, ética e religiosa. É nesse sentido que devemos pensar a educação publica e gratuita, tendo um currículo adequado, um planejamento atrativo, uma metodologia e todas as ações educativas a serem colocadas em prática nos espaços educativos. A busca pela qualidade de ensino da educação exige medidas e ações dos envolvidos para que promovam de fato um resultado positivo coerente e não apenas quantitativo. É preciso desenvolver estratégia atrativa e diversificada que garanta a permanência integral da criança na instituição educativa como também a valorização profissional que alavanque a autoestima dos profissionais, tendo em vista que há muitos profissionais com formação superior e não ouve enquadramento salarial, tudo isso deixa a desejar a educação pública. Sabendo-se que ao longo dos anos muitos avanços aconteceram na área da educação mais ainda é se faz necessário que as Politicas Públicas voltadas para a educação estejam pautadas na colaboração da União, do Distrito Federal, do Estado, do Município e dos Gestores, respeitando as concepções de criança, de educação, de aprendizagem, e nos fatores econômicos culturais e sociais de cada região. Acredito que ao abordar e propor ações concretas para atender a criança como cidadã de direito é respeitar e considerar as especificidades do mundo da infância e entender que, independente da sua historia, origem, cultura e do meio social em que vive, estão garantidos os seus direitos. Em especial o direito a viver, desenvolver e aprender em um lugar onde de fato garanta esta qualidade no ensino.
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