O Controle de Estoque no setor Varejista
Por Maurício Chaves Boff | 24/05/2013 | AdmO Controle de Estoque no setor Varejista
A necessidade de efetivar o controle de estoque é de grande valia devido à importância que este setor representa para a empresa, uma vez que grande parte dos investimentos financeiros da empresa aloca-se no mesmo.
Segundo Levy e Weitz (2000, p.26) “varejo é um conjunto de atividades de negócios que adiciona valor a produtos e serviços vendidos a consumidores para seu uso pessoal e familiar”. O setor varejista é uma das principais partes integradas no sistema de distribuição, desempenhando um papel de intermediário e funcionando como um elo entre o nível do atacado e de produção. Este setor é responsável pela negociação e por agregarem funções que aumentem o valor dos produtos e serviços vendidos aos consumidores finais, dentre estas funções estão: Fornecer variedade, comercializar em pequenas quantidades, manter estoque e fornecer serviços diversos.
Conforme informado a cima o Estoque é umas das funções essenciais do comércio varejista, e segundo Russomano (1995), estoque significa a quantia de material e mercadoria que é armazenada em um determinado local por um determinado espaço de tempo. Tem como objetivo, regular o ritmo dos fluxos de materiais e mercadorias, com isso busca minimizar as mudanças no suprimento de materiais e mercadorias em caso de aumento de preço e no aumento de demanda ou em caso de campanha promocional, tem como finalidade também proteger o varejista contra as incertezas da demanda e do suprimento, além de possibilitar a compra econômica, ou seja, a aquisição de lotes maiores reduzindo o custo unitário.
Através de todos esses dados, a organização consegue analisar por um determinado período de tempo, quais as necessidades do estoque dentro disso prever as compras futuras. Para isso é de extrema importância manter os controles de estoque atualizados, para assim estar munido de dados concretos do que realmente se têm e o quanto é necessário solicitar e adquirir.
Para Braga (1989) os estoques das empresas representam uma parcela significativa do seu ativo circulante, além de acarretar custos financeiros e despesas operacionais para a organização, ou seja, o setor financeiro da empresa deve exercer um controle rígido sobre os níveis de estoques, visando preservar a capacidade de solvência da empresa e maximizar o retorno dos recursos investidos.
Ainda segundo o autor, a administração dos estoques busca o equilíbrio entre os aspectos operacionais e financeiros da organização, o que também pode significar constante solução de conflitos de interesses entre a área financeira e as demais áreas envolvidas com esta seção. Com isso a gestão de estoques, está cada vez mais sendo vista como um meio de redução de custos, assim como, melhorias nos controles do estoque e consequentemente, melhorias nos serviços. A importância dos controles de estoques é primordial para as empresas, pois, mantém uma segurança quanto ao equilíbrio administrativo.
Na análise dos estoques é importante diferenciar os conceitos de demanda e consumo. A Demanda representa a “vontade” do consumidor em comprar ou requisitar um produto necessário. Essa vontade ou necessidade pode ou não ser atendida plenamente. Caso seja atendida de forma plena, dizemos que o consumo foi igual à demanda. Entretanto, se a disponibilidade do produto for insuficiente para atender à “vontade” ou necessidade do consumidor ou usuário, dizemos que houve uma situação de demanda reprimida.
De acordo com Arnold (1999), O custo de estocagem é geralmente definido como uma porcentagem em valores monetários do estoque unidade de tempo. Não restam dúvidas de que o varejo desponta cada vez mais na maximização da circulação de bens em uma determinada economia, haja vista sua diversificação de atuação em locais menos favorecidos geograficamente e por ostentar, em certos itens, elevadas margens de contribuição.
No entanto, boa parte dos próprios empresários desconhece os aspectos constitutivos de seus estoques, configurando relativo distanciamento do exigido pelo mercado. Centrar a análise em diferentes estruturas entre as empresas encontra-se em desuso; deve-se postular, a partir de ângulos distintos, que a forma de financiamento da maioria das empresas desse segmento econômico constitui a causa provável do retardo do processo evolutivo dessas unidades econômicas.
Uma questão que levanta discussões pode ser entendida na maior suscetibilidade de falência das empresas do terceiro setor (principalmente no comércio varejista) em relação aos precedentes (industrial e agrícola), pois apesar de manter consideráveis margens de retorno em vários bens de revenda, grande parcela dos lucros provém de itens com alta rotatividade e com baixas margens de valor agregado.
Aliado a tudo isso, existe o relativo descontrole de seus estoques, conforme o abordado na pesquisa. O Inventário Permanente, com sua dinamicidade já comprovada na indústria, está à disposição de qualquer empreendimento. Todavia, programá-lo em um ramo como o varejo requer mudanças de postura, tais como criação de equipes específicas para gerenciamento de estoques, concepção de controles de movimentação interna de mercadorias e, sobremaneira a aplicação de políticas orientadas à maior recompensa remuneratória aos envolvidos, dentre outros.
Ademais, adotar soluções de tal calibre pode traduzir benefícios à sociedade em geral (geração de empregos qualificados, por exemplo), maior visibilidade de ganhos na redução de desperdícios em divergências de apuração etc. Assim fica o registro de que para mudar, basta, em primeiro lugar, o reconhecimento do problema; em segundo, um passo a ser dado em busca da tão cobiçada conquista mercadológica, a qual, assim como o mar toca o céu no horizonte, mão de obra e capital podem se encontrar em algum lugar na linha do horizonte patrimonial da empresa.
REFERÊNCIAS
ARNOLD, J. R. Tony. Administração de materiais: uma introdução / J. R. Tony Arnold; tradução Celso Rimoli, Lenita R. Esteves. – São Paulo: Atlas, 1999.
BRAGA, Roberto. Fundamentos e técnicas de administração financeira. São Paulo: Atlas, 1989.
LEVY, Michael. Administração de varejo / Michael Levy, Barton A. weitz; tradução Erika Suzuki; revisão técnica José Ernesto Gonçalves, José Bento do Amaral Junior. – São Paulo: Atlas, 2000.
RUSSOMANO, Vitor Henrique. Planejamento e Controle da Produção. 5 ed São Paulo: Livraria Pioneira, 1995.