O CONTEXTO SIGNIFICATIVO DA PRÁTICA DE LEITURA

Por Églei Trindade de Souza | 30/01/2017 | Educação

Ensinar a ler vai muito além de ensinar a decodificar palavras em um texto. Significa ensinar os alunos a usar estratégias de leitura na busca da construção e reconstrução dos significados de um texto, que sejam naturalmente empregados pelos educandos ao fazerem a leitura do mundo: observando , antecipando, interpretando o que os rodeia. A função do professor é avaliar os procedimentos de busca de sentido que os alunos já utilizam e incorporá-los à prática de leitura em sala de aula, contribuindo para ampliar a competência deles nessa área. A colaboração da família é fundamental para o desenvolvimento do aluno na questão da leitura, mesmo com a falta de escolaridade dos pais, só o fato de mostrar interesse com seus filhos na escola já é de grande valia ou significado para a formação intelectual do aluno, mas existem alguns casos em que isso não acontece. Nesse sentido, o avanço, segundo o PCNs,LP (1997, p.57). [...] uma prática constante de leitura na escola deve admitir várias leituras, pois outra concepção que deve ser superada é a do mito da interpretação única, fruto do pressuposto de que o significado está dado no texto . O significado, no entanto , constrói-se pelo esforço de interpretação do leitor, a partir não só do que está escrito mas do conhecimento que traz para o texto . Além disso, sugerimos ao professor que fique livre para suprimir ou acrescentar questões de estudo do texto de acordo com seu planejamento e as necessidades específicas de sua turma. Ao oferecer livros • revistas, contar histórias ou resgatar o folclore com histórias antigas os pais estão incentivando e demonstrando interesse junto aos filhos e assim eles terão mais vontade de ser cumprindo com suas obrigações e deveres escolares. O amor pelos livros não é coisa que apareça de repente. É preciso ajudar a criança a descobrir o que eles lhe podem oferecer. Cada livro pode trazer uma ideia nova, ajudar a fazer uma descoberta importante e ampliar o horizonte da criança. Aos poucos ela ganha intimidade com o objeto-livro. Uma coisa é certa: as histórias que os pais contam e os livros que os pais e filhos veem juntos formam a base do interesse em aprender a ler e gostar dos livros. Assim, podemos observar que quando a família demonstra interesse e atenção no aprendizado da criança na escola, ela auxilia o professor com seu trabalho em sala de aula e ajuda os filhos na leitura, aumentando e desenvolvendo o conhecimento intelectual da criança. É necessário repensar no ensino da leitura, pois a formação precária do professor na área da leitura e isso trazem consequências negativas para a qualidade de ensino. A compreensão da leitura é um processo complexo onde cada leitura proporciona ao leito r momentos diferentes em cada parte de um mesmo texto. Para que a leitura se torne atrativa, o professor deve criar expectativas, em relação ao que vai ser lido, ou seja, quanto mais as crianças criar expectativas sobre o que será lido, sua compreensão será maior. A cada momento a leitura se tornara mais significativa e coerente, as escolhas pelos temas a serem lidos devem ser adequadas para cada leitor. Para que o leitor tome atitude frente ao texto os professores devem sensibilizar os alunos e em sala de aula criar meios para que os mesmos interajam e se envolvam inteiramente em sua leitura. O domínio da leitura não só leva a ler bem como também significa a aquisição de um instrumento ligado: a vida cultural do leitor. Depois dos primeiros anos de educação básica, grande parte da atividade escolar baseia-se na leitura como meio de estudo. A formação escolar subordina-se a leitura. Para Alliende & Condemarim (1987, p. 208): [...] um dos fins do ensino da leitura é possibilitar o acesso ás obras literárias . As obras literárias constituem um modo específico de expressão. Elas referem-se a todos tipo de realidade , utilizando um código "poético" que as diferencia das obras lógicas, discursivas , científicas ou similares. E as crianças, justamente por encontrarem-se em preparação para o domínio da via racional, dentro de seus limites, são ótimos sujeitos para compreenderem este modo específico de expressão da literatura citado por Alliende & Condemarim (1987) . Nela a criança vai encontrar a grande via para a compreensão do mundo, ou pelo menos , uma via muito importante. Ainda para Alliende & Condemarim (1987, p.208) [...] um erro lamentável do ensino da leitura foi a sua separação da literatura ou, pior ainda, a criação de uma pseudo-literatura infantil,(imaginada infantil pelos adultos, desconhecedores da realidade das crianças), somente opta para as primeiras etapas da aprendizagens da leitura. Não nos iludimos: a criança não pode começar lendo O quixote nem o Fausto, mas, antes de aprender a ler, é capaz de entender a maioria das histórias fantásticas tradicionais (a Bela Adormecida, Chapeuzinho Vermelho e outras histórias, como os contos de Andeersen , O soldadinho de chumbo, O patinho feio) , que tem elementos compreensivos para elas e uma estrutura narrativa clara. A leitura em vez de afastar-se da literatura deve levar a ela. E certo que há um momento de sua aprendizagem em que a criança, que é capaz de entender, por via oral, relatos longos e coITT plexos, só vai ler textos livres e simples. Mas isto não significa que se tem que afastar a criança das obras literárias e dar-lhe somente textos chatos. Desde as primeiras etapas da leitura, a criança pode continuar em contato com a literatura que já conhece de maneira oral e com novas formas. É nesse momento que a Biblioteca Escolar deve privar por obedecer um dos objetivos citados no Manifesto da UNESCO/IFLA para Biblioteca Escolar, (Macedo, 2005, XXX) desenvolver e manter nas crianças o hábito e prazer da leitura e da aprendizagem, tem como o uso dos recursos da biblioteca ao longo da vida . Partindo do princípio que cada dia que passa fica mais difícil captar a atenção das crianças para a leitura, devido a inúmeras formas de interações imediatas e virtuais, desenvolver e manter na infância, o hábito e o prazer da leitura, bem como, o uso dos recursos da biblioteca ao longo da vida, se torna uma tarefa de alta reflexão e procedimentos práticos. Sabendo, portanto desta dificuldade de inserção da leitura entre os alunos se faz necessário a produção de projetos especiais para que o processo de leitura e consequentemente de escrita se dê de maneira mais prazerosas e que evolua não somente nas séries iniciais, mas sim, ao longo da vida. Lembrando Paulo Freire, “a leitura não reside tão somente na leitura de um livro, mas em ler a vida e saber do mundo". A leitura não tem tido vez no cotidiano dos brasileiros, cada vez mais os nossos alunos se distanciam dos livros. O mundo moderno tem ajudado a incentivar os indivíduos através de recursos gráficos, seja eles da escrita ou da imagem, pois mesmo antes de chegar na escola os alunos já tiveram muitos contatos com placas, outodoors, letras, jornais, letreiros, embalagens de produtos e na televisão. Com todos os recursos disponíveis, os alunos encaram a leitura como uma tarefa monótona, com isto é necessária pensar e investir no profissional de ensino que tem a tarefa de ensinar. Para propiciar uma leitura mais interessante aos alunos os educadores devem deixar de lado as atividades mecânicas e transformar o ambiente escolar em variadas situações que irá permitir que os alunos manifestem-se a compreensão e o questionamento que fazem a partir dessa leitura, pois é através da mesma que se tem acesso a cidadania e melhores posições no mercado de trabalho. O desenvolvimento das habilidades de leitura depende das estratégias diferentes utilizadas pelos educadores tais como: jogos, dramatizações, danças, bilhetes, cartas, poesias e etc. Todos esses recursos e muitos outros propiciarão a manifestação da leitura real. O educador deve dar grande importância na leitura silenciosa, porque essa leitura prepara o aluno para a leitura fora da escola como leitura de contratos, revistas e etc. Pois essa leitura será sempre uma atividade individual. Um dos maiores desafios da escola é ensinar os alunos a ler e compreender o que um, ou seja , formar leitores suficientemente competentes. Para vencer esse desafio, o professor precisa valer-se de práticas pedagógicas eficazes. Segundo os PCNs:LP (SEF, 1997a, p. 54) "um leitor competente, só pode constituir-se mediante uma prática constante de leitura de textos de fato, a partir de um trabalho que deve ser organizar em torno da diversidade de textos que circulam socialmente". Esse trabalho pode envolver todos os alunos, inclusive aqueles que ainda não sabem ler convencionalmente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALIENDE, Felipe. CONDEMARIN, Mabel. Leitura: teoria, avaliação e desenvolvimento. Porto alegre: Artes Médicas, 1987.

MACEDO, Neusa Dias de. Biblioteca escolar brasileira em debate. São Paulo: Senac, 2005 .