O conhecimento prévio na leitura

Por Fernanda Freitas de Oliveira Azevedo | 21/06/2017 | Resumos

Nesse capítulo, a autora aborda a importância do conhecimento prévio,para a compreensão de um texto. Ou seja, ela quer dizer que quanto mais se sabe,se apreende informações, e quanto mais se vive experiências de mundo, mais oindivíduo se tornará capaz de interpretar um texto durante sua leitura.Para isso, Kleiman (1995, p.13), apresenta três possíveis formas de seadquirir conhecimento prévio: o conhecimento linguístico; o conhecimento textual; eo conhecimento de mundo. Posto que ela considera a leitura “um processointerativo”.

O conhecimento linguístico “é aquele conhecimento implícito, nãoverbalizado, nem verbalizável na grande maioria das vezes” (KLEIMAN 1989, p.13)relativo aos mecanismos de emprego da língua, e por isso, necessita deconhecimento, gramatical, conceitual e de significado (semântico) das palavras.Compreende-se que se o leitor não tiver conhecimentos do arranjolingüístico presentes em um texto não conseguirá fazer inferências entre seusconhecimentos e textos que lhe são expostos.Para ilustrar a necessidade desse tipo de conhecimento a autora citacomo exemplo um trecho de um texto (The analysis of myths), cujo discursoencontra-se em língua inglesa e, é por esse motivo, que já fica claro ocomprometimento do conhecimento linguístico, devido ser em outra língua, que, hojesomente é dominada por poucos. E mesmo ao traduzi-lo, ainda demonstra certadificuldade de compreensão devido ao numero de termos não populares comosintagmático, paradigmático e mítico.Assim, compreende-se que quanto maior for o conhecimento linguístico,mesmo não sabendo exatamente o significado dessas palavras permitirá, noentanto, atribuir ou processar significados ao texto como um todo, pois, admite quesejam agrupadas e classificadas de forma “significativa” as unidades distintas emtextos (KLEIMAN 1995. p15).1Trabalho apresentado como exigência parcial para a disciplina Português, no curso Engenharia Civilda Faculdade ISEIB, sob a orientação da Professora Rosemarcia VieiraO outro tipo de conhecimento prévio citado pela autora é o conhecimentotextual ou “conjunto de noções e conceitos sobre o texto” (KLEIMAN 1995. p.16).

O conhecimento textual se forma pelos diversos tipos de textos como:narração, descrição, injunção, exposição, etc., e pela maneira que se estabelecesuas estruturas linguísticas. E como exemplo disso, a autora cita um artigo retiradodo jornal “O Estado de São Paulo” referente ao lançamento do livro de Ruth Rocha“O rei que não sabia de nada”, apontando e rebatendo as estruturas textualdiscursivas(narração, exposição e descrição) presentes no texto.A narração, por exemplo, foi usada uma estrutura textual marcada peloenredo presente nos trecho do texto de Ruth Rocha citados ao longo da notícia.Além disso, foi apresentados muitos comentários cronológicos, ligados a noção detemporalidade que mostra, segundo Kleiman (1995 p 17) que se trata de “agentesda ação” e na descrição do meio físico que serve como “pano de fundo” onde osfatos acontecem.Mas, esse mesmo exemplo, trouxe ainda outras formas textuais, e não sóa narrativa, como o texto expositivo e o descritivo. O texto expositivo, de acordo comautora, fica enfatizado quando se observa “as ideias e não nas ações” da ideiacentral (KLEIMAN 1995 p 17). Já a estrutura descritiva, se mostrou quando o autorapresentou uma imagem significativa ao seu leitor de Ruth Rocha, bem como suasqualificações, esse tipo de texto se apresenta sempre quando um “objeto deva serparticularizado ou qualificado” (KLEIMAN 1995 p 19).

O outro tipo de conhecimento necessário para se fazer uma leitura, deacordo com a autora, é o conhecimento de mundo. Exemplo disso foi exposto porela na citação do texto (“Effect of comprehension on retention of prose”) que trata arespeito da descoberta da América por Colombo (KLEIMAN 1995 p.21) mas paraque o texto tornasse compreensível, era preciso fazer uso do conhecimento que setem de mundo, pois não está explicito nele o tema. E esta é ainda uma tarefa maiscomplexa, pois, de acordo com Kleiman os conhecimentos de mundo se constituemde duas formas: por conhecimentos ordenados (estruturados) e conhecimentosadquiridos informalmente (dia-a-dia) KLEIMAN 1995 p.22).Assim explica Kleiman (1995, p. 23) os conhecimentos não estruturadossão os “esquemas que possuímos na memória, relativo a assuntos, situações eeventos típicos de nossa cultura” são pois os (conhecimento implícito). Ou seja,compreendendo a importância dos conhecimentos prévios para a compreensão textual, é necessário que no momento de leitura, o leitor tenha atributos mínimospara recorrer a esses tipos de conhecimentos e também a pistas que são deixadasao longo dos textos para que seja lhe atribuído um significado. Parte daí oentendimento de que conhecimento gera conhecimento. Não basta apenas ler otexto, mas compreendê-lo e utilizar-se desses conhecimentos para a vida efetiva

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