O CONHECIMENTO DAS MULHERES ATENDIDAS NA REDE PUBLICA DE SAÚDE EM RELAÇÃO AO PCCU NA PREVENÇÃO DO CÂNCER UTERINO

Por Gleicy Batista | 31/05/2009 | Saúde

Elizabete Cristina Dickel1

Gleicy Caroline de Freitas Batista2

Juliana Bomfim Cardoso3

Juscilei Rodrigues Martins4

Lindaura Barros de Souza5                                                                   Rogério Ricardo de Oliveira6                                                                            Orientadora: Carina Gheno Pinto7

 

1Acadêmica do 8º semestre de enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB. Email: cris@hotmail.com

2Acadêmica do 7º semestre de enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB. Email: nana@alunos.fasb.edu.br

3 Acadêmica do 7º semestre de enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB. Email: JBC@alunos.fasb.edu.br

4 Acadêmica do 7º semestre de enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB. Email: juscileimartim@alunos.fasb.edu.br

5 Acadêmica do 7º semestre de enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB. Email: Lindaura@alunos.fasb.edu.br

6 Acadêmico do 7º semestre de enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB. Email: Rogerinho@alunos.fasb.edu.br

7Docente do curso de enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB e Bacharel em Enfermagem. Email: Carina@fasb.edu.br


INTRODUÇÃO

 

Enfatizando a importância da educação em saúde, na qual a equipe multiprofissional tem um papel primordial de intervir. Analisamos o conhecimento das mulheres atendidas em uma unidade de saúde da família, em relação à realização do PCCU anualmente na prevenção do câncer de colo de útero. Explanando conhecimentos e técnicas a respeito do exame do PCCU;

Esclarecendo os sinais e sintomas bem como as formas de transmissão das DST, mostrando a essas mulheres a importância do dialogo com seus parceiros, onde deveram ficar dois dias sem ter relação sexual devido à realização do exame.  Discutindo sobre a importância terapêutica a fim de garantir a eficácia do tratamento do câncer de colo de útero, bem como medir as informações das usuárias acerca da existência dos programas de saúde pública no combate do câncer de colo de útero. Realizamos uma pesquisa ativa de dados científicos, com a finalidade de conscientizar as mulheres na realização anualmente do PCCU na prevenção do câncer de colo de útero, bem como a importância do retorno na busca do resultado do exame. No período de estagio verificamos a necessidade de intervimos como educador em saúde, com a premissa que o profissional enfermeiro é atualmente comprometido com assistência primária em saúde na prevenção dos agravos que acometem os seres humanos. A coleta de dados foi realizada na unidade de saúde da família na cidade de Barreiras – BA. Para realização da pesquisa de campo, foram entrevistadas mulheres de todas as idades, e somente mulheres que realizam o PCCU subseqüente. Os dados foram coletados por meio de questionários, com o conteúdo colhido analisado, onde foram constituídas 10 questões objetivas. Antes de iniciar a entrevista, foram explicadas as participantes o significado da pesquisa, a garantia do anonimato e a livre participação, sendo distribuído o termo de consentimento livre e esclarecido, onde as mesmas assinaram. Conforme os parâmetros evidenciados, buscamos neste trabalho contribuir de forma humanizada e holística através da educação em saúde atuando, com relação à prevenção ao câncer de colo de útero. Fizemos uma palestra direcionada às usuárias, com uso de álbum seriado, a fim de esclarecer todas as duvidas existentes e no final servimos um lanche para as mulheres participantes.

 

 

Desenvolvimento

 

O sistema genital feminino

 

Os órgãos reprodutores da mulher incluem os ovários, produtores de oócitos secundários e hormônios, como a progesterona e os estrogênios (hormônios sexuais femininos), inibina e relaxina; as tubas uterinas (de Falópio) ou ovidutos, que transportam os oócitos secundários e óvulos fertilizados para o útero; o útero, na qual ocorre o desenvolvimento embrionário e fetal; a vagina e os órgãos externos, que constituem a vulva. As glândulas mamárias também são consideradas parte do sistema genital feminino (TORTORA, et al;2002).

 

O útero serve como parte do caminho para o espermatozóide alcançar as tubas uterinas. Também é o local da menstruação, implantação do óvulo fertilizado, desenvolvimento do feto durante a gravidez e parto. Situado entre a bexiga urinaria e o reto, o útero tem o tamanho e o formato de uma pêra invertida. Nas mulheres que nunca ficaram grávidas, mede aproximadamente 7,5 cm de comprimento, 5 cm de largura e 2,5 cm de espessura; é maior nas mulheres que ficaram grávidas recentemente  e menor (atrofiado) quando os níveis do hormônio sexual estão baixos, como ocorre após a menopausa (TORTORA, et al ;2002).

 

As subdivisões anatômicas do útero incluem: (1) uma parte em forma de domo acima das tubas uterinas, chamada de fundo, (2) uma parte central cônica chamada de corpo e (3) uma parte inferior estreita, chamada de colo, que se abre para a vagina. Entre o corpo e colo do útero fica o istimo, uma região comprimida, medindo aproximadamente 1 cm de comprimento. O interior do corpo do útero é chamado de cavidade do útero e o e o interior estreito do colo é chamado de canal do colo do útero. O canal do colo do útero se abre na cavidade do útero, no óstio interno, e na vagina, no óstio externo (TORTORA, et al ; 2002).

 

Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST)

 

As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) estão entre os problemas de saúde pública mais comum em todo o mundo. Entre suas conseqüências estão a infertilidade feminina e masculina, a transmissão da mãe para o filho, determinando perdas gestacionais ou doença congênita e o aumento do risco para a infecção pelo HIV (BRASIL, 2006).

 

No final dos anos 1980, a Organização Mundial da Saúde (OMS) utilizou a noção de padrões de distribuição da síndrome nas populações com intuito de facilitar a descrição da situação epidemiológica encontrada em cada região (FOCACCIA, 2005).

 

Gonorréia

 

É uma doença infecto contagiosa, pandêmica, não sendo uma doença de notificação compulsória nacional (BRASIL, 2006).

 

Para Black (2002), a uretra é o local mais comum de infecção gonorréicas nos homens. O lugar mais comum de infecção da mulher é a cérvix, seguida pela uretra, canal anal e faringe. As glândulas de Skene localizadas na uretra e as glândulas de Bartholin perto da saída vaginal podem também ser infectadas nas mulheres.

 

Normalmente, nos homens apresenta-se com abundante corrimento purulento e viscoso pela uretra. As mulheres são em sua maioria, oligonintomáticas, podendo, no entanto, determinar quadros de vulvovaginites, colpocervicites ou salpingites agudas, sendo esta uma das causas mais comuns de infertilidade feminina no mundo (FREITAS; MENKE; RIVOIRE; PASSOS, 2006).

 

Papilomas Vírus Humano (HPV)

 

O agente etiológico pertence à família Papillomaviridae, cujo único gênero é o Papillomavírus, que contém sete espécies, entre elas a Human Papillomavírus (HPV). O genoma viral codifica ainda duas proteínas da cápside L1 e L2. Foram identificados mais de 100 genótipos de papilomavírus, sendo 82 de humanos (TRABULSI, et al; 2004).

 

A fisiopatologia e a etiologia do HPV mostram que o papiloma vírus humano é sexualmente transmitido e altamente contagioso; e mais de 20 tipos podem infectar o trato genital, muitos deles assintomáticos, e múltiplos tipos podem coexistir; as verrugas genitais visíveis são causadas pelos tipos 6 e 11 do HPV. E outros tipos (16, 18, 31, 33,35) são fortemente associados à displasia cervical. O período de incubação é de oito meses (NETTINA, 2003).

 

Para Freitas, et al; Passos (2006), as formas clínicas da infecção pelo HPV são atualmente classificadas em três categorias:

 

● Clínica: é a forma evidencíavel a olho nu (condiloma acuminado ou plano) e representa cerca de 1% dos casos. Também denominados verrugas genitais.

● Subclínica: diagnostico por meio de exame colposcópico ou microscópio (citologia ou histologia).  E uso de aplicação de ácido acético.

● Latente: é a identificação de seqüências de DNA-HPV com técnicas de biologia molecular em indivíduos com tecidos clínica e colposcopicamente normais.

 

De acordo Trabulsi (2004), as infecções por papilomavírus têm distribuição universal. As verrugas causadas pelos papilomas ocorrem mais freqüentemente nas mãos e nos pés de crianças e adultos jovens. As infecções genitais por papilomas são de transmissão sexual e sua prevalência pode ser correlacionada com a promiscuidade sexual, com o numero de parceiros e com histórico de outras infecções de transmissão sexual.

 

Linfogranuloma Venéreo

 

De acordo Focaccia (2005), linfogranuloma venéreo (LGV) é uma doença infecciosa, sexualmente transmissível, que tem como agente etiológico a Chlamydia Trachomatis, sorotipos por L1, L2, L3. Apesar de ser conhecida e descrita desde o Império Romano como STRUMA, somente foi identificada como doença venérea no inicio do século XX; Na literatura, podemos encontrar denominações: quarta moléstia venérea, mula, doença de Nicolas Durande-Favre, Bubão climático, bubão escrofuloso, Bubão d' emblé, poroadenite inguinal, supurada inguinal, linfogranulomatose inguinal subaguda e ulcera venérea adrenógena, entre outras.

 

O período de incubação pode ser de três a 30 dias. A lesão primaria varia de forma e local, podendo apresentar-se sob forma de lesão herpetiforme (mais comum), pápula, pústula, edema violáceo, vesícula, pápula erosada ou ulcera. Tendo a característica de ser indolor, é geralmente imperceptível para quase totalidade das mulheres, não sendo notada por mais de dois terços dos homens. Há relatos de lesões em tonsilas palatinas, região umbilical e submamária. Nessa fase também ocorre uretrite e cervicite, geralmente assintomáticas. Seja qual for à forma ou local da lesão primaria, sua cura é espontânea. O estagio seguinte é caracterizado pela disseminação do agente etiológico através da circulação linfática, podendo está associada a sintomas sistêmicos. Já no estado mais avançado corresponde ao surgimento das complicações. Este estágio é provocado pela dificuldade diagnostica desta moléstia, assim como por seu tratamento inadequado (FOCACCIA, 2005).

 

HIV/AIDS

 

O HIV-1 foi isolado em 1983, de pacientes com AIDS, pelos pesquisadores Luc Montaigner, na França e Robert Gallo, nos EUA, recebendo os nomes de LAV (Lymphadenopathy Associated Vírus ou Vírus Associado à Linfadenopatia) e HTLV-III (Human T-Lymphotrophic Vírus ou Vírus T-linfotrópicos Humano tipo lll) respectivamente nos dois países. Em 1986 foi identificado um segundo agente etiológico, também retrovírus, com características semelhantes ao HIV-1, denominado HIV-2. Nesse mesmo ano um comitê internacional recomendou o termo HIV (Human Immunodeficiency Vírus ou Vírus da Imunodeficiência Humana) para denominá-lo, reconhecendo-o como capaz de infectar seres humanos (BRASIL, 2007).

 

Goldman et al. (2004) comenta que a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) vem modificando profundamente a prática médica, a sociedade contemporânea e as iniciativas em saúde publica em todo o mundo. As infecções pelo HIV e a AIDS constituem uma crise na saúde global de magnitude sem precedentes.

 

O agente etiológico HIV foi descrito em 1983, e o teste sorológico para detecção do HIV para redução do risco de transmissão através do hemoderivados foi desenvolvido em 1985. a primeira droga anti-retroviral com atividade contra HIV foi licenciada em 1987, mas o entusiasmo inicial esse transformou em decepção com a monoterapia. Praticamente todos os casos inicialmente identificados ocorreram em homens homossexuais; no entanto, atualmente, acredita-se que o HIV seja transmitido predominantemente por contato heterossexual nas regiões de poucos recursos e também pode ser transmitido por transfusão sangüínea. (GOLDMAN et al., 2004).

 

Herpes

 

Segundo Brasil (2006) a virose transmitida predominantemente pelo contato sexual (inclusive oro-genital), com período de incubação de 3 a 14 dias, no caso de primo-infecção sintomática; a transmissão pode-se dar, também, pelo contato direto com lesões ou objetos contaminados. Caracteriza-se pelo aparecimento de lesões vesiculosas que, em poucos dias, transformam-se em pequenas úlceras.

 

Viana et al. (2001) refere que herpes simples é uma doença frequentemente transmissível por via sexual, caracteriza-se por crises de repetição, de incidência crescente em todo o mundo, causada por DNA-virus, que é um vírus dermoneutrópico. A família Herpes viradae apresenta seis tipos 1 e 2, citomegalovirus, varicela zoster, Espstein-Barr e o tipo 6.

 

Donovanose

 

Doença crônica progressiva que acomete preferencialmente pele e mucosas das regiões genitais, perianais e inguinais. A donovanose (granuloma inguinal) é freqüentemente associada à transmissão sexual, embora os mecanismos de transmissão não sejam ainda bem conhecidos. A contagiosidade é baixa. O período de incubação é de 30 dias a 6 meses. É pouco freqüente, e ocorre mais freqüentemente em climas tropicais e subtropicais. O agente etiológico é a Calymmatobacterium granulomatis, bactéria descrita pela primeira vez em 1913, por dois pesquisadores brasileiros, Aragão e Vianna1 (FOCACCIA, 2005).

 

Segundo Brasil, (2006), as manifestações clinicas da donovanose: Inicia-se com ulceração de borda plana ou hipertrófica, bem delimitada, com fundo granuloso, de aspecto vermelho vivo e de sangramento fácil.  A ulceração evolui lenta e progressivamente, podendo se tornar vegetante ou úlcero-vegetante. As lesões podem ser múltiplas, sendo freqüente a sua configuração em “espelho”, em bordas cutâneas e/ou mucosas. Há predileção pelas regiões de dobras e região perianal. Não há adenite na donovanose, embora raramente possam se formar pseudobubões (granulações subcutâneas) na região inguinal, quase sempre unilaterais. Na mulher, a forma elefantiásica é observada quando há predomínio de fenômenos obstrutivos linfáticos. A localização extragenital é rara e, quase sempre, ocorre a partir de lesões genitais ou perigenitais primárias.

 

Cancro Mole

 

Foccaccia (2005) argumenta que cancro mole como a mais venérea das doenças sexualmente transmissíveis pelas características lesões de auto-inoculação. Transmitida obrigatoriamente por via sexual, tem como agente etiológico o Haemophilos ducreyi. Apresenta Grande importância nos tempos atuais na facilitação da transmissão do HIV, principalmente nos países de alta prevalência desta infecção. É denominada também de cancróide, cancrela, cancro venéreo simples, úlcera mole, úlcus mole, úlcera venérea, úlcera de Ducrey e popularmente como cavalo.

 

Clamídia

 

Para Alterthum (2004), as clamídias estão entre os patógenos mais freqüentes para o ser humano. Além de freqüentes, está associada a uma variada gama de infecções importantes, tais como tracoma, uretrite, pneumonia, linfogranuloma venéreo, psitacose e até mesmo arteriosclerose.

 

As clamídias constituem o gênero Chlamydia que, aliás, é o único gênero da família Chlamyciaceae. Esse gênero compreende quatro espécies: C. trachomatis, C. psittaci, C. pneumoniae e C. pecorum. Somente as três primeiras estão associadas a infecções humanas (ALTERTHUM, 2004).

  

Câncer de colo de útero

 

O câncer de colo uterino constitui-se, no terceiro mundo, em verdadeiro problema de saúde publica, ao contrario do que muitos pensam a medicina já resolveu o problema, desde que, há mais de três décadas Zuhr Hausen correlacionou esse tipo de neoplasia com o HPV, muita luz se faz sobre o assunto, inclusive mudando alguns conceitos epidemiológicos (FREITAS, et al; 2006).

 

Segundo Freitas, et al, (2006), a coleta para o exame citopatológico deve contemplar sempre a endocérvice (com escova) e a ectocérvice (espátula de Ayre) e o material obtido pode ser distendido em uma mesma lâmina (lado a lado), mesmo em pacientes sem doença cervical e JEC visível. De 53 casos de carcinoma epidermóide invasor, 49 foram diagnosticados no citopatológico endo e ectocervical, 4 exclusivamente na coleta endocervical e nenhum caso foi detectado somente na coleta ectocervical. Dos 21 casos de adenocarcinoma invasor, 16 foram detectados na coleta dupla, 5 na coleta endocervical e nenhum na coleta ectocervical. O tumor invasor franco é melhor detectado pela inspeção do colo do que pela citologia, que muitas vezes é negativa. A colposcopia é menos importante para o diagnóstico do tumor invasor do que para as lesões intra- epiteliais. As imagens sugestivas de invasão tumoral são vasos atípicos, necrose, erosões e aspecto vegetante. O padrão –ouro de diagnóstico é dado pela histologia, por meio de biópsia. Nas lesões do canal a curetagem endocervical só pode ser valorizada com resultado positivo, pois apresenta um índice de 50% de falso-negativo, nas lesões iniciais. A conização a frio é o método de escolha para detectar e quantificar lesões na endocérvice. Por último o toque vaginal poderá mostrar um colo de aspecto irregular, tumoral, vegetante e de consistência mais endurecida que o habitual (sinal de Schrobak). 

 

Para se avaliar adequadamente um paciente observamos sinais e sintomas da doença e outros problemas médicos existentes. É de suma importância avaliar a história pregressa do paciente, assim como a familiar, pois isso influenciara a tolerância da paciente ao tratamento proposto. O exame físico detalhado deve compor de insperção, palpação, percursão e ausculta, mesmo sabendo que muitos exame complementares não trataram informações exatas, é muito importante. Em centros especializados, o ideal é que a paciente seja avaliada pelo ginecologista oncológico (cirurgião), oncologista clinico e radioterapeuta, com intuito de uniformizar condutas (FRETAS, et al, 2006).

 

O carcinoma do endométrio é a neoplasia maligna mais comum do trato genital feminino, representando quase metade de todos os cânceres ginecológicos nos Estados Unidos. Cerca de 39.300 novos casos são diagnosticados anualmente, causando mais de 6.600 mortes. O carcinoma de endométrio é o quarto câncer mais comum, ficando atrás dos cânceres de mama, pulmão e intestino, e a sétima maior causa de morte por neoplasias malignas em mulheres. O câncer do endométrio é uma doença que ocorre principalmente em mulheres na pós-menopausa e sua virulência aumenta com o avançar da idade (BEREK, 2005).

 

Carcinoma é um tumor maligno que atinge o corpo ou, com maior incidência, o colo do útero. O câncer do colo do útero ocorre com maior freqüência em multíparas e mais ainda nas poligestas. Corresponde a terceira maior causa de mortalidade de mulheres (GONZALEZ, 2003).

 

Segundo Freitas, et al; (2006) a suspeita diagnostica é baseada no exame citopatólogico, que mostrará alterações compatíveis com neoplasia intra-epitelial de alto grau (NIC II/ NIC III). Em nossa experiência, a citologia muito raramente tem dado suspeita de invasão precoce. A colposcopia pode levantar essa suspeita, pela presença de concentração capilar ou orifícios glandulares com halo poligonal. A biopsia firmará o diagnostico provisório de microinvasão, sendo mandatório realizar a conização. O carcinoma escamoso pode originar-se ao nível da junção escamocolunar ou da endocérvice, pois pode haver metaplasia escamosa do epitélio endocervical. Muitas vezes, é precedido por lesões intra-epitelial de alto grau (NIC II / NIC III) que, se não tratadas adequadamente, pode evoluir para carcinoma invasor em 10% dos casos.

 

Para Viana, et al; (2001) atualmente, a biologia molecular e a associação Ca de colo/HPV majoraram a importância desse órgão no estudo do câncer incipiente ou potencial. Alguns tipos de HPV, principalmente o 16 e 18, se agregam ao genoma da célula, levando esta a se desviar de seu processo normal de maturação e à formação de um novo tipo de célula, anárquico e displásico, sendo ai iniciado o processo de carcinogênese do colo. Após a infecção das células basais e parabasais pelo HPV, em dependência do potencial oncogênico, pode acontecer: a célula basal sofre processo de diferenciação normal, com multiplicação do vírus em seu interior, e acaba com uma população de vírus tal, que libera na ocasião da descamação celular infectada as células vizinhas, estabelecendo o processo infeccioso clássico com formação de lesão condilomatosa típica; por ação de mutágenos vários ou nova infecção pelo HPV, a integração do genoma virótico na célula imatura infectada pode traduzir-se por alteração da função celular. As sínteses protéicas são modificadas ou desaparecem, enquanto outras sínteses serão as responsáveis pela perda da diferenciação e da maturação celular, induzindo mitoses anárquicas a não-inibição do crescimento celular ao contato com a célula vizinha, responsável pela formação de tumores e invasão tecidual.

 

O tratamento das lesões precursoras (neoplasias intra-epiteliais grau I, II ou III) e das infecções por HPV deve ser rigoroso, bem como os critérios de cura. O exame do parceiro sexual, é imperativo (peniscopia alargada). Neoplasias vulvares têm sido diagnosticadas em pacientes jovens, provavelmente decorrente do aumento da incidência de infecções por HPV. Entretanto, para essas neoplasias, a idade avançada é fator de risco importante (HALBE, 1993, p. 129).

 

Nettina (2003) comenta que a doença inicial geralmente assintomática. Os sintomas iniciais consistem no sangramento pós-coito, o sangramento vaginal irregular ou o escape de sangue entre os períodos menstruais ou depois da menopausa, e a secreção com odor fétido. À medida que a doença progride, o sangramento torna-se mais constante, sendo acompanhado por dor que se irradia para as nádegas e pernas; perda de peso, anemia e febre sinalizam a doença avançada.

 

 

CONCLUSÃO

 

Essa doença quando detectada são encaminhadas e tratadas por especialistas, podendo ser citado como, por exemplo, Centro de Atendimento a Mulher (CAM), que além de prestar outros atendimentos, realiza procedimentos como a cauterização de feridas de colo de útero. Para as usuárias procuramos oferecer um atendimento mais humanizado, e fizemos com que cada uma delas se sentisse capaz de promover sua própria saúde através do auto cuidado, pois elas são seres dotados de inteligência e capacidade, e que para a promoção de sua saúde depende também dela. Esperávamos que as mulheres envolvidas na pesquisa tivessem conhecimentos da necessidade de realizar o exame PCCU anualmente prevenindo assim o câncer de colo de útero.

 

O maior objetivo de todos os profissionais da área de saúde é a diminuição da mortalidade, entre elas pelo câncer. Nessa luta duas armas nos parecem eficientes; a prevenção e a detecção precoce da neoplasia. Considera-se prevenção todos os procedimentos que impeçam o aparecimento de uma determina doença. Em oncologia, algumas dessas medidas já são possíveis. Não é utopia, portanto, prevenir o câncer (HALBE, 1993, p. 127).

 

As mulheres tinham entre 20 a 50 anos de idade, todas casadas e/ou união estável, e com a vida sexual ativa. Em relação às DST observamos uma grande deficiência, onde 80% das mulheres não conheciam o termo HPV, somente 20% conheciam; Em relação aos principais sinais e sintomas, 5% relatam verrugas dolorosas, e 95% não souberam responder; modo de transmissão, 78% confirmaram que usando camisinha se preveni de todas DST e 22% não souberam responder.

 

Para Nettina (2003) o câncer do colo é uma malignidade ginecológica comum entre 35 a 55 anos de idade; em mulheres com a atividade sexual precoce, múltiplos parceiros sexuais e historia de DST, especialmente HPV e HSV, constituem fatores de risco importante. A incidência é mais elevada nas classes socioeconômicas mais baixas e nos negros.

 

O exame clínico ginecológico é obrigatório para toda a mulher, devendo ser realizado anualmente para aquelas com idade inferior a 35 anos, nas demais aconselha-se exames semestral. Além da anamnese interrogatório complementar, o minucioso exame físico pode detectar alterações mínimas nas mamas e nos órgãos genitais externos e internos (HALBE, 1993, p. 128). 

 

Cerca de 23% tem somente 1 filho, e 77% multíparas. Em relação ao grau de escolaridade apenas 15% estudaram até o 2º ano do Ensino Médio, 12% alfabetizadas e 73% analfabetas. Apesar destes resultados, obtemos qualidade, quando perguntamos se elas realizavam este exame anualmente, 98% responderam que sim, e apenas 2% eram a primeira vez que estavam realizando o exame, e que a partir desta data, depois de ter esclarecido todas suas duvidas realizariam o exame anualmente, assim prevenia varias doenças e ainda o câncer de colo de útero. Quando questionamos se existe tratamento para o câncer de colo de útero, 98% responderam que sim e 2% que não.  

 

Em São Paulo, demonstrou-se que 93,7% das mulheres com câncer cervical são analfabetas, enquanto só 0,5% tem nível universitário. No Brasil, apenas 9% das mulheres tem acesso periódico aos exames de prevenção, e as que o fazem geralmente tem um grau de instrução maior do que aquelas que não o fazem rotineiramente (VIANA, et al, 2001, p. 718).

 

Os fatores de risco estão intimamente relacionados ao estilo de vida, analfabetismo, hábitos inadequados adotados pela população, à poluição ambiental e à disparidade socioeconômica, que influenciam a distribuição e a incidência do câncer nas diferentes regiões brasileiras (BRÊTAS, et al; 2006). 

 

Como notamos uma grande deficiência, resolvemos intervir e mudar os resultados de novas pesquisas posteriores, onde todas entenderam a importância do conhecimento no mundo em que vivemos todos os métodos de prevenir essas DST, como também à realização do preventivo todos os anos, assim como o tratamento.

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

BEREK, S, Jonathan. WOVAK Tratado de Ginecologia. 13° edição. . Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.

BLACK, J. Microbiologia: fundamentos e perspectivas. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.

 

BRÊTAS. P.C.A ,et al. Enfermagem e Saúde do Adulto. Barueri- São Paulo: Manole, 2006.

FOCACCIA, R. Tratado de infectologia. 3. ed. 1. v. São Paulo: Atheneu, 2005.

FREITAS, F. et al;  Rotinas em ginecologia. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.

 

GONZALEZ. Helcye. Enfermagem em Ginecologia e Obstetrícia. 6º .ed. São Paulo: Senac, 2003.

GOLDMAN, L. et al.  Tratado de medicina interna. 22. ed. 2. v. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.

 

GRABOWSKI, R, Sandra. et al; Princípios de Anatomia e Fisiologia. 9º ed. Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2002.

 

HALBE, H, W. Tratado de Ginecologia. 2ª ed. Editora Roca, São Paulo, 1993.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Diretrizes Para Controle da Sífilis Congênita: manual de bolso/Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Programa Nacional de DST/Aids. 2. ed. Brasília: 2006.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis DST: 4. ed. Brasília: 2005.

 

NETTINA, S. M. Prática de Enfermagem. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, cap. 1 p. 2, 2003.

SECRETARIA DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO – SP  Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST): Abordagem Sindrômica nas Unidades de Saúde do Município de São Paulo. 1. ed. São Paulo: 2007.

TRABULSI, L. R. et al. Microbiologia. 4. ed. São Paulo: Atheneu, 2004.

 

VIANA, L. C. et al. Ginecologia. 2. ed. São Paulo: Medsi, 2001.