O clamor que vem da Europa
Por valdemir campos rocha | 05/12/2011 | ReligiãoO brasileiro de uma maneira geral, é entusiasmado e corajoso. Entretanto, só isto não basta para realizar com sucesso a empreitada de estabelecer uma frente missionária noutro país, é preciso preparo do candidato e condição digna de sobrevivência; o ônus, geralmente é grande para quem envia, e difícil para quem vai. Deixar parentes e amigos é tarefa dolorosa que tem feito muitos servos de Deus desistirem. A visão e curiosidades turísticas que encantam a qualquer um nos passeios internacionais se desfazem rapidamente com a dura realidade ,quando tem que se estabelecer e produzir frutos para o reino de Deus em terras estranhas. As dificuldades para aprender o idioma, a adaptação aos costumes locais, alimentação diferenciada, a questão climática, o fuso horário, a solidão, enfim, são tantos fatores que,se analisados anteriormente impediriam qualquer um a dispor-se em obedecer o “ide”.
Fazer missões, é muito mais do que mudar de região ou de país, é renúncia total. Obediência sem reservas à chamada do Senhor. O missionário precisa ter absoluta convicção de sua vocação. Tem que entender que será sempre um “passageiro” em terras estranhas,o qual deverá amar com todas as forças do seu coração as almas onde estiver estabelecido,não se apegar a lugar ou casa alguma.Crer firmemente na provisão de Deus,pois é Ele o grande responsável pela vida dos seus obreiros.Sabendo que poderá ir e jamais voltar.Limpar do coração todo saudosismo pátrio e estar disposto a “nascer de novo” no meio de um povo que não conhece.Certamente que o dono da seara cuida dos seus da melhor forma possível; coisas impressionantes e transcedentais ocorrem constantemente na vida dos desbravadores do Senhor.
Fazer missões dignamente ,sem a vaidade dos números,e com a certeza de que se está fazendo da melhor maneira possível o que tem que ser feito,é o maior e mais gratificante sentimento daqueles que enviam e também daqueles que são enviados.Portanto,criar departamentos de missões,prover meios de sustentação e elaborar projetos para enviar obreiros para todos os cantos da terra é imprescindível e extremamente urgente.Entendemos que,para Deus,todas as nações continuam sendo campos missionários.Para Ele não há uma nação mais importante do que a outra.Todas, indistintamente,quer sejam pobres ou ricas, cultas ou incultas,clamam por ouvir as boas novas de salvação...ainda.
Tomemos como exemplo a Europa, que geme e cambaleia embriagada pelo poder político/econômico. Hoje , chafurdada no materialismo insensato e completamente indiferente aos ditames da Palavra de Deus.A indiferença é grande,que podemos senti-la como uma verdadeira e sutil “perseguição” à obra de Deus.Isto se prova através das dificuldades enormes que as denominações cristãs enfrentam para se estabelecer como igrejas nestas nações. Pude constatar in-loco esta triste realidade quando andei pela França, Espanha e Itália. Não ví movimentos de rua produzido pelos evangélicos, cartazes, bunners sobre algum evento, pouquíssimos templos, quase não há programas radiofônicos ou na televisão.Fiquei com a impressão que Deus está sendo descartado por lá.Muitas denominações procuram se estabelecer,começam realizando cultos nos lares,depois partem para o aluguel de um salão.Inúmeros não conseguem prosseguir devido ao aluguel caro,a falta de documentos dos líderes e,na maioria dos casos, o desprezo e abandono das igrejas brasileiras ou de outras nações que prometeram apoio e sustentação, e quando não obtiveram retorno financeiro desejado os deixaram entregues à própria sorte.Um fato triste que constatamos também,é que muitos destes obreiros,homens corajosos se tornaram missionários por forças circunstanciais, estão lá não como enviados por algum ministério ou agência missionária.Por não se adaptarem a alguma denominação existente na região ,fundam igrejas,conseguem reunir um grupo de pessoas,geralmente de latino-americanos e por desconhecerem o básico de cultura teológica ,incluem em seus cultos uma liturgia diferenciada,onde procuram agradar “gregos e troianos” ,o que na maioria dos casos os leva ao naufrágio...pois a obra de Deus tem que ser feita com seriedade e com santidade.Deus jamais envia alguém para agradar homens,para bajular pessoas ou para “torcer” a sua Palavra.Por causa disso também existe uma rotatividade muito grande de igrejas que são abertas e fechadas nestes países, e não poucas vezes deixando um rastro de mau testemunho.Evidentemente,tudo isto é reflexo de como as pessoas vêem a obra missionária.Mudam o foco da visão...em vez de verem os campos que estão brancos para a ceifa...enxergam tão somente as possibilidades do lucro,da disputa do poder, da vaidade de liderar...
Podemos fazer a diferença sim, jamais desprezando a simplicidade do evangelho, trabalhando não visando o sucesso, más cumprindo fielmente a ordem do Senhor de fazer discípulos de “todas” as nações e pregar sua bendita palavra a todas as gentes.
Pr.Valdemir Campos Rocha