O CIÚME
Por Sydney Pinto dos Santos | 20/02/2020 | PsicologiaO CÍÚME: ONDE, COMO E ATÉ QUANDO?
Por: Sydney Pinto dos Santos
Sentimento destruidor dos relacionamentos conjugais. Processo violento latente no imo dos corações.
Condição de desespero de assegurar o que às vezes não está mais seguro.
Processo de vigilância exacerbada camuflado de cuidado extremo dos movimentos alheios.
Fator inoperante e ineficaz de proteger o improtegido, desencadeando, muitas vezes, resultados contrários ao esperado.
Característica de pessoas inseguras, incapazes de olhar o lado do outro como do outro, mas apenas o seu.
Situação de incapacidade de acreditar no que lhes é posto dentro um relacionamento possível e seguro.
Violência sobre o próprio ego, significando impossibilidade de permitir valores além daqueles que já estão prontos.
Desvalorização dos elos que permitiram assegurar as condições de um relacionamento que se torna corroído pela ação constante da imposição.
Ciúme, é imposição sobre a liberdade do outro; é fato intolerante sobre as particularidades do parceiro.
É falta de solidez e compreensão sobre os limites de quem e com quem vivemos e convivemos dentro de uma união.
É travar quaisquer possibilidades de crescimento, seja de um lado ou do outro. Um limita o outro sem segurança do que realmente deseja.
Inviabilidade de entender fatores externos à relação marital; desenvolvendo conjecturas impossíveis de visualiza-las.
É desespero e insensatez de não entender a si mesmo e ao parceiro. Sendo imprecisas algumas avaliações sobre o que quero e o que desejo.
Deslocamento do desejo para a insegurança total, definido por sentimentos que possivelmente não se apresentam ou não são correspondidos à mesma altura.
É olhar o outro como objeto, como posse, como coisa, em vez de parceiro (a), amigo (a) e companheiro (a).
Quando doentio, levar as circunstâncias até as últimas consequências para tentar obter resultados satisfatórios, o que as vezes nunca acontecerão.
Impor ao outro (a) condições e limites que não gostaríamos que fizessem a nós. E que cerceiam quaisquer projetos em desenvolvimento.
Infelicidade de quem acredita que cercear as condições do outro é o suficiente para projetar e garantir a sua felicidade.
Impossibilitar que se construa caminhos e objetivos proficientes e eficazes dentro de uma relação a dois. Inoperando qualquer possibilidade de crescimento e construção de possibilidades e expectativas.
É descer ao inferno sem perceber que poderia subir ao céu sem esforço. É ter quase a certeza de não construir a felicidade e a paz.
É desrespeitar um enorme conjunto de regras pessoais do outro, as quais ainda nem teve tempo de conhecer.
É se impor o suficiente, não para a construção do nós, mas da imposição do eu sobre o nós.
É tentar esclarecer de forma obscura os limites que se deve ter dentro de um espaço que deveria ser compartilhado e não destruído.
É tentar fortalecer vínculos fictícios, onde deve prevalecer o que penso e não o que devemos pensar juntos.
É estabelecer regras, normas, e condutas indivisíveis, criando-se um “muro” de decepções que contribuirão para a derrocada do conjunto.
Fruto da ignorância de enxergar dentro apenas de uma redoma fugaz, onde minhas expectativas e caprichos são mais importantes de quaisquer outros ou de quem quer que seja.