O Cemitério De Paquetá

Por Marcelo Cardoso | 17/12/2007 | Sociedade

O atual Cemitério de Paquetá fica na Rua Manoel de Macedo, em frente da Rua Maria Freire.

Até 1860 êle era apenas uma grande chácara particular, muito arborizada, onde residia Dona Escholástica Maria Lisboa e se caracterizava por ser apenas um pequenino cemitério de catacumbas, bem ao lado da Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus do Monte, do qual, então,  tomava emprestado o nome, sendo chamado de Cemitério do Bom Jesus.

Mas êle já tinha mais de 90 anos de uso e já estava sem espaço para novos sepultamentos, o que sensibilizou sobremaneira Dona Escholástica que, então, em testamento, deixou a sua chácara “para o Senhor Bom Jesus e para N. S. da Conceição”, para que nela fosse então construído o novo cemitério que, logo que ficou pronto, começou a ser chamado de “Cemitério de Santo Antônio”, nome do santo que dava nome à atual Rua Manoel de Macedo.

Em 1933 a administração do cemitério passou a ser feita pela Prefeitura do antigo Distrito Federal, época em que o Pintor Pedro Bruno foi designado pelo Prefeito, que era o Dr. Pedro Ernesto, para ser o ZELADOR ARTÍSTICO DO CEMITÉRIO, cargo que não era remunerado e que o artista exerceu magistralmente, transformando o local num verdadeiro recanto de arte.

No local da antiga casa de Dona Escholástica êle construiu a Capela do Cemitério, toda de pedras,  e nela colocou dois quadros seus, complementando o ambiente artístico:  “SÃO FRANCISCO DE ASSIS FALANDO AOS PÁSSAROS” e “CRISTO AO LUAR”, ambos premiados.

E são também de Pedro Bruno os projetos do muro da frente, do Cruzeiro, da Casa da Administração, do Mausoléu da Marinha, que lembra os soldados mortos na Revolta da Armada de 1893,  e o “Cemitério dos Passarinhos”, ao lado do cemitério dos humanos ...

Ao tempo de Pedro Bruno não eram permitidos mausoléus, nem outros tipos de ostentações que pudessem fazer separação entre pobres e ricos e, assim, todas as sepulturas igualavam-se pelos mesmos padrões de simplicidade.

A sepultura do Pintor, idealizada e executada pelo seu amigo Augusto Silva, reflete bem todo o espírito artístico de Bruno, merecendo também ser visitada.

Em 1953 o Cemitério de Santo Antônio passou a ser administrado pela Santa Casa de Misericórdia, época em que teve o seu nome trocado para “Cemitério de Paquetá”.

Ao pé do Monumento da Marinha, que é de 1912, existe uma placa com os seguintes dizeres:

                                                                     1893

                          ABNEGADOS NA VIDA E VALOROSOS NA MORTE.

                    HOMENAGEM DOS SEUS COMPANHEIROS DA MARINHA.

                                                                     1912