O Caso Realtragístico de Hiago Rodrigues Reis de Queirós
Por Erica Fagundes Teixeira | 12/06/2009 | EducaçãoSabemos que uma literatura só é eterna quando sobrevive ao tempo, e que, por mais que um autor contemporâneo lute para fazer sucesso, somente o tempo confirma e ratifica seu esforço como um sucesso.
Um jovem de origem pobre, de mãe faxineira, que começou a escrever aos 13 anos de idade, publicando 111 poemas, num livro provocantemente intitulado: "111Prosas Que Versam... e as vezes rimam" (nota: sem crase), dá uma base aos tempos contemporâneos sim, de rápido desenvolvimento intelectual de nossa juventude, mas também nos aponta os destinos da nossa literatura, pois a este ano: 2008, ou seja: 5 anos após o primeiro livro, o autor referido continua a escrever, e com o mesmo estilo e técnica observado a seu início, marcado pela tragédia e pela gozação à fraqueza do ser humano frente às mais extremas situações, fazendo então uma literatura provocativa, em 2006, Hiago Rodrigues Reis de Queirós, então com 16 anos, leu seu Manifesto Realtragista para duas classes de 70 alunos de uma faculdade de letras no interior do Paraná, e daquele dia para hoje podemos encontrar traduções deste Manifesto em alemão, russo, francês, espanhol e inglês, sendo este discutido em todos os centros intelectuais da atualidade, como por exemplo: a Feira do Livro de Frankfurt, em 14 outubro de 2008.
A literatura de Reis de Queirós, ao contrário da regra, se faz eterna hoje, pois é aplicada à realidade. Com seu Realtragismo afirmando que a origem de toda a tragédia é o descaso da sociedade frente à uma realidade que apela para ser mudada - e que nunca é - este jovem autor tem sua obra estudada por acadêmicos do ramo da sociologia e da psicologia, mostrando-nos que tem muito a contribuir para a literatura - não só brasileira - pois sua obra se aplica fielmente à nossa realidade histórica comum, de todos os do mundo, o que eterniza-se só por ser relativo ao que nos acontece, marca então a nossa História dentro da cronologia literária, fazendo de um manifesto não só um movimento literário, mas sim uma nova teoria da realidade, que permanecerá eterna até que o apelo Realtraista - que é o de mudar as atitudes da sociedade, interrogando-a sobre seus valores - seja atendido.