O CARTEIRO

Por eddy fantasia | 19/04/2011 | Crônicas

O CARTEIRO

Falta respeito com você.
Pedofilia? Bullying? Burguesia?
-Me dá imagem, eu quero imagem, se possível uma confissão.
Culpado, linchado, execrado pela opinião pública.
Crianças nas ruas, pontes e viadutos esquecidos até que para TV nasce um monstro.
-Pare o mundo agora! Mas é agora mesmo, eu quero descer.
Esperteza, dentes largos, teatro, cinema lotado, o besteirol se espalha, pensar não é importante, mastigado é melhor, vem ai mais uma modinha de verão artistas pasta de dente espreme o tubo, ficou vazio joga fora, tudo anda tão complicado, Ruas, bairros, casas, prédios altos, selva de concreto, esse que caminha nessa calçada sou eu, bom você não pode me ver no meio de tanta gente, rostos muitos rostos, idas e vindas nessa vida, os pássaros são livres, o cachorro não pára de latir, enquanto eu vou caminhando as cartas foram colocadas nas caixinhas, eu achava que amava Claudia, isso até conhecer Catarina, durou um mês, ao descer do ônibus e me apaixonar pela Josefina. Entro e saio de botecos lotados de vagabundos, o céu cinza de Londres, chuva em Paris, guerras no oriente médio, terremoto no Japão. agora morre o Almir, nasceu o Denis, sorriu Francilda ,se apaixonou a Maria. Nos Estados Unidos tem um cara tocando jazz para uma platéia selecionada, José vive sem esperança no Brasil. a verdade não está nos livros de historia, eu adoro minha coletânea pop um bom prato de arroz e feijão, mamãe sempre me dizia... Segure bem a mão de seu irmão até chegar à escola, ao fim da rua via outros meninos rindo do meu comportamento e começaram a usar a linguagem verbal cheia de preconceito, em coro gritavam: eles são gays, quem vive na rua conhece tudo, ver tudo.
Vovô e vovó jogados perambulando sozinhos, os filhos esqueceram-se de respeitar os pais, não existe mais domingos nos parques, estão todos em casa atrás de grades ou sentados no sofá ouvindo a filosofia do Faustão.

-Pare o mundo agora!Estou pedindo com educação eu quero descer.

Jovens robotizados, falta de respeito com as meninas, pobre Catarina acreditou nas promeças feitas pelo João, transou sem camisinha. Engravidou logo ele gritou: o filho não é meu! deve ser do Agenor, falta de amor, flores de plástico, dinheiro sujo é o canal!
Deputados senadores esqueceram o povo.
O povo esquece que a melhor arma é a vergonha na cara contra esse tipo de sem- vergonha.
Eu tenho uma plantação de milho, coloquei um espantalho para vigiar, os corvos vieram na sexta feira deram gargalhadas da minha cara. Tolo, tolices, preguiça estampada, o papa fala, Deus se cala, Tome toma Coca Cola, Pedro pede esmola, Mario sobe o vidro do carro, devia usar na testa um adesivo escrito: medo, precaução pode até não ser perigoso. quem vai pagar pra ver?
-Parado aí.
-É branco?
-Pode seguir
-Parado aí.
-É negro? Tu és ladrão.
-Sou não senhor.
-Porque tem essa cor?
-Isso é absurdo!
-Absurdo? Pau nele rapaziada.
-Gentileza, cadê você?
Gentileza, cadê você?
Pare o mundo agora!Eu quero descer.

Ed 2011-04-18