O CAMPO DA SEMÂNTICA...

Por sergio carneiro de andrade | 14/10/2009 | Educação

SAUSSURE OU PEIRCE, A QUEM SEGUIR? TALVEZ FIQUE COM O SIGNO DE SAUSSURE EXTENDIDO EM PEIRCEANO...

De www.scribd.com/doc/11451925/O-SIGNO-SEMIOTICO-NA-PERSPECTIVA-DE-CHARLES-SANDERS-PEIRCE , José Fernandes da Silva:
// A semiótica pode ser definida como teoria geral dos signos e dos sistemas de signos. Atualmente, o conceito de signo está relacionado com, entre outras, duas diferentes concepções: a do linguista suiço Ferdinand de Saussure (1969), fundador da linguística moderna e introdutor dos princípios fundamentais da semiologia, e a do filósofo norte-americano Charles Sanders Peirce (1993), criador da semiótica propriamente dita. Em vista disso, iniciaremos este estudo falando da diferença entre estas duas concepções, em relação ao conceito de signo.
1. o conceito de signo segundo Saussure e segundo Peirce:
A diferença básica entre as duas concepções está, principalmente, no fato de que, se na concepção de Saussure o conceito de signo é o do signo verbal, na concepção de Peirce é o do signo ern geral, não importa de que espécie. Isso significa que, se no primeiro caso o signo é, antes de tudo, a palavra (principalmente oral), no segundo caso ele é qualquer coisa que representa alguma outra coisa para alguém. Além disso, se na concepção saussureana o signo ele é um elemento em que se correlacionam apenas dois outros elementos, chamados de significante e significado, na concepção peirceana o signo é um elemento ern que se correlacionam três outros elementes, chamados de representamem, objeto e interpretante. //

LENDO MARTIN RIEGEL CHEGO A NOVA CONCLUSÃO SOBRE A SEMÂNTICA E SEU OBJETO...

SEMÂNTICA: é a ciência de tudo que possa produzir na mente humana (ou noutro ser de sensibilidade e reação) uma significação, um sentido, um significado (até aqui ficaria na definição agradável de Palmer: Semântica é termo técnico usado para designar o estudo do significado). E seu campo de investigação seria bastante amplo podendo abarcar especialidades: estudaria tanto os signos tipo índice (com vínculo natural significante/significado) como do tipo símbolo (vínculo convencional significante/significado), pois ambos manifestam significação; como também ainda a comunicação por vontade ou intenção de um comunicante-emissor (a Pragmática) ou aquela manifesta ao acaso e sem intenção de vontade ou por relações naturais de causa e efeito.

   A palavra-chave e objeto da Semântica seria simplesmente a significação; ou melhor, toda significação produzida ou possível de ser produzida na mente humana ou em qualquer ser com alguma capacidade cerebral ou sensitiva-reativa de recepção de um estímulo (mesmo que sendo uma projeção telepática) e passível de traduzi-lo ou decodificá-lo e tomar alguma decisão a partir da significação produzida em seu ser, mesmo que seja a indiferença ou imobilidade.

   Por exemplo:

1) perceber no céu nuvens escuras e traduzir na significação: vai chover. Nuvens escuras é sinal (ou índice) de chuva.

2) ver fumaça saindo de um barraco numa favela e gritar: Fogo!!! Fumaça é sinal (ou índice) de fogo.

3) índios vendo sinais (ou símbolos) de fumaça em uma montanha. Meio de transmissão de mensagem à distância.

4) Os sinais (ou símbolos) luminosos projetados por um marinheiro. Transmissão de mensagem à distância.

5) índios do Amazonas que falam por assobios (símbolos sonoros). Código de comunicação entre eles.

6) placas e sinais de trânsito. Símbolos para orientar os motoristas.

7) o rubor na face como sinal (ou índice) de constrangimento ou vergonha.

8) a temperatura do corpo anormalmente elevada (febre) como sinal (ou índice) de doença.

9) o alfabeto, as palavras, frases, e os números na comunicação humana. Símbolos constituindo um código para interação entre os indivíduos de uma língua.

10) A significação da relação trovão, relâmpago, raio.

11) O latido de um cachorro no entendimento de outro cachorro ou produzindo como um sinal (ou índice) com uma significação específica no entendimento do dono.

12) o código de gestos Libras para os surdos.

13) o código Braille para os cegos.

14) o código de imagens para os autistas.

 *

            Enfim, tudo parte do campo amplo da Semântica cujo objeto e palavra-chave é a significação, um campo que ultrapassa os signos símbolos da linguagem humana, estuda também os signos índices e vai além... (pois Riegel define signo como /todo elemento perceptível (o significante) que evoca outra coisa diferente dele mesmo (a significação)/, havendo dois tipos: o signo índice e o signo símbolo).

E HÁ TAMBÉM...

 E há também o signo ícone ou icônico o qual quando mostrado na sua aparência sugestiva é uma porta de entrada a uma porção de cousas a ele relacionadas pela semelhança...
José Fernandes da Silva, falando do Signo Semiótico em Peirce, assim descreve o signo icone: //Os signos são icônicos quando a relação entre as coisas em que eles aparecem e as coisas que eles representam é de caráter imitativo e, portanto, baseada não mais numa simples convenção [caso do signo símbolo], mas em dada semelhança entre os dois tipos de coisas, no sentido de que, se isto parece com aquilo, de modo que, percebendo-se isto, lembra-se imediatamente daquilo, então a primeira coisa pode ser tomada como representação da segunda coisa. (...) As cores verde, amarela e azul (com pintinhas brancas), que aparecem na bandeira de nosso país, podem ser tomadas como representações das riquezas vegetais e minerais nele existente, bem como do céu límpido e iluminado que, nas noites de estio, cobre tudo isso. // (fonte: www.scribd.com/doc/11451925/O-SIGNO-SEMIOTICO-NA-PERSPECTIVA-DE-CHARLES-SANDERS-PEIRCE )

Mais informações? É?! PUXA, QUE BOM... ENTÃO TEM MAIS UMA... A FRÁGIL IMAGEM MENTAL DE SAUSSURE...:

            O /que/ e o /clube/ sem forma e sem sentido de consenso... Clube um na cabeça de um é clube outro na cabeça do outro!

            - Você viu?

            - Quê?!

            - Você não viu aquilo?!

            - Vi não...

            - Então perdeu. A imagem mental da coisa que vi, nem digo, nem sei como dizer e descrever...

            - Tente...

            - Mesmo que a descreva você nunca a terá na mente tal como eu a vi e a vejo.

            - Tudo bem, era apenas um /que/, uma imagem sem forma e sem sentido para mim.

            - /Que/ é um vazio, um nada, mas vou lhe descrever ao menos a forma... Okei?

            - Okei, trace algumas comparações com formas e cousas que conheça, talvez entenda e veja algo...

            Para Lyons a imagem mental não pode ser aplicada para todas as palavras. O caso é que a imagem mental não liga-se ao conjunto universo das palavras e seres, há seres concretos, abstratos, e seus adjetivos de caracterizações são até passíveis de alguma imaginação (dizer é quadrado naquela parte, é verde, etc.), e há seres, todavia, e cousas, para além das abstrações, da imaginação, por exemplo: Que é Deus? Que forma ou imagem se parece? Certamente não é um bom velhinho nos céus...

SEMIOLOGIA OU SEMIÓTICA? E A SEMÂNTICA SERIA OUTRO SINÔNIMO DA MESMA CIÊNCIA?

 O livro O Projeto Semiótico, Carontini, p.6, fala o seguinte:
// Mas Saussure não parou aí. Previa uma vasta ciência cujo objeto seria o estudo de todos os sistemas de signos da vida social: e é a essa ciência nova que ele chamará Semiologia.
O que se deve então entender por esta expressão **a vida de todos os sistemas de signos da vida social?** Em seu projeto, Saussure englobava todas as formas sociais de comunicação e de significação, isto é, tanto a linguagem dos surdos-mudos quanto o sistema codificado da moda, e tantos outros. Como se vê, seu projeto permitia incluir qualquer forma daquilo a que se chama hoje práticas significantes. //
*
Informações do Centro Universitário Franciscano: www.unifra.br

http://74.125.47.132/search?q=cache:Ne3vu7Knbv4J:www.unifra.br/professores/SIBILA/Comunicação%20e%20processos%20de%20significação%5B1%5D.ppt "A Semiótica no Século XX"&cd=10&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br

Semiótica: /(...) a semiótica se interessa pela comunicação, como todos, mas se interessa em como se constrói e se destrói, como se transmite ou como não se transmite, como se recebe, como se interpreta, como se confunde, e a eficácia dos discursos.(....) O mais importante para a semiótica é como se trata o sentido./(Paolo Fabri)

Charles Sanders Peirce (1839-1914)
 Charles Morrisn (1901-1979)
 Ferdinand de Saussure (1857-1913)n
 Peirce e Saussuren conceberam, simultânea e independentemente (sincronicidade), um estudo dos sistemas de signos e da significação. "Escritos recolhidos"(8 volumes) e o "Curso de Lingüística Geral" foram editados postumamente.
 Morris buscan demarcar o lugar da semiótica no conjunto das ciências.

 Com respeito àn tradição da semeiotiké de John Locke, Peirce prefere os termos no singular, semiotic, semeiotic ou até semeotic. No plural, de vez em quando, Peirce usa o conceito de semeiotics. Nunca a forma latinizada de semiotics.
 On semioticista americano Charles Morris preferia a designação teoria dos signos, mas na sua obra encontra-se também a forma singular, semiotic.
 o conceiton de semiologia retorna a partir da obra fundamental de Ferdinand de Saussure, o Curso de lingüística geral, de 1916, que definiu a semiologia como uma nova e futura ciência geral da comunicação humana, que estudaria a "vida dos signos como parte da vida social".

 Três gerações:n
 Os da primeira geraçãon partem de Saussure e defendem uma lingüística da frase e do código - como sistema de comunicação.(1950-1960)
 Os da segunda, partem de Peirce en articulam um estudo da língua como sistema estruturado que precede as atualizações discursivas e um estudo do discursos e dos textos como produtos de uma língua já falada.(1970)
 Uma terceira geração surge a partir de 1980 en trabalha com a vertente da significação e da produção dos sentidos a partir dos campos sociais.

Em www.pucsp.br/pos/cos/cepe/semiotica/semiotica.htm temos:
A semiótica propriamente dita teve seu início com filósofos como John Locke (1632-1704) que, no seu Essay on human understanding, de 1690, postulou uma "doutrina dos signos" com o nome de Semeiotiké , ou com Johann Heinrich Lambert (1728-1777) que, em 1764, foi um dos primeiros filósofos a escrever um tratado específico intitulado Semiotik."

A página http://74.125.47.132/search?q=cache:fJiYV9E-fT0J:www.semioticapeirceana.xpg.com.br/Biblioteca/Semiotica%20e%20semiologia_wn.doc &cd=4&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br assim informa:
No início do século XXI, todas as distinções entre semiótica e semiologia esboçadas acima parecem coisas do passado. A semiótica internacional se desenvolveu sem as restrições propostas por aqueles que acharam uma divisão entre semiótica e semiologia necessárias. No Brasil, por exemplo, há programas de estudos semióticos, mas não de estudos semiológicos. Porém, o progresso da pesquisa feito sob o nome de semiótica não invalida aqueles feitos em décadas anteriores sob o nome de semiologia.
Em www.scribd.com/doc/11451925/O-SIGNO-SEMIOTICO-NA-PERSPECTIVA-DE-CHARLES-SANDERS-PEIRCE, /na visão de Peirce o signo é qualquer coisa que representa alguma outra coisa para alguém, o representamem é esta coisa que representa, o objeto é esta coisa que é representada; o interpretante (que não existe na definição de signo elaborada por Saussure) é, por sua vez, uma terceira coisa que, surgindo na mente do intérprete no momento em que ele percebe aquela primeira coisa, faz com que ele a interprete desta maneira, como sendo de fato não uma coisa em si, mas uma coisa que representa uma outra coisa./