O Cabalista

Por elias wilson pereira da silva | 21/03/2013 | Direito

As eleições que marcaram o período da República nos mostra que os brasileiros tornados cidadãos pela Constituição eram as mesmas pessoas, que tinham vivido aos três séculos antes como aqueles que detinham o poder na época Brasil colônia.

Nas áreas rurais e urbanas, havia o poder dos grandes coronéis que se denominavam comandantes da Guarda Nacional, nela combinavam - se as influencias do governo e dos grandes proprietários de terra e comerciantes que exerciam grande pressão quanto àqueles ditos cidadãos que votavam.

Esses cidadãos certamente não tinham noção do que fosse um governo representativo, que significa o ato de escolher alguém como seu representante politico.

Mais votar muitos votavam, eram convocados os patrões, membros do governo, juízes, delegados, ou seja, o que estava em jogo não era o exercício do voto mais sim, o domínio politico local.

Com isso surgem vários especialistas em burlar as eleições, tendo em vista que eram realizadas na igreja aos gritos em mesas, o principal burlador era o cabalista, que tinha a atribuição de garantir o maior numero de votantes possível para seu partidário chefe imediato. Ele era o mesário e tinha que garantis o voto dos alistados, que tinham que provar sua identidade surgindo assim à figura do fosforo que se passava por um votante na hora das eleições.

Os cabalistas organizavam festas, regradas a bebida e animação antes das votações afim de que seu "rebanho" permanecesse unido para votar.

A meu ver pouco se mudou em relação aos meios de obtenção de votos bem como a maneira de se pensar e saber sobre a representatividade do escolhido. Escolhemos em segundos ao votar e não cobramos os anos no poder. Algo precisa mudar.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Carvalho, Jose Murilo, Cidadania no Brasil, 10ª edição