O Brincar na Educação Infantil: brinquedos, jogos e brincadeiras. Um olhar lúdico e pedagógico
Por Suzana Lúcia Magalhães Da Silva | 24/11/2021 | EducaçãoSuzana Lucia Magalhães da silva
Resumo
este artigo visa explorar o valor do brincar no crescimento e aprendizagem na educação infantil, sob a ótica lúdica . Tem como finalidade reconhecer o sentido do brincar, conceituar as principais definições para constituir o ato de brincar, volvendo a importância do universo lúdico na educação infantil, período onde a criança se encontra com sigo mesmo e o mundo em sua volta. A criança acredita que o outro existe e determina as relações sócias, estabelece ações e desenvolve se integralmente, e ainda, os privilégios que o ato de brincar propicia no ensino aprendizado da criança. Este estudo traz ponderações sobre o valor dos jogos, brincadeiras e brinquedos e as motivações na socialização nas crianças e o meio onde vive. Contudo, para produzir esse trabalho foi usado pesquisa de campo, bibliográfica, artigos, revistas e sites. Deste modo, este artigo possibilitara uma leitura mais consciente da importância do ato de brincar na vida do ser humano e necessariamente na vida da criança.
Palavras-chave
Brincar. Aprendizagem e conhecimento da criança. Lúcido e a pedagogia.
Abstract
This article aims to explore the value of playing in growth and learning in children's education, from a playful point of view. Its purpose is to recognize the meaning of play, to conceptualize the main definitions to constitute the act of playing, highlighting the importance of the play universe in children's education, the period where the child meets himself and the world around him. The child believes that the other exists and determines the partner relationships, establishes actions and develops interactively, and also, the privileges that the act of playing provides in the teaching of the child. This study brings considerations about the value of games, games and toys and the motivations in socializing in children and the environment in which they live. However, to produce this work was used field research, bibliographical, articles, magazines and websites. In this way, this article will allow a more conscious reading of the importance of the act of playing in the life of the human being and necessarily in the life of the child.
Key-Words
Play. Learning and knowledge of the child. Lucid and pedagogical.
1 Introdução
Brincar é uma das formas de comunicação da criança,é através das brincadeiras que elas retratam o seu cotidiano, num mundo de imaginação e fantasia. É durante a brincadeira que a criança aprende e construir sua reflexão, autonomia, criatividade, realizando, dessa forma, o estreitamento entre o lúdico e o aprendizado. o Para determinar a brincadeira infantil, salientamos a importância do ato de brincar no desenvolvimento do ser humano como todo, salientando seus aspectos físico, afetivo, emocional, cultural e cognitivo. Entretanto, e importante a conscientização dos pais, professores e a sociedade sobre a importância da ludicidade que é imprescindível na infância, ou seja, a criança aprende de forma prazeroza brincando, sobretudo, brincar não é um mero lazer, mas sim um ato de aprendizagem, o valor da ludicidade nos comportamentos e prevenções de problemas de aprendizagem.
É através das brincadeiras que as crianças constrói regras para si e em grupo, colaborando na integração do individuo na sociedade. É desta forma que elas resolvem conflitos e pressupostos de conhecimento e, desenvolvem a habilidade de entender pontos de vista diferentes e demonstram sua opinião só os outros e é nesse momento a possibilidade de detectar e prevenir futuras dificuldades de aprendizado infantil. E imprescindível entender e incentivar a capacidade da criança em criar, é através dessa criação que a mesma constitui as formas de se relacionar e recriar o mundo onde vive dentro da lógica e interpretação da lógica infantil.
O objetivo desse estudo é avaliar a importância do brincar na educação infantil, sob a ótica lúdica, segundo os autores, pesquisadores, sendo este uma fase fundamental para a criança, no seu desenvolvimento e aprendizagem.
2 a importância do BRINCAR
Durante a historia da humanidade, inúmeras vezes o tema brincar, jogo, brinquedo ou brincadeiras, foi escrito e discutido por vários autores de forma direta ou indireta.
O autor oliveira(2000), é “divertir-se, recrear-se,, entreter-se,distrair-se, folgar”, brincar é algo presente na vida do ser humano, ou poderia ser .
Segundo oliveira(2000) o brincar não significa apenas recrear, mas sim desenvolver integralmente , descrevendo uma das formas mais incompreensível da criança se comunicar consigo mesma e com o mundo. É através da troca recíproca com o outro que a criança adquiri conhecimento ao longo da sua vida, é brincando que ela desenvolve sua capacidade de se concentrar , estimula sua imaginação e memória,favorecendo a criança a estimular a construção da personalidade, afetividade, psicomotricidade, sociabilidade, inteligência e criatividade.
Ao jogar a criança se diverte, aprende e passa seu tempo de forma prazerosa, segundo Antunes(2000) pode se dizer que a criança se diverte e ao mesmo tempo adquire conhecimento, é através de muitos jogos que ela toma conhecimento da sua cultura e modo de viver, apesar que o jogo é visto muitas vezes apenas como uma competição, mas o autor ressalta que pode ate ser um mero jogo de competição, mas que vislumbra a possibilidade da criança crescer em aprendizado e incentiva a relação interpessoal entre os demais participantes do jogo que respeitam as regras , essas que foram criadas por elas mesma.
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Para Kishimoto (2002) o brinquedo não é o mesmo que o jogo. Brinquedo é uma ligação intima e direta com a criança, na ausência de um sistema de regras que organizam sua utilização. Ainda segundo o dicionário Ferreira (2003) brinquedo é “objeto destinado a divertir uma criança, suporte da brincadeira”, sendo assim ele incentiva a representação e a expressão de imagens que evocam aspectos da realidade.
Kishimoto(2002,p.1) diz que “a palavra brinquedo não pode ser reduzido apenas a pluralidade de sentidos do jogo, pois a criança tem aspectos materiais, cultural e técnica”. O brinquedo acaba sendo o suporte da brincadeira, é a atitude que a criança desempenha ao brincar. Portanto é coerente afirmar que brincadeira e brinquedo tem uma ligação direta com a criança e não se confunde com o jogo.
2.1 brincar papel importante no desenvolvimento infantil
Vygotsk(1998)coloca que é através da brincadeira que a criança constrói seus pensamentos, pois é jogando, brincado que demonstra toda sua habilidade cognitiva, visual, auditiva, tátil, motor, e de como ela consegue a ligação entre o cognitivo e o mundo de eventos , pessoas, coisas e símbolos. É fato que as brincadeiras acontece no decorrer do seu cotidiano infantil, onde a criança administra de forma efetiva suas brincadeiras, adquirindo vínculos duradouros com seus pares.
É dessa forma que a criança adquiri sua capacidade de pensar, questionar-se se é certo ou errado e argumentar-se chegando a um consenso, percebendo a importância dessas atividades para si próprio.
É de suma importância as brincadeiras e jogos na infância, de sobre maneira eles são sugeridos de forma gradual na vida da criança desde os funcionais ate os de regras. São atividades que faram com que as crianças adquiram experiências e as possibilitem a chance de adquirir conquistas e auxiliarão na formação da sua identidade. E viável dizer que os brinquedos e brincadeiras são fontes inesgotáveis de inteiração afetiva e lúdica, para que o aluno consiga ter uma aprendizagem de qualidade, construa conhecimento e assimile conteúdo.
Segundo carvalho(1992p.28)[...] o ensino que se adquire de forma lúdica, adquiri se em um aspecto significativo e afetivo durante o processo de desenvolvimento da criança, ela começa a ser um transformador através da ludicidade e os jogos.
As brincadeiras devem ter sempre um cunho novo, devem ser criadas e recriadas para que através do jogos a criança descubra um novo mundo a cada instante , criando suas regras e encontrando novas formas de jogar. A criança dentro da sua inocência fornece ao adulto informações importante de quem ela é, informações importante que ajuda o adulto a criar mecanismo que estimule seu conhecimento e Desenvolvimento que é adquirido no ambiente escolar e familiar.
É através das brincadeiras que a criança se socializa com os demais, aprende regras e a respeitar o outro. É através da ludicidade que a criança obtém a capacidade de expressar se, ouvir e ter suas próprias opiniões, discordando e exercendo sua aptidão para a liderança, dessa forma elas compartilham suas lideranças e a alegria de brincar.
Em um ambiente serio, sombrio e sem motivações as crianças não tem a oportunidade de adquirir conhecimento, desenvolver suas aptidões e expressar seus sentimentos, elas ficam com medo de ter atitudes e serem constrangidas.
É através das experiências do dia a dia que as crianças montam suas brincadeiras, vivenciam suas realidades e tem a oportunidade de brincar, se preparam emocionalmente para controlar suas emoções e estão melhores preparadas para tomar decisões dentro do seu contexto social, garantindo de forma satisfatória melhores resultados no desenrolar da sua vida.
Na ótica de vygotsky(1998) a existência de uma relação entre um determinado nível de desenvolvimento e a capacidade potencial de aprendizagem. Defende que so se mede o nível de conhecimento da criança observando pelo menos dois níveis de desenvolvimento. O primeiro o desenvolvimento efetivo que é feito teste para saber a idade mental da criança , onde ela é capaz de fazer por si só, o segundo e feito para ver o que a criança é capaz de desenvolver com a ajuda de outrem, seja por imitação, demonstração ou outros. Por tanto é possível afirmar que se a criança consegue fazer hoje com a ajuda de outro, conseguirá fazer amanha sozinha.
Baquero(1998), os jogos, as brincadeiras são movimentos peculiar da infancia, é através da simbologia que a criança cria sua própria realidade com expressões culturais ou sociais. O escritor diz que existe um desenvolvimento proximal que precisa a capacidade da criança desenvolver de forma independente problemas, demonstrando assim seu potencial ou resolvendo problemas com ajuda de um adulto ou alguém mais capaz.
Na ótica de vygotsky(1998) o jogo mesmo que simbólico é de suma importância na infância, sua atividade ajuda no desenvolvimento infantil. Isso ocorrendo a partir da obtenção simbólica, atraída pela arte da imitação. Pode se dizer que é através do jogo que a criança tem um desenvolvimento proximal, com atitudes que ainda precisam ser amadurecida, embora a criança ainda esta em fase de amadurecimento. O crescimento e o aprendizado estão relacionados desde do nascimento e perdurara até a fase adulta, pois o ser humano está sempre em fase de aprendizado, então é fato dizer que a criança começa aprender antes mesmo de freqüentar a escola.
Quando a criança chega a escola ela já vem com sua bagagem de casa, experiências vividas socialmente e culturalmente que são integradas ao aprendizado escolar. Segundo vygotsky(1998), ao debater sobre a importância do brincar, aborda especialmente as brincadeiras lúdicas, como utilizar qualquer tipo de material numa brincadeira de faz de conta, podendo citar todo tipo de brincadeiras, entretanto a brincadeira do faz de conta tem um papel crucial no desenvolvimento infantil, pois leva a criança a viver vários papeis, criando vários mundos.
A criança passa a ter sua percepção aguçada não sendo afetada imediatamente pelo meio, mas a dirigir seu próprio comportamento, os brinquedos já não tem o valor de antes, a criança já o vê como um objeto e começa agir diferente diante do que vê. A criança começa agir de forma independente e no ato de brincar a criança cria a capacidade de separar o pensamento ou o conceito da palavra de objetos e se torna capaz de sugerir idéias e não somente das coisas.
Quando a criança começa a juntar varias cadeiras e brincar de trem, significa que ela já é capaz de simbolizar e assim podemos afirmar que ela esta numa etapa importante do seu desenvolvimento e capacidade de organizar seu pensamento. Quando a criança começa brincar, ela trabalha sua capacidade e aprende, pois a um desafio atrás do outro dentro das brincadeiras compostas nas oportunidades lúdicas, que as leva a ter pensamentos e a buscarem graus de conhecimento que só os atos essências conseguem, as crianças começam a se comportar de forma a não sentir cansaço, não se estressam e se comportam de forma a serem livres , pois os mesmo não são mais cobrados e se sentem livres para avançar, e se comportam com alegria, mais confiantes e com disposição para aprender.
Portanto é plausível dizer que o crescimento da criança esta ligado diretamente no ato de brincar e tem um papel importante na evolução psicológica, principio de desenvolvimento e aprendizado. É através da brincadeira que a criança cria, imagina, fantasia e estabelece vínculos sociais seus pares, não podendo dizer que a brincadeira é apenas atividades que limita ou apenas servia a agregação social e cultural ou que servia para facilitar a introdução ou integração social.
O brincar tem sua origem naquilo que a criança tem no cotidiano, no convívio com seus pares e no contato com os adultos. É no seu imaginário, na brincadeira de faz de conta que a criança cria através da abstração das interações.
2.2 EDUCAÇÃO E LUDICIDADE
Na educação infantil ou na educação de modo geral o brincar tem seu papel importante no aprendizado e experiência da criança, pois permite através da ludicidade a vivencia e aprendizado no processo social. A asserção do lúdico é propiciar uma alfabetização expressiva na pratica educacional, é agregar conhecimento através das características do conhecimento mundial. O lúdico melhora o aprendizado, a oralidade, pensamento e aguça os sentidos, entretanto quando o professor reconhece o valor do brincar ele tem maior possibilidade de ajudar de forma adequado , e não tirando o lúdico ou o prazer que o mesmo proporciona.
O brincar deve ser utilizado como recurso lúdico dentro das atividades pedagógicas, sendo supervisionado para não ser regido apenas como normas ou tempos determinados, já sendo favorecido dentro do processo educacional, promovendo um brincar na escola diferente de outras ocasiões. A inclusão das brincadeiras, jogos e brinquedos na atividade pedagógica podem aprimorar atividades que vão contribuir para as muitas aprendizagem e para a extensão da rede de significados construtivos para os jovens e crianças.
O educador pode usar como ferramenta de ensino as brincadeiras e outros métodos lúdicos para incentivar a criança a pensar e resolver problemáticas que pareça com as regras que os adultos utilizam. O lúdico deve ser usado como um método de ensino e aprendizado, sendo o ato de brincar na escola uma apropriação do professor que toma para si meios teóricos que convença e sensibilize o aluno sobre o valor das atividades na aprendizagem, e para seu crescimento.
Contudo, e passivo de dizer que o brincar auxilia a criança no decorrer do seu desenvolvimento. Ele possibilitara, acontecimento imaginário que atura no desenvolvimento cognitivo da criança, proporcionando a interação com os demais que ajudara no acresscimo do seu desenvolvimento.
Através desse pensamento ligamos o brincar a pratica pedagógica , contribuindo para o desenvolvimento sociocultural da criança. Brincar não é somente deixar a criança livre em um canto sozinho com o sem brinquedos, são momentos ensinamos e aprendemos com elas brincando. é através das atividades lúdicas que as crianças tem um encontro com o mundo físico e social. Divisamos que o brincar faz parte da vida da criança, que o brincar gira em torno delas, e é por este motivo que a brincadeira é tão aplicada pelos pedagogos na educação infantil, por ser parte importante na formação da personalidade, construindo o conhecimento da criança.
O brincar se tornou peça importante no desenvolvimento físico, intelectual e social. O jogo amplia a possibilidade de aprendizagem , ele deixa de ser meramente um jogo e passa ser um forte aliado no conhecimento e se torna uma ponte entre a infância e a vida adulta, e objetivo social que a criança se transforme graças a imaginação adquirida dentro do ato de jogar e brincar. Todas as vezes que e oferecido a criança atividades lúdicas , oportuniza a ela melhorar sua criatividade e o autocontrole.
Todas as vezes que o jogo e utilizado no âmbito escolar oportuniza vantagens no processo de ensino aprendizado, o jogo é algo inerente a criança, ele é um fomentador , e através do jogo que a criança faz um esforço espontâneo e voluntario para atingir o objetivo, o jogo estimula recursos mentais, provoca o pensamento , a organização de tempo e espaço, agrega varias dimensões da personalidade afetiva, social, psicomotora e cognitiva.
Ao participar ativamente de jogos e suas regras a criança passa a se desenvolver, ela começa encontrar soluções para resolver os problemas. E imprescindível que o professor proponha jogos e brincadeiras que desafie o aluno a pensar e busque soluções com ajuda da coletividade, o papel do professor é de incentivador, alguém que intervém necessariamente e de forma conveniente durante a aplicação das atividades, ou da pratica de proporcionar a inteiração social.
De acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 23):
Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidado, brincadeiras e aprendizagem orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural.
O professor é peça importante nesse processo de aprendizado, ensinar não é somente repassar informações ou mostrar o caminho, mas apoiar o aluno a ter consciência de quem ele é e da sociedade que está inserido. É disponibilizar inúmeros meios para que a criança possa escolher seus próprios caminhos segundo seus valores, e com as adversidades que cada um vai passar, mediante sua visão do mundo e suas perspectivas.
O professor tem o papel de mediar as crianças com os objetos de conhecimento , fazendo e determinando espaços e conjunções de aprendizagem para articular recursos e a capacidade afetiva, emocionais, sociais e cognitiva da criança mediante seus conhecimentos prévios, através dos conteúdos relacionados aos diferentes campos de desenvolvimento da criança.
Educar é acima de tudo a inter-relação entre os sentimentos, os afetos e a construção do conhecimento. Segundo este processo educativo, a afetividade ganha destaque, pois acreditamos que a interação afetiva ajuda mais a compreender e modificar o raciocínio do aluno. E muitos educadores têm a concepção que se aprende através da repetição, não tendo criatividade e nem vontade de tornar a aula mais alegre e interessante, fazendo com que os alunos mantenham distantes, perdendo com isso a afetividade e o carinho que são necessários para a educação.
Santos (2002) acrescenta que educar não se limita a repassar informações ou até mesmo mostrar um caminho que o educador considera o mais certo, mas sim em ajudar a pessoa a tomar consciência de si mesma, dos outros e da sociedade. Ainda, é oferecer várias ferramentas para que a pessoa possa escolher entre muitos caminhos, aquele que for compatível com seus valores, sua visão de mundo e com as circunstâncias adversas que cada um irá encontrar.
A criança necessita de estabilidade emocional para se envolver com a aprendizagem. O afeto pode ser uma maneira eficaz de aproximar o sujeito e a ludicidade em parceria com professor-aluno, ajuda a enriquecer o processo de ensino-aprendizagem. E quando o educador dá ênfase às metodologias que alicerçam as atividades lúdicas, percebe-se um maior encantamento do aluno, pois se aprende brincando.
Santos (2002) refere-se ao significado da palavra ludicidade que vem do latim ludus e significa brincar. Onde neste brincar estão incluídos os jogos, brinquedos e brincadeiras, tendo como função educativa do jogo o aperfeiçoamento da aprendizagem do indivíduo.
De acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (1998) a partir da importância da ludicidade que o professor deverá contemplar jogos, brinquedos e brincadeiras, como princípio norteador das atividades didático-pedagógicas, possibilitando à criança uma aprendizagem prazerosa. Assim, a ludicidade tem conquistado um espaço na educação infantil.
O brinquedo é a essência da infância e permite um trabalho pedagógico que possibilita a produção de conhecimento da criança. Ela estabelece com o brinquedo uma relação natural e consegue extravasar suas angústias e entusiasmos, suas alegrias e tristezas, suas agressividades e passividades.
Ao assumir a função lúdica e educativa, a brincadeira propicia diversão, prazer, potencializa a exploração, a criação, a imaginação e a construção do conhecimento. Brincar é uma experiência fundamental para qualquer idade, principalmente para as crianças da Educação Infantil. Dessa forma, a brincadeira já não deve ser mais atividade utilizada pelo professor apenas para recrear as crianças, mas como atividade em si mesma, que faça parte do plano de aula da escola. Portanto, cabe ao educador criar um ambiente que reúna os elementos de motivação para as crianças. Criar atividades que proporcionam conceitos que preparam para a leitura, para os números, conceitos de lógica que envolve classificação, ordenação, dentre outros. Motivar os alunos a trabalhar em equipe na resolução de problemas, aprendendo assim expressar seus próprios pontos de vista em relação ao outro.
O processo de ensino e aprendizagem na escola deve ser construído, então, tomando como ponto de partida o nível de desenvolvimento real da criança, num dado momento e com sua relação a um determinado conteúdo a ser desenvolvido, e como ponto de chegada os objetivos estabelecidos pela escola, supostamente adequados à faixa etária e ao nível de conhecimentos e habilidades de cada grupo de crianças. O percurso a ser seguido nesse processo estará demarcado pelas possibilidades das crianças, isto é, pelo seu nível de desenvolvimento potencial.
Enfim, estar ao lado do aluno, acompanhando seu desenvolvimento, para levantar problemas que o leve a formular hipóteses. Brinquedos adequados para idade, com objetivo de proporcionar o desenvolvimento infantil e a aquisição de conhecimentos em todos os aspectos.
A partir da leitura desses autores podemos verificar que a ludicidade, as brincadeiras, os brinquedos e os jogos são meios que a criança utiliza para se relacionar com o ambiente físico e social de onde vive, despertando sua curiosidade e ampliando seus conhecimentos e suas habilidades, nos aspectos físico, social, cultural, afetivo, emocional e cognitivo, e assim, temos os fundamentos teóricos para deduzirmos a importância que deve ser dada à experiência da educação infantil.
3 A PSICOPEDAGOGIA E O ATO DE BRINCAR
A Psicopedagogia nasceu da necessidade de uma melhor compreensão do processo de aprendizagem. Conforme Bossa (2007) este termo refere-se à aplicação da psicologia à pedagogia, interligando-se a vários outros interdisciplinares que compõem seu referencial teórico para prevenção e correção do seu objeto de estudo a aprendizagem humana em seus estados normais e patológicos, bem como a influência do meio como: família, escola, sociedade no seu desenvolvimento.
A Psicopedagogia tem se constituído no espaço privilegiado para pensar sobre as questões de ensino-aprendizagem. Sendo assim, está intimamente ligada ao ato de brincar, como fonte de conhecimento. Por meio de técnicas e métodos próprios o psicopedagogo possibilita uma intervenção psicopedagógica visando à solução de problemas de aprendizagem. O processo de aprendizagem da criança é compreendido como um processo mais abrangente, implicando componentes de vários eixos de estruturação como afetividade, cognitivo, social, cultural, entre outros.
O processo de aprendizagem, bem como suas dificuldades, deixa de focalizar somente o aluno e o professor isoladamente e passa a ser visto como um processo de interações entre ambas as partes com inúmeras variações que precisam ser apreendidas com bastante cuidado pelo professor e psicopedagogo. Sendo assim, é possível constatar que uma das formas de trabalho psicopedagógico é fazendo uso do lúdico, quer seja no diagnóstico, ou no tratamento. Pois bem, segundo Bossa (2007, p. 31) “nesse trabalho de ensinar a aprender, o psicopedagogo recorre a critérios diagnósticos no sentido de compreender a falha na aprendizagem […]” este sendo um trabalho clínico com o seu objetivo de prevenção dos problemas de aprendizagem, assim no diagnóstico, a atividade lúdica é um rico instrumento de investigação clínica, pois permite ao sujeito expressar-se livremente, através da ação do ato de brincar, a criança constrói um espaço entre a realidade e a imaginação. Sendo assim é nas atividades lúdicas, que aprende a lidar com o mundo real, desenvolvendo suas potencialidades, incorporando valores, conceitos e conteúdos.
A utilização de brinquedos e jogos educativos como materiais pedagógicos, do ponto de vista da psicopedagogia, necessita da percepção do contexto em que se encontram inseridos, ou seja, estes instrumentos não são objetos comuns e sim objetos que trazem um saber em potencial que pode ser ou não ativado pelo aluno. Assim, são através do ato de brincar que observamos prazeres, frustrações, desejos, enfim, podemos trabalhar na construção do conhecimento. E ainda, o material pedagógico não deve ser visto como um objeto estático sempre igual para todas as crianças, pois, trata-se de um instrumento dinâmico que se altera de acordo com a imaginação do individuo, pois pode ocorrer uma reinterpretação do mundo, abrindo lugar para invenção e a produção de novos significados, saberes e práticas.
A psicopedagogia, no âmbito institucional tem sua atuação preventiva, na relação de problemas de aprendizagem, preocupando-se especialmente com a instituição educacional. Porto (2007) relata que a psicopedagogia institucional dedica-se a áreas relacionadas ao planejamento educacional e assessoramento pedagógico, tendo sua colaboração com os planos educacionais e sanitários no âmbito das organizações, e ainda auxilia no resgate da identidade da instituição com o saber mediando e resgatando o processo do ensino-aprendizagem. Portanto, inserida a esta realidade, cabe ao educador definir quais objetivos pretende alcançar, utilizando uma metodologia adequada, onde estará selecionando jogos, brincadeiras e brinquedos coerentes, buscando explorar ao máximo os conhecimentos da criança.
A psicopedagogia surgiu para responder os problemas decorrentes do processo de aprendizagem humana, sendo o seu objeto de estudo o ser em processo de construção do conhecimento. A aprendizagem humana, portanto é determinada pela interação entre o indivíduo e o meio, da qual participam os aspectos biológicos, psicológicos e sociais.
No movimento de procurar entender estes aspectos é que o psicopedagogo constrói o seu trabalho, visando à diminuição dos problemas de aprendizagem e do fracasso escolar é nesse contexto de múltiplas interações que as atividades lúdicas são utilizadas no diagnóstico psicopedagógico, pois fazem com que as crianças revelem aspectos que não aparecem em situações mais formais do diagnóstico. Assim, a psicopedagogia visa buscar a melhoria das relações com a aprendizagem, bem como a melhoria da qualidade na construção da própria aprendizagem de alunos e educadores. Fica, portanto, evidenciado a essencialidade do lúdico no trabalho psicopedagógico, tanto no aspecto clínico quanto no institucional. No próprio diagnóstico, este pode ser encarado como uma possibilidade de compreender o funcionamento dos processos cognitivos e afetivo-sociais.
4 CONCLUSÃO
No transcorrer deste artigo nos remeter a reflexões sobre a importância do brincar na educação infantil, tendo sido possível desvelar que a ludicidade é de extrema relevância para o desenvolvimento integral da criança e são elementos indispensáveis ao relacionamento com outras pessoas. Assim, a criança estabelece com os jogos e as brincadeiras uma relação natural e consegue extravasar suas tristezas e alegrias, angústias, entusiasmos, passividades e agressividades, é por meio da brincadeira que a criança envolve-se no jogo e partilha com o outro, na visão psicopedagógica isso auxilia na prevenção e diagnóstico de problemas de aprendizagem, pois a psicopedagogia estuda o ato de aprender e ensinar, levando sempre em conta as realidades interna e externa da aprendizagem.
Além da interação, a brincadeira, o brinquedo e o jogo proporcionam mecanismo para desenvolver a memória, a linguagem, a atenção, a percepção, a criatividade e habilidade para melhor desenvolver a aprendizagem. Nessa perspectiva, as brincadeiras, os brinquedos e os jogos vêm contribuir significativamente para o importante desenvolvimento das estruturas psicológicas e cognitivas da criança.
Vemos que a ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade, mas principalmente na infância, na qual ela deve ser vivenciada, não apenas como diversão, mas com objetivo de desenvolver as potencialidades da criança, visto que o conhecimento é construído pelas relações inter-pessoais e trocas recíprocas que se estabelecem durante toda a formação integral da criança. Portanto, a introdução de jogos e atividades lúdicas no cotidiano escolar é muito importante, devido a influencia que os mesmos exercem frente aos alunos, pois quando eles estão envolvidos emocionalmente na ação, torna-se mais fácil e dinâmico o processo de ensino-aprendizagem.
O lúdico enquanto recurso pedagógico na aprendizagem deve ser encarado de forma séria, competente e responsável, tanto para educadores em trabalhos escolares, quanto para psicopedagogos nas intervenções de problemas de aprendizagem. Usado de maneira correta, poderá oportunizar ao educador e ao educando, importantes momentos de aprendizagens em múltiplos aspectos. Na visão da psicopedagogia a importância na aprendizagem, o lúdico vem favorecendo de forma eficaz o pleno desenvolvimento das potencias criativas das crianças, cabendo ao profissional intervir de forma adequada, sem atrapalhar a criatividade da criança. Respeitando o desenvolvimento do processo lúdico, o psicopedagogo poderá desenvolver novas habilidades no repertório da aprendizagem e na prevenção e intervenção de futuros problemas de aprendizagem infantil.
Sendo assim, o brincar se destaca novamente para nos revelar que os esquemas que a criança utiliza para organizar as brincadeiras, os jogos, os brinquedos são os mesmos que ela utiliza para lidar como o conhecimento. Nessa perspectiva podemos concluir que é fundamental esse entendimento a fim de que o psicopedagogo possa identificar e intervir positivamente nas dificuldades da criança.
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