O brilho das estrelas
Por Ivan Postigo | 13/11/2009 | AdmTodos os profissionais têm alguma contribuição a dar às suas empresas, embora nem sempre isso aconteça.
Alguns são contratados e apresentados com grande euforia, foram muito bem recomendados, têm excelentes referências, contudo seus desempenhos deixam a desejar.
Analisando o histórico profissional destas pessoas veremos que estiveram engajados em projetos de sucesso e interessantes.
Por alguma razão, nem sempre facilmente identificável, não conseguem atuar com a desenvoltura e competência esperadas.
Essas estrelas apresentam características interessantes e mesmo processos cuidadosos de seleção podem não retratá-las com fidelidade.
Encontraremos algumas opacas, outras sem brilho próprio, mas que refletem toda luz projetada sobre elas, e as que naturalmente iluminam os ambientes por onde passam.
Juntá-las e posicioná-las para maximizem a projeção de luz sobre os projetos da empresa é um trabalho para especialistas.
Estrelas tímidas e aquelas cujos egos são exacerbados podem resolver não brilhar ao se sentirem ameaçadas. Outras podem se recusar a projetar luz, evitando que algumas brilhem, uma vez que percebam que estas só o fazem induzidas.
Não é incomum encontrarmos brilhos emprestados sendo reconhecidos como próprios.
Manter estrelas opacas e posicioná-las entre as que tem brilho próprio e as que tomam emprestado pode ofuscar os ambientes. Por outro lado, estas assentadas em torno das demais pode ajudar a reter o brilho gerado.
Um dos requisitos para o sucesso de um gestor é a habilidade para tratar com pessoas, permitindo que dêem suas contribuições, sem inibir seus pares e comandados.
Ambientes altamente competitivos apresentam equipes fortes, com grande desenvoltura para estruturação e consolidação de projetos, criando o futuro das organizações onde trabalham, mas também podem levá-las ao fracasso total.
Posicionar as estrelas de forma que emprestem e reflitam o brilho no ambiente é uma das mais complexas tarefas dos responsáveis por comandar equipes.
Estrelas sentem necessidade de brilhar, quer com brilho próprio ou emprestado, quando isso não acontece partem em busca de locais mais propícios.
Ao contratá-las os gestores precisam ter domínio do tipo estratégias que pretendem implementar, cientes de que as estratégias inovadoras e agressivas raramente são propostas por profissionais satisfeitos com o status quo e que isso incomoda os determinados e que têm planos pessoais e profissionais ambiciosos.
Não são apenas os equipamentos que estão ficando rapidamente obsoletos, organizações estão sendo superadas com uma velocidade impressionante.
Uma das máximas em gestão é: Torne sua empresa obsoleta antes que alguém o faça!
Antecipação da obsolescência é um processo que pode gerar sérios conflitos em gestão justamente por alterar a zona de conforto.
Qual gestor que ao escalar seu “Himalaia” não quer ficar um tempo sentado no topo, observando a paisagem, sem que ninguém o incomode?
Por que aceitar que estrelas brilhem à sua frente, muitas vezes dificultando sua visão, enquanto que a única coisa que ele deseja neste momento é contemplar suas conquistas e o mundo a seus pés.
No mercado competitivo os buracos negros não roubam preferencialmente o brilho das empresas lentas, muito menos das mais rápidas, mas das negligentes e das distraídas.
A visão e missão da empresa, declaradas e exercitadas, estabelecem a liberdade e restrições ao esplendor das estrelas.
Como dizia Ben no filme “ Como perder um homem em 10 dias”: Frost. Frost yourself!
Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
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