O Brasil na junta médica
Por Antonio Pereira (Apon) | 25/06/2010 | PolíticaUma junta médica foi convocada para estudar o caso do Brasil, que deu entrada na emergência passando muito mal. Após uma bateria de exames, os especialistas se reuniram.
O primeiro a falar foi o neurologista:
- O paciente apresenta um "alienorisma" eleitoral, secundário a uma isquemia educacional. Recomendo doses maciças de educação genuína, associada com bastante cultura e arte de excepcional qualidade. Sem isso, aumentarão os lapsos de memória, o déficit cognitivo cronificará e, por fim, acontecerá a ruptura.
O infectologista falou em seguida:
- Foram detectados inúmeros focos de "corruptococos" e a presença de uma vasta flora de coliformes politicus. Os "juridicócitos" não funcionam como o esperado, a lentidão na resposta faz com que o mal dissemine perigosamente.
Disse o gastroenterologista:
- Está bem caracterizada a "impostosidade" mórbida. A cirurgia "economiátrica" com clampeamento tributário é a solução. Antes, precisamos conter a diarréia provocada pela síndrome de "merdê politic".
A hematologista:
- Nos preocupa a profunda anemia cidadã que ajuda a debilitar ainda mais o paciente que tem apresentado vários episódios de hemorragia orçamentária com superfaturamento na função licitatória.
O psiquiatra:
- O paciente sofre de PAC (Psicose Arrecadatória Compulsiva), TOC (Transgressão Ordinária da Constituição), mitomania dolosa, distúrbio de personalidade ideológica, esquizofrenia monetária e psicopatia fiscal.
O endocrinologista:
- Conseguimos controlar a secreção da glândula "tiraneóide" que ameaçava inibir a liberdade de imprensa e a expressão artística. Mas não pudemos conter o aparelhamento da função pública, a produção de ácido "mensalinico", nem do hormônio "Populus trairônicus".
A cardiologista:
- Uma antiga arritmia supra-eleitoral mal tratada provocou um fluxo não contabilizado, gerando uma hipertrofia do baixo clero. Precisamos revascularizar o músculo previdenciário e desobstruir o tronco infra-estrutural. Ateromas burocráticos obstruem importantes artérias.
O nefrologista:
- Infecção legislativa com insuficiência parlamentar bicameral. Piúria por "Lobbisticus corruptences" e outros patógenos não identificados.
Após o "rosário" de problemas descrito pelos especialistas, chegou a vez do chefe da equipe médica falar:
- A terapêutica específica para cada patologia não funcionará sem uma medicação sistêmica eficaz. Temos apenas três opções. Particularmente, não gosto de nenhuma delas, mas vamos ter que escolher o que apresentar menos efeitos colaterais, o que seja menos pior: Serratricina, Marinafilina ou Dilmacilina? Eis a questão.
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