O Batistão

Por Nicolle Cristinne Ramos Dantas | 20/01/2011 | História



O futebol está inserido em patamar superior no que concerne aos esportes. É o desporto coletivo mais querido e praticado no mundo inteiro, tendo o poder de unir indivíduos, separando-os por grupos de torcedores, muitos deles fanáticos enlouquecidos.
Mas nem só de torcidas fiéis e saudáveis o estádio é composto, muitos atos de violência acontecem por lá, difundindo a ruptura da essência do esporte, tal qual é: a paz nos campos e muita diversão. No entanto, nos cabe aqui pincelar um pouco sobre a história do batistão, enquanto parte integrante desse universo, cujas raízes também nos pertence.
Foi no governo de Lourival Baptista, que a imprensa veio a divulgar a construção de um estádio moderníssimo com capacidade de acolher mais de 25 mil pessoas. Muitos não deram a essa notícia a devida importância, desacreditando de tal possibilidade, embora fosse real. Construído em 1954, inaugurado em 9 de julho do mesmo, sobre a arquitetura de Oscar Niemayer, eis que nasce o Batistão.
Lourival Baptista foi deputado federal, prefeito de São Cristóvão, deputado estadual, governador de Sergipe e senador, uma figura múltipla. Iniciando seus estudos em Alagoinhas, formado-se em medicina pela Universidade Federal da Bahia, em 1943, chegando a Sergipe. Lourival recebe então o título de "REALIZADOR", por seu governo ser caracterizado pela ênfase no trabalho e no progresso.
O projeto do estádio foi colocado em prática por Lourival Baptista, a fim de resgatar o futebol sergipano em meio a crise que vivia. O batistão herda então uma forte característica do antigo estádio de Aracaju, isto é, seria imune às inundações, mesmo nos mais intensos torós, sendo o seu gramado, considerado um dos mais perfeitos do Brasil, já que não acumula lagoas.
O estádio foi batizado pela seleção brasileira da época, as feras do Saldanha, como era conhecida, que jogou contra o time do Sergipe. Nessa grande festa de inauguração, esteve presente toda a nata da crônica esportiva brasileira.
De lá pra cá, muita coisa aconteceu, muitos jogos, muita alegria, diversão, torcida, enfim, parte de nossa cultura reside bem ali, em meio ao campo de futebol.
Mas, em 1988, devido a falta de manutenção, parte do estádio veio a desabar, provocando um grande estrago no antigo colosso da praia. Essa é a prova do abandono que o batistão sofreu, as autoridades apenas o maquiavam com pinturas e armengues. Tal abandono chegou a provocar sérios prejuízos financeiros ao futebol de nossa terra. Foi quando finalmente o governo do estado decidiu reestruturá-lo, devolvendo as mesmas condições, ou melhor, igualando-o ao nível dos melhores estádios da região.
"Vamo subir DRAGÃO!!! Vamo subir DRAGÃO!!!" expressões como estas se fazem presentes no estádio em discussão, onde o time do confiança adentra trazendo expectativas aos seus torcedores, ali, eles se unem em prol de uma causa cultural.
Outros times também marcam território na tentativa da liderança, e assim acontecem manifestações de todo tipo, muitas delas alimentadas pela ansiedade que o futebol é capaz de proporcionar aos seus filhos, sendo este, um legado passado de geração à geração.
Mas é preciso despertar para a real significância do futebol, se conscientizar do seu forte papel perante a sociedade e ter a clareza de que este universo deve ser conservado sobre o espírito de uma competição saudável.