O AUTISMO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: E OS DESAFIOS NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Por MONIQUE FERREIRA MONTEIRO BELTRÃO | 08/06/2017 | Educação

                                                                                  Carolina da Silva Belo. *

 

RESUMO

Este artigo propõe abordar a questão do autismo, que ultimamente vem sendo um foco, principalmente quando inserido em um ambiente escolar. E tem como objetivo, compreender a inclusão escolar, quando o aluno é inserido no ensino regular da educação infantil.

Percebe-se que muitos educadores pouco conhecem sobre o autismo, não sabendo lidar com as situações presentes para incluir o aluno, muitos até sentem dificuldades, mesmo buscando métodos pedagógicos para lidar com as situações.

Portanto, podemos observar que ainda há falta e é necessário ter professores com formação especializada, para então poder desenvolver com essas crianças uma aprendizagem que ainda não foi alcançada, pois é muito importante a interação desses alunos autistas com os demais colegas, e com todo contexto escolar, podendo transformar suas necessidades em igualdades.

PALAVRAS-CHAVE: Autismo – Educação Infantil e Educação Inclusiva.

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*Graduanda em Pedagogia pela Faculdade de Estudos Sociais Aplicados de Viana FESAV. Artigo publicado como avaliação na Disciplina de Didática I da Professora Doutora Monique Ferreira Monteiro Beltrão.

 

INTRODUÇÃO

A escolha deste tema foi pela necessidade de lidar com novos conhecimentos e obter mais informações em relação ao autismo na Educação Infantil. Esta pesquisa tem por objetivo mostrar que as crianças que são portadoras de autismo podem e devem se adaptar ao meio social e comunicativo, promovendo a busca pela sociabilidade e independência. Objetiva ainda, mostrar como identificar e estabelecer formas de reconhecimento do autismo.

Todos nós sabemos que as escolas tem buscado medidas facilitadoras para lidar com as situações previstas, tais como: cuidadores, salas com recursos adaptados, estagiários e diversos educadores específicos para lidar com essas crianças. Mas, é importante ressaltar que na inclusão não é a criança que se adapta à escola, mas sim a escola que precisa se adaptar para recebê-la, e se transformar em conjunto, com apoio de todos envolvidos na rede de ensino.

E para além e melhor relação professor/aluno, as estratégias inclusivas devem sempre estar envolvidas com a comunidade escolar e os familiares dos estudantes, pois para que tenha interação e desenvolvimento significativo é necessário que a instituição esteja preparada, pedagogicamente e estruturalmente, para atender todas as especificidades dessas crianças.

PROBLEMÁTICA DA PESQUISA

Qual a melhor maneira de se trabalhar a inclusão de um autista no ambiente escolar?

DESENVOLVIMENTO

O autismo caracteriza-se por uma tríade de anomalias comportamentais: limitação ou ausência de comunicação verbal, falta de interação social e padrões de comportamento restritos. A manifestação dos sintomas ocorre antes dos três anos de idade e persiste durante a vida adulta. Apesar de os sinais do transtorno variarem, há alguns que são considerados os mais comuns: o primeiro é na interação social, que é no modo de se relacionar com outras crianças, adultos ou com o meio ambiente; o segundo sintoma recorrente é a dificuldade na comunicação, há crianças que não desenvolvem a fala e outras que desenvolvem uma fala adequada mas que costumam repetir palavras ou frases (ecolalia). Os autistas são resistentes às mudanças e costumam manter rotinas. É comum insistirem em determinados movimentos, como abanar as mãos e rodopiar. Qualquer mudança na rotina passa a ser incômodo para a criança, deixando-a nervosa e agitada. Muitos pais tem receio em descobrir que tem um filho “especial” e não buscam auxílio por medo do diagnóstico, e muitas vezes, quando buscam não encontram profissionais capacitados para elaborar um diagnóstico preciso. O trabalho interdisciplinar, de forma integrada, se faz sempre necessário. Os profissionais devem usar procedimentos e técnicas em comum, discutindo com os pais sobre as necessidades da criança e sobre o que ela consegue entender e executar. Para isso, sugere-se um profissional de apoio, com o objetivo de organizar e orientar o tratamento, assim como analisar a evolução do quadro do paciente. Muitos pais apresentam uma forte resistência a este tratamento por temerem reações adversas e por não receberem orientações e informações mais precisas.

Diante dessas situações, surge a necessidade de preparo do educador ao receber essa criança com necessidades especiais futuramente, de modo que possa adapta-la ao ambiente escolar, promovendo sua melhor aprendizagem e conforto, encaminhando-a para fazer acompanhamentos com especialidades, como por exemplo: um psicopedagogo. Pois esse dará continuidade ao tratamento da criança, de modo que envolverá todos os profissionais necessários, promovendo então o melhor desenvolvimento desta criança.

E dar total apoio à família, para que o mesmo possa viver em uma sociedade como uma pessoa normal, e ser aceito mesmo com suas diferenças.

Sabemos o quanto é difícil para a família, a escola e a todos que estão a sua volta lidar com uma criança autista e os processos de adaptações a ele, pois muitas vezes prefere ficar isolada, não aceita ser contrariada, e quando acontece acaba se tornando uma criança agressiva severa, e os adultos muitas vezes não sabem como agir nessas situações. É preciso saber tomar atitudes adequadas e eficientes nessas situações para que a criança se acalme e consiga se envolver no meio social. As formações de professores necessita cada vez mais de conhecimentos, para que eles possam trabalhar de maneira correta sabendo como agir em determinadas situações. É importante destacarmos que uma escola estruturada e com recursos didáticos, tenham profissionais disponíveis para acolher os alunos e contribuírem para que tenham acesso aos recursos, e possam utilizar conforme seus direitos de aprendizagem.

O autismo também pode apresentar em algumas crianças habilidades motoras, musicais, e de memórias, e outras avançadas que não estão nos níveis de sua idade, apresentando mais adiantada do que deveria estar.

 “Santos (2008), afirma que:

A escola, tem um papel importante na investigação diagnóstica, uma vez que é o primeiro lugar de interação social da criança separada da família. É onde a criança vai ter maior dificuldade em se adaptar as regras sociais, o que é muito difícil para um autista.”

Um exemplo de observações feito a uma aluna, observando seus comportamentos e admiração sobre determinadas coisas como, admiração pelos ventiladores da sala de aula, aos objetos coloridos que lhe chamam atenção, a musicalidade e as rodas de leitura com os demais colegas e a professora regente, todos estes itens é de fundamental importância para quem vivencia. Por essas e outras razões que é necessário que o professor esteja sempre se atualizando, não se acomodar somente nos estudos ofertados em sua graduação, mas buscar através de leituras e especializações para melhor trabalharem com essas crianças e não se surpreenderem quando tiver que ensinar a elas. Pois, nos dias atuais podemos observar as dificuldades encontradas em relação a linguagem do aluno, ao comportamento que muitas vezes se torna agressivo e o professor acaba se sentindo retraído ou incapaz em diversas situações por falta de capacitação e de não conhecer totalmente sobre o autismo, não saber quais métodos utilizar, em relação ao que deve ser aplicado, até a adequação ao espaço. Infelizmente encontramos essas dificuldades em diversos lugares. Se a criança autista receber o tratamento adequado, todas as suas dificuldades tem só a melhorar.

O planejamento escolar deve ter um ritmo constante, manter contato, providenciar atividades que valorizem a organização do comportamento (concentração), e atividades para o desenvolvimento de habilidades, os jogos tem o dever de promover o raciocínio, estimular o aprendizado, e melhorar a aproximação com o outro. A criança necessita de atendimento individualizado, mas para que sejam estimuladas, precisam de participar dos demais grupos, portanto a escola mediadora terá o papel fundamental na formação deste aluno.

É importante ressaltar que o prazer e a diversão na interação social levam o autista a querer socializar cada vez mais com outras pessoas ao seu redor, e consequentemente, aprender novas possibilidades sociais. O trabalho como educador de crianças com autismo é fundamental, é como ver o mundo com os próprios olhos, é usar de suas perspectivas para ensiná-los, é inseri-lo em nossa cultura de forma mais independente, e aceitável possível. A inclusão de portadores de autismo é uma inovação, cujo movimento tem um aspecto muito polêmico nos meios educacionais e sociais, entretanto, inserir alunos autistas de qualquer grau, no ensino regular, é garantir o direito de todos à educação. Portanto, entendemos como educação inclusiva, uma proposta de tornar a educação acessível a todas as pessoas, ou seja, refere-se à aceitação da escola e a participação de todos, embora tenha como prioridade a inclusão de crianças com autismo no contexto escolar.

CONCLUSÃO

Podemos concluir que, para acontecer realmente uma educação inclusiva, juntamente com o processo de ensino aprendizagem, deve ocorrer a aprendizagem de ensino de forma significativa com a inclusão. E para que haja e aconteça este processo tem que se fortalecer as formações de professores, criando uma rede de apoio com docentes, gestores e principalmente as famílias para que assim se tenha um retorno de uma educação inclusiva de qualidade na instituição. Assim deve se verificar se realmente acontece a inclusão da criança e aluno na escola e que a aprendizagem esteja contida neste processo, pois sabemos que não é só deixar a criança lá na sala e pronto, está feita a inclusão e aprendizagem, percebemos que, se tem um grande trabalho a ser percorrido para que este processo aconteça. Acrescento também a importância do professor diante desse desafio, junto com a escola e a família.

O portador autista requer atenção, carinho, para que tenha uma relação significativa e que seja estabelecida com quem se aproxima. Somos nós que temos que nos adaptar ao seu mundo e a sua linguagem, aprendendo com eles o quanto é especial o mundo em que eles vivem. E por fim, as práticas pedagógicas devem estar ser constantemente avaliadas, para que possam ser definidas à partir do aprendizado de cada um, considerando suas especificidades.

REFERÊNCIAS

https://pedagogiaaopedaletra.com

www.infoescola.com

https://.portaleducacao.com.br

mundoautismo.webnode.pt/products/introdução/

entendendoautismo.com.br/artigo/autismo-infantil/