O aumento dos casos de estresse, depressão e dor em idosas

Por Karoline Cássia Moreira de Almeida | 21/03/2017 | Saúde

 De acordo com o IBGE (2004), com a diminuição das taxas de natalidade e mortalidade, o aumento do número de idosos tornou-se um fenômeno mundial, com isso, novos interesses relacionados ao envelhecimento estão surgindo.

O processo de envelhecimento era aceito e entendido de diferentes formas pelas civilizações, mas de um modo geral, acreditava-se que o idoso era um indivíduo incapaz de realizar suas atividades e tarefas de grupo (SIMÃO, 2007).

É sabido que a partir da terceira década de vida aparecem algumas alterações fisiológicas provocadas pelo processo de envelhecimento, processo este, que pode ser determinado tanto geneticamente, quanto pelos hábitos de vida adotados pelas pessoas no decorrer dos anos, tais como: alimentação, tabagismo, ingestão de álcool, sedentarismo, tipos de personalidades e aspectos socioeconômicos (IBGE, 2004).

Desde o final do século XX vários fatores passaram a influenciar e modificar diretamente os hábitos da sociedade brasileira. Dentre eles, podemos destacar as alterações do mercado de trabalho; mulheres cada vez mais independentes ocupam cargos de extrema responsabilidade e ainda em diversas ocasiões, estas tendem a estarem preocupadas com os afazeres domésticos ao final de cada dia (LIMA-COSTA, BARRETO e GIATTI, 2003, p. 735-43).

 A soma destas mudanças resultou em algumas características marcantes em inúmeras mulheres ao passar dos anos; Idosas com: alto nível de estresse, baixa auto-estima, problemas cardiovasculares, obesas e, sobretudo depressivas (FLECK, et al., 2003, p. 114-22).

A Depressão consiste em enfermidade mental freqüente no idoso, caracterizada como uma síndrome que envolve inúmeros aspectos clínicos. Tais como, elevado grau de sofrimento psíquico, altos níveis de estresse e em alguns casos prevalência de dor. Tem em diversos casos um diagnóstico médico dificultado por familiares e pacientes que não reconhecem tais sintomas como doença, devido ao fato dela estar diretamente associada à tristeza ou luto. Cabe ressaltar que a depressão no idoso freqüentemente surge em um contexto de perda da qualidade de vida associada ao isolamento social e ao surgimento de doenças clínicas graves (DUARTE e REGO, 2007).

É inevitável interromper a velhice, entretanto, é possível retardar este processo adotando um estilo de vida mais saudável e ativo. Os benefícios da atividade física já foram atestados por diversos autores inclusive para a população idosa. Através delas, pode-se melhorar a saúde e bem estar físico em geral, preservar a independência nas atividades diárias, controlar doenças crônico-degenerativas como obesidade, estresse, diabetes e hipertensão (FLECK, et al., 2003, p. 114-22).

Okuma (2002) acredita que a melhor opção para pessoas de terceira idade são as atividades em grupo, que facilitam a integração e o fortalecimento de amizades, superação de limites físicos, ocupação do tempo em prol de si mesmo, livrando-se das angústias, incertezas, inseguranças e medos.

Viabilizar projetos que incentivem a prática de atividades físicas nesta faixa etária é de fundamental importância para que possamos despertar nos idosos a vontade de querer melhorar seus hábitos de vida e assim não apenas viver mais tempo, mas sim, viver com qualidade e independência.