O artesanato e a sua importância na economia e na cultura brasileira

Por Fatima Trombini | 10/03/2009 | Arte

A diversidade cultural e natural brasileira é retratada pela arte e pelo artesanato[1]: flora, fauna, danças, religiosidade, questões étnicas, folclóricas ou as marcas da cultura econômica de cada região, ressaltando a identidade do seu povo.



Embora sua definição ainda gere controvérsias, independente da matéria-prima utilizada – natural, reciclada ou industrializada – e da técnica empregada, o produto artesanal é fruto da criatividade do artista-artesão[2] e da influência do seu meio.



A variedade de produtos apresentados contempla inúmeras técnicas e segmentos, influenciados pela vocação artesanal e artística local e pela disponibilidade de matéria prima de cada região, que vai de sementes, fibras, cerâmica, madeira, couro, passando por diversos outros materiais tradicionais - como pedrarias, fios, metais, tecido; até inusitados e alternativos - pet, ferragens, pvc, papel, entre outros.



Esses materiais ao receberem a marca do homem, tornam-se produtos culturais, que se prestam a múltiplo uso, transformando-se em objetos por meio dos quais o homem se expressa.



A criatividade que caracteriza o povo brasileiro e os artesãos e artistas populares em particular, os materiais utilizados e as técnicas empregadas na confecção dos produtos artesanais, traduzem a sua identidade e a riqueza da sua cultura. Toda essa riqueza, aliada aos atrativos naturais e turísticos e a simpatia do seu povo, atraem e seduzem admiradores do mundo inteiro, transformando-os em consumidores em potencial e colocando o Brasil na Moda. Mas, não basta ser um produto brasileiro para se ter garantia de sucesso.



Além de materializar a alma da cultura brasileira, o artesanato é um setor da economia cujo crescimento possui alto potencial de geração de trabalho e renda, merecendo uma política de desenvolvimento sustentável voltada para o setor e associada a projetos sociais e de desenvolvimento turístico.



Devesse estimular o resgate das vocações regionais, levando à preservação das culturas locais e à formação de uma mentalidade empreendedora, por meio da capacitação das organizações e de seus artesãos para a sociedade de mercado, onde o padrão de qualidade e a capacidade de produção são alguns dos fatores que determinam a aceitação deste produto no mercado interno e externo.



Dessa forma, se faz necessário a adoção de uma cultura empresarial, caracterizando as ações de fomento a atividade artesanal e a valorização do artesão, através de iniciativas que integrem o setor público, privado e a sociedade civil e de políticas públicas para o seu desenvolvimento, inserindo o artesanato na economia real.



[1] “Artesanato é toda atividade produtiva que resulta em objetos e artefatos acabados, feitos manualmente ou com a utilização de meios tradicionais, com habilidade, qualidade e criatividade” – Sebrae;


“Os trabalhos artesanais se dividem em dois grupos: No primeiro, estão os produtos ligados intimamente à cultura de uma comunidade, influenciados pela tradição local e pelo “saber fazer”. No segundo, aparecem os chamados trabalhos manuais, que são confeccionados com matéria-prima industrializada e não resultam diretamente de heranças culturais” – Sutaco;



[2] Para Silveira Bueno - Artesão: s.m. Artífice; operário; pessoa que faz artesanato; para Vera de Vives, em O artesão tradicional e seu papel na sociedade contemporânea: “O artesão tradicional é o agente que conhece o meio onde se situa, domina técnicas para construir trabalhos manualmente e possui sensibilidade para criação”.