Nutricionista

Por Bruna Fernandes Costa | 08/08/2011 | Saúde

A Síndrome de Down é uma forma de deficiência mental causada por uma aberração cromossômica microscopicamente demonstrável. É causada pela existência de três cromossomos 21 (um a mais do que o normal, trissomia do 21), uma das anormalidades cromossômicas mais comuns em nascidos vivos (MOREIRA, 2000).
As pessoas com Síndrome de Down costumam ter baixa estatura e, ter um desenvolvimento físico e mental mais lento que as pessoas sem a síndrome. A maior parte dessas pessoas apresentam retardo mental de leve a moderado, algumas não apresentam retardo e se situam entre as faixas limítrofes e médias baixa, outras ainda podem ter retardo mental severo (GARCIAS, 1995).
Das suas inúmeras complicações, uma das mais freqüentes são as malformações cardíacas. Devido a esses problemas na estrutura do coração, a expectativa média de vida para um portador dessa Síndrome era de cerca de 15 anos, até a bem pouco tempo atrás. Hoje, com os avanços da cirurgia cardíaca, esses problemas são corrigidos já nos primeiros dias após o nascimento, e a expectativa de vida para essas pessoas pulou para bem mais de 30 anos de idade (GARCIAS, 1995).
As crianças com Síndrome de Down necessitam do mesmo tipo de cuidado clínico que qualquer outra criança. Contudo, há situações que exigem alguma atenção especial, e uma delas relaciona-se aos aspectos nutricionais, assim, ao se analisar essas anormalidades estruturais genéticas destes indivíduos, nota-se a necessidade de reeducação alimentar (SILVA , 2003).
Dentre as complicações nutricionais mais comuns, a obesidade destaca-se com alta predominância. Sabe-se que a obesidade é uma enfermidade caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal associada a problemas de saúde, que pode trazer diversos prejuízos a saúde do indivíduo. Ela é o resultado de diversas interações e alterações, nas quais chamam a atenção os aspectos genéticos, ambientais e comportamentais.
Existe um maior percentual de adultos com Síndrome de Down obesos, comparados aos adultos com outro tipo de deficiência mental, pois estes tem mais altos níveis de lipídeos séricos uma maior prevalência de diabetes, o que pode ser o resultado do excesso de adiposidade (ZLOCHEVSKY, 1996).
A natureza precisa dessa prevalência é desconhecia embora existam algumas teorias, baseadas em pesquisas realizadas. Por exemplo, poderia haver uma diminuição na taxa metabólica basal pela função tireoidiana, mesmo naqueles que não desenvolvem o hipotireoidismo clinico, a hipotonia muscular provocaria um trabalho muscular menos eficiente, com menor gasto energético, mas ainda não foi realizada nessas pessoas a avaliação do tipo de fibra muscular predominante (MARINS, 2003).
Outra observação importante foi uma maior incidência de obesidade nas pessoas que moravam com suas famílias do que nas pessoas institucionalizadas, provavelmente devido a maior oportunidade de ingestão de alimentos, e menor participação em atividades esportivas e nas tarefas domésticas. A boa notícia é que o ganho de peso ocorre normalmente até os 30 anos de idade, depois disso haveria um declínio (MARINS, 2003).
A apnéia do sono é outra alteração comum entre os obesos de um modo geral, e os portadores da Síndrome de Down não ficam fora dessa estatística, 77% das pessoas testadas apresentavam essa morbidade. Isso pode ser muito incapacitante para os portadores, porque resulta em excessiva sonolência diurna, dor de cabeça principalmente matutina, distúrbios do comportamento, mal aproveitamento escolar, déficit no desenvolvimento, baixa oxigenação crônica. As pessoas que se classificam como obesos e apresentam roncos com interrupção da respiração noturna devem ser avaliadas e tratadas (MARINS, 2003).
Portanto o presente trabalho, analisou o estado nutricional e as características alimentares de pacientes portadores de Síndrome de Down, identificando possíveis riscos de saúde provenientes de quadro de obesidade, e quais medidas tem sido implementadas pelos familiares no intuito de modificar esse quadro.